terça-feira, 31 de maio de 2011

Poema sobre a "Veíce"... É pra sorrir xD









Vô contá como é triste, vê a veíce chegá,
Vê os cabelo caíno, vê as vista encurtá
Vê as perna trumbicano, com priguiça de andá
Vê "aquilo" esmoreceno, sem força pra levantá.

As carne vão sumíno, vai pareceno as vêia
As vista diminuíno e cresceno a sombrancêia
As oiça vão encurtando, vão aumentano as orêia
Os ovo dipindurano e diminuíno a pêia.

A veíce é uma doença que dá em todo cristão
Dói os braço, dói as perna, dói os dedo, dói a mão
Dói o figo e a barriga, dói o rim, dói o purmão
Dói o fim do espinhaço, dói a corda do cunhão.

Quando a gente fica véio, tudo no mundo acontece
Vai passano pelas ruas e as "minina" se oferece
A gente óia tudo, benza Deus e agradece,
Correno ligeiro pra casa, ou procurano o INSS.

No tempo que eu era moço, o sol prá mim briava
Eu tinha mil namorada, tudo de bão me sobrava
As minina mais bonita da cidade eu bolinava
Eu fazia todo dia, chega o bichim desbotava.

Mas tudo isso passô, faz tempo, ficô pra tráis
As coisa que eu fazia, hoje num sô capaiz
O tempo me robô tudo, de uma maneira sagaiz
Pra falá mermo a verdade, nem trepá eu trepo mais.

Quando chega os setenta, tudo no mundo embaraça
Pega a muié, vai pra cama, aparpa, beija e abraça
Porém só faiz duas coisa: sorta peido e acha graça.

Hannah & Sullen - Capítulo 07


Arlan e Sullen chegaram ao cativeiro, um barraco de madeira no alto do Morro Santo. O lugar era tão ermo, que a única companhia dos dois era uma enorme mangueira e muito capim. Sullen tentava esconder as dores, mas Arlan já dizia a ela:

- Não adianta, cunhadinha... Minha sobrinha linda já está nascendo. Aqui tem uma estrutura simples, mas que dá para você ter a neném em segurança.

- Espera, Marie-Ange... Só um pouquinho...

Mas agora, Sullen sangrava forte e gritava de dor. Se sentia derrotada, pois sabia que a filha seria mais uma vítima de Arlan. Só restava a ela ceder. No barraco havia um colchão velho, uma tesoura e uma garrafa de álcool gel. Arlan ajudou Sullen a se deitar e à maneira dele, tentava ajudar no parto.

De repente, os dois ouviram um barulho. Um tiro que arrombou a porta do barraco. E de repente, Santiago, Fernando e Hannah entram no local.

- Você não vai dominar minha filha, cabra safado! - Santiago puxou Arlan pela camisa.

Mas Arlan reagiu e atirou no braço de Santiago e em meio à luta, Fernando e Hannah ajudavam Sullen no parto:

- Santiago, tire Arlan daqui! - gritava Hannah

Nem precisou pedir, pois Arlan e Santiago brigaram até o lado de fora do barraco. Coronhadas, socos, pontapés, cada um que tentasse se sobressair. Até que os dois ouviram um choro de criança e a briga parou.

Arlan reviu sua vida como em um filme, pensou nas suas vítimas, olhou nos olhos de Santiago e disse:

- Essa criança está livre a partir de agora.

E com o revólver, atirou contra a própria cabeça, morrendo instantaneamente.

Hannah, que havia ouvido o tiro e temia por Santiago, viu o corpo do ex-marido:

- Obrigada, Santiago...
- ...Mas foi ele que se matou, quando ouviu o choro da menina.
- Ai, que alívio. Ele não viu a menina nascer e se curou da psicose, mas ele percebeu que tinha feito tanto mal que não suportou a culpa.
- E Sullen?
- Na medida do possível, está bem. Arlan teve o cuidado de trazer uma tesoura e uma garrafa de álcool para desinfetá-la. Fernando cortou o cordão umbilical e... Marie-Ange está amamentando!!!
- Ai, meu Deus, sou pai a partir de agora. - E correu pra ver a filha recém-nascida.

Fernando desinfetou as mãos com o restante do álcool e verificou a ferida de Santiago. Chamou a polícia e uma ambulância e todos foram para o hospital. O corpo de Arlan foi para o Instituto de Medicina Legal e foi enterrado como indigente.


***

Meses depois, a Igreja Matriz estava em festa e não faltou chuva de pétalas de rosas brancas. Todos na Igreja estavam vestidos de branco e dourado, desejando paz e prosperidade para a família que batizava três crianças. Os padrinhos, claro, seriam Pai Francisco e Mãe Rita. Quando o Padre perguntou a Santiago e Sullen qual seria o nome da menina, eles responderam:

- Marie-Ange Benjamin Santiago.

O Padre perguntou a Fernando e Hannah qual seria o nome do casal de gêmeos, nascidos três dias antes:

- Klein Benjamin Neto e Sarah Benjamin Bravio.

Pai Francisco e Mãe Rita se entreolharam e se lembraram da profecia proferida 35 anos antes:

“Duas irmãs benjamitas estão separadas por um mal e só a união delas irá quebrar o encanto da serpente. E elas procriarão, dando a seu pai e suas mães, um novo sopro de vida. Pais se tornam filhos e filhos se tornam pais”.

