sexta-feira, 5 de abril de 2019

Justiça trabalhista mantém desconto sindical no seu salário

O governo federal editou uma medida provisória (MP) que impede os sindicatos de descontarem a contribuição sindical (um dia de seu salário) diretamente no contracheque. O pagamento seria por boleto bancário. Os sindicatos reclamaram que isso reduziria muito as contribuições e enfraqueceria a defesa dos trabalhadores. Centrais sindicais e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) entraram na Justiça dos estados e no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a iniciativa.

Entre argumentos de inconstitucionalidade e de enfraquecimento de órgãos coletivos, diferentes tribunais trabalhistas do país, como os de São Paulo, Distrito Federal e Rio de Janeiro, contrariaram a decisão do governo e deram liminares a favor de os sindicatos manterem a contribuição na folha de pagamento, e não em boleto.

Isso significa que o trabalhador pode ser descontado sem saber? Há diferença de pagamento entre estados? Saiba como fica a situação dos descontos e quando ela deverá ser resolvida.

O que muda com a MP 873?

A MP 873 editada pelo governo faz alterações na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), já alterada pela reforma trabalhista de 2017 (Lei nº 13.467), que tornou a contribuição sindical facultativa.

A mais significativa diz que o recolhimento deve ser feito "exclusivamente por meio de boleto bancário ou equivalente eletrônico" e não mais descontado diretamente na folha de pagamento, como sempre foi feito.

A segunda alteração que chamou atenção é que a autorização de cobrança passa a ser feita de forma "individual, expressa e por escrito" e não mais por meio de decisões coletivas nas assembleias gerais dos sindicatos, como tem sido feito desde a reforma.

Qual é o principal entrave?

Tanto os tribunais que deram causa para os sindicatos quanto especialistas na área argumentam que a MP entra em conflito com alguns artigos não alterados da CLT.

O Artigo 611-A, por exemplo, afirma que a convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm "prevalência sobre a lei" em casos como "plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado".

Isso significa que, caso a medida vire lei, normas de mesma hierarquia, mas conflitantes, passam a coexistir.

Se o governo decidiu uma coisa e alguns tribunais regionais decidiram outra, qual está valendo?

É a norma mais nova que passa a valer. Neste caso, se a MP passar, ela substitui as regras da CLT até que haja outra mudança na legislação ou pacificação por parte do STF.

O que tem acontecido é que órgãos de 1ª e 2ª instância têm questionado a MP, considerando que a regra contrairia a reforma trabalhista de 2017 ou fere a Constituição, por meio de liminares. São decisões específicas para cada processo, e não globais, e podem ser derrubadas por instâncias superiores.

O TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo), por exemplo, explicou ao UOL que o STF apaziguou a questão da não obrigatoriedade da cobrança, mas não legislou sobre sua forma. Por isso decidiu em favor de um sindicato do litoral paulista. Mas a MP já é instituída com força de lei e está vigente.

Quando haverá uma definição final?

A MP foi enviada ao Congresso no dia 1º de março. Ela já tem força de Lei, mas ainda é provisória, o que significa que o Congresso tem 120 dias (60+60 prorrogáveis) para debater possíveis mudanças.

Dessa forma, a MP pode ser recusada, aprovada ou aprovada com ressalvas, mas terá uma definição máxima até 1º de julho.

A lei pode ser revista?

Caso a lei seja aprovada pelo Congresso, ela ainda pode parar no STF. Alguns órgãos já entraram com ações contra a medida.

O Conselho da OAB, por exemplo, afirma que a MP pretende "dificultar ao máximo" o processo de organização das entidades representativas dos trabalhadores e dos servidores públicos federais, assim como limita indevidamente a liberdade de associação e de autodeterminação dos cidadãos.

Neste caso, dependerá do julgamento do STF. Com o aumento deste tipo de ação, especialistas avaliam que algum tribunal superior deverá interferir.

O que acontece se a lei cair?

Caso a MP caia já no Congresso, o Senado pode ditar o que deve ser feito com os órgãos que se sentirem lesados. Caso não faça isso, a Constituição disciplina que o que houve enquanto a medida ficou vigente fique como está, mas, a partir do momento que ela cai, as normas e cobranças voltam a ser como eram antes.

