sexta-feira, 19 de maio de 2017

Campanha no Rio usa personagens infantis para alertar contra a violência sexual




Pocahontas, as princesas Elsa e Anna de Arendelle - do filme Frozen - e o Homem Aranha foram convocados para colaborar com uma causa nobre: o combate à violência sexual contra crianças e adolescentes. Os personagens foram o meio encontrado pela Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos do Rio de Janeiro para tratar do tema delicado e se aproximar do universo infantil, dentro da campanha Contando um conto - cuidando de nossas crianças e adolescentes.

A campanha foi lançada ontem (18) na Cidade da Polícia, para marcar o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração de Crianças e Adolescentes, em memória ao caso da menina Araceli, que foi estuprada e morta em Vitória, em 1973, quando tinha 8 anos de idade.

A Secretaria produziu um vídeo em parceria com a Polícia Civil, por meio da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), com o título Marianinha, a menina que botou a boca no trombone, na qual as princesas e o super-herói contam a história de uma menina que denuncia um abuso que sofreu. O texto foi adaptado da cartilha de mesmo nome, escrita pelo inspetor e psicólogo da DCAV Emerson Brant, material que já era distribuído em delegacias e locais de acolhimento de crianças vítimas de violência.

De acordo com o secretário de Direitos Humanos, Átila Nunes, o objetivo da campanha é ampliar a conscientização das famílias para o tema, que, segundo ele, além de delicado, ainda é tabu. “São muitos os casos, infelizmente, que ainda acontecem, de violações contra crianças e adolescentes. Então é importante que todas as famílias tenham consciência e que possam entender que esse diálogo tem que haver em todas as casas”.

Nunes destaca que o mais importante é prevenir o problema, para evitar que os casos aconteçam. “Lógico que, uma vez que os casos aconteçam, tem que haver toda a investigação policial, por isso fizemos em conjunto com a Polícia Civil. O importante é que esse vídeo chegue até as escolas, através de redes sociais, que a gente possa, a partir de agora, buscar novas parcerias, inclusive com a Secretaria de Educação, para que a gente possa realmente divulgar esse vídeo, que ele chegue ao maior número de famílias possível”.

Emocionado, o autor da cartilha, inspetor Emerson Brant, que trabalha com entrevista qualificada de criança vítima desde 2002, explica que o texto, narrado como um livro infantil, utiliza a linguagem que as próprias crianças usaram, para ajudar os pais a falar sobre o assunto com os filhos.

“Os pais tinham dificuldade de relatar esse abuso, de conversar com a criança sem o medo de estarem estimulando a sexualidade. Então a cartilha busca prevenir brincando, trazendo a linguagem da criança. Nas palestras que a gente faz, os pais entendiam a importância do diálogo, mas não sabiam como falar do tema com os filhos. O título da cartilha mesmo, foi uma criança que me falou que estava com aquilo dentro dela e que ela precisava botar a boca no trombone.

Denúncias

As denúncias de abuso ou exploração sexual de crianças e adolescentes podem ser feitas no conselho tutelar ou pelo Disque-Denúncia Nacional (Disque 100). Apenas em 2016, o serviço de utilidade pública que atende denúncias de violações aos direitos humanos, recebeu mais de 15 mil ligações específicas sobre violência sexual contra crianças e adolescentes. Os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia foram os que mais tiveram denúncias.

No Rio de Janeiro, a DCAV faz cerca de 800 registros por ano e atende cerca de 350 vítimas. Segundo a delegada titular, Juliana Emerick, foram feitas 50 prisões pela DCAV e mais de 150 pessoas foram indiciadas. Do total de vítimas, 78% são meninas e maior faixa de incidência é de 5 a 9 anos de idade. Entre os agressores, 85% estão no âmbito familiar ou de conhecimento da vítima.

Agência Brasil

Sebrae lança Favela Mais em comunidades em São Paulo

Os empreendedores das favelas de Heliópolis e Paraisópolis, na cidade de São Paulo, poderão regularizar suas empresas e fazer cursos de capacitação em empreendedorismo a partir deste sábado (20). O Sebrae, em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa), promove o Favela Mais, projeto que tem o objetivo de incentivar o empreendedorismo nas comunidades. Os moradores das duas favelas poderão procurar os centros educacionais unificados de Paraisópolis e de Heliópolis para terem acesso ao atendimento da instituição. Um dos apoiadores do projeto é um dos fundadores da Cufa e rapper, cantor e ativista MV Bill, que nasceu na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, onde vive até hoje.

O Favela Mais irá identificar moradores com perfil empreendedor, incentivar a formalização de empresas já existentes e promover a capacitação empresarial nas comunidades carentes paulistas. De acordo com o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, quase a totalidade das empresas nessas favelas é formada por pequenos negócios. “Elas geram emprego e renda, estão próximas da casa ou do trabalho das pessoas e ajudam a desenvolver a região, pois o dinheiro que circula fica no bairro”, ressalta.

As duas comunidades têm cerca de 300 mil habitantes (Heliópolis com mais de 200 mil moradores e Paraisópolis, aproximadamente 100 mil). Ambas têm uma economia local bastante ativa e até alguns pontos de WiFi . São mais de 5 mil comerciantes e muito potencial para o surgimento de novos negócios. Além daqueles já existentes e que ainda não foram formalizados.

O projeto também irá promover a capacitação dos empresários locais, levando diretamente soluções do Sebrae, como os programas de qualificação do Microempreendedor Individual (MEI). Ainda será disponibilizado para a comunidade o programa SUPERMEI, lançado em parceria com o Sebrae em São Paulo, que visa requalificar pessoas nas profissões que faltam no mercado, como encanador, eletricista, entre outras atividades, transformando-os em microempreendedores individuais. Também serão fornecidas orientações sobre acesso ao microcrédito por meio do Desenvolve SP, para capital de giro, melhorias no negócio, estoque e equipamentos. 

Além de levar as soluções do Sebrae, o Favela Mais concentrará esforço na legalização dos negócios das comunidades. Recente atualização da Lei Geral da Micro e Pequena empresa permitiu desconectar a legalidade do imóvel com a legalidade do negócio. O projeto ainda irá aproveitar a base do programa Negócio a Negócio, que promove visitas de Agentes de Orientação Empresarial para diagnosticar melhorias na gestão de empresas. Com isso, os moradores das favelas poderão ser treinados como orientadores na formalização dos negócios. O projeto tem o apoio da Prefeitura de São Paulo e do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA).

O Governo Federal, por meio do MDSA, entra no projeto fornecendo acesso ao cadastro do Bolsa Família, o que vai permitir que o Sebrae ofereça aos beneficiários do programa a oportunidade de montarem seu próprio negócio. “É a porta de entrada da auto-sustentabilidade dessas famílias”, comemora Afif Domingos.

Agência Sebrae de Notícias

Janot diz que Aécio tentou impedir avanço da Lava Jato; Aécio nega

O senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) teria buscado estratégias para impedir o avanço das investigações da Operação Lava Jato e, para tanto, tentado articulação com o presidente Michel Temer e o atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que à epoca era ministro da Justiça. A constatação é do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em documento enviado ao STF.

“Mais especificamente sobre a Lava Jato, o senador teria tentado organizar uma forma de impedir que as investigações avançassem, por meio de escolhas dos delegados que conduziam os inquéritos, direcionando as distribuições, mas isso não teria sido finalizado entre ele, Michel Temer e o ex-ministro da Justiça e atual ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes”, registra Janot.

