terça-feira, 28 de agosto de 2018

Ceramistas de Goiana: Movimento e Expressão de uma arte figurativa

O catálogo Homens do Barro de Goiana, traz um recorte dos artistas ceramistas, do município de Goiana, apresentando a história e obras de nove autores da cerâmica figurativa, que juntos representam quatro gerações dessa arte. Artistas como Zé do Carmo, criador do Anjo Cangaceiro, Vovô Natalino e outras criações, além da sua carreira como artista plástico, compõem o catálogo, além de Gercino Santo, que assina a curadoria, e ainda Lázaro, Luiz Gonzaga, Luiz Carlos, Adilson Vitorino, Fernando Nascimento, Edvaldo Manoel e Tog, três vezes vencedor pelo voto popular do Salão Ana Holanda na Fenearte.

A publicação vem em formato 22x24 cm, com 102 páginas, capa dura, realizada por equipe também de Goiana, composta por Alexandre Veloso, coordenador geral, organizador e arte/diagramação; Felipe Andrade, redação, Charles Marinho, fotografia e o ceramista Gercino Santo na curadoria. A pesquisa foi realizada de forma coletiva, iniciado em maio de 2017. A publicação é de Afonso Oliveira Produções Culturais, parceria do Sesc Ler Goiana e incentivo do Funcultura, Governo do Estado de Pernambuco.

A cerâmica figurativa de Goiana tem suas especificidades, que difere dos outros polos ceramistas do estado. No catálogo essas nuances são apresentadas ao público pelos os artistas que vão aos poucos descrevendo em suas “falas”, as técnicas e o processo criativo de cada um. O tema também é apresentado como – movimentos e expressões – duas fortes características da

cerâmica goianense, além do acabamento, que segundo o ceramista Tog, pode ser: crespo liso e/ou crespo mulambo. Tal técnica, totalmente diferente do acabamento “liso”, (comumente usado), nos remete ao impressionismo de Monet e ao expressionismo, com primazia a expressão do sentimento, bem mais além do que somente a descrição da realidade.

Lázaro outro homem do barro, diz: “As peças de Goiana parecem vivas. Elas não tem voz, mas falam”. Acrescentaria ao falar, outros verbos, elas andam, vendem, anunciam, reivindicam, e porque não, vivem. As peças de Goiana são fotografias em quatro dimensões. É o momento congelado, mas nunca estático. Sempre em movimento. Edvaldo Manoel, define bem isso quando diz “se eu não ver a peça se mexendo, eu desmancho e começo de novo”. Essa busca de fazer mais está presente em todos. O movimento das obras, como também as “expressões” são imprescindíveis, é um traço de Goiana. Gercino Santo relata, “aqui colocamos um pouco de nós no barro”, isso nos revela o quão é intuitiva e humana a produção goianense. Esse conjunto de peculiaridades, somando-se a criatividade e estilo de cada um forma um universo imagético, rico, com obras de arte de grande valor artístico.

Serviço:

Exposição: Homens do Barro de Goiana: ceramistas, movimentos e expressões da cerâmica figurativa do barro dos canaviais.

Entrada Franca com Visitas mediadas:

Local: Museu de Arte Sacra – Sesc Ler Goiana
Endereço: Rua do Arame, s/n - Centro

Informações e agendamento: (81) 3626-2814
Período: 31 de agosto a 28 de setembro de 2018
Horário: segunda-feira a sexta-feira, das 09 às 17h.
Classificação Indicativa: Livre

Acesso para pessoas com deficiência

Realização:
Avelozzo Produção Cultural

Parceria:
Sesc Ler Goiana – Afonso Produções Culturais

Apoio:
Mastergás – Santa Lúcia Embalagens em Madeira




Curta-metragem mostra feridas recentes do Brasil

Uma moça recém-casada, e com uma vida livre em meio aos canaviais e por seu esposo apenas simpatizar com as Ligas Camponesas (movimento social liderado pelo advogado Francisco Julião, nos anos 1960), tem a sua vida completamente destroçada por forças repressivas, tendo o marido desaparecido e o corpo violado sob tortura. A história, embora ficcional, mostra o que foi a realidade de muita gente, que nem sabia o que era "subversão". Esse é o primeiro curta-metragem de Maria Dias, (Sub)Imersa, que tem no elenco a estreante Natália Castro, além da própria Maria Dias e dos atores Lucas Rocha, Juca dos Santos e Pedro Dias. Para as cenas de violência, o elenco passou por uma preparação, que ficou por conta da terapeuta biocênica Maria José Avort. "Eu convivi com pessoas que mudaram radicalmente de personalidade, depois da pressão da ditadura e isso afetou profundamente sua relação com a família". Afirma Maria Dias. As fotos são de Miguel Igreja.