A MP tira a não obrigatoriedade da contribuição?

Não. Desde a reforma trabalhista de 2017, a contribuição sindical é facultativa. Este é o entendimento do STF, inclusive. A discussão gira em torno da forma de cobrança e suas regras.

O valor pode ser descontado do meu salário sem que eu autorize?

Não. Também de acordo com a reforma trabalhista, o trabalhador tem de ser avisado de forma prévia. O que a MP proíbe é que esta autorização seja aprovada por meio de assembleia geral dos sindicatos e deva ser avisada individualmente.

Alguns colegiados regionais, no entanto, seguem a instrução da reforma de que estes assuntos podem ser tratados coletivamente.

Qual o valor da contribuição e quando é paga?

O valor total do pagamento sindical depende dos sindicatos e seus acordos coletivos. A contribuição sindical, estabelecida pela Constituição, é anual e equivale a um dia de trabalho (1/30 do salário mensal).

Há, no entanto, outras cobranças sindicais, como a contribuição confederativa, a mensalidade sindical e contribuição associativa, que dependem de cada acordo coletivo. Hoje, todos estes pagamentos são facultativos.

Portal UOL - Reportagem feita com a assistência jurídica dos advogados Arthur Wainberg e Rodrigo Camargo, especialistas em Direito Sindical, e Rubens Glezer, especialista em Direito Constitucional.

Hotéis de Brunei apagam redes sociais após milhares de críticas pelo país ter pena de morte a LGBTs

Desde o dia 3 de abril que uma lei do pequeno país asiático de Brunei estabelece que a homossexualidade em seu território deve ser punida com pena de morte a apedrejamento.

A notícia causou péssima repercussão internacional e campanhas de boicote ao país, desde a operadora aérea Virgin Airlines, que cortou relações com o país, até artistas internacionais de peso fazendo campanha contra hotéis de luxo cujo dono é de Brunei e opera em vários países do mundo, muitos onde ser LGBT é plenamente aceito.

As Nações Unidas também já emitiram posicionamento em repúdio à medida “cruel e desumana”, segundo seu próprio comunicado.

Acontece que agora, após a visibilidade de famosos falando contra, os hotéis da rede de Brunei foram inundados com milhares de críticas em suas redes sociais.

Como resultado, as páginas e perfis de hotéis como The Dorchester e 45 Park Lane em Londres, Coworth Park em Aston, The Beverly Hills Hotel, Hotel Bel-Air em Los Angeles, Le Meurice e Hotel Plaza Athenee em Paris e o Hotel Principe di Savoia em O Milan, foram todas eliminadas. Já o O Hotel Eden, em Roma, tornou sua conta no Twitter privada.

Portal Põe na Roda - Jornalista Pedro HMC

Mick Jagger se recupera de bem-sucedida operação no coração

O vocalista dos Rolling Stones, Mick Jagger, está se recuperando de uma bem-sucedida operação no coração à qual foi submetido ontem em um hospital de Nova York, segundo informou o site da revista "Billboard".

A publicação, que mantém sua fonte no anonimato, afirmou que os médicos puderam chegar à sua válvula cardíaca através da artéria femoral e o cantor está agora sob observação diante da possibilidade que possa surgir algum tipo de complicação, entre elas uma hemorragia.

Segundo a "Billboard", o cantor foi submetido a uma "substituição da válvula aórtica por cateter", um procedimento pouco invasivo que permite reparar a válvula sem ter de secionar o tórax, razão pela qual o período de recuperação se reduz consideravelmente.

Jagger deverá agora permanecer em repouso durante pelo menos quatro ou cinco dias para que a artéria possa cicatrizar como é devido, mas necessitará de um período de tempo mais longo antes de poder retornar aos palcos.

A intervenção cirúrgica aconteceu apenas três dias depois que o site "Drudge Report" informou que o britânico precisaria submeter-se a uma cirurgia cardíaca, e após os Rolling Stones informarem da suspensão dos shows na América do Norte da sua turnê "No Filter".

Em comunicado publicado no sábado passado, a banda explicou que os médicos de Jagger, de 75 anos, lhe indicaram que devia tratar-se e não podia sair em turnê "neste momento", mas que esperam que "se recupere totalmente".