Como tudo na Vila Mãe África terminava sempre em festa, já havia um palco armado na praça em frente à igreja. Uma banda formada por alunos de Sullen e Santiago já estava tocando e depois da cerimônia, eles subiram para cantar músicas que falavam de amor e paz.


***FIM***




Hannah & Sullen - Capítulo 06


A reunião de família estava completa. Hannah estava mais calma, já comia e não parava de fazer carinhos na barriga da irmã. Fernando sugere que Sullen cante novamente a música:

-Mas de novo? Já cantei umas três vezes, acho...
-A homenageada não tava aqui pra ouvir.
-Pára tudo! Você fez uma música pra mim, Sullen? - Perguntou Hannah
-Assim, eu fiz a letra e Santiago colocou a melodia.

Hannah deu um beijo no cunhado:

- Você deveria receber o dobro, aliás, o triplo, em vez de devolver o dinheiro. Contratei-o pra tomar conta da minha irmã e fizeste o serviço direitinho...
-Ô... - Respondeu Sullen e todos riram, ao olhar a barriga dela. - Mas peraí, como foi isso? Contratou você? Vocês já se conheciam?

Santiago teve que se explicar que trabalhava como detetive em Serra Floriana quando foi contratado por Hannah e conversa vai, conversa vem, amanheceu o dia e a chuva estiou. Na casa, embora todos estivessem cansados, ninguém conseguia dormir. Santiago e Fernando levou Pai Francisco e Mãe Rita para casa e voltariam em instantes. Foi o tempo em que Hannah confidenciou à irmã:

- Estudamos na mesma faculdade. Éramos apaixonados. Mas você sabe... Casada...
- Aquele doido do seu marido sabe bem estragar a vida de qualquer um.
- Não entendo por que ele não me reconheceu. Eu o reconheci na hora! E que ótimo vocês serem amigos.
- Mulher, ele é gente fina demais, todo mundo aqui na comunidade gosta dele. E detalhe: continua solteiro... Hahahahahaha...
-Hahahahahaha... Faz anos que eu não dava uma risada dessas...

Nisso, os dois chegam e perguntam o motivo de tanto riso. Sullen não perdeu tempo:

- Seus dias de solteirice vão acabar, Dr. Fernando! O mundo, além de ser pequeno, dá muitas voltas...
- Como assim? - Fernando não havia entendido nada.
- Você acha que conheceu minha irmã agora?

Fernando esfregou os olhos de brincadeira, como se estivesse vendo uma miragem e olhou bem para Hannah, que sorria. Paralisou por alguns segundos e reconheceu a colega de faculdade. Nada mais precisava ser dito. Santiago e Sullen se ligaram e saíram de cena, deixando Fernando e Hannah sozinhos. O sol nascia e o canto dos pássaros e cheiro de terra molhada anunciavam um novo dia e um dia novo:

- Você fugiu do seu marido...?
- Ou era isso ou eu morreria. Já são mais de 20 anos longe da minha irmã. Ela tinha poucas horas de nascida quando fomos separadas. Quero uma vida nova. Já, agora, nesse momento!!!
- Eu faço parte dessa vida nova? Me diz, por favor...

Hannah respondeu com um beijo caloroso. Sullen e Santiago espiavam da porta da cozinha e a grávida não perdeu tempo:

-Aê, cunhadão!!! Finalmente minha irmã vai ficar com um homem que preste!!

Já que ninguém iria dormir mesmo, os dois casais passaram o dia circulando pela cidade, que não parava de festejar, agora ao ar livre. Claro, foram na casa de Pai Francisco e Mãe Rita, que abençoaram o amor de Fernando e Hannah e tudo foi comemorado com um belo almoço. Dezenas de pessoas entravam na casa e também comiam e compartilhavam da alegria.

Francisco e Rita não tinham filhos biológicos, mas cuidavam da comunidade como pais. Quando foram escolhidos para serem os sacerdotes do terreiro, adotaram os moradores da Vila. Inclusive gente de fora, como Sullen, Santiago, Fernando e agora, Hannah.

A noite cai novamente na cidade e dessa vez é hora de descanso. No outro dia haveria trabalho, escola, Posto de Saúde, e tudo o mais. Hannah já se dirigia para a casa de Sullen quando Fernando a pegou pelo braço:

- Nem pense que você vai dormir na casa de sua irmã hoje.

Se bem que dormir foi a última coisa que eles fizeram. Anos de paixão reprimida e o desejo aceso foram suficientes. Agora estavam juntos e dessa vez seria pra valer. E os primeiros raios de sol da Vila Mãe África iluminavam os dois. Abraçados e adormecidos.

E a escola estava alegre e agitada como sempre. Os jovens levavam seus instrumentos musicais pra tocar com Santiago e Sullen, às vésperas de ter o bebê, desobedeceu a recomendação de Fernando e foi trabalhar. Ela foi para a sala de leitura dos voluntários quando um homem tranquilo e simpático abordou-a:

- Bom dia, professora.
- Bom dia. Em que posso ajudá-lo?
- Sou pesquisador e gostaria de conhecer os pontos turísticos da Vila Mãe África, para fazer uma tese sobre sincretismo religioso.
- Interessante... Aqui temos alguns livros que podem ajudá-lo na pesquisa e o senhor pode ir nas igrejas e terreiros da cidade.
- A senhora deveria ir comigo, professora.
- Infelizmente não posso. Eu estou em horário de trabalho, além do mais, faltam dias ou mesmo horas, pra eu ter minha filha.

