terça-feira, 21 de maio de 2024

Poeta Hugo Dubeux promove oficina de escrita poética e ações literárias gratuitas no Recife


Projeto de circulação do livro “Existe um Homem Selvagem” acontecerá em espaços de fomento à cultura para democratizar temáticas sobre patriarcado, masculinidades, machismo, LGBTfobia e racismo
O escritor e poeta Hugo Dubeux, enraizado no Recife, promoverá a circulação do livro de poesia de sua autoria intitulado “Existe um Homem Selvagem”, com a realização de ações gratuitas em espaços de fomento à cultura da capital pernambucana. A ideia é que o trajeto por onde se encaminhará o projeto semeie questionamentos sobre o patriarcado. “Como homens se tornam homens? O que eles têm representado na sociedade? Ao mesmo tempo que opressores, que feridas lhes habitam?”. Esses são alguns questionamentos do autor a uma sociedade enrijecida em machismos, LGBTfobias, racismos. 

O projeto “Literatura Recifense Itinerante” tem incentivo da Lei Paulo Gustavo, através da Prefeitura do Recife.
No sábado (25), às 9h, o artista fará uma apresentação de sua obra literária, seguida de debate aberto com o público e recital poético, na Praça da Várzea, zona oeste do Recife, em parceria com o GEMA, grupo da psicologia na UFPE que pesquisa gênero e masculinidades. Haverá, ainda, a distribuição gratuita de alguns exemplares do livro para o público presente.

Também no sábado (25), às 14h, a ação de apresentação do livro e desdobramentos segue para a biblioteca comunitária da Associação Cultural Esportiva Social Amigos (ACESA ONG), situada no Alto José Bonifácio, com um momento de troca, diálogo aberto, roda de conversa, recital poético e partilha do processo criativo entre o escritor e os jovens integrantes da entidade, com idade acima de 16 anos. Lá também haverá a distribuição de alguns exemplares. Em seguida, às 15h, o grupo terá a oportunidade de participar de uma oficina de escrita poética também ministrada por Hugo Dubeux.
No dia 03 de junho (segunda-feira), às 19h, uma oficina de escrita poética será ministrada pelo escritor de forma on-line, por meio da plataforma ZOOM, gratuitamente.

 No total, 20 vagas estão disponibilizadas para o público no geral e as inscrições podem ser efetuadas por meio do link disponível no Instagram de Hugo Dubeux (@hugodubeux) ou em seu site www.hugodubeux.com. Poderão participar pessoas acima de dezesseis anos.
Acontecerão, ainda, duas ações de debate do livro e oficina de escrita poética. No dia 06 de junho (quinta-feira), iniciando às 9h, a escola EREM Amaury de Medeiros, em Afogados, receberá o projeto em parceria com a biblioteca comunitária Educ Guri, localizada no bairro da Mangueira. Esta biblioteca se compreende como “um lugar onde os livros ganham vida e a imaginação voa livremente”. É parceira por democratizar a literatura e defender a justiça social.

A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), através do Núcleo do Cuidado Humano, receberá a ação possivelmente no segundo semestre. Todas atividades estão sendo divulgadas no Instagram do autor do livro (@hugodubeux) e nas redes sociais das instituições parceiras (@gemaufpe @acesaong @biblioeducguri @nchufrpe).

 Ao todo, serão distribuídos 120 livros gratuitamente nos espaços onde acontecerão as ações. O intuito do autor em realizar os encontros é a democratização de acesso à literatura recifense, aproximando o escritor ao público e estimulando o debate acerca das temáticas abordadas no livro.

Sobre a oficina de escrita poética - A oficina ministrada por Hugo Dubeux busca desenvolver uma sensibilidade para a poesia que já habita a vida. Propõe olhar para os detalhes, os encantamentos, as asperezas. Atravessar o cotidiano com poesia para a ele não sucumbir. Olhar para as imagens presentes no dia-a-dia e a sensação do contato com estas imagens. A oficina buscará também mecanismos e práticas de escrita que facilitem o afunilamento desta poesia vista no mundo, para palavras postas no papel. O uso da palavra como um escultor devolve à pedra, e aos olhos humanos, o encantamento com a vida. Haverá, ainda, práticas de arteterapia. Algumas obras de poetas locais serão referências, como de Cida Pedrosa, Miró da Muribeca, Bell Puã, Fred Caju, Luna Vitrolira, além do próprio facilitador.

“A palavra atravessada como caminho de encontro com a poesia. A poesia não posta como algo sagrado, distante de homens e mulheres. A poesia terrena, do cotidiano, e a palavra como revelação e experiência da alma deste cotidiano. A poesia enquanto prática política, filosófica, e criativa, de construção de um olhar sobre a vida”, explica Hugo Dubeux.

Sobre o livro “Existe um Homem Selvagem” - Buscando a fuga ao homem moderno industrial, machista, a obra nasce em defesa de um “resgate” decolonial, enfrentando o significado colonial de “selvagem” enquanto ser violento, desrespeitoso, agressivo. Com isso, o livro navega por uma poética de denúncia, enfrentamento e proposição, dividida em quatro capítulos e um epílogo.

O primeiro, “O ar de pulmão meu”, trata da importância da encarnação em sua própria existência, para construção de uma força motora de autogestão da vida. Se propõe a uma poética decolonial em busca da essência do que cada ser tem em si, para além das regras e tabus sociais.

O segundo, “Exílios”, trata da reprodução do papel de homem tal qual o dominante no discurso hegemônico colonial, oprimindo diversidades e existências. Também sobre certas formas de masculinidades e opressões coloniais enquanto tóxicas para os relacionamentos e a sociedade.

Já o terceiro capítulo, “Um garotinho alado, de tocha acesa”, abarca a influência do patriarcado e da colonialidade nos corpos. Desenha uma discussão poética sobre a libertação das repressões como fluxo livre de energia no corpo.

O quarto capítulo, Amores e Utopias, apresenta como o patriarcado e a colonialidade propõem rótulos para consolidação de seres ainda mais individualistas, violentos, e como é importante o resgate do amor para fortalecer os laços humanos que são cada vez mais frágeis. Resgata o amor como forma de luta e enfrentamento decolonial, em direção a um novo amanhã.

O epílogo, Aceno, é um poema único do adulto assumidamente bissexual, emocionalmente mais maduro, conversando com sua criança que não compreendia e não sabia como deixar fluir toda sua sensibilidade masculina.

“A arte, jogando o olhar para nossas intenções sobre a poesia, é também construída enquanto resistência e afirmação de novos paradigmas. Vivemos em um sistema patriarcal e colonial, opressor sobre as existências que não sejam da normatividade cis, heterossexual e branca. A reprodução deste sistema se dá a partir de homens e mulheres, e é inegável o grande papel dos homens para o reproduzir. Assim sendo, é impossível se pensar uma transformação mais complexa da sociedade sem que estes homens também passem pelo processo de luta contra as opressões de um sistema patriarcal e colonial. É a partir destes entendimentos que eu escrevi o livro”, detalha Hugo Dubeux. Mais informações sobre o autor e o livro: www.hugodubeux.com.

Sobre Hugo Dubeux – É escritor e poeta, mas também arteterapeuta e produtor cultural. Compreende a arte em seu lugar fundamental de digestão sobre a vida. Tem facilitado oficinas sobre processo criativo, ainda sobre as interrelações corpo-escrita, grupos de homens para debaterem masculinidades e patriarcado a partir da expressão artística, entre outras. Recita e escreve seus poemas, também, em um sentido político e filosófico de reencantar o mundo em beleza, e justiça.

SERVIÇO:
OFICINA DE ESCRITA CRIATIVA
25/05 (sábado), às 15h, na ACESA ONG
03/06 (segunda-feira), às 19h, on-line
06/06 (quinta-feira), 10h30, na escola EREM Amaury de Medeiros, em Afogados (parceria com a biblioteca comunitária Educ Guri)
A definir na Universidade Federal Rural de Pernambuco (através do Núcleo do Cuidado Humano)
Idade: acima de 16 anos
**Mais informações sobre inscrições no perfil do artista no Instagram: @hugodubeux
APRESENTAÇÃO DO LIVRO, DEBATE E RECITAL POÉTICO (com distribuição de alguns exemplares)
25/05 (sábado), às 9h na Praça da Várzea e às 14h na ACESA – Rua Alto da Conquista, 303, Alto José Bonifácio
06/06 (quinta-feira), 9h, na escola EREM Amaury de Medeiros, em Afogados (parceria com a biblioteca comunitária Educ Guri)
A definir na Universidade Federal Rural de Pernambuco (através do Núcleo do Cuidado Humano)