A afirmação do procurador-geral da República está na decisão do ministro do STF Luiz Edson Fachin, que determinou a abertura de inquérito para investigar Temer e Aécio Neves a partir das informações dos depoimentos de delação premiada de executivos do grupo JBS. Os pedidos de abertura de inquérito formulados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e o conteúdo dos depoimentos foram divulgados hoje (19) pelo STF.

Mais à frente, Janot retoma o tema: "Além disso, verifica-se que Aécio Neves, em articulação, dentre outros, com o presidente Michel Temer, tem buscado impedir que as investigações da Lava Jato avancem, seja por meio de medidas legislativas, seja por meio de controle de indicação de delegados de polícia que conduzirão os inquéritos". Até o momento, o Palácio do Planalto não se pronunciou sobre os novos conteúdos de depoimentos divulgados hoje pelo STF.

Em depoimento de delação premiada, o empresário Joesley Batista diz que pagou R$ 2 milhões em propina a Aécio Neves este ano para que ele atuasse em favor da aprovação da lei de abuso de autoridade e anistia ao caixa 2 em campanhas eleitorais.

Ontem, a defesa de Aécio confirmou que o senador afastado pediu R$ 2 milhões a Joesley. Entretanto, segundo o advogado José Eduardo Alckmin, foi um pedido de empréstimo para custear a defesa de Aécio, que já era investigado pela Operação Lava Jato. De acordo com José Eduardo Alckmin, foi uma transação particular, que não teve relação com o cargo de senador.

Senador nega - O senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) negou que tenha tentado impedir os avanços da Operação Lava Jato, como afirmou o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. Por meio de nota à imprensa, Aécio respondeu às acusações de Janot que constam na decisão do ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinando a abertura de inquérito contra ele e o presidente Michel Temer.

O parlamentar disse que os comentários feitos por ele sobre os delegados da Lava Jato foram feitos em uma “conversa privada” na qual o objetivo era opinar sobre a “demora da conclusão de alguns inquéritos”. Para Janot, a tentativa de impedir as investigações teriam se dado por meio da escolha de delegados que conduziam os inquéritos.

De acordo com o comunicado, Aécio Neves já se pronunciou publicamente em apoio à Lava Jato e à Polícia Federal em “diversas oportunidades”. Sobre os diálogos que manteve com ministros do STF, ele disse que faz parte da “atividade parlamentar” o ato de manifestar posições sobre propostas legislativas, como foi o caso do projeto sobre abuso de autoridade. De acordo com o comunicado, o senador afastado “participou intensamente” da retirada, no texto, do “chamado crime de hermenêutica” com base nas sugestões feitas por Rodrigo Janot e pelo juiz federal Sérgio Moro.

“O senador Aécio Neves jamais agiu ou conversou com quem quer que seja no sentido de criar qualquer tipo de empecilho à Operação Lava Jato ou à Polícia Federal, que sempre teve seu trabalho e autonomia apoiados pelo senador em suas agendas legislativas, e também como dirigente partidário”, afirmou a assessoria do senador afastado. Nessa quinta-feira (18), o ministro Fachin afastou Aécio Neves do mandado, mas negou o pedido de prisão preventiva contra ele feito pela Procuradoria-Geral da República.

Em depoimento de delação premiada homologado pelo STF, o dono do grupo JBS, Joesley Batista, disse que pagou R$ 2 milhões em propina a Aécio Neves este ano para que ele atuasse em favor da aprovação da lei de abuso de autoridade e anistia ao caixa 2 em campanhas eleitorais. O dinheiro teria sido entregue a um primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, que foi preso nessa quinta-feira (18). A entrega foi registrada em vídeo pela PF, que rastreou o caminho do dinheiro e descobriu que o montante foi depositado em uma conta da empresa do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).

Ontem, a defesa de Aécio confirmou que o senador afastado pediu R$ 2 milhões a Joesley. Entretanto, segundo o advogado José Eduardo Alckmin, foi um pedido de empréstimo para custear a defesa de Aécio, que já era investigado pela Operação Lava Jato. De acordo com José Eduardo Alckmin, foi uma transação particular, que não teve relação com o cargo de senador.

Agência Brasil

Suspensão de reformas permitirá ampliar debate com trabalhadores, diz Dieese

Para o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, a suspensão do calendário das reformas trabalhista e da previdência abre espaço para novos debates com os trabalhadores e movimentos sindicais, para que os parlamentares alterem pontos do projeto quando retormarem os trabalhos de análise e votação.

Ontem (18), os relatores Arthur Maia (PPS-BA), da reforma da Previdência, e Ricardo Ferraço (PSDB-ES), da reforma trabalhista, anunciaram que a tramitação das propostas estão paralisadas, após a crise política instalada em Brasília, após as denúncias envolvendo o presidente, Michel Temer.

Segundo Clemente, as centrais sindicais tentarão apresentar suas propostas para as reformas. "Na trabalhista, elas querem que o projeto seja retirado seja, para que aconteça um debate com trabalhadores, empregadores e a Justiça do trabalho. Assim, a reforma pode ser um conjunto de mudanças, que fortaleça todas as partes."

Sobre as mudanças na Previdência, o diretor técnico do Dieese diz que o movimento sindical quer discutir o financiamento e as mudanças na gestão, como a revisão nas isenções para evitar as evasões e inadimplência. 

Rede Brasil Atual

Curitiba recebe Marcha pela Diversidade no dia 21

Pela segunda vez na história, Curitiba terá uma Marcha pela Diversidade em defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. A marcha acontece no domingo (21) e encerra a Semana da Diversidade, organizada pelo Grupo Dignidade, Transgrupo Marcela Prado e UNA LGBT. A data da marcha foi escolhida pela proximidade com o Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia, celebrado no dia 17 de maio. 

A partir das 13h30, os participantes vão se concentrar na praça Santos Andrade, no centro da capital. A marcha começa na rua João Negrão e segue em direção à praça Zacarias pela avenida Marechal Deodoro. O encerramento será na avenida Luiz Xavier, próximo ao relógio da Boca Maldita, no calçadão da rua XV. 

Vigília 

Na quarta-feira (17), a Associação Paranaense da Parada da Diversidade LGBTI e o Dom da Terra AfroLGBT organizaram um dos eventos mais importantes da Semana da Diversidade 2017: uma vigília em solidariedade às vítimas da LGBTfobia no Brasil, na Chechênia e na Rússia. Os manifestantes levaram faixas e cartazes à escadaria do prédio histórico da UFPR, na praça Santos Andrade, e expuseram dados alarmantes sobre a homofobia e à violência de gênero em cada país. 

O Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. A cada 25 horas, um LGBT é assassinado. 

Curitiba tem um setor da polícia especializado em atender vítimas de racismo, homofobia, xenofobia e outras formas de discriminação. Desde novembro de 2016, o Setor de Atendimento ao Vulnerável funciona dentro da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil. 

Brasil de Fato

Latuff e os golpes


Ilustração Carlos Latuff

Gravação de Joesley com Temer é clara: 'Tem que manter isso, viu'

O Supremo Tribunal Federal enviou na tarde de hoje (18) as gravações que integram as delações premiadas do frigorífico JBS para o Palácio do Planalto. No começo da noite, os áudios, de 39 minutos, foram divulgados para a imprensa.

Na noite de ontem, o jornal O Globo informou que os donos do frigorífico JBS gravaram Temer dando aval para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava Jato. A informação dos empresários foi dada em delação à Procuradoria-Geral da República.

“Eu estou de bem com o Eduardo”, disse um dos donos da JBS, Joesley Batista, ao presidente Michel Temer. “Tem que manter isso, viu...”, respondeu Temer. Há também documentos e vídeos feitos pelos delatores e também pela Polícia Federal.

