A partir desta segunda-feira (de 12 a 16 de junho), estão abertas as inscrições para o 15° Festival Estudantil de Teatro e Dança (FETD), que será promovido de 23 de agosto a 03 de setembro de 2017, pelo produtor Pedro Portugal, no Teatro Apolo, com grupos ligados a escolas públicas e privadas, universidades, ONGs e cursos de teatro e dança em todo o estado de Pernambuco. O objetivo é reunir estudantes em espetáculos adultos ou infanto-juvenis, incluindo montagens com bonecos, e coreografias nos mais diversos estilos. O tempo para cada trabalho deve ser de 1h, no máximo, em teatro, e até 10 minutos em dança. Como aconteceu neste ano, há possibilidade de algum espetáculo integrar a programação do 24º Janeiro de Grandes Espetáculos em 2018. Maiores informações no blog www.festivalestudantil.blogspot.com.br ou pelo zap (81) 9 9146 2402.
O Motivo de Conversa desta quarta-feira (14), terá como tema “Das trevas à luz: A Idade Média” assunto bastante presente nos principais vestibulares e no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). O debate, realizado pelo Colégio Motivo, através da sua página no Facebook, será mediado pelos professores Edilson Gomes e Hugo Brito, que irão discutir sobre um dos períodos mais difíceis da história, considerado a idade das trevas. A conversa contará ainda com a participação especial de um aluno.
A transmissão irá começar às 19h e as perguntas enviadas durante o debate serão respondidas ao vivo. A fan page do Motivo pode ser acessada pelo seguinte link: https://www.facebook.com/colegiomotivo.
O Motivo de Conversa é um debate, realizado on-line por meio do Facebook, onde especialistas orientam os participantes a respeito de diversos assuntos da atualidade, sobretudo em questões comportamentais e sociais.
Desde maio de 2016 sem receber água pelas torneiras, a população de Belo Jardim, no Agreste, voltará a ser abastecida pela rede de distribuição na próxima semana. A Barragem de Bitury, localizada em Belo Jardim, e com capacidade de reservar 17 milhões de metros cúbicos, conseguiu acumular água com as chuvas que caíram na região, nos últimos dias. Hoje (9), o manancial atingiu 3,6% do seu nível e registra 612 mil metros cúbicos de água armazenados. A Barragem Pedro Moura Jr., o outro manancial que fornece água para o sistema integrado que atende, além de Belo Jardim, Sanharó, Tacaimbó e São Bento do Una, continua seca. Por este motivo, o volume acumulado em Bitury será suficiente para abastecer apenas Belo Jardim e por um período de dois meses, em regime de rodízio de três dias com água e 27 dias sem.
"Em função do volume de água acumulado ter sido bastante reduzido, voltaremos a abastecer a cidade pela rede, de forma setorizada, dois dias por mês. Vamos fazer o abastecimento complementar para a população com carro-pipa. A companhia está fazendo esse esforço para amenizar um pouco a situação dos nossos clientes que estão há mais de um ano sem água nas torneiras", explica Gilvandro Barbosa, gerente de Unidade de Negócios da Compesa, pontuando que a cidade de Belo Jardim, com 80 mil moradores, é um polo industrial da região. "Caso chova mais e a barragem melhore seu nível, a Compesa vai reavaliar o abastecimento da cidade e pode ser que consigamos estender o tempo de uso da água do Bitury. A nossa expectativa é que teremos mais chuvas", acrescenta o gerente.
Para retirar água do 'volume morto' de Bitury, a companhia está instalando uma balsa flutuante com um conjunto de motorbomba que fará a captação de água na barragem, e realiza serviços de manutenção para colocar o sistema para funcionar novamente. A solução definitiva para o abastecimento de água em Belo Jardim, assim como para as cidades de Sanharó, Tacaimbó, São Bento do Una, São Caetano, Pesqueira, Alagoinha, e Arcoverde, é a obra estruturadora da Adutora do Moxotó, que vai trazer água do canal do Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco para o Agreste pernambucano. O empreendimento está sendo executado em ritmo acelerado para antecipar a conclusão da obra para o final deste ano - o prazo inicial previsto no projeto é abril de 2018.