O rosto do homem estranho se iluminou. E ele aponta uma arma para Sullen:

- Mas o que é isso????
- Sullen Benjamin... Há anos espero rever esses olhos castanhos e esse rostinho de criança e ainda com esse bônus. Mais uma pérola vai nascer. E a minha mulher, onde ela está? Vocês três voltam comigo!
- Ar...
Antes que ela falasse mais alguma coisa, Arlan tapou sua boca. E, pegando-a pelo braço e com a arma sutilmente apontada para as costas de Sullen, ele a leva da escola.

Uma menina que estava na sala de leitura testemunhou tudo e correu para a sala de música avisar a Santiago:

- Tio, um homem armado chegou e levou a Tia Sullen!!!

Santiago não teve dúvidas: correu atrás e conseguiu ver o homem estranho que levava sua mulher e o reconheceu na hora. Não teve dúvidas e ligou para Fernando, que ainda estava com Hannah. O médico atendeu o celular e viu que era Santiago:

- Fernando, homem, o doido chegou e levou a minha mulher!!!
- O doido? Que doido?
- O tal do Arlan!!!
- O quê?????

Hannah acordou com o grito de Fernando e pressentiu que a irmã estava em perigo.

Enquanto isso, Arlan levava Sullen em um carro e dirigia o volante com uma única mão. A outra apontava a arma para a gestante. Pelo retrovisor, ela viu que outro automóvel os perseguia e reconheceu Santiago ao volante, junto com Fernando e Hannah. De repente, sentiu uma dor no baixo ventre e um pouco de água escorria entre suas pernas. A bolsa estourou.

- Agora não, Marie-Ange, agora não... Espera um pouco...

Arlan ria, com a certeza de que teria mais uma criança sob seu domínio

E agora? Será que Santiago e seus amigos vão conseguir salvar a Sullen antes que o bebê nasça? Será que a pequena Marie-Ange vai ser a próxima vítima de Arlan? Não percam o último capítulo.


segunda-feira, 30 de maio de 2011

Hannah & Sullen - Capítulo 05


Se um lugar aceitava bem o sincretismo religioso, esse era a a Vila Mãe África. Todos viviam em harmonia naquele lugar, os santos e os fiéis. E aquela noite estava linda para a procissão da Santa Padroeira. Crianças e adolescentes estavam vestidos de anjos, as mulheres trajavam suas vestes mais coloridas, homens carregavam andores, as casas preparavam ceias, todos estavam felizes. Mas Sullen estava tensa.

- Sullen, minha filha, o que está acontecendo? - perguntou Mãe Rita.
- Eu não sei, Mãe Rita, alguma coisa muito ruim pode acontecer, eu tô muito agoniada.
- Minha filha, na Festa da Padroeira, não há o que temer, só alegria.
- É, mãezinha, a senhora tem razão, vou me acalmar pra não aperrear minha neném...

Mãe Rita teve um pressentimento e correu para casa jogar os búzios. E realmente, a hora da verdade estava chegando para Sullen:

- Minha santinha, essa menina já sofreu tanto na vida... Protege ela do mal.

Depois da procissão e das festas de rua, chegou a madrugada e as famílias estavam em casa. Oravam, agradeciam as vidas simples e felizes que viviam e na casa de Sullen teve muita música. Pai Francisco, Mãe Rita, Fernando e mais alguns amigos estava com eles, comemorando a noite. Santiago anunciou:

- Nós fizemos uma música pra irmã da Sullen, que vive longe de nós. Ela escreveu a letra e eu fiz a música. Quero pedir aos meus amigos que toquem seus bongôs, atabaques, pandeiros e se juntem com a gente. Nós vamos ouvir a canção da minha mulher, cheia de sentimento e amor.

Sullen canta a canção, que contava seus sentimentos e sua vida sofrida, mas falando da irmã com o maior amor do mundo, mesmo praticamente sem conhecê-la. Todos ouviram atentamente a música e alguns se emocionaram com a história. Sullen precisou cantar outras duas vezes.

As horas se passavam e aos poucos, todos iam embora. Ficaram apenas Pai Francisco, Mãe Rita, Dr. Fernando, além dos anfitriões, Santiago e Sullen. A cantoria já havia acabado, mas eles conversavam amenidades enquanto comiam. De repente, uma tempestade cai sobre a cidade. Não era tempo de chuva na Vila Mãe África. Pai Francisco e Mãe Rita se entreolham, pois a hora da verdade estava chegando para as irmãs benjamitas.

Raios, relâmpagos e trovões irrompiam na Vila. O mar estava agitado, ventava forte. Mesmo assim, na porta, alguém batia desesperadamente.

- Deve ser alguém, fugindo da chuva. - Comentou Fernando.
- Abra, Santiago, não podemos negar abrigo pra ninguém. - Disse Pai Francisco.

Santiago abre a porta e não acredita no que vê. Hannah, completamente molhada, chorando, com uma mochila na mão. Antes que ela falasse qualquer coisa, ele a puxou pra dentro de casa. Mãe Rita trouxe um cobertor e uma caneca de café para aquela mulher trêmula e Sullen sem entender o que acontecia. A mulher olhou para a irmã e disse:

- Sullen, minha irmã, precisamos ficar juntas.
- HANNAH!!!! Minha irmã! Quanta alegria, a Santa Padroeira me trouxe a pessoa mais esperada da minha vida. Agora ninguém mais separa a gente... Nem aquele louco!