As delações de Joesley e Wesley Batista foram homologadas pelo ministro do STF Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, o que valida as gravações juridicamente e permite novas investigações com base nos áudios. Fachin autorizou a abertura de um inquérito para investigar o presidente.

“Queria te ouvir um pouco, presidente. Como tá nessa situação toda, Eduardo, não sei o que, Lava Jato”, disse Wesley. “O Eduardo resolveu me fustigar. Você viu que... Eu não tenho nada a ver com a defesa. O Moro indeferiu 21 perguntas dele, eu não tenho nada a ver com a defesa dele”, respondeu Temer.

Diante da repercussão sobre o assunto, Temer fez um pronunciamento por volta das 16h afirmando que não renunciará ao cargo.

O caso

Segundo o jornal O Globo, Joesley Batista entregou uma gravação feita em março deste ano em que diz a Temer que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada para que permanecessem calados na prisão.

No depoimento aos procuradores da força-tarefa da Lava Jato, Joesley afirma que não foi Temer quem determinou a mesada a Eduardo Cunha, mas que o presidente "tinha pleno conhecimento" da operação pelo silêncio do ex-deputado.

Em outra gravação, também de março, Temer indica o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para "resolver assuntos" da J&F, holding que controla a JBS. Posteriormente, Rocha foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil, enviados por Joesley.

O colunista contou que os irmãos Joesley e Wesley Batista estiveram na quarta-feira passada (10) no Supremo Tribunal Federal (STF) no gabinete do ministro relator da Lava Jato, Edson Fachin – responsável por homologar a delação dos empresários. Diante dele, os empresários teriam confirmado que tudo o que contaram à PGR em abril foi de livre e espontânea vontade.

Leia abaixo, na íntegra, a transcrição do diálogo.

[Joesley]: E aí, doutor, Tudo bem? Tudo bem? Faz tempo que a gente não se vê.

[Temer]: Hein?

[Joesley]: Faz tempo que eu não te vejo.

[Temer]: É que você está fora do Brasil. Soube que você estava morando [...]. Está nos Estados Unidos?

[Joesley]: É... tudo bem? Tô ficando muito, muito, a maior parte é lá. Como é que está a correria?

[Temer]: Sabe que eu era tão feliz e agora sabe como é, né, cheio de compromissos, né? E aqui, primeiro, que você sabe que eu estou fazendo dez meses e parece que foi ontem, né? Parece que foi ontem e parece que foi uma [...], são duas coisas. Segundo, que tenho uma oposição complicada [...] no começo, né? Eles começaram: "golpe, golpe, golpe", daí não passou. Aí "economia não vai dar certo, não vai dar certo", e daí começou a dar certo e daí os caras estão num desespero, entendeu? Primeiro, que eu tenho o apoio do Congresso, se eu não tenho o apoio do Congresso, eu tô ferrado...

[Joesley]: Muito grande, né?

[Temer]: Tenho apoio da imprensa, enfim, mas vai dar certo, nós vamos atravessar isso daí, você vai ver. Vamos chegar no final deste ano já muito melhor. E em 2018 vamos comemorar.

[Joesley]: Com certeza. Sabe que nós vamos chegar, é isso mesmo, vamos chegar no fim desse ano olhando pra frente, [...] Olhando...

[Temer]: Já começou, modestamente e tal, mas já começou. E uma coisa que eu não esperava que começasse agora.

[Joesley]: Muito rápido. Foi muito rápido, porque você está falando dez meses, mas, na realidade...

[Temer]: Há seis começou, né?

[Joesley]: Então, porque teve aquele periodozinho ali muito duro, né, que não podia fazer nada, que não...

[Temer]: Seis meses como titular e olha o que nós já fizemos. O teto dos gastos, a reforma [...] aprovamos a [...], eu acho que estava lá há dez meses e não se votava, aprovamos a admissibilidade da Comissão Nacional da Justiça, fizemos um grande acordo trabalhista, que acordaram sobre padrão das centrais sindicais. Muito rápido.

[Joesley]: Muito rápido. Muita coisa e muito rápido.

[Temer]: É.

[Joesley]: O... a economia está bem, vai ter que baixar o juro rápido, porque a expectativa foi muito rápida, né? A reversão da expectativa.

[Temer]: [...] desce mais um, vai descendo responsavelmente.

[Joesley]: E você sempre tem que deixar o mercado com a sensação de que foi pouco. Tem que ficar na sensação de que...

[Temer]: Tem razão.

[Joesley]: Não pode tomar a dianteira. Que você vê, o Banco Central baixou 25, depois 25, aí quando ele deu aquele 75, o mercado deu uma animada, só que aí já esperava 1, aí deu 75, é muito, 75 é muito, aí deu 1! O mercado: Pô, agora vai dar 1? O mercado vai achar pouco, pô, mas só 1, tinha que ser 1,5. Não, tá bom, presidente, é tarde, deixa eu te falar. Primeiro, eu vim aqui roubar dois, três minutinhos de você [...]. Primeiro, que eu não tinha te visto, né, desde quando você assumiu.

[Temer]: [...] Quando eu assumi, não?

[Joesley]: Não, não, antes de assumir.

[Temer]: Antes de assumir. Dez meses.

[Joesley]: Eu estive contigo no teu escritório, dez dias antes ali...

[Temer]: É. Isso.

[Joesley]: ...quando estava ali naquela briga ainda, naquela guerra pela...

[Temer]: Tem razão.

[Joesley]: ... pela rede social...

[Temer]: Tem razão.

[Joesley]: ... e tal e coisa de golpe e tal. Mas, tudo bem, e aí, enfim, de lá pra cá eu vinha falando com o Geddel, enfim, e aí também não...

[Temer]: Deu aquele problema... Aquele idiota... foi confiar nos outros dá nisso.

[Joesley]: Bobagem.

[Temer]: Uma bobagem que eles fez, agora, sem consequência alguma...

[Joesley]: Não precisava daquilo.

[Temer]: E o cara aproveitou pra fazer um carnaval.

[Joesley]: Mas eu vinha falando com o Geddel, andei falando algumas vezes com o Padilha também, mas agora que o Padilha adoeceu, ficou adoentado, enfim, aí eu fiquei meio... falei "deixa eu ir lá pra dar uma... ". Queria primeiro dizer o seguinte: "tamo" junto aí, o que o senhor precisar de mim, viu, me fala.

[Temer]: Está bom, mas tem que esperar passar essa...

[Joesley]: Funciona super bem à noite, onze horas da noite, meia?noite, dez e meia, venho aqui, converso uns dez minutinhos, meia horinha, vou embora... Tá. Falar de outra coisa aqui. O Henrique, como é que você está com o Henrique?

[Temer]: Tá muito bem. Tranquilo.

[Joesley]: Tá tudo bem?

[Temer]: Quer dizer, ele concorda, não que vai acontecer isso aqui, mas ele faz o que eu [...] muito bem.

[Joesley]: Ele é trabalhador. Ele é trabalhador.

[Temer]: É trabalhador. [...] o que essa gente fez com o Brasil é inacreditável. É inacreditável. Mas o Henrique vai muito bem comigo. Eu chamo ele pra trabalhar...

[Joesley]: E ele gosta.

[Temer]: Ele gosta.

[Joesley]: Ele gosta de trabalhar. Você não chama ele pra ir pra praia. Se você for pra praia e chamar ele, ih...

[Temer]: Não tem graça.