As ações para a desobstrução dos acessos que ligam o distrito de Bem-te-vi à sede do município de Bonito passaram por vistorias do Governo do Estado. No local, equipes trabalham para tirar do isolamento seis comunidades que dependem da estrada para o escoamento da produção de Banana e Inhame, principais fontes de renda da população dessas localidades. Na oportunidade, Paulo também visitou os dois abrigos do distrito, conversou com a população e coordenou ações estratégicas de reforço aos serviços de reconstrução e assistência humanitária na cidade.
Para restaurar o acesso ao distrito de Bem-te-vi, quatro retro-escavadeiras, duas caçambas e uma patrol operam no local desde a semana passada. Além disso, o Governo de Pernambuco está oferecendo toda a assistência humanitária com a entrega dos donativos aos desabrigados. Equipes da Defesa Civil também estão visitando a localidade para a avaliação e cadastro das moradias. “Na próxima semana, nós vamos nos reunir no Recife para discutir ações de curto e médio prazo a serem feitas, para que Bem-te-vi e todas as regiões atingidas tenham a normalidade restabelecida e voltem a funcionar melhor do que antes. Essa também é uma determinação nossa”, garantiu o governador Paulo Câmara.
No distrito, cerca de 56 famílias foram acolhidas em dois abrigos provisórios. Tamires Maria da Silva, de 19 anos, contou como ela e seu filho, Thiago Davi, de seis meses, estão superando a tristeza de perder a casa. "É muito difícil ter que passar por isso, mas, desde que chegamos, não faltou nada. Recebemos colchão, comida e produtos de limpeza. As pessoas estão nos tratando muito bem", afirmou.
Para o agricultor Claudemiro Terto, de 36 anos, que teve o transporte dos alimentos de seu plantio prejudicado, disse estar ansioso para a volta ao trabalho. "Eu planto banana e Inhame há mais de 13 anos e mantenho minha família com o dinheiro da venda desses produtos. Com o deslizamento da barreira, que interditou a estrada, nós ficamos sem ter como comercializar nossa produção. A nossa esperança é que o trabalho de limpeza consiga liberar a passagem o mais rápido possível", disse.
No último dia 28 de maio a história se repetiu da forma mais devastadora: municípios da Zona da Mata Sul de Pernambuco foram inundados de água e lama. Pessoas perderam tudo o que tinham, 55 mil pessoas ficaram desabrigadas. São 11 municípios em estado de calamidade pública.
Na zona rural, várias famílias ficaram isoladas, sem acesso. Cerca de 120 famílias assessoradas pelo Centro Sabiá perderam toda a produção, além de terem suas casas e infraestruturas produtivas comprometidas. Na comunidade de Jundiá, no município de Tamandaré, algumas casas ficaram submersas e a comunidade ficou isolada, assim como Bom Jardim e Camarão, no município de Barreiros.
Como acontece recorrentemente, as comunidades rurais são as últimas a serem atendidas. A assistência emergencial é pouca e demora muito a chegar, incluindo as doações que estão vindo de todo o estado para os municípios atingidos. Algumas comunidades só começaram a receber cestas básicas no dia 6 de junho, nove dias depois da enchente.
A liberação de verbas pelos governos, entrega de donativos e reconstrução superficial das cidades são medidas imediatas, mas são paliativos que não resolvem o problema efetivamente. Em 2010, quando a mesma situação aconteceu - casas, escolas, pontes e hospitais foram destruídos e 80 mil pessoas ficaram desabrigadas -, o Governo do Estado, junto com o governo federal, prometeu casas em locais mais seguros e a construção de 5 barragens para conter as águas. Sete anos depois, apenas a barragem de Serro Azul, no município de Palmares, foi construída, e mesmo assim não está finalizada.