As duas se abraçaram longamente.

Pai Francisco se lembrou da profecia da reunião das irmãs benjamitas para combater a serpente do mal e se sentiu angustiado. Uma batalha estava para começar e seria dolorosa para todos. Se Hannah estava em Vila Mãe África, Arlan poderia estar por perto.

domingo, 29 de maio de 2011

Hannah & Sullen - Capítulo 04


O tempo realmente cura as feridas. Ainda mais quando se passam 20 anos de saudades, cartas, fotos, Sullen estava uma jovem muito bonita e expansiva, estudando Pedagogia na Universidade da Capital enquanto Hannah havia se formado em Enfermagem, sendo a laureada da turma, embora o marido vociferava: "Esse diploma será apenas um quadro na parede". Nada parecia mudar mesmo o destino de Hannah.

Nada?

Apenas uma lembrança nos corredores da Faculdade de Saúde. Um jovem estudante de Medicina chamado Fernando a impressionara fortemente. Jamais ela havia se apaixonado. E o melhor, era correspondida. Mas ela sabia que Arlan faria de tudo para impedi-la de sair de casa. E o dispensou, dizendo a verdade: que era casada com um homem violento e psicótico. Ao se formar, Fernando resolveu clinicar na distante Vila Mãe África.

Instruída por Marie-Ange, que falecera de causas naturais, Sullen manteve-se longe de Arlan e só se correspondia com a irmã em cartas escondidas, com a inscrição no final: QUEIME ASSIM QUE LER. E ao se formar como professora, também decidiu viver em Vila Mãe África, não sem antes mandar seu endereço com um bilhete para Hannah (e torcendo para que ela queimasse e que não caísse nas mãos do marido).

Minha irmã, deixe esse doido e vem viver comigo aqui em Mãe África. Aqui o povo respira fé, alegria e felicidade. Te amo! E não se esqueça de queimar esse papel.

Liberdade - Sullen havia passado a vida inteira em um colégio interno e só conhecia o carinho de Marie-Ange, a única mãe que teve. Na universidade, descobriu como a vida poderia ser alegre e colorida e na Vila Mãe África realizou seus sonhos de liberdade. Sol, mar, casarios antigos, igrejas, ladeiras, roupas coloridas e estampadas, crianças correndo no morro. Logo, arrumou emprego como professora na Escola Municipal e ali fez amigos, como Pai Fernando e Mãe Rita, que já estavam idosos. Além deles, Sullen conheceu o chefe do Posto de Saúde, Dr. Fernando Bravio. Aquele mesmo, da Faculdade de Saúde.

Após a morte de Marie-Ange, Hannah preocupou-se com a irmã, mesmo sabendo que ela estava longe. Sem ninguém saber, contratou um detetive para vigiar Sullen. Isaac Santiago era mestre em disfarces e tinha inúmeros talentos. Ex-policial, ator, figurinista, perito em armas, hacker, era o melhor detetive de Serra Floriana, pago a peso de ouro. Já se disfarçara de repórter, drogado, garoto de programa, estudante, psicopata, presidiário. Agora, o serviço parecia ser leve: músico e arte-educador.

Na Vila Mãe África, tudo era motivo para festas, toques, batuques, loas, procissões. Os jovens e as crianças da escola estavam sempre cantando, batucando e dançando. Logo, "Tia" Sullen e "Tio" Santiago passaram a ser amados pelos alunos. Algo diferente estava acontecendo entre os professores. Ele estava propenso a deixar a vida de detetive pra ser professor quando acabasse o contrato, mas aconteceu algo que antecipou a rescisão dos seus serviços com Hannah.

Quando o serviço não dava certo, Santiago devolvia o pagamento ao cliente, mesmo que ficasse no prejuízo. Estava envolvido demais com a vida na escola e, acima de tudo, estava apaixonado pela Sullen. E era correspondido na mesma intensidade.

Santiago e Sullen casaram-se no terreiro de Pai Francisco e Mãe Rita. E eles já estavam esperando o primeiro filho. Hannah se desespera ao saber da notícia, pois se Arlan queria ter Sullen de volta, imagine ela grávida. Mais uma criança vítima das loucuras de seu marido. Hannah agora estava pronta para fugir e reencontrar a irmã na Vila Mãe África. No próximo capítulo.

sábado, 28 de maio de 2011

Hannah & Sullen - Capítulo 03


Quando chegaram ao Colégio Interno, Marie-Ange e Hannah receberam a notícia da trágica morte de Benjamin e Sarah. O medo só fez aumentar e a elas não restava outra opção a não ser voltar para Serra Floriana enquanto Arlan já providenciava tudo para o enterro do casal.

Marie-Ange segurava Sullen no colo enquanto Hannah estava em lágrimas, amparada por Arlan. Que não perdeu a oportunidade:

-Marie-Ange... A cadeia te espera! Queria tomar minhas meninas de mim...

A cidade de Serra Floriana parou e o velório estava lotado. Hannah desmaiou, foi levada do cemitério para casa por Marie-Ange e não assistiu o sepultamento dos pais. Quando Arlan chegou na casa que agora seria dele, chamou Hannah e Marie-Ange para o escritório e as duas sentaram em um enorme sofá de couro. Atrás do quadro onde tinha um retrato do casamento de Benjamin e Sarah, havia um cofre. Arlan abriu o cofre e tirou um envelope branco. Olhou fixamente para as duas e leu, em tom solene:

- Serra Floriana, 13 de agosto de 1990.

