quinta-feira, 15 de março de 2018

Após morte de Marielle,deputados europeus pedem suspensão de negócios com o Mercosul

O partido espanhol Podemos enviou uma carta à Comissão Europeia condenado a morte da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (Psol), alvejada com tiros na noite desta quarta-feira (14) na região central da capital. A legenda pediu a suspensão das negociações do continente com Mercosul nas tentativas de fechamento de acordo de livre comércio.

"Pedimos para a comissão a suspensão imediata das negociações com o Mercosul até que haja o fim da violência e intimidação contra a oposição política e defensores de direitos humanos", diz um trecho do documento, assinado por Miguel Urbán, do Podemos. "Sendo o Brasil um país sócio da UE e observando que a Comissão está negociando atualmente um a comercial com o Mercosul, (pedimos) que as negociações comerciais sejam suspensas de forma imediata e seja manifestado seu compromisso com a defesa dos direitos humanos", diz a carta, obtida pelo Estadão.

O vice-presidente da Delegação do Parlamento Europeu para o Mercosul, deputado Xabier Benito, aproveitou para criticar o governo de Michel Temer. Segundo ele, é a atual gestão a "responsável pelo aumento das desigualdades e da violência no País". "Também o é subsidiariamente desse assassinato", acrescentou.

Portal Brasil 247

Vereador do PSol é assaltado no Rio

Pouco mais de quatro horas após a morte de Marielle Franco, assassinada no Estácio, na Zona Norte do Rio, na noite desta quarta-feira, outro vereador do PSOL foi vítima de um crime na região. Renato Cinco, que visitou o local do homicídio logo depois de deixar uma vigília pela colega na sede do partido, foi assaltado na companhia da namorada a cerca de 400 metros da esquina entre as ruas Joaquim Palhares e João Paulo I, onde Marielle foi alvo de quatro tiros na cabeça.

Renato passava de carro com a companheira pela Avenida Salvador de Sá, na Cidade Nova, quando quatro homens armados desceram de outro veículo e anunciaram o roubo, por volta das 2h desta quinta-feira. Os bandidos tentaram levar o automóvel do casal, mas a chave quebrou na ignição. O bando acabou fugindo com celulares e outros pertences do parlamentar e da namorada.

A colegas da Câmara de Vereadores, Renato Cinco confidenciou que sua primeira reação, ao se deparar com os criminosos, foi de que o ataque poderia ter alguma relação com o assassinato de Marielle Franco. Em seguida, quando o assalto “comum” foi anunciado, a sensação teria sido de alívio. Às voltas com as homenagens à colega de partido, Cinco ainda não registrou ocorrência, mas ainda irá a uma delegacia.

Marielle Franco seria anunciada em breve pelo PSOL como candidata do partido a vice-governadora do Rio na chapa do também vereador Tarcísio Motta, outro a visitar o local do crime na noite desta quarta-feira. Na última sexta, a parlamentar participou de uma série de reuniões internas do partido para definir quando a candidatura seria oficializada.

Jornal Extra (Rio)

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Polícia do Rio nega ajuda da PF para investigar morte de Marielle

O chefe da Polícia Civil do Estado do Rio, Rivaldo Barbosa, disse nesta quinta-feira, 15, que o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) “atenta contra a democracia”. Ele não quis confirmar a hipótese de execução alegando sigilo nas investigações, mas afirmou que a polícia “não descarta nenhuma possibilidade”. A Polícia Federal ofereceu ajuda nas investigações, mas o chefe da Polícia Civil disse que a instituição tem todas as condições de resolver o caso.

Barbosa recebeu em seu gabinete o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e os delegados Fábio Cardoso, que está assumindo a direção das Delegacias de Homicídio, e Gineton Lages, que agora é titular da Delegacia de Homicídios da Capital.

“É um caso extremamente grave, que atenta contra a dignidade da pessoa humana e que atenta contra a democracia”, disse Barbosa. “Nós temos nossos protocolos estabelecidos. Quem quiser nos ajudar, receberemos a ajuda, de qualquer instituição. Entretanto, quero dizer que a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro tem capacidade para resolver esse caso.”
Morte inaceitável

Marcelo Freixo disse que a morte de Marielle, que defendia o direito de minorias, “não é aceitável em lugar nenhum do mundo”. “O caso da Marielle é de um atentado à democracia. É bom deixar claro isso. Não significa que a vida da Marielle valesse mais do que a vida de qualquer pessoa, não é nada disso. Quem matou a Marielle matou a possibilidade de uma mulher negra, que nasceu na favela da Maré, que era feminista, de estar na política. E isso não é aceitável em lugar nenhum do mundo”, sustentou.

Freixo também criticou quem diz que os defensores dos direitos humanos defendem bandidos ou atacam a polícia. “É importante que se diga isso: o trabalho da Comissão de Direitos Humanos não é um trabalho contra a polícia”, afirmou. “Denunciar policiais que cometem crimes não é um trabalho contra a polícia.”

O deputado voltou a afirmar que Marielle Franco não vinha sofrendo ameaças. Ele disse ainda que as denúncias que ela vinha fazendo sobre abusos de policiais militares não tinha nenhum nome específico. E repetiu: “A gente não pode achar que polícia se mistura com o crime, e nem que direitos humanos defende bandido. Ninguém ganha com isso”.

Revista Exame

Pará: Debutante com tema escravocata causa polêmica nas redes

Na foto ao lado, uma jovem (que por ser de menor, está com o rosto coberto está sendo arrumada para sua festa de debutante por uma... Mucama. As mucamas eram escravas domésticas que faziam todo o serviço das famílias das Casas Grandes, entre os séculos XVI e XIX. 