É importante lembrar que para construção dessa barragem, cerca de 1.200 famílias que viviam nos engenhos Verde, Firmeza, Aliança, Canário e assentamento Serra dos Quilombos foram desalojadas. As famílias foram removidas, muitas delas receberam uma indenização ínfima e foram parar nas periferias das cidades próximas.
Além disso, apenas as barragens não são suficientes. Os rios têm um movimento natural de alargamento com o acúmulo de água, e ao longo dos anos isso não foi respeitado, várias são as construções que se situam muito próximas e são atingidas em época de chuvas. O déficit habitacional não solucionado pelo poder público acentua essa realidade, pois as pessoas se desdobram para achar um local para sua moradia.
O avanço das cidades, com aterramento de rios e mangues, o desmatamento da mata ciliar que contribui para proteger e amortecer as águas e as mudanças climáticas que têm ocorrido nos últimos anos também são questões que agravam a intensidade das enchentes.
As chuvas, assim como a seca, são um fenômeno natural que não vai parar de acontecer. Tem-se que aprender a conviver com elas e é dever do poder público colocar em prática ações estruturantes que minimizem os seus efeitos na vida das pessoas. As enchentes na Zona da Mata de Pernambuco são recorrentes, no entanto os governos não têm tomado medidas a médio e longo prazo que garantam a proteção da vida das pessoas. É imperativo que o poder público se posicione com ações concretas e saia do lugar de omissão que tem ocupado.
Os prefeitos dos municípios pernambucanos de Carpina e Lagoa do Carro, localizados na Zona da Mata Norte do Estado, são alvos da Operação Fraus, deflagrada pela Polícia Civil para apurar crimes de fraudes em licitações, falsidade ideológica, peculato, corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Estão sendo cumpridos cinco mandados de prisão e 14 de busca e apreensão, além de seis mandados de condução coercitiva. Na operação, que tem como alvos principais o ex-prefeito de Carpina Carlos Vicente de Arruda Silva, conhecido por Carlos do Moinho, e Antônio Carlos Guerra Barreto, conhecido como Tota Barreto, ex-prefeito de Lagoa do Carro e atual vereador de Carpina, foram empregados 102 policiais civis.
O Ministério da Educação(MEC) cortou a homofobia da lista de preconceitos que devem ser combatidos com a educação, alterando um documento que já havia sido entregue à imprensa. Na quinta-feira, 6, a nova versão da Base Nacional Comum Curricular, uma orientação do que as escolas públicas e particulares brasileiras devem ensinar em sala, foi divulgada. Dois dias antes, o texto foi enviado pelo MEC à imprensa. A publicação de matérias, no entanto, era liberada apenas no dia 6, quando o documento seria oficialmente entregue ao Conselho Nacional de Educação, órgão responsável pelos próximos passos do processo de instituição da base.
A versão entregue ao Conselho Nacional de Educação contém mudanças cirúrgicas: os fragmentos que defendiam o respeito à diversidade tiveram os termos “identidade de” gênero e “orientação sexual” sumariamente apagados.
“Já está se tornando um hábito desta equipe do MEC divulgar uma versão para a imprensa e seus aliados e colocar em prática outra, como foi feito na reforma do Ensino Médio. Desta vez, o texto foi pasteurizado: retiraram trechos que diziam respeito à orientação sexual e identidade de gênero e pasteurizaram trechos que diziam respeito às questões raciais. Não é uma gestão confiável.”
Cara explica que os dois textos estão passando, agora, por análise minuciosa para encontrar mais alterações que possam permitir outros tipos de preconceito e humilhação. Ele lembra que, muitas vezes, essas opressões motivam os alunos — que se sentem humilhados e desmotivados a estudar — a desistir da escola.
Ou seja, tornar as orientações pedagógicas permissivas à homofobia é, também, dar força a um dos fatores que alimenta a alta taxa de evasão escolar brasileira. De acordo com levantamento divulgado no dia 5 de abril pelo movimento Todos Pela Educação, com base nos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad/IBGE), o Brasil tem tem 2,5 milhões de crianças e jovens fora da escola.