[Joesley]: Agora, se falar: "não, vamos trabalhar". Eu tenho o Henrique como muito disciplinado, lógico, tenho uma relação ótima com ele. E eu tive assim, o não sei, eu já andei falando com ele alguns assuntos, conhecendo ele, ele é [...] pra caramba, né, presidente? Um dia eu falei com ele. [...] e tal e ele: "aquilo lá, não, faz as coisas e tira fora". "Mas não é você que manda nessa merda?" "Não, aquilo lá"...

[Temer]: [...].

[Joesley]: Então, aí que eu quero... Um dia eu falei assim: "Henrique, precisa mexer na Receita Federal, porra. Tanto tempo aí.". – "tenho um monte de coisa pra fazer". "Ixe, não. Não posso mexer.". Aí... BNDES. Não, BNDES é planejamento. Mas foi você que botou a Maria Silvia lá! Não, não, é do Jucá... É outro...

[Temer]: [...] ligou, acertou e tal. [...]

[Joesley]: Queria ter alguma sintonia contigo, pra quando eu falar com ele, ele não jogar "Ah não, o Presidente não deixa, não quer.". Pô, Henrique, mas você é muito banana, você não manda porra nenhuma.". [Risos] Aí eu falei com... [...] aí era o... o Presidente do CADE ia mudar, mudou ou botou alguém aí.

[Temer]: Já mudou.

[Joesley]: Já mudou? Isso. Aí falei: Ei, pô, presidente do CADE. Ah, isso aí... Quero dizer o seguinte, resumindo, eu também não sei se é hora de mexer em alguma coisa, porque dentro do contexto geral, também não quero importunar ele, também... se eu for mais... que eu trabalhei com ele quatro anos, se for mais firme nele "pô, Henrique, tem que..." eu acho que ele... acho que ele corresponde.

[Temer]: Ele, você sabe, [...] maiores [...], a vinda dele pra mim, foi por você.

[Joesley]: Isso. Até voltando um pouco, ao Carlos Eduardo, na época... "Ó, briguei lá, tal... Ó, agora tem que ver se...", enfim, tudo bem, aí ele, uns quinze dias antes dele..., o Eduardo, aí ele veio e deu uma cobradazinha em mim. "Ó, agora tenho que trabalhar, né, e não sei o que e tal". "Eduardo, não é assim também, espera aí, não é assim não.". "Ah, mas puta que pariu.".

[Temer]: Aí deu no que deu.

[Joesley]: Aí deu no que deu. Aí eu falei: "Eduardo... - Uns quinze dias antes – Eduardo, não é assim, não, espera aí.". "Não, pô, você tá com a Ferrari aí?". Porque ele se referia, que ficou Fazenda, Banco Central... Banco Central perdeu status de Ministro, né? Pô, o Henrique ficou muito prestigiado, né? Mas espera aí, o Henrique também não vai sair fazendo [...]. Queria só, não sei se eu... te dar um toque em relação a isso, em relação a... eu não sei o quanto eu vou mais firme no Henrique, o quanto eu deixo ele com essa pepineira dele aí e tal... Enfim.

[Temer]: [...]

[Joesley]: Se ele jogar pra cima de você, eu posso bancar e dizer assim: Não, não, qualquer coisa eu falo com ele.

[Temer]: [...]

[Joesley]: Pronto. Qualquer coisa... Ah, então. Lógico, lógico. Eu não vou falar nada descabido. Agora, esse presidente do CADE [...] falei com ele: "Henrique, é importantíssimo ter o Presidente do CADE ponta firme.".

[Temer]: [...]

[Joesley]: Já foi. Já foi. Em Janeiro agora. Eu falei pra ele. Ele já foi nomeado Presidente.

[Temer]: Tem que ter uma conversa franca.

[Joesley]: Não sei, então, talvez... Por exemplo, agora tá o Presidente da CVM pra trocar, não trocar... É outro lugar, é fundamental. E aí, queria assim...

[Temer]: Você poderia falar com ele.

[Joesley]: Mas é que se eu falar com ele e ele empurra pra você, eu poder dizer: "não, não, não, espera aí".

[Temer]: Pode fazer.

[Joesley]: Só isso que eu queria ter esse alinhamento, pra gente não ficar... E pra ele perceber que nós estamos...

[Temer]: [...]

[Joesley]: Mas quando eu digo de ir mais firme no Henrique é isso. Falar: Henrique, porra, mas você vai levar? Você vai fazer isso? Vô. Então tá bom. Então que ele venha. Pronto, é só esse alinhamento só que eu queria ter...

[Temer]: Pode fazer isso.

[Joesley]: E todos, em termos assim mais amplos, assim, genéricos... Quando eu falar um negócio, bom, pelo menos vai, consulta lá, vê. O negócio do BNDES lá, da operação, Geddel me falou que teve todo empenho...

[Temer]: [...] não sei exatamente quem [...] e eles queriam que [...]

[Joesley]: Não deu de um jeito, mas deu do outro, então, tá, e deu certo.

[Temer]: [...] eu chamei e ela veio me explicar. Daí [...] mas nós fizemos de outro jeito e deu certo. Então ela...

[Joesley]: É, o BNDES está bem travado. Esse negócio do BNDES é outra. [...] influência [...] E Maria Silvia está falando com quem? Parece que tá problemático, viu?

[Temer]: [...]

[Joesley]: Então.

[Temer]: [...] eu não sei porque tem dois servidores lá que estão com os bens indisponíveis [...] os caras não podem mexer e por isso eles estão com medo de mexer em qualquer coisa. Está com uma verba lá de 150 bilhões. [...]

[Joesley]: É isso que eu quero. Se ele escorregar eu digo ó, consulta lá.

[Temer]: Consulta o presidente.

[Joesley]: Consulta e me fala. Tá bom. E Geddel, você tem visto ele?

[Temer]: Falei com ele hoje por telefone. Mas ele [...]

[Joesley]: Ah, é? E ele? Exatamente. O Lula vai voltar? Como é que vai ser as eleições em 2018?

[Temer]: Não sei. Está desempenhando como nunca [...] está ruim, realmente está ruim, está pesado, está quebrada a economia etc. etc., mas eu acho que quando melhorar bem a economia [...].

[Joesley]: Com certeza. Casa que falta pão não tem União. Não é assim? Não tem nenhum remédio melhor do que as coisas bem financeiramente... Todo mundo acalma, todo mundo... E no TSE, como é que está?

[Temer]: O negócio tá com o Herman Benjamin agora. Um troço meio maluco, não consigo [...] primeiro que eu acho que não passa negócio da minha cassação, não passa, porque eles têm uma consciência política 'porra, mais um presidente'. Primeiro. Segundo, [...]. Terceiro, caso tenha a procedência da ação, não perco os direitos políticos e uma procedência tem recurso no Supremo e até aí já terminou o mandato. [...]

[Joesley]: Então tá bom. Puta que pariu...

[Temer]: Os aborrecimentos que você tá tendo também, né?

[Joesley]: É duro, Presidente, pelo seguinte. Igualzinho o senhor aqui também, a gente fica equilibrando os pratos. Nós não temos só isso. Tem a empresa, tem o concorrente, tem os Estados Unidos, tem o dia a dia, tem a empresa, e isso de repente tem que parar por conta de resolver coisa... Eu falo lá pro Procurador, eu digo "Dr. Procurador, o senhor quer me investigar, não tem problema. Mas não fica dando solavanco, não. Não fica... sabe, dando solavanco e fazendo medidas... escancaradas, divulgando pra imprensa... Doutor, é o seguinte, eu posso estar certinho, mas eu vou chegar lá morto de tanto solavanco que o senhor vai me dar, se estiver 100% certo, eu morro. Para com isso.". Da última vez eu falei: "faz um favor pra mim, me denuncia de alguma coisa". E ele disse: "Mas não tenho nada pra denunciar". "Então inventa. Para, porque eu não aguento. Se o senhor ficar desse jeito, o senhor vai me quebrar.". Puta que pariu. E eu sei que o seguinte... Mas tudo bem. Nós somos do couro grosso, né? Vamos lá.