Os Stones se desculparam pelos inconvenientes e asseguraram que quem tiver comprado entradas poderão utilizá-las quando "em breve" for anunciado o novo calendário de shows.

Por sua parte, Jagger lamentou no Twitter sua indisposição e disse aos seus fãs: "Odeio decepcioná-los desta maneira".

"Estou desolado por ter de adiar a turnê, mas me esforçarei muito para voltar ao palco assim que seja possível. Uma vez mais, enormes desculpas para todo mundo", escreveu.

Portal UOL com informações da Agência EFE

Deputado do PSL-SP que atacou colega transexual assume ser gay

Um dia depois de dizer que tiraria a tapa uma transexual que estivesse num banheiro feminino, o deputado estadual Douglas Garcia, do PSL, assumiu ser gay nesta sexta-feira, durante uma sessão da Assembleia Legislativa de São Paulo. Quem fez o anúncio em nome de Garcia foi a deputada estadual Janaina Paschoal, sua colega de partido.

— Ele tomou uma decisão, e como ele está um pouco abalado, pediu para eu fazer essa comunicação por ele. Porque hoje, depois de 25 anos, ele conseguiu conversar com os pais dele e dizer que é homossexual — disse a parlamentar, na tribuna.

Na sequência, emocionado, o deputado, ainda do plenário, complementou ao microfone:

— Não diminui em nada as bandeiras que eu venho defendendo aqui na Assembleia Legislativa contra a ideologia de gênero — afirmou Garcia.

A declaração ofensiva de Garcia, parlamentar de primeiro mandato, havia sido dada após o discurso da deputada estadual do PSOL Erica Malunguinho, a primeira transexual eleita para ocupar uma cadeira no Parlamento paulista. Malunguinho havia criticado um projeto de lei do deputado Altair Morais (PRB-SP) que "estabelece o sexo biológico como o único critério para definição do gênero de competidores em partidas esportivas oficiais no estado".

Ao GLOBO, o deputado disse que começou a receber dezenas de ameaças nas redes sociais após o episódio com Malunguinho, e que já vinha cogitando assumir ser gay desde que foi eleito em outubro do ano passado.

— Ameaçaram levar minha orientação sexual a público. Então eu me antecedi — disse ele, sem se estender sobre qual tipo de ameaça estaria sofrendo.

Jornal O Globo (Rio)

Vazamento de óleo atinge praias da Região dos Lagos

Uma mancha de óleo de procedência desconhecida atingiu nesta semana praias da Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Além de afetar a atividade pesqueira da região, o vazamento já atingiu municípios como Arraial do Cabo e Búzios.

Segundo a prefeitura de Arraial do Cabo, as autoridades municipais estão se reunindo, desde a última quarta-feira (3), com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Marinha.

A origem da mancha ainda é desconhecida. A Secretaria Municipal do Ambiente de Arraial do Cabo trabalha com a hipótese de que o óleo seja proveniente de alguma plataforma móvel de produção de petróleo, que operou ou está operando nas proximidades da região.

A Secretaria do Ambiente de Búzios acredita que o óleo não seja bruto, mas proveniente da limpeza de tanques de grandes embarcações.

De acordo com a prefeitura de Arraial, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis já foi notificada. O Ibama está analisando amostras do óleo. Garis estão fazendo a limpeza das praias atingidas.

Agência Brasil

MEC amplia programa de apoio à implementação da BNCC

Nesta quarta-feira, 4 de abril, o Ministério da Educação (MEC) atualizou o Programa de Apoio à Implementação da Base Nacional Comum Curricular (ProBNCC), ampliando seu alcance para o Ensino Médio.

De acordo com o MEC, estão reservados até R$ 105 milhões para serem investidos no programa em 2019, dos quais R$ 58 milhões já estão disponíveis para os estados, R$ 30 milhões são reservados para o Plano de Ações Articuladas (PAR) e R$ 17 milhões serão destinados aos bolsistas que irão auxiliar no projeto.