“Já está se tornando um hábito desta equipe do MEC divulgar uma versão para a imprensa e seus aliados e colocar em prática outra.”
Quando foi divulgado o texto da Medida Provisória que estabelecia a reforma do Ensino Médio, no dia 22 de setembro de 2016, chamou a atenção de especialistas e da mídia a ausência das disciplinas de artes, filosofia, sociologia e educação física da lista de matérias obrigatórias. Muitas críticas e protestos foram feitos e, mais tarde, no mesmo dia, o MEC anunciou que havia divulgado uma versão errada do texto e que a obrigatoriedade seria mantida.
Duas semanas depois, no início de outubro, os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foram divulgados faltando as notas dos alunos da rede federal, o que o ministério classificou como “um equívoco”. Por uma sarcástica coincidência, naquele mesmo ano o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) avaliou a educação de 72 países e, no Brasil, a rede federal se destacou com notas muito acima da rede particular e equivalente ao desempenho da Coreia do Sul, tido como caso de sucesso.
É comum que jornalistas recebam documentos, pesquisas ou relatórios de órgãos públicos ou não “sob embargo” — ou seja, com publicação liberada apenas dentro de alguns dias. Textos longos e complexos, como é o caso da Base, costumam ser enviados com certa antecedência para que os jornalistas tenham tempo de ler e se preparar para a divulgação das informações.
Quando isso é feito, porém, o convencional é que a fonte avise aos jornalistas sobre as alterações e cortes de informações, de forma que o material divulgado não seja diferente do oficial. Segundo a resposta oficial do MEC, a diferença de texto ocorreu por causa de “ajustes finais de editoração/redação que identificaram redundâncias”. Confira abaixo a íntegra da resposta ministerial:
“O documento da Base Nacional Comum Curricular entregue ao Conselho Nacional de Educação preserva e garante como pressupostos o respeito, abertura à pluralidade, a valorização da diversidade de indivíduos e grupos sociais, identidades, contra preconceito de origem, etnia, gênero, convicção religiosa ou de qualquer natureza e a promoção dos direitos humanos. A versão final passou por ajustes finais de editoração/redação que identificaram redundâncias. O texto encaminhado aos conselheiros, na quarta-feira (05/04), já contemplava esses ajustes. O documento apresentado à imprensa (04/04) de forma embargada com antecipação, em função da complexidade do assunto, passou por uma última revisão. Em momento algum as alterações comprometeram ou modificaram os pressupostos da Base Nacional Comum Curricular.
A BNCC estabelece competências a serem alcançadas para todos os alunos, desenvolvidas em todas as áreas e por componentes curriculares que seguem as diretrizes das competências do sec. XXI. Essas competências pressupõem que os alunos devem aprender a resolver problemas, a trabalhar em equipe com base em propósitos que direcionam a educação brasileira para a formação integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. Tudo isso, sempre, respeitando a diversidade.”
Com informações do Brasil de Fato e do Intercept Brasil
São Paulo é o estado brasileiro com maior número de registro de união estável entre pessoas do mesmo sexo, indica o levantamento do Colégio Notarial do Brasil – Seção São Paulo (CNB/SP). Foram lavradas 735 escrituras no país de janeiro a maio deste ano, segundo dados Central Notarial de Serviços Eletrônicos Compartilhados (Censec). O estado paulista é responsável por 20% deste total. Foram celebradas 144 uniões homoafetivas. No domingo, dia 18, a cidade de São Paulo receberá a 21ª edição da Parada do Orgulho LGTB.
O Rio de Janeiro é o segundo estado com mais lavraturas: são 94 uniões, que representam 12,8% do total. A publicitária Júlia Reis, 34 anos, que reside em Rio das Ostras, disse que em um relacionamento anterior, celebrou um contrato de união estável com a então companheira, o qual foi desfeito com a ajuda de um advogado. Neste sábado (10), ela vai casar com a hair stylist Nayara Camargo, de 32 anos. “Vou realizar um sonho. É a vitória dos nossos direitos. Queremos direitos iguais, não somos diferentes. É a vitória do amor”, afirmou.