Vamos aguardar a estreia deste curta-metragem, que é uma prestação de serviço à memória brasileira.


(SUB)Imersa
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Ficha Técnica:
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Direção: Maria Dias.
Roteiro e Assistência de Direção: Lucas Rocha.
Produção: Almagesto Produtora e MDias Produções Artísticas.
Direção de Fotografia: Miguel Igreja.
Cinegrafista: Adson Alves.
Maquiagem: Pedro Félix.
Elenco: 
Juca dos Santos, Pedro Dias e Maria Dias.
Apresentando Natália Castro.
Participação Especial: Lucas Rocha como Antônio.
Trilha Sonora Original: Manuca Bandini.
Preparação de Elenco: Maria José Avort.


Projeto Histórias do meu Povo em Petrolina

Em um mundo midiático e tecnológico, observamos com curiosidade tantas histórias de lugares tão distantes e diferentes. E seguimos curiosos com o que ocorre lá.

Mas, e o que ocorre na nossa terra? Com o nosso povo? Comigo mesmo?

Será que as histórias de lá são mais importantes que as daqui? Pensando em descobrir e valorizar as histórias da gente pernambucana que um grupo de jovens mulheres vem, desde 2017, coletando materiais e casos ricos em emoção. É o Projeto Histórias do Meu Povo que chega à cidade de Petrolina.

Esse trabalho é liderado pela produtora cultural Eliz Galvão e vem valorizando as pessoas de algumas localidades e, inclusive, resgatando a autoestima de várias mulheres.

Segundo a produtora Eliz Galvão, a equipe optou por trabalhar com o público feminino por serem as mulheres quem mais sofre com a desvalorização, invisibilidade e falta de acesso a literatura. E por serem as mulheres, em grande maioria, as detentoras dos saberes e memórias de suas comunidades.

O projeto oportuniza às mulheres a conhecer várias histórias diferentes e, a partir da oficina “Retratos de Memória” ministrada pela educadora e contadora de histórias Roma Julia, elas começam a expor as suas próprias histórias. E são contos emocionantes, de tristeza à alegria. Com esse trabalho, elas desabrocham para elaborarem suas histórias, percebendo o quão fortes são por terem passado por tantas situações difíceis. E superado todas.

O projeto demonstra ser um grande sucesso, tanto que as oficinas que aconteceram nas cidades de Camaragibe, Nazaré e Passira tiveram todas lotação esgotada. A última cidade que o projeto percorre é Petrolina acontecendo no período de 28 a 30 de agosto de 2018 na Associação das Mulheres Rendeiras do Bairro José e Maria.

Para se inscrever, basta entrar em contato com a Associação e não precisa pagar nada. O projeto tem o apoio do Funcultura Pernambuco e, ao final, todas as histórias produzidas na oficina serão expostas em um livro.

Segue agenda das atividades do projeto Histórias do meu Povo - edição Pontos de Cultura:

Data: 28,29 e 30/08 (13 às 17h)
Realização da oficina de contação de histórias Retratos de Memória na Associação das Mulheres Rendeiras do Bairro José e Maria - Petrolina.
Av. Francisco Coelho Amorim, 190 - José e Maria, Petrolina - PE, 56320-000


Morre radialista Edvaldo Morais

Aos 69 anos de idade e com 45 anos de serviços prestados ao Rádio Pernambucano, o "reservista de terceira, brasileiro de segunda e pernambucano de primeira" Edvaldo Morais morreu na noite desta segunda (27), apos um infarto fulminante. O comunicador trabalhava na Rádio Folha FM à frente do seu Show de Rádio, que já havia passado por outras emissoras, como a 105 FM (Hoje Feliz FM). Morais deixa esposa e três filhos. O enterro está previsto para as 14h desta terça (28) no Cemitério de Santo Amaro, no Centro do Recife. Na foto ao lado, tirada em 2011, Edvaldo Morais está ao lado do técnico Marcos Cavalcanti e dos professores Andréa Trigueiro e Vlaudimir Salvador. No vídeo a seguir, do blog Panorama Sonoro, a partir de 2:02 do vídeo, o comunicador fala da Era de Ouro do Rádio em Pernambuco.