Mesmo após a abolição, em 1888, elas continuaram a ser "escravas domésticas", realidade que só começou a mudar no século XXI, com a aprovação da Lei Complementar nº 150, de 2015, que regulamentou a Emenda Constitucional n° 72, conhecida como a PEC das Domésticas, foi extendido aos direitos da empregada doméstica e dos demais trabalhadores registrados com carteira assinada (em regime CLT).

Após inúmeras críticas nas redes sociais, a cerimonialista pediu perdão em sua página no Facebook:

NOTA DE ESCLARECIMENTO:

Na data de ontem, 14.03.2018, o Cerimonial Lorena Machado acompanhado de seus parceiros de trabalho participaram de um ensaio fotográfico de um aniversário de 15 anos, cujo tema é Imperial Garden.

Após o término do ensaio e publicação de trechos dele, presenciamos a veiculação dessas imagens como uma reprodução do período escravocrata e forma de racismo.

Diante dos ocorridos, com total humildade, estamos vindo a público nos retratar e pedir PERDÃO.

Jamais foi nossa intenção fazer qualquer retratação que levasse a entender que a escravidão foi algo bom em nossa história. Tínhamos a única intenção de retratar o período histórico do Império que, infelizmente, tinha escravidão.

Mas, graças a outros olhares, percebemos que fomos infelizes nessa reprodução. Erramos, sim! E admitimos nosso erro. Como todo ser humano, estamos passíveis de erros e acertos. Desta vez erramos, e feio!

Pedimos perdão a todos os negros, negras, descendentes, pardos e pardas e a qualquer pessoa que tenha se sentido atingida por nossa publicação. 

Não foi nossa intenção agredi-los ou ofendê-los, mas admitimos que fizemos. E viemos humildemente pedir o perdão de vocês.

Agradecemos os comentários feitos para que pudéssemos identificar e entender onde erramos, foi essencial para que crescêssemos.

No mais, pedimos perdão novamente e o Cerimonial Lorena Machado estará sempre aberto a críticas e elogios, pois eles que nos fazem crescer e amadurecer como seres humanos e profissionais.

#MariellePresente A assessora de Imprensa

Depois de passar quase cinco horas prestando depoimento, a assessora de imprensa que acompanhava a vereadora Marielle Franco (PSOL), no momento em que a parlamentar e o motorista do veículo foram assassinados, deixou a sede da Delegacia de Homicídios da Capital (DH), na Barra da Tijuca, por volta das 4h desta quinta-feira. Muito abalada, ela não quis falar com a imprensa e saiu da especializada, responsável pelas investigações, por uma porta lateral da unidade.

A assessora sofreu escoriações e ferimentos leves provocados por estilhaços de projéteis, mas foi até a delegacia após receber atendimento.

— Ela está muito abalada emocionalmente. Usou todas as forças que tinha para contribuir com a polícia — disse uma mulher que integrava um pequeno grupo que acompanhava a assessora.


Com informações do jornal O Globo (Rio)

#MariellePresente Anderson, o motorista

Sobre o motorista Anderson Gomes, que dirigia o carro que estava a vereadora Marielle:  "Anderson era uma pessoa muito boa, ele ajudava todo mundo no que ele pudesse. Um pai muito amoroso, um marido maravilhoso. E, como muitos nesse estado atual, fazendo bico pra tentar sustentar a família. Eu sou funcionária pública do estado. A gente tá vivendo um momento horrível. E Deus levou meu marido, não sei com que propósito. Ainda é difícil aceitar”, disse a esposa de Anderson.

O motorista foi atingido por pelo menos 3 tiros na lateral das costas. Ele deixa esposa e um filho de um ano de idade.

Com informações do Portal G1

#MariellePresente: Atos pelo Brasil pedem justiça


#MariellePresente


Ilustração Carlos Latuff

Quem era Marielle?

A vereadora Marielle Franco, 38 anos (completaria 39 no final de julho), foi assassinada quando voltava de uma roda de conversa com outras mulheres negras. Uma assessora a acompanhava. Um outro automóvel chegou junto do carro e atirou várias vezes, matando na hora Marielle e o motorista. A assessora escapou da morte. Estava selado o destino de uma mulher, negra, pobre e favelada. Mas que ousou ser a voz de uma comunidade inteira. 

Mas essa matéria, até como uma homenagem pra ela, não vai ser para contar e recontar a sua morte, mas para evidenciar a sua vida e como ela foi construída para ser uma representação de outras Marielles que nascem e morrem todos os dias, em meio à violência, que não atinge apenas o Rio de Janeiro, mas o Brasil inteiro, seja pela violência urbana ou por feminicídio. 

Marielle era socióloga com mestrado em Administração Pública. Se formou em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e fez seu mestrado na Universidade Federal Fluminense, ao defender a dissertação  UPP A redução da Favela a tres letras. Uma análise da Política de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro. 

Antes de trilhar ela mesma na política, Marielle foi assessora parlamentar do deputado estadual Marcelo Freixo (PSol-RJ). Seu trabalho na Alerj tinha como objetivo acompanhar e desenvolver Políticas Publicas para Favelas. Assessora Parlamentar para acompanhar e desenvolver Políticas Públicas junto à Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da ALERJ. Ela também trabalhou em ONGs como a Viva Rio e o Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré, comunidade onde nasceu e ainda vivia.

Marielle Francisco da Silva nasceu no Rio de Janeiro no dia 27 de julho de 1979 e se criou no Complexo da Maré. Ela se elegeu vereadora nas eleições de 2016, obtendo 46 mil votos, sendo a quinta mais votada no Rio de Janeiro. Ela deixa uma filha de 20 anos.