A iniciativa vai acontecer em duas frentes: uma para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental; e outra para o Ensino Médio. O cronograma confirma o que estava previsto anteriormente:

Educação Infantil e Ensino Fundamental

Em 2019, o programa pretende investir na formação dos profissionais da Educação e na revisão dos projetos pedagógicos. A meta é que, até o final do ano, 70% dos profissionais da Educação recebam, no mínimo, 30 horas de formação sobre seus novos currículos, e que 70% das escolas estejam com seus projetos revisados.

Ensino Médio

Sem novidades, o projeto prevê, para 2019, a revisão e a elaboração dos currículos das redes, semelhante ao que aconteceu com as etapas da Educação Infantil e do Ensino Fundamental em 2018.

Os estados precisarão elaborar a parte comum do conteúdo que será ensinado para todos os alunos, nas áreas de Linguagens, Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza. A formação de professores e a revisão dos projetos pedagógicos fica para 2020. A Portaria nº 756, de 3 de abril de 2019 também prevê a contratação de articuladores de itinerários formativos – a parte flexível e optativa do currículo do Novo Ensino Médio. Os articuladores terão a função de elaborar as propostas para esta parte do currículo, bem como trabalhar em ações de formação continuada.

Desobrigação de alinhamento com outras políticas nacionais

Entre as novidades trazidas pela atualização do ProBNCC está a exclusão do artigo 13 da Portaria nº 331, de 5 de abril de 2018, que lançou o programa ainda durante a gestão de Rossieli Soares no MEC. O artigo excluído previa que o MEC promovesse “ao longo de 2018 e 2019, ações de alinhamento dos programas nacionais para favorecer a implementação da BNCC e garantir o suporte necessário aos estados e municípios para sua efetivação”.

Bolsas

Serão oferecidas 1.457 bolsas de formação para chamados “multiplicadores da BNCC”. Os R$ 17 milhões estão divididos entre R$ 9 milhões para Educação Infantil e Ensino Fundamental, com 809 bolsas para professores dessas etapas, e R$ 8 milhões para 648 bolsas para docentes do Ensino Médio.

“A comissão estadual de currículo faz a seleção desses profissionais, que devem ser professores das redes. Eles passam a participar dessa formação que o MEC oferece sobre como elaborar e implementar currículo, como revisar projeto pedagógico e como formar os professores”, explicou Danilo Leite Dalmon, coordenador geral de Inovação e Interação com o Trabalho da Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC, em informe enviado à imprensa.

De acordo com o mesmo informe, o apoio técnico oferecido pelo MEC será através de acompanhamento dos bolsistas durante sua formação e na elaboração dos currículos, na formação dos professores e na revisão dos projetos pedagógicos, além de apoio às equipes estaduais para “seguirem o cronograma do estado e a realizar suas tarefas”.

O lançamento do programa aconteceu em evento fechado para convidados, com representantes da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), do Conselho Nacional de Educação (CNE), da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (Uncme) e o do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação (FNCEE). De acordo com o MEC, essa é uma das ações para a implementação da BNCC em regime de colaboração entre todos os entes federados.

Nesta quarta-feira, 3 de abril, uma portaria no Diário Oficial incluiu CNE, Uncme e FNCEE na composição do Comitê Nacional de Implementação da BNCC.

Revista Nova Escola

Masp abre exposição sobre obra da modernista Tarsila do Amaral

Mesmo influenciada pela estética europeia, a modernista Tarsila do Amaral retratou temas e narrativas da cultura e religiosidade popular brasileira. Em seus desenhos e pinturas, a artista trouxe cenas do carnaval, das favelas, feiras e lendas indígenas. É essa produção que a mostra Tarsila Popular, que será aberta nesta sexta-feira (5) no Museu de Arte de São Paulo (Masp), pretende abordar.

A exposição reúne cerca de 120 trabalhos desde o início da carreira da pintora, na década de 1920, até obras da segunda metade do século 20. Marco do conceito antropofágico do modernismo brasileiro, o quadro Abaporu (na foto) também faz parte da mostra. O nome indígena da pintura, finalizada em 1928, significa “homem que come carne humana”. A obra inspirou o Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade, que trouxe a proposta de absorver a cultura europeia a partir de um ponto de vista nacional, transformando-a em uma estética tipicamente brasileira.

Tarsila estudou técnicas acadêmicas tradicionais na Europa. Ao voltar ao Brasil, em 1922, aderiu às ideias vanguardistas que, como ela, chegavam ao país. Nesse momento, conheceu fundadores do modernismo brasileiro, além de Oswald, com quem se casaria em 1926, se aproximou do escritor Mário de Andrade, da pintora Anita Malfatti e do poeta e pintor Menotti del Picchia. Eles formaram o chamado Grupo dos Cinco, que tomou a frente da defesa das ideias vanguardistas no Brasil.

A partir do conceito de antropofagia, Tarsila produziu obras como Urutu (1928) e Antropofagia (1929). Ambas, com temas fortemente ligados a uma ideia de brasilidade e sob influência estética das vanguardas europeias, podem ser vistas na mostra.

Na década de 1930, a artista começou uma produção com temais mais sociais, com obras como Segunda Classe, que mostra uma família descalça em uma estação de trem, e Operários, onde uma multidão de rostos se amontoa ao lado de chaminés de fábrica. Essas pinturas se relacionam com o momento da vida da artista, com a falência da família com a crise de 1929, seguida por uma viagem à União Soviética.

A exposição vai até o dia 23 de junho, no Masp, que fica na Avenida Paulista, região central da capital. Às terças-feiras, a entrada é gratuita, com o museu funcionando das 10h às 20h. De quarta a domingo, o horário de funcionamento é das 10h às 18h.

Governo quer corrigir o salário mínimo só com base na inflação a partir de 2020

O Ministério da Economia irá propor que o reajuste do salário mínimo seja feito apenas com base na inflação. Na prática, isso significa que os trabalhadores não terão ganho real. As informações são do jornal O Globo e foram divulgadas nesta 6ª feira (5.abr.2019).

Desde 2007, o reajuste leva em consideração, além da inflação do último ano, o crescimento do (PIB) Produto Interno Bruto de 2 anos antes. O objetivo, ao excluir a correção pelo PIB, é ajudar no equilíbrio das contas públicas. Os técnicos avaliam que a União pode economizar R$ 7,6 em 2020 com a medida.

O salário mínimo dos brasileiros é de R$998 e foi definido pelo presidente Jair Bolsonaro na 1ª edição do Diário Oficial da União de 2019.

A fórmula usada desde 2007 (com a correção pelo PIB) fez com que o piso salarial superasse a inflação, ajudando a reduzir a pobreza e estimou o consumo das famílias. Ao mesmo tempo, aumentou as despesas públicas acima da inflação e colaborou para a piora das contas públicas.

O governo precisa, necessariamente, apresentar uma nova previsão de reajuste no PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) até dia 15 de abril. Isso acontece porque o salário mínimo é base para o pagamento de benefícios previdenciários, assistenciais e trabalhistas.

Poder 360 (DF)

Inflação para famílias com renda mais baixa sobe para 0,67% em março

O Índice de Preços ao Consumidor-Classe 1 (IPC-C1), que mede a inflação para famílias com renda até 2,5 salários mínimos, é de 0,67% em março.

A taxa ficou acima do 0,49% de fevereiro. Com o resultado, o indicador acumula alta de 1,77% no ano e 5,42% nos últimos 12 meses. Os dados foram divulgados hoje (5), no Rio de Janeiro, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Os IPCs são calculados com base em preços coletados em sete capitais: Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador.

A inflação medida pelo IPC-C1 em março ficou acima das taxas observadas pelo Índice de Preços ao Consumidor–Brasil (IPC-BR), que apura a variação da cesta de compras para todas as faixas de renda. O IPC-BR registrou inflação de 0,65% em março e 4,88% em 12 meses.

Em março, quatro das oito classes de despesa componentes do IPC-C1 apresentaram aumento de fevereiro para março: transportes (de 0,22% para 1,27%), alimentação (de 0,97% para 1,23%), vestuário (de -0,04% para 0,61%) e educação, leitura e recreação (de -0,24% para 0,1%).

Quatro grupos de despesa tiveram queda na taxa no período: habitação (de 0,4% para 0,2%), saúde e cuidados pessoais (de 0,5% para 0,25%), despesas diversas (de 0,08% para -0,15%) e comunicação (de -0,05% para -0,06%).

Agência Brasil