Diante da necessidade de segurança de minha família, a minha esposa gestante e minha filha adolescente, estou elaborando uma procuração de que tudo pertencente a mim, na minha ausência ou mesmo falecimento, esteja sobre os cuidados do Sr. ARLAN VON STROESSNER, como todas as quotas de nossa sociedade, todo o patrimônio material e a tutela de meus filhos até que eles cheguem à maioridade . Nada mais a tratar, subescrevo-me contratualmente. Assina KLEIN BENJAMIN e minha cônjugue SARAH BENJAMIN.

Marie-Ange e Hannah estavam chocadas com tudo aquilo. Estavam nas mãos de Arlan. Mas ele próprio deu uma alternativa que daria uma sobrevida a todos, embora com muito sofrimento:

- Marie-Ange sempre foi amiga fiel de Sarah, uma mulher que, agora posso dizer, amei muito. Ela pode voltar ao colégio interno com a pequena Sullen, desde que Hannah se case comigo. Afinal de contas, não gostaria de usufruir da fortuna por apenas três anos. Ou isso, ou Marie-Ange vai para a cadeia por sequestro de menores e Sullen fica sob meus domínios.

Hannah não segurou as lágrimas e Marie-Ange amparou-a e disse em seu ouvido enquanto a jovem soluçava:

- Dos males o menor, minha menina. Protegerei Sullen e ela vai estar livre desse monstro. Vou instruí-la desde cedo a se defender dele. Eu poderia ir para a cadeia, mas vocês estariam em completo desamparo.

Hannah concordou com a cabeça, mas ainda chorava muito.

Em apenas 15 dias, Arlan convocou uma grande festa e convidou todo o povo de Serra Floriana para assistir o casamento dele com Hannah. Marie-Ange e Sullen já estavam longe e não participaram daquele festival de horrores.

Hannah entrou na igreja completamente vestida de preto e um enorme véu cobria seu rosto, encharcado em lágrimas. O povo inteiro se horrorizou com a atitude. Arlan nem se importou, pois estava garantindo o usufruto da fortuna por mais alguns anos...

Hannah estava praticamente morta nos braços daquele psicopata. Caiu doente durante a festa de casamento e passava os dias trancada no quarto enquanto Arlan administrava a fortuna da família. Só o tempo para curar as feridas abertas. Mas só no próximo capítulo.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

"Feito ou fazido, já está dizido"


Aos 71 anos, o advogado, professor e cronista Carlos Eduardo Novaes escreveu uma crônica publicada no Jornal do Brasil sobre os livros com erros de ortografia aprovados pelo Ministério da Educação (?!?!?!?), mas como diria o "velho deitado", "Feito ou Fazido, já está dizido":










Livros pra Inguinorantes


Confeço qui to morrendo de enveja da fessora Heloisa Ramos que escrevinhou um livro cheio de erros de Português e vendeu 485 mil ezemplares para o Minestério da Educassão. Eu dou um duro danado para não tropesssar na Gramática e nunca tive nenhum dos meus 42 livros comprados pelo Pograma Naçional do Livro Didáctico. Vai ver que é por isso: escrevo para quem sabe Portugues!

A fessora se ex-plica dizendo que previlegiou a linguagem horal sobre a escrevida. Só qui no meu modexto entender a linguajem horal é para sair pela boca e não para ser botada no papel. A palavra impreça deve obedecer o que manda a Gramática. Ou então a nossa língua vai virar um vale-tudo sem normas nem regras e agente nem precisamos ir a escola para aprender Português.

A fessora dice também que escreveu desse jeito para subestituir a nossão de “certo e errado” pela de “adequado e inadequado”. Vai ver que quis livrar a cara do Lula que agora vive dando palestas e fala muita coisa inadequada. Só que a Gramatica eziste para encinar agente como falar e escrever corretamente no idioma portugues. A Gramática é uma espéce de Constituissão do edioma pátrio e para ela não existe essa coisa de adequado e inadequado. Ou você segue direitinho a Constituição ou você está fora da lei - como se diz? - magna.

Diante do pobrema um acessor do Minestério declarou que “o ministro Fernando Adade não faz análise dos livros didáticos”. E quem pediu a ele pra fazer? Ele é um homem muito ocupado, mas deve ter alguém que fassa por ele e esse alguém com certesa só conhece a linguajem horal. O asceçor afirmou ainda que o Minestério não é dono da Verdade e o ministro seria um tirano se disseçe o que está certo e o que está errado. Que arjumento absurdo! Ele não tem que dizer nada. Tem é que ficar caladinho por causa que quem dis o que está certo é a Gramática. Até segunda ordem a Gramática é que é a dona da verdade e o Minestério que é da Educassão deve ser o primeiro a respeitar.