[Temer]: Vai passar. Vai passar. Não vai ficar a vida toda assim, né?

[Joesley]: Tem... Como se diz, tendo os pés no chão, também, passar vai passar. Tá faltando, talvez, presidente, quando estava ali falando da anistia, o negócio da autoridade... a gente tinha uma coisa objetiva pra lutar pelo que, né, não? Ó, estamos lutando, trabalhando... a gente tinha que pensar o quê? [...] esses meninos eles não têm juízo. Não para. Vão ficar... Pum, pum, pum... Porque um delata um, que delata o outro, que delata um, que delata o outro... Delação com a verdade, não precisa provar nada. E você sabe de um negócio, que é o seguinte, eu até perdoo o... já teve uns quatro, cinco que delatou nós. Coisa estapafúrdia. Aquele Sérgio Machado, nunca vi esse cara na vida. Eu vi o vídeo. Eu fiquei pensando... que fala assim: Fala aí da JBS. Não, não tenho nada. Ah, mas então vai preso. Então não vai embora. Não, não conheço esse povo. Não, lembra... senão não fecho. Eu vi o vídeo, o pobre coitado do Sergio Machado que eu não conheço. Ele comemorando o último capítulo, era o JBS. Então fala o JBS. Aí ele decorou, leu um papelzinho lá, tal, tal, tal... Quando acabou: ah, acabou... Tá no vídeo.

[Temer]: O Sérgio Machado?

[Joesley]: É. Falando de JBS. Nós nunca passamos perto da Petrobras, da... Transpetro. Nunca vi esse Sérgio Machado na vida, nem ele, nem os filhos dele, nada. Mas o Procurador viu... Fala, senão... Fala. Lembra de alguma coisa. Qualquer coisa. Aí o cara... Ah...

[Temer]: Se pudesse degravar [...]

[Joesley]: Eu fico imaginando, teve um menino, numa dessas operações, que estava preso, ele contando, ele teve que falar alguma coisa nossa. Ele contando, dá dó do cara. Falou: Gente, vocês não sabe. Eu fiquei quinze dias humilhado na cadeia, porque não tinha nada pra falar de vocês. Aí foi, foi, foi... eu falei. Você olha pro cara... De tudo que aconteceu conosco até agora, tem só um tal do PIC, que é procedimento investigativo criminal. Não tem nada, não tem uma prova, não tem um dinheiro meu no exterior que eu depositei, não tem uma... E no dia que aconteceu eu estava nos Estados Unidos. Eu liguei pro meu advogado, o que é isso? Ele também não sabia, é criminalista. Não, o delegado disse que não precisa se preocupar... É um PIC, procedimento Investigativo criminal. Só um procedimento investigativo. Tá bom. Meia hora falou ó, bloqueou as contas. Passou mais meia hora, ó, os bens estão bloqueados. Que coisa que não é problema? Passou mais meia horinha... Estão recolhendo os passaportes. Não pode viajar. Tá louco? Daqui a pouco... Ué? Procedimento investigativo tu é preso. Foi onde corri lá no Procurador, dei um seguro garantia de um bilhão e meio... Pronto, resolveu meu problema. Imagina se eu não consigo fazer um negócio desses? É muito desproporcional. Então, eu acho, Presidente, assim, tem que criar... não sei o que também, alguma agenda, alguma coisa. Eu estava lendo PSDB, né, esse choque aí. Agora estão se mexendo, dizendo: Não, não sei o que... [...]

[Temer]: [...] e daí começa a dar solução.

[Joesley]: Não vou tomar mais seu tempo não. Obrigado.

[Temer]: Bom te ver aí, viu.

[Joesley]: Adorei te ver. Nós estamos combinando o seguinte, ó, primeiro, precisando de alguma coisa a gente se fala.

[Presidente Temer]: Obrigado.

[Joesley]: Segundo, estamos lá nos defendendo. Terceiro, o negócio do Henrique, ótimo. E, enfim, se surgir alguma novidade... e se for urgente, eu...

[Temer]: [...]

[Joesley]: Eu gostei desse jeito aqui. Eu vim dirigindo, nem vim com motorista, eu mesmo dirijo.

[Temer]: [...] Rodrigo se identifica lá.

[Joesley]: Eu tinha combinado de vim com ele.

[Temer]: Ah, você veio sozinho?

[Joesley]: Eu vim sozinho, mas eu liguei pra ele era dez e meia, até por isso que atrasei cinco minutinhos. Aí deu nove e cinquenta mandei mensagem pra ele. Ele não respondeu, deu dez e cinco eu liguei. Cadê? Puta, eu tô num compromisso aqui, vai lá, fala... Eu passei a placa do carro e fui chegando e eles abriram, nem dei meu nome. Fui chegando, viram a placa do carro, entrei... funcionou superbem. O senhor vai mudar pro outro [Palácio do Alvorada]?

[Temer]: Eu mudei pro outro e fiquei uma semana lá [...] Primeiro, tem lá embaixo, né?

[Joesley]: Conheço, conheço, o térreo.

[Temer]: Em cima, partindo da parte debaixo, então tem oito, dez dormitórios, tem cozinha, tem massagem [...] e eu não consegui dormir [...]. Falei: vamos voltar. E ela foi pra Bahia três dias e da Bahia daí não aguentei. [...]

[Joesley]: É muito frio, aqueles vidrão... Como é que a Dilma aguentava ficar sozinha lá? Bom, deixa eu ir embora. Já é tarde.

[Temer]: Mas você tá bem disposto, né, Joesley?

[Joesley]: Tô bem. Deixa eu pegar...

[Temer]: Você emagreceu.

[Joesley]: Emagreci. Estou me alimentando bem. Comendo mais saudável. Mas não é comendo pouco, não. Tô comendo bastante. Mas coisa mais saudável. Menos doce, menos industrializado...

[Temer]: [...]


Ouça a gravação aqui: 





Rede Brasil Atual

Paulo Câmara nega acusações através de nota oficial

Diante das acusações de ter recebido propina do grupo JBS, o governador Paulo Câmara (PSB) escreveu uma nota oficial e distribuiu para a imprensa, negando veemente as acusações. "Nunca solicitei e nem recebi recursos de qualquer empresa em troca de favores. Tenho uma vida dedicada ao serviço público. Sou um homem de classe média, que vivo do meu salário". 




Leia a nota na íntegra:

"Venho repudiar, veementemente, a exploração política do depoimento do delator Ricardo Saud, que, já antecipo, não corresponde à verdade. Não recebi doação da JBS de nenhuma forma. Nunca solicitei e nem recebi recursos de qualquer empresa em troca de favores. Tenho uma vida dedicada ao serviço público. Sou um homem de classe média, que vivo do meu salário.

Como comprovará quem se der ao trabalho de ler o documento que sintetiza a delação, o próprio delator afirma (no anexo 36, folhas 72 e 73) que nas doações feitas ao PSB Nacional "não houve negociação nem promessa de ato de ofício", o que significa que jamais houve qualquer compromisso de troca de favores ou benefícios. Desta forma, é completamente descabido o uso de expressões como "propina" ou “pagamento”.

Reafirmo a Pernambuco e ao Brasil que todas as doações para a minha campanha foram feitas na forma da lei, registradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral".


