Lições de Joy: Empatia e Aceitação na Despedida
Por Mariângela Borba
Olá,
leitores do #SendoProsperidade, tudo bem? Desde o início da semana, eu sentia
uma forte dor na nuca, assim como senti quando da passagem de mamãe, de feliz
memória. Eu só pensava em papai, mas, ao mesmo tempo, procurava afastar essa
ideia da cabeça. E a minha própria mente dizia para mim, como mamãe falava:
"oxe, deixa de tua besteira, menina!". E nessa semana voltei a me
exercitar, de leve, pois, desde a última cirurgia, eu havia me resguardado um
pouco de atividades físicas, para não haver
mais uma reincidência de hérnia. Um amigo quiropraxista desfez dois nós na
minha coluna vertebral, recorri a alguns analgésicos, coisa que eu não fazia
há tempos, pois tinha dia que a
dor era tanta que virava enxaqueca e me tirava do prumo. Hoje, no meio da
manhã, mais ou menos, fui ao salão, pois estava com horário marcado. De
repente, meu irmão me liga (oi!?):
-
Não.
-
Então deixa, não adianta.
-
Ligue para papai.
-
É, vou ligar, mas papai...
Além disso, guardo os momentos alegres que passamos: quando eu o ensinei a fazer as necessidades na rua e não dentro de casa, quando os pais viajaram, das brincadeiras que tínhamos durante a "prisão" da pandemia, do período que "os pais" viajavam, deixavam ele aqui comigo e eu colocava música de ninar cachorro para “o bebê” se aquietar e dormir – depois do primeiro dia, era balela. Enfim, esses serezinhos nos ensinam que ter empatia faz sermos menos egoístas e sentir que ele, de fato, estava passando por um período sem nenhuma esperança de melhora e num processo vegetativo. Às vezes, ele dava um ar de vigorosidade e latia para quem chegava. Fez isso comigo hoje, quando saí, ao me ouvir abrindo a porta para sair. Daqui de baixo mesmo gritei: "oi, nêgo Joy, quando eu voltar, eu subo, porque já estou em cima da hora!". E aquele latido, um pouco diferente e mais insistente, era como se fosse uma premonição do último adeus – foi por isso que, no parágrafo anterior, escrevi que, quando o meu irmão ligou, a ficha havia caído. Foi melhor assim.
Obrigada,
Joyzinho, por ter sido intenso e verdadeiro. O que quero guardar de nós dois
são as nossas lembranças positivas e por você ter sido o “meu filho dos outros”.
Ao voltar e rezar por você, "o vi sendo acariciado por mamãe, ela o
chamando de Jojô e você todo contente no colo da vovó". Que bom que a
liberdade veio te libertar dos grilhões, meu amor! Tudo o que vivemos formou a
nossa existência e foi um grande presente
da vida. Gratidão por compartilhar sua vidinha e seus ensinamentos conosco.
Você continua em nós, assim como
Conchita, Betina, Sophia,
Apolo, Bóris e Thor. Tal qual eles,
você se tornou infinito!
*Mariângela Borba é comunicadora multifacetada, jornalista diplomada, revisora credenciada e uma social media expert. Produtora Cultural com presença nos Conselhos municipais e nacionais de cultura, além de expertise em Cultura Pernambucana. Teve passagem pela secretaria Executiva do MinC, Regional Nordeste, e também Secretaria de Imprensa de Paulista (PE), além de ter circulação pelas conceituadas editorias de jornais e rádios de Pernambuco. Premiada e com produção bibliográfica na área de cultura. Membro da AIP, com um com um bisavô fundador que também era jornalista, Edmundo Celso.