Hannah & Sullen - Capítulo 02


Por mais de 10 anos, Sarah procurou evitar filhos e mandou Hannah para um colégio interno onde Marie-Ange trabalhava como professora de Línguas Latinas (Português, Francês, Espanhol, Italiano e mesmo o próprio latim). Nada disso agradava Benjamin, que sonhava em ter a casa cheia de crianças. Ele confidenciou a Arlan:

- Por que Sarah não me dá mais filhos e ainda afasta de mim a única criança que tivemos?
- Quanto a Hannah estar em um colégio interno, entendo que seja o melhor para a educação dela. Ainda mais sob os cuidados da Marie-Ange...
- E por que ela não quer mais engravidar, Arlan???? Isso é o que me mata por dentro!!! Ela não me diz o motivo que a faz não querer ter mais filhos.
- Dizem que a dor do parto é terrível... Mas existem as cesarianas, a anestesia, sei lá.
- Arlan... Eu sinto que muito em breve algo de muito ruim pode acontecer comigo. Vou providenciar uma procuração para que, na minha ausência, você tome conta de tudo: do patrimônio, da casa, de Sarah e de Hannah.

Arlan se esforçou ao máximo para não esboçar um sorriso aberto:

- Benjamin, nada de mal vai acontecê-lo, pare de pensar em bobagens. Procure reconquistar sua esposa, quem sabe ela não cede e engravida novamente...

Noite de Amor - Dito e feito. Numa noite em que Sarah havia esquecido de tomar a pílula anticoncepcional, Benjamin a levou para jantar:

- Por que estamos aqui, meu amor? Alguma ocasião especial?
- Minha vida ao seu lado é uma ocasião especial, Sarah. Nossas vidas estão ligadas para sempre.
- Te amo tanto, meu marido...
- Me dá uma prova do seu amor, esta noite!
- Um filho, não é?
- Às vezes sinto que você quer proteger Hannah e nossos futuros filhos, de mim ou de alguma outra coisa...
- Uma mãe quer o melhor para os filhos, e sim, os protejo. Mas não de você, amor, nunca.
- Então, vamos ter outro filho. Ou filha, se Deus determinar.

E aquela noite realmente foi especial para Benjamin e Sarah. Meses depois, num dia de primavera de 1991, na mesma maternidade onde Hannah nascera, Marie-Ange e Hannah, já adolescente e conhecedora da psicose do amigo de seu pai, tentaram novamente evitar que Arlan assistisse o parto. Mas ele subornou um enfermeiro e foi direto para a sala de partos.

E assim, Sullen nasceu.

Sarah, Hannah e Marie-Ange se desesperaram porque agora eram três sob a mira de Arlan e Marie-Ange fugiu com as duas meninas em direção ao colégio interno. Benjamin não suportou a história:

- Sarah! Isso foi longe demais! Como permitiu que Marie-Ange levou nossas filhas daqui???
- Benjamin, acredite em mim, Arlan tem uma psicose em assistir partos e dominar as meninas até que ele as mate. Eu, Hannah e Sullen estamos ameaçadas...
- Que delírio é esse, Sarah??? Vamos procurar nossas filhas agora e colocar Marie-Ange na cadeia!

Arlan já havia arquitetado o resto da história: sabotou o carro de Benjamin e sabia que durante a viagem, ele perderia tudo: o controle do carro, a esposa, o patrimônio e a própria vida.

Arlan agora estava milionário com a herança de Benjamin. Só faltava resgatar as meninas, que a partir de então estavam sob sua tutela. O que será de Marie-Ange, Hannah e Sullen? Não percam o próximo capítulo.


quinta-feira, 26 de maio de 2011

Hannah & Sullen - Capítulo 01


Na distante cidade de Vila Mãe África, era noite de tempestade, em julho de 1976. A única luz que se via nos casebres era a de velas. Não era à toa que a casa mais iluminada era o Terreiro de Pai Francisco. Ele estava em transe e disse as seguintes palavras:

“Duas irmãs benjamitas estão separadas por um mal e só a união delas irá quebrar o encanto da serpente. E elas procriarão, dando a seu pai e suas mães, um novo sopro de vida. Pais se tornam filhos e filhos se tornam pais”.

Na casa religiosa, ninguém entendeu as palavras do Pai Francisco. Nem mesmo Mãe Rita, sua fiel companheira. E pelo resto da noite todos cantavam, rezavam e tocaram seus atabaques no terreiro.

Parto - Enquanto isso, na cidade de Serra Floriana também chovia muito. O comerciante Klein Benjamin acabava de receber um telefonema, dizendo que sua esposa Sarah estava na maternidade. Ele estava em reunião com seu sócio Arlan von Strossner:

- Arlan, tenho que ir, Sarah vai dar a luz dentro de instantes. Minha filha vai nascer!!!
- Eu vou com você, Benjamin, faço questão de estar ao seu lado nesse momento importante.

Benjamin entendera as palavras do sócio como uma demonstração de amizade, mas o que Arlan realmente queria era satisfazer uma estranha mania, que nem ele mesmo poderia compreender o motivo: assistir ao parto, disfarçado de médico ou enfermeiro. Assim, ele acreditava ter o poder da vida e da morte sobre a pequena que estava para nascer.

Maligno - A origem dessa psicose aconteceu ainda na infância, quando entrou escondido na sala de parto dessa mesma maternidade e viu o nascimento de Sarah. Desde então, a perseguia e a desejava, ainda mais quando ela se tornou uma mulher muito bonita. Quando ela casou com Benjamin, o comerciante mais rico da região, o que poderia ser ódio transformou-se em uma ideia maquiavélica: conquistar a confiança do marido a ponto de administrar toda a sua fortuna e manter Sarah por perto.