Paulo Câmara
Governador de Pernambuco


Secretaria de Imprensa de Pernambuco

Michel Temer pede para STF arquivar inquérito contra ele

O presidente Michel entrou, nesta sexta-feira, com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para arquivar o pedido de inquérito contra ele, aberto nesta quinta-feira. O pedido foi distribuído para o ministro Luis Roberto Barroso.

O presidente Michel Temer foi gravado pelo dono da JBS Joesley Batista, dando aval para o pagamento de propina ao deputado cassado Eduardo Cunha em troca do silêncio dele. Diante de Joesley, Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Posteriormente, Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley.

Temer também ouviu do empresário que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: "Tem que manter isso, viu?".


Jornal O Globo (Rio)

Em nota, CNBB pede saída democrática

Os membros da Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), emitiram na manhã desta sexta-feira, 19 de maio, uma Nota Oficial com o título “Pela Ética na Política” na qual afirmam que a Conferência está “unida aos bispos e às comunidades de todo o país” e acompanha “com espanto e indignação” as graves denúncias de corrupção política acolhidas pelo Supremo Tribunal Federal.

Na Nota, os bispos afirmam que “tais denúncias exigem rigorosa apuração, obedecendo-se sempre as garantias constitucionais. Apurados os fatos, os autores dos atos ilícitos devem ser responsabilizados. A vigilância e a participação política das nossas comunidades, dos movimentos sociais e da sociedade, como um todo, muito podem contribuir para elucidação dos fatos e defesa da ética, da justiça e do bem comum”.

“Além disso, é necessário que saídas para a atual crise respeitem e fortaleçam o Estado democrático de direito. Pedimos às nossas comunidades que participem responsável e pacificamente da vida política, contribuam para a realização da justiça e da paz e rezem pelo Brasil”, concluem os membros da Presidência.

Leia a Nota:

Brasília-DF, 19 de maio de 2017
P – Nº 0291/17

Pela Ética na Política
Nota da CNBB sobre o Momento Nacional

“O fruto da justiça é semeado na paz” (Tg 3,18)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, por meio de sua Presidência, unida aos bispos e às comunidades de todo o país, acompanha, com espanto e indignação, as graves denúncias de corrupção política acolhidas pelo Supremo Tribunal Federal. Segundo a Constituição, Art. 37, é dever de todo servidor público, principalmente os que detêm elevadas funções, manter conduta íntegra, sob pena de não poder exercer o cargo que ocupa.

Tais denúncias exigem rigorosa apuração, obedecendo-se sempre as garantias constitucionais. Apurados os fatos, os autores dos atos ilícitos devem ser responsabilizados. A vigilância e a participação política das nossas comunidades, dos movimentos sociais e da sociedade, como um todo, muito podem contribuir para elucidação dos fatos e defesa da ética, da justiça e do bem comum.

A superação da grave crise vivida no Brasil exige o resgate da ética na política que desempenha papel fundamental na sociedade democrática. Urge um novo modo de fazer política, alicerçado nos valores da honestidade e da justiça social. Lembramos a afirmação da Assembleia Geral da CNBB: “O desprezo da ética leva a uma relação promíscua entre os interesses públicos e privados, razão primeira dos escândalos da corrupção”.

Recordamos também as palavras do Papa Francisco: “Na vida pública, na política, se não houver a ética, uma ética de referimento, tudo é possível e tudo se pode fazer” (Roma, maio de 2013). Além disso, é necessário que saídas para a atual crise respeitem e fortaleçam o Estado democrático de direito.

Pedimos às nossas comunidades que participem responsável e pacificamente da vida política, contribuam para a realização da justiça e da paz e rezem pelo Brasil.

Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, nos ajude a caminhar com esperança construindo uma nova sociedade.

Cardeal Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília
Presidente da CNBB

Dom Murilo S. Ramos Krieger
Arcebispo de São Salvador da Bahia
Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB

Portal Brasil 247

Urgente: morre cantor e radialista Kid Vinil

O cantor e produtor musica Kid Vinil morreu nesta sexta-feira, em São Paulo. As informações são do jornal Estado de S. Paulo.

Em abril, o artista foi transferido para o Hospital da Luz, em São Paulo, em um helicóptero UTI. Ele estava internado em Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais, cidade onde passou mal depois de um show.

Amigos e fãs de Kid Vinil se mobilizaram pela redes sociais cobrir custos da transferência para São Paulo, avaliada em R$ 15 mil. Uma postagem da banda Ratos de Porão no Facebook com informações para doação, por exemplo, contou com mais de uma centena de compartilhamentos e mensagens de apoio.

Zero Hora (RS)

A foto que sintetiza o Brasil de hoje

No momento em que o Brasil derrete em meio à maior crise de usa história, uma foto prova que uma imagem pode, sim, valer mais do que mil palavras.

Dormindo no chão, um mendigo de um Brasil arruinado pela recessão provocada pelo golpe – uma conspiração de políticos corruptos apoiada pelo capital financeiro.

Sob o logo do Itaú, banco que se engajou nesse processo, o grito preso na garganta dos brasileiros: "Fora Temer, Diretas Já".

Há exatamente um mês, o Itaú conseguiu anular uma multa tributária de mais de R$ 20 bilhões.

Abaixo, reportagem do Brasil de Fato:
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional recorrerá da decisão / Agência Brasil
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda decidiu favoravelmente ao Itaú-Unibanco em processo que cobrava da empresa, atualmente o maior banco do Brasil, o não pagamento de tributos em valor superior a R$ 20 bilhões.

Elaborado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), o auto de infração que originou o processo é de 2013. Na data, o documento apontava o valor de R$ 18 bilhões, acrescidos de juros e multa. Corrigido, o valor ultrapassa hoje o patamar de R$ 20 bi.

A decisão foi proferida pela 1ª Turma ordinária da 2ª Câmara da 1ª Seção do Carf na segunda-feira (10). A PGFN já se posicionou afirmando que recorrerá da decisão. Até 2016, o caso representava o maior valor em julgamento no Conselho.

Caso
O processo foi aberto após a Receita Federal entender que a forma legal assumida pela fusão entre Itaú e Unibanco mascarou ganhos de capital. De acordo com o Fisco, tais ganhos resultantes da fusão deveriam ter sido declarados para cobrança de tributos e recolhidos.

Em 2013, a Receita Federal emitiu cobrança de R$ 11,845 bilhões em Imposto de Renda (IR) e mais R$ 6,867 bilhões em Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) referentes à união das instituições.

A disputa ganhou os noticiários em 2016 quando o então conselheiro João Carlos de Figueiredo Neto foi preso pela Polícia Federal acusado de cobrar propina para dar uma posição favorável ao Itaú.

Em nota, a PGFN afirma que “a operação societária foi realizada de modo a ocultar o ganho de capital”. Já o Itaú afirma que a fusão foi validada pelo Banco Central, pela Comissão de Valores Imobiliários e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Em relação à prisão de 2016, o banco diz ter sido “vítima” da má conduta de Figueiredo e ter contribuído para apontar o desvio ético do ex-conselheiro

Com informações do Portal Brasil 247 e do Brasil de Fato

Denúncia: Obras em Paulista podem ter matado animais

Militantes de proteção aos direitos dos animais denunciam nas redes sociais que a Prefeitura de Paulista (Região Metropolitana do Recife), ao demolir o antigo Mercado Público de Paratibe, não teve o cuidado de retirar os animais antes das demolições. De acordo com os militantes, vários deles foram assassinados. 