Andrey Guimarães Duarte, presidente do CNB/SP, entidade que congrega os cartórios de notas paulistas, explica que atualmente, nos aspectos substanciais do direito, não há mais distinção entre o casamento e a união estável. “Há uma questão ainda cultural. O casamento tem uma carga maior, de formalidade. É uma instituição secular. Está enraizada nas pessoas. E tem todo um cerimonial”, disse. Ele destaca que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em reconhecer o direito sucessório também nos casos de união estável torna as diferenças ainda mais tênues.
Casamento
Aos casais do mesmo sexo não é permitida apenas a união estável, mas também o casamento civil. “A partir do momento que o STF reconheceu a união homoafetiva estável como entidade familiar, a lei acabou permitindo que [a união estável] seja convertida e equiparada ao casamento”, explica Duarte, referindo-se à decisão unânime, de 2011, do plenário do STF. Dois anos depois, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou resolução que obriga cartórios a celebrar o casamento civil e converter a união estável homoafetiva em casamento.
Um desses casais é o estudante de biomedicina Pietro Pisani, de 27 anos, e o designer gráfico Tristan Roding, de 32 anos. Há dois anos juntos, eles não tinham pensado em oficializar a relação até que, em março, decidiram casar para poder solicitar um visto permanente no Brasil para Tristan, que é australiano. “Fiquei surpreso com a facilidade. Porque eu sabia que a união estável era reconhecida, mas o casamento, não. Essa questão burocrática não passava pelas nossas cabeças, mas, no fim, foi bom. Sinto que estou seguro pela lei e que vamos ter direitos como qualquer outro casal”, disse.
Ainda de acordo com o levantamento, o número de uniões estáveis homoafetivas estabilizou nos últimos anos depois de um crescimento de 153% em 2011. Entre 2014 e 2016, o volume anual ficou em torno de 1.900 lavraturas. Percentualmente, as uniões deste tipo entre casais do mesmo sexo continuam crescendo em maior ritmo do que entre as relações heterossexuais.
De acordo com CNB/SP, entre as vantagens da formalização está a comprovação de início de convivência, a possibilidade de estipular um regime de bens (comunhão parcial, universal, separação de bens) e a facilidade para incluir o companheiro como dependente em planos de saúde, odontológicos, clubes e órgãos previdenciários.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já pode fechar a denúncia contra Michel Temer por corrupção, organização criminosa e obstrução judicial no caso JBS levando em conta apenas as informações prestadas por delatores e os elementos colhidos pela Polícia Federal nas investigações, como as cenas em que Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor de Temer, aparece recebendo uma mala com R$ 500 mil.
Isso porque a defesa preferiu se calar (saiba mais aqui). Segundo criminalistas ouvidos pelo 247, o silêncio de Temer se deve ao receio da defesa de que ele voltasse a cair em contradições – como no caso do voo no jatinho da JBS, em que Temer chegou a ser desmentido pelo próprio piloto da aeronave (leia aqui).
"Embora todo investigado tenha o direito de permanecer em silêncio, essa escolha é politicamente desastrosa", diz o ex-ministro José Eduardo Cardozo. Isso porque um dos princípios da administração pública é a transparência e o silêncio levanta, no mínimo, a suspeição.
Temer havia dito que ministros denunciados seriam afastados, mas avisou que esse critério não vale para ele. Ou seja: ele será denunciado, mas não pretende se afastar da presidência que conquistou por meio de um golpe parlamentar.
Partindo da compreensão de que Direito deve ser pautado a partir das lutas travadas nas ruas e visando provocar a discussão em torno de novas eleições diretas para retomada da democracia, o Diretório Acadêmico Demócrito de Souza Filho e a Frente de Juristas pela Democracia promoveram, no último dia 5, aula pública com o tema “Diretas Já por mais direitos”. O evento, que aconteceu na Faculdade de Direito do Recife (FDR), contou com estudantes, professores, juristas, parlamentares e militantes de organizações de esquerda.
A aula pública aconteceu em formato de mesa-redonda composta pela professora de Direito Constitucional e Direitos Humanos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Maria Lúcia Barbosa, pelo militante da Frente Brasil Popular PE (FBP) Eduardo Mara, pela representante da Frente Povo Sem Medo (FPSM) Cecília Gomes e pelo professor de Direito do Trabalho e juiz do trabalho Hugo Melo. Também houve espaço de debate, com perguntas e contribuições daqueles que assistiam.
Dando início às atividades, Maria Lúcia Barbosa centrou sua fala em torno da constitucionalidade das novas eleições diretas. Segundo a professora, o contexto político é de grave ausência de legitimidade democrática, por isso, se faz necessária a proposta de resgatar a democracia direta para garantir a soberania popular. “Apesar de outros constitucionalistas defenderem a eleição indireta, com base no artigo 81 da Constituição Federal, diante da grave crise de representação popular, a única forma buscar a pacificação social, está na luta pelas diretas, que também tem respaldo constitucional, porque o artigo 81 não pode ser lido de forma isolada, ele tem que ser lido em consonância com o resto da Constituição”, completou.
Cecilia Gomes (FPSM) declarou que o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM), ou qualquer outro colocado pelos golpistas na presidência em caso de impeachment ou renúncia de Temer, não terá legitimidade para governar o Brasil. “A possibilidade de eleições indiretas, com um presidente eleito por um parlamento que não tem nenhuma idoneidade moral para eleger um próximo candidato, está sendo defendida pela Globo e por setores do mercado financeiro, porque vai acelerar esse procedimento de reformas previdenciária e trabalhistas”, apontou.
Seguindo o debate, o professor e juiz Hugo Melo falou porque as reformas do governo Temer só beneficiam os setores mais ricos do país. Em sua análise, a Reforma da Previdência é defendida pelos bancos e pelo capital financeiro internacional porque eles têm interesse em lucrar com a previdência privada e a Reforma Trabalhista é fruto da ganância empresarial em transformar os trabalhadores em escravos para aumento da taxa de lucro durante a crise do capitalismo.
Plano Popular de Emergência
Durante a aula pública, Eduardo Mara (FBP) afirmou que é preciso superar três grandes desafios no atual momento político, são eles: convencer a sociedade sobre a importância de participar da política através das Diretas Já, o combate às reformas neoliberais em curso a partir da mobilização popular na construção de uma nova Greve Geral no dia 30 de junho, e dar respostas à crise de representação a partir de um projeto próprio do povo.
“Por isso que a Frente Brasil Popular formulou esse Plano Popular de Emergência, que são dez propostas para resolver a vida do povo, começando pela democratização do Estado, porque, sem a participação popular na política, não é possível resolver as questões centrais pelas quais passamos hoje”, concluiu.
O lançamento do Plano Popular de Emergência no Recife acontece na próxima quarta-feira (14), às 18h, no Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdência Social no Estado de Pernambuco (Sindsprev) que fica na Marques Amorim, 174 - Ilha do Leite . A atividade contará com a presença do dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Pedro Stedile; da presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG), Beatriz Cerqueira; do senador do Partido dos Trabalhadores (PT) de Pernambuco, Humberto Costa; e da deputada federal pernambucana e presidenta nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Luciana Santos.
No dia internacional de arquivos, comemorado ontem (9), o Arquivo Nacional abriu ao público a exposição Itinerários Indígenas, marcando o encerramento da 1ª Semana Nacional de Arquivos. O tema da data comemorativa neste ano é a diversidade cultural.
A exposição abrange documentos e peças do próprio Arquivo Nacional, como manuscritos e obras raras que datam desde o século 16 