Sarah sabia dessa obsessão e contava com a sua melhor amiga, a professora Marie-Ange, que também estava na maternidade e tentou, sem sucesso, impedir a chegada de Arlan à sala de parto. Tarde demais. Ele estava disfarçado e assistiu ao parto normal em que nasceu Hannah Benjamin, a primeira filha de Klein e Sarah.

No quarto da maternidade, antes que Marie-Ange e Benjamin chegassem ao quarto, Arlan estava com Hannah nos braços e antes de entregá-la à Sarah, disse bem baixinho no ouvido da recém-nascida:

- Sua vida agora é minha, pequenina... Assim como a da sua mãe.

Um raio irrompeu os céus de Serra Floriana.

Sarah e Hannah agora estavam em perigo. Benjamin comemorava com o sócio enquanto a Marie-Ange só restava ir à capela rezar e pedir proteção para mãe e filha.

Pai Francisco, Mãe Rita e Marie-Ange pediam proteção aos santos, pois a história estava apenas começando. Resta ao leitor aguardar o próximo capítulo.

***


Uma Blog Novela no ar


É, pessoas, resolvi dar uma de Cleycianne e vou escrever uma blog-novela, apenas para testar até onde vai a minha capacidade de imaginação. Quero que seja uma história que mistura loucura, paixão, magia e suspense.

“Duas irmãs benjamitas estão separadas por um mal e só a união delas irá quebrar o encanto da serpente. E elas procriarão, dando a seu pai e suas mães, um novo sopro de vida. Pais se tornam filhos e filhos se tornam pais”.

Esta é uma profecia que resume bem a história de nossas heroínas, as irmãs Hannah e Sullen.

Ainda hoje, estreia o primeiro capítulo. Aguardem.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Rapidinhas


















GESSO -
Embora essa seja uma IMAGEM MERAMENTE ILUSTRATIVA, ou seja, o pé da foto não é o meu (peguei a imagem na net), eu realmente estou de molho, no gesso, e a dor ainda não me deixou em paz. Um edema no pé direito, traumatizado desde 1990 e engessado QUATRO vezes, acabou promovendo meus tendões de cartilagens a ossos devido à calcificação. Por conta disso, babies, só saindo de casa com tênis ou sapato fechado. Que chegue logo o dia 27/05, quando me livrarei desta tala...




REVELAÇÃO - Quem está assistindo a novela Cordel Encantado, da Rede Globo, tá gostando das licenças poéticas de misturar cortes reais de um país distante, com o Sertão Nordestino. Pra mim, a grande revelação do folhetim é o ator Domingos Montagner, o cangaceiro Herculano, pai do protagonista Jesuíno (Cauã Reymond). O engraçado é que na semana de estreia da novela, Montagner também participou de um episódio da minissérie Divã, com a (excelente) atriz Lília Cabral. Minha mãe, noveleira e ótima fisionomista disse logo: "esse cara do Divã é o cangaceiro da novela das seis". E eu disse: "É não, mainha, como o cara pode aparecer em dois trabalhos ao mesmo tempo?". Mas era mesmo, o que mostra a versatilidade desse ator que veio do teatro e do circo e que está aparecendo em grande estilo. E cá pra nós, o homem é charmoso, né? Sucesso pra ele!




BEATIFICAÇÃO - A religiosa baiana Irmã Dulce (1914-1992) foi beatificada no último domingo (22/05) pelo Papa Bento XVI. Ela se notabilizou pelos trabalhos assistencialistas junto a comunidades carentes de Salvador. Sua Santidade já havia beatificado o Papa João Paulo II (1920-2005) há algumas semanas. Agora falta bem pouco para que o Papa Peregrino e o Anjo Bom da Bahia sejam canonizados, ou seja, se tornem santos para a Igreja Católica. Se bem que Irmã Dulce já era santa em vida.


Gostaram desse estilo de blogagem? Comentem aqui ou no Twitter. Beijos nas crianças #Fui.

sábado, 21 de maio de 2011

O Sermão da Montanha (Versão para Educadores)


Recebi esse texto de minha querida tia, Profª Sônia Sena, uma das educadoras mais preciosas que tive. Essa versão do texto bíblico (o original tá aqui) foi lida na abertura de um programa da Rádio Itatiaia de Minas Gerais, chamado Rádio Vivo, do dia 15 de outubro de 2009 e o autor do texto é o Prof. Eduardo Machado:

Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.
Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens.

Tomando a palavra, disse-lhes:

- “Em verdade, em verdade vos digo:

Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.

Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque eles...”

Pedro o interrompeu:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?

André perguntou:
- É pra copiar no caderno?

Filipe lamentou-se:
- Esqueci meu papiro!

Bartolomeu quis saber:
- Vai cair na prova?

João levantou a mão:
- Posso ir ao banheiro?

Judas Iscariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?

Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!

Tomé questionou:
- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?


Tiago Maior indagou:
- Vai valer nota?

Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.

Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?

Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!

Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:

- Isso que o senhor está fazendo é uma aula? Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica? Quais são os objetivos gerais e específicos? Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?

Caifás emendou:
- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas? E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?

Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da Provinha Brasil, da Prova Brasil e demais testes e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade. Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a
eficácia do nosso projeto.

E vê lá se não vai reprovar alguém! Lembre-se que você ainda não é professor efetivo...

Jesus deu um suspiro profundo, pensou em ir à sinagoga e pedir aposentadoria proporcional aos trinta e três anos. Mas, tendo em vista o fator previdenciário e a regra dos 95, desistiu. Pensou em pegar um empréstimo consignado com Zaqueu, voltar pra Nazaré e montar uma padaria... Mas olhou de novo a multidão. Eram como ovelhas sem pastor... Seu coração de educador se enterneceu e Ele continuou:

-“Felizes vocês, se forem desrespeitados e perseguidos, se disserem mentiras contra vocês por causa da Educação. Fiquem alegres e contentes, porque será grande a recompensa no céu. Do mesmo modo perseguiram outros educadores que vieram antes de vocês”.

Tomé, sempre resmungão, reclamou:
- Mas só no céu, Senhor?

- Tem razão, Tomé - disse Jesus - há quem queira transformar minhas palavras em conformismo e alienação.. Eu lhes digo, NÃO! Não se acomodem.

Não fiquem esperando, de braços cruzados, uma recompensa do além. É preciso construir o paraíso aqui e agora, para merecer o que vem depois...

E Jesus concluiu:
- Vocês, meus queridos educadores, são o sal da terra e a luz do mundo...

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Corações Valentes


Esse texto, da revista Vida Simples eu recebi por e-mail e é uma crítica literária do livro Graça e Coragem do escritor Ken Wilber (foto). A história é tão linda que vale a pena ser reproduzida:

Um dos combustíveis que mais estimulam a coragem é o amor. Histórias contadas em praticamente todas as culturas falam da bravura e do destemor de um homem ou mulher despertos pelo amor. Pais que lutam por seus filhos, enamorados por suas paixões, amigos por seus camaradas. E uma das mais belas histórias que descrevem esse sentimento está no livro Graça e Coragem, de Ken Wilber, sobre a relação com sua companheira, Treya Killam Wilber.

Não é um livro para corações fracos. Wilber já era conhecido como um dos mais brilhantes f ilósofos americanos quando conheceu Treya, uma mulher cheia de alegria. “Foi amor ao primeiro toque”, conta ela em seu diário. Diante do contato singelo entre os dois corpos – um abraço pela cintura na cozinha da casa de uns amigos –, eles sentiram uma descarga vibrante de energia. Reconheceram-se como se já tivessem estado juntos por todo o sempre. Casaram-se em quatro meses. Dez dias depois da cerimônia, Treya teve o dignóstico de câncer de mama.

O que lemos nas 374 páginas de Graça e Coragem é a história do casal durante cinco anos de luta contra o câncer. De intelectual enterrado nos livros (só interrompia a leitura para as sessões de meditação), Ken Wilber se tornou um verdadeiro “dono de casa”, responsável pela cozinha, além de acompanhar a mulher às frequentes internações. Nesse período, ele simplesmente deixou de escrever, a não ser um pequeno diário, que veio a ser base do livro. Porém, o que emerge do seu relato não é autopiedade nem sofrimento. Seu texto descreve um profundo amor e uma coragem sem par, temperada pelo encanto e leveza do olhar de Treya para a vida. Mesmo a raiva, a revolta e a depressão que os dois experimentaram foram derrotadas pelo imenso sentimento que os ligou.

Treya morreu, mas existe uma fundação em seu nome que ela criou ainda em vida. Wilber voltou a escrever sobre sua ambiciosa síntese do pensamento ocidental e oriental. Sem Treya, e a experiência que teve com ela, talvez o pensador não conseguisse atingir a real dimensão de seu trabalho nessa vida.

Portanto, para se encher de coragem, fortaleça-se com leituras inspiradoras como essa, uma alimentação energética, exercícios físicos de aterramento, terapia. Traga força e vitalidade para seu corpo, mente e espírito, cerque-se de amigos que possam lhe dar sustentação nas suas decisões. Respire fundo, levante a cabeça e lembre-se dos dribles geniais de Garrincha. E vá fundo.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Gostinho de quero mais

Passei momentos muito bons aqui na ESURP e hoje estou me despedindo. Daqui a dois meses selo a despedida com a entrega do Panorama Sonoro . Só tenho a agradecer às turmas que integrei (a que se formou em novembro de 2010, a do ciclo básico e a que fica até o final do ano). Meu queridíssimo Prof. Ricardo Nunes, a quem conheço desde o curso de Radialismo da então ETFPE, meu anjo Vlaudimir, que segurou minhas ondas nos momentos mais difíceis e aos professores: Cris, Sérgio, Vera, Rony, Kássia, Ferreira e sua esposa, Anastácia, Romero, Dani e Gustavo (se eu deixei de nomear alguém me perdoem, pois depois dos 30 a memória falha e acabo me esquecendo de coisas que nem me lembro mais... Hahahahahaha)

E que venha o mestrado.

E eu voltarei à ESURP. Para ensinar, Se Deus quiser.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Resumo do Artigo


“Maldita Incluzão Dijital” ou A Popularização da Internet através do Orkut




Devido a fatores sócio-econômicos, como a facilitação para aquisição de computadores e acessos a lan houses, a Rede Social do Orkut acabou atingindo as camadas populares, que fazem questão de mostrar suas vidas privadas em um ambiente público. Dessa forma, esses novos internautas, que mesmo escrevendo errado, se expressam na internet e respondem pela popularização na internet, que virou sinônimo do neologismo “orkutização”.

Palavras-Chave: Orkut, popularização, orkutização, inclusão digital


Pessoas, esse é um exercício da cadeira de Tecnologia Digital, a última que estou pagando na Pós-Graduação em Assessoria de Comunicação da ESURP.