Ainda de acordo com a denúncia, a Prefeitura estava ciente da existência de animais no local, pois qualquer local é visitado por técnicos antes de uma ação de demolição. Os militantes ainda afirmam que há uma omissão do poder público local diante da superpopulação de animais, sem qualquer política pública de proteção aos bichos e de controle populacional.

Legislação - A Lei de Proteção Animal, de 1934, é clara quanto à manutenção de animais em locais perigosos e/ou insalubres:


DECRETO LEI n° 24.645 de 1934 – Estabelece medidas de Proteção aos Animais

Art. 1 – Todos os animais existentes no País são tutelados do Estado.
Art. 3 – Consideram-se maus tratos:
I – Praticar ato de abuso ou crueldade em qualquer animal.
II – Manter animais em lugares anti-higiênicos ou que lhes impeçam a respiração, o movimento ou o descanso, ou os privem de ar ou luz […]
Art. 16 – As autoridades federais, estaduais e municipais prestarão aos membros das sociedades protetoras de animais a cooperação necessária para fazer cumprir a presente Lei.
Art. 17 – A palavra animal, da presente Lei, compreende todo ser irracional, quadrúpede, ou bípede, doméstico ou selvagem, exceto os daninhos.



Nota do Blog: Esperamos que a Prefeitura do Paulista nos responda sobre o assunto. Mandamos mensagens para a Fanpage da prefeitura, mas até o momento, não obtivemos retorno.

Que vergonha!



Em meio ao rebuliço causado pelo furacão de denúncias que vem abalando (ainda mais) o país esta semana, um protesto singelo virou notícia na cidade de São João del-Rei, em Minas Gerais, nesta quinta-feira.

Uma estátua de Tancredo Neves, localizada em frente ao memorial que leva seu nome e preserva fotos e documentos relacionados a ele, amanheceu com uma placa em branca com os seguintes dizeres: "Que vergonha dos meus netinhos! Que vergonha".

A frase, claro, faz menção à prisão de Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves (PSDB/MG), pego em um grampo da PF cobrando R$ 2 milhões de propina ao empresário Joesley Batista, dono da JBS. Também foi preso nesta quinta Frederico Pacheco de Medeiros, primo de Andrea e Aécio, acusado de ser o receptor da propina cobrada pelo parlamentar mineiro. Em tempo: a criação do memorial teve coordenação e acompanhamento de perto feito por Andrea.

Ainda na noite desta quinta-feira, moradores do município onde nasceu Tancredo se reuniram no Largo do Rosário, em frente ao Solar dos Neves, casarão da família Neves, em protesto. Os manifestantes pediam a renúncia de Temer, a convocação de eleições diretas e, claro, a prisão do senador Aécio Neves.

Jornal Extra (Rio)

De olho na Luz

O Espaço Ciência inaugura nesta segunda (22), durante a abertura da Semana da Energia, a Exposição “De Olho na Luz. Sombras coloridas, laser show, labirinto de lasers, hologramas, fibras óticas… cada experimento é um convite para que o visitante embarque num universo lúdico e compreenda melhor o que é a luz.

Um salão de 200m2 se transforma em um espaço performático no qual as luzes, imagens e cores são protagonistas. A sensação de passar da luz à escuridão, de brincar com suas sombras coloridas, de tocar em fibras óticas ou observar o efeito de luz negra são algumas das estratégias que permitem aos visitantes uma experiência sensorial com os conceitos relacionados à óptica.

Os visitantes também poderão aprender sobre a formação das imagens como se estivessem dentro de uma câmara fotográfica. Ou atravessar um labirinto de lasers que, como no filme “Missão Impossível”, ao serem tocados fazem soar uma campainha. Os hologramas, com aves flutuando no ar ou peixes nadando, também impressionam o visitante.

“De Olho na Luz” foi financiada pelo CNPQ e conta também com apoio da TIM. Foi realizada pela equipe do Espaço Ciência, com a colaboração de pesquisadores da UFPE.

OFICINAS – Outra atração da Semana da Energia são as oito oficinas temáticas. Os visitantes poderão, por exemplo, construir um sistema de rastreamento de luz solar, para melhor aproveitamento deste tipo de energia ou elaborar um capacitor para armazenamento de energia.

Também poderão participar da realização de diferentes reações químicas para aproveitamento de energia, a exemplo da separação das moléculas da água ou geração de luminescência a partir de uma reação à base de acetona. Outra opção é acompanhar a construção de um chuveiro que, feito com material de baixo custo, desliga automaticamente quando não está sendo utilizado.

Em outra atividade, os visitantes conseguirão enxergar até alguns microrganismos presentes na água por meio de um microscópio construído com apenas uma gotícula de água e um feixe de laser. Completam a programação experimentos com propagação da luz e utilização de radiação ultravioleta para tratamento da água.

PARCEIROS – A Semana da Energia é realizada com apoio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Celpe, Compesa e Shopping Guararapes.

Durante os cinco dias de atividade, uma equipe da Celpe estará no Espaço Ciência com apresentação da performance “Caixa Mágica” e uma ação de troca de lâmpadas. Os visitantes poderão trazer uma lâmpada incandescente ou halógena, inclusive queimada, e trocar por lâmpadas led. Serão permitidas até cinco trocas por CPF e é necessário trazer a conta de luz do mês de abril ou maio quitada.



PERMANENTE – Além da programação específica, estarão disponíveis os experimentos permanentes do Museu que enfocam o tema da energia. É o caso da maquete de hidrelétrica, barco fotovoltaico e Exposição Energia Total, que ilustra os vários tipos de energia e aborda aspectos como reuso e reciclagem, aquecimento global e efeito estufa.

Outra atração é a Casa de Energia, construção que une sustentabilidade e eficiência energética em detalhes como iluminação e ventilação naturais, telhado verde, aquecedor solar, bombeamento fotovoltaico e fogão solar.

Grupos de mais de 10 pessoas devem agendar visita pelo telefone (81) 3241.3226. O Espaço Ciência funciona de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h; e nos finais de semana, das 13h30min às 17h.




Espaço Ciência

Delator da JBS afirma ter pago propina a Paulo, G-Ju e FBC

Diretor da JBS, o delator Ricardo Saud afirmou, em delação a força-tarefa da Lava Jato, que negociou o pagamento de propina na campanha de 2014 com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e com o prefeito do Recife, Geraldo Julio; ambos do PSB. Tudo começou com um acerto para pagar R$ 15 milhões para a campanha presidencial do ex-governador Eduardo Campos, falecido em agosto de 2014. A delação envolve também o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB).

"Exatamente no dia que ele faleceu, eu estava com o Henrique que era a pessoa dele que ele mandava... Ou o Henrique, ou o Paulo Câmara ou o Geraldo Julio para ir lá tratar da propina", afirma Saud. Após a morte de Eduardo, Saud conta que foi procurado por Geraldo Julio pedindo para que fosse honrado o pagamento do que havia sido negociado com Eduardo. O objetivo era vencer a eleição pelo governo de Pernambuco.

Segundo o delator da JBS, o senador Fernando Bezerra Coelho também se favoreceu do acordo. Ele indicou uma empresa teria pago R$ 1 milhão em 02 de setembro de 2014. "O Fernando Bezerra foi beneficiado. Essa nota fiscal aqui de R$ 1 milhão foi para ele", afirma Saud.

Com informações do Jornal do Commercio

Temer pronto para a guerra. O povo também



Michel Temer foi muito pressionado a renunciar após a notícia de que teria endossado um cala-boca em Eduardo Cunha, mas garantiu: “Não renunciarei”. Sair do cargo por conta própria seria apressar o desfecho da crise. Retardar as coisas é o trunfo para negociar sua salvação futura com as forças políticas e econômicas que apoiaram o impeachment.

Com disposição para esticar a corda, o presidente chamou os chefes das Forças Armadas ao Palácio do Planalto nesta sexta-feira 19. Parece preparar-se para enfrentar as ruas, de onde pode vir pressão por um imediato “Fora Temer”. Na véspera, houve protestos em várias capitais e um deles, no Rio, teve confrontos entre black blocs e policiais. No domingo 21, haverá mais manifestações.

A própria retórica presidencial e palaciana tornou-se algo belicosa. No pronunciamento do “Não renunciarei”, viu-se um Temer inusual, como um discurso duro, expressão guerreira. Seus assessores no Planalto têm dito a jornalistas que a ordem do presidente é ir para o “enfrentamento” e mostrar que o governo segue firme. Por quanto tempo seguirá firme?

As alternativas para tirar Temer contra a vontade dele levam tempo. O pedido de impeachment de Dilma Rousseff foi aceito em dezembro de 2015, e a petista só deixou o cargo em maio de 2016. A deposição final levaria mais três meses. Como Temer tem apoio parlamentar maior, e este ainda não evaporou, apesar de certas defecções nas últimas horas, talvez conseguisse arrastar o caso até mais. 

A cassação da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem julgamento marcado para 6 de junho, mas não há garantia de que a sentença sairá nesse mesmo dia. O presidente acaba de nomear dois ministros para a Corte, Admar Gonzaga e Tarcisio Vieira, e a dupla tem o direito regimental de pedir vistas do processo, o que adiaria a decisão, sabe-se lá para quando.

E mesmo que o TSE condene a chapa, Temer poderá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) e protelar um desfecho. Antes do impeachment, os advogados de Dilma diziam que iriam ao STF se perdessem no TSE, para questionar se um tribunal de sete pessoas teria legitimidade para anular o resultado de uma eleição de 100 milhões de votos. 

Um dos ministros do STF comentou certa vez, de forma reservada, ter a impressão de que a maioria de seus colegas não endossaria uma cassação da chapa pelo TSE.

Sem uma solução rápida e com um Temer moribundo, o País tende a ver paralisia no Congresso e na economia. As impopulares reformas trabalhista e da Previdência, sonho do poder econômico que apoiou a queda de Dilma, por ora estão em banho-maria, já avisaram seus respectivos relatores, senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e deputado Arthur Maia (PPS-BA). 

No “mercado”, reduto de fãs da agenda radical do governo, uma tradicional consultoria, a LCA, mandou a clientes na quinta-feira 18 uma análise a prognosticar maus presságios para as reformas enquanto Temer ficar. “Podem ser retomadas mais adiante? É bastante incerto. Pode acontecer, mas somente após a saída de Temer, a depender de quando e como a sucessão transcorrer”, diz o texto.

A agonia com a paralisia do País foi expressa por um peso-pesado da economia, Walter Schalka, presidente da Suzano, em entrevista ao Estadão no mesmo dia. Para ele, renúncia, cassação no TSE e impeachment são as melhores saídas neste momento. “A quarta e pior alternativa é a permanência do Michel Temer sem legitimidade e credibilidade”, afirmou. 

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso seguiu a mesma toada no Facebook. “Se as alegações de defesa não forem convincentes, e não basta argumentar, são necessárias evidências, os implicados terão o dever moral de facilitar a solução, ainda que com gestos de renúncia. O País tem pressa. Não para salvar alguém ou estancar investigações.”

Se o País tem pressa, Temer não tem. Ao contrário. Quanto mais rápido deixar o cargo, mais perto estará de um acerto de contas na Justiça.

O presidente foi citado em duas delações da Odebrecht. Uma diz que em 2014 ele achacou 10 milhões de reais em grana suja em um jantar com Marcelo Odebrecht no Palácio do Jaburu, sua residência oficial desde 2011. Outra, que abençoou em 2010 em seu escritório político em São Paulo uma tramoia de 40 milhões de dólares a envolver fraude em um contrato da Petrobras.

Temer só não é investigado nesses episódios por serem fatos praticados antes de assumir a Presidência. Na visão da Procuradoria-Geral da República, a Constituição proíbe investigar o presidente por atos anteriores ao mandato, embora haja quem tenha interpretação distinta, a entender que a proibição seria para apenas para denunciar à Justiça, não para apurar. No dia em que deixar o poder, no entanto, estará desprotegido e poderá ser investigado.

O caso que agora deixa o peemedebista à beira da forca, a delação e as gravações da JBS, é diferente. Trata de atos presidenciais de Temer. Por essa razão, a Procuradoria pediu a abertura de um inquérito contra ele, e o juiz Edson Fachin, do Supremo, autorizou.

Quer dizer, Temer está enrolado até o pescoço. Se perder os poderes de presidente, estará mais fragilizado perante a Justiça. Para se salvar e negociar seu futuro, o presidente mostra os dentes (“Não renunciarei. Repito: não renunciarei”) ao mesmo tempo em que insinua merecer gratidão da turma do poder econômico que apoiou o impeachment. Uma insinuação em tom de chantagem.

"Os indicadores de queda da inflação, os números de retorno ao crescimento da economia e os dados de geração de empregos criaram esperança de dias melhores. O otimismo retornava e as reformas avançavam no Congresso”, disse Temer no pronunciamento da quinta-feira 18. "Ontem, contudo, a revelação de conversa gravada clandestinamente trouxe de volta o fantasma de crise política de proporção ainda não dimensionada. Portanto, todo um imenso esforço de retirar o País de sua maior recessão pode se tornar inútil."

O sutil argumento de Temer de que a saída de alguém do poder trará o caos econômico funcionou com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no fim de 2016, quando o Supremo primeiro assistiu ao senador ignorar uma liminar e continuar na Presidência do Senado e, depois, revogou a liminar, em flagrante contradição com o que tinha feito com Eduardo Cunha. Funcionará agora?


Carta Capital

Jornalista tem artigo selecionado em livro sobre textos dissertativos

A jornalista, radiojornalista e produtora cultural Mariângela Borba tem seu artigo _A Necessidade de se entender a Cultura como estratégia social e econômica através da Lei de Incentivo Rouanet (8.313/91)_ publicado no livro _Diálogos: Valorizando Textos Dissertativos._ O artigo é fruto de sua convivência com o segmento cultural, após sua passagem pela reformulação do Conselho Municipal de Cultura do Recife, pelo Colegiado Nacional de Teatro, órgão ligado ao Conselho Nacional de Cultura, Ministério da Cultura e especialização em Cultura Pernambucana. 

Nele, é discutido a necessidade da Lei Rouanet não ser voltada para beneficiar unicamente o mercado financeiro, através da renúncia fiscal, mas, de fato, ser voltado para os construtores e fazedores da Cultura, além de sugerir maneiras para se atender os atores culturais do Nordeste e outras regiões do país e não apenas do eixo Rio-São Paulo. O tema também é fonte de pesquisa da sua dissertação de mestrado. 

Outros 14 artigos voltados para a área cultural e educacional também fazem parte da obra, a exemplo do artigo da professora Beatriz Souza, que resgata a história do pastoril de Gravatá e outros que levantam a causa indígena ao longo do nosso Pernambuco. O lançamento será no Expetus Buffet, no centro da cidade que divide o Agreste da Zona da Mata, logo mais, às 19h desta próxima sexta-feira (19) e cada exemplar custa trinta reais. A casa de eventos fica por trás da prefeitura de Gravatá. O livro é uma publicação da editora Libertas, tem organização da professora Maria do Carmo Silva. Mariângela também assina a revisão ortográfica