quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Renata era 'candidatura dos sonhos', mas recusou, diz presidente do PSB

O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, anunciou na noite desta terça-feira (19) que odeputado Beto Albuquerque será candidato a vice-presidente na chapa de Marina Silva.

Segundo Amaral, Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, era a "candidatura dos sonhos" para o posto, mas recusou para se dedicar aos filhos e à candidatura de Paulo Câmara (PSB) ao governo de Pernambuco, agora encarada como prioritária para o partido.

A conversa com Renata aconteceu na tarde desta terça, na casa da ex-primeira-dama de Pernambuco. Segue nota oficial do PSB em relação ao assunto:



"Antes de ser cogitada por nós, foi cogitada pela população do Recife, que a admira, a candidatura da companheira Renata Campos a Vice-Presidência. Seria a candidatura dos sonhos, a candidatura da unanimidade. Ela, porém, declinou do convite, emocionada", disse Amaral, ao lado de Albuquerque, do secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), e de Câmara.
A chapa será oficializada oficialmente nesta quarta (20), às 15h, em Brasília.

Amaral reconheceu nesta terça que o processo de consultas internas sobre a nova chapa começou "há dias", para chegar à reunião nacional já com um nome de consenso.

"A morte de Eduardo Campos não foi em vão. Essa é a nossa palavra de ordem, esse é o meu compromisso, essa é a minha tarefa como dirigente partidário por poder ter merecido isso", afirmou Beto Albuquerque.

"Aprendi com Eduardo que não se deve deixar nada pela metade. E nós não deixaremos pela metade o projeto que o Eduardo começou. Nós vamos concluir esse projeto", disse Albuquerque, convocado na noite de segunda-feira (18) para ir ao Recife nesta terça para receber o aval de Renata.

"Ela expressou, do fundo do seu coração, da sua alma, esse desejo de ver [em] Marina, comigo na chapa, a melhor forma de demonstrar a continuidade do legado do Eduardo Campos", disse.

Amaral e Albuquerque disseram que o PSB está "100% unificado" para "honrar o legado" de Campos. O novo vice da chapa adotou o mesmo discurso que era usado por Campos para criticar o governo Dilma Rousseff. Atacou o desempenho da economia e a corrupção.

Albuquerque, que até então era candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul, disse que a chapa tem compromisso com o programa de governo já desenhado e disse não ver necessidade da assinatura de um documento com garantias.
"Não há nenhuma necessidade nem houve proposta de qualquer documento que deva ser assinado pela chapa. Há um programa de governo que tem que ser honrado", declarou. "A Marina e eu vamos reiterar esses compromissos. Não há necessidade de documento nenhum."

Ele também afirmou que as alianças nos Estados estão mantidas e disse que "adversários estão nervosos". "Não estranho que nossos adversários estejam nervosos porque na verdade estão sentindo que o Brasil quer mudança. Não quer nem voltar para o passado nem mais do mesmo que não ajudou o Brasil a melhorar mais ainda", disse.

Folha de São Paulo

Pastor Everaldo promete privatizar Petrobras e prega contra casamento gay

O candidato à Presidência Pastor Everaldo (PSC) afirmou, em entrevista na noite desta terça-feira (19) ao "Jornal Nacional", da TV Globo, que irá privatizar a Petrobras e "tudo o que for possível" caso seja eleito.
"Defendo um estado mínimo, reduzir o número de ministérios de 39 para 20, passar tudo que for possível para iniciativa privada", disse. "Vou privatizar tudo que for possível. Vou privatizar a Petrobras, uma empresa que foi orgulho nacional e hoje é foco de corrupção, com uma dívida de mais de R$ 300 bilhões."
Repetindo o que disse no programa eleitoral exibido hoje, o candidato evangélico também se manifestou contra o casamento gay e o aborto. "Sou contra a legalização das drogas. Minha candidatura é em defesa da vida e do ser humano desde sua constituição; defendo a família como está na Constituição [Federal]: casamento pra mim é homem é mulher." 
Apesar de se alçar à Presidência, Everaldo nunca ocupou um cargo no Legislativo ou no Executivo. Questionado sobre a falta de experiência, ele citou sua atuação na iniciativa privada. "Sou um empreendedor brasileiro", disse. "A diferença do Estado para a iniciativa privada é que o Estado hoje não trabalha com a meritocracia."
Everaldo foi indagado pelos apresentadores sobre o fato de o PSC sempre ter se aliado a partidos de esquerda, como o PT e o PDT de Leonel Brizola, e hoje defender um projeto político totalmente distinto, marcado pelo conservadorismo nos costumes e o liberalismo na economia. "Minha ideologia sempre foi a mesma: sempre quis o empreendendorismo. Sempre pensei dessa maneira porque minha vida é dessa maneira."
Sobre o rompimento com o governo Dilma, o qual sua sigla apoiou durante boa parte da atual gestão, Everaldo afirmou que tratava-se de "uma aliança baseada em princípios" que rompeu-se porque "foi estabelecido um aparelhamento do Estado."
Perguntado se o PSC rompeu com o PT por não ter recebido o número de cargos desejados na administração, Everaldo afirmou: "natural que esperávamos um espaço. Não é um toma lá da cá. Nós ficamos decepcionados pela maneira que foi formado o governo, que não abarcava nossos princípios."O candidato do PSC obteve 3% das intenções de voto na última pesquisa Datafolha, divulgada ontem. Everaldo tem mantido o mesmo percentual há várias pesquisas.
Pastor Everaldo é o quarto entrevistado pelo Jornal Nacional. Ontem, Dilma foi entrevistada no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Na semana passada, o telejornal entrevistou o tucano Aécio Neves na segunda-feira e Campos na terça, véspera da morte do ex-governador de Pernambuco. Diferentemente de Dilma, Aécio e Campos foram entrevistados na bancada do jornal.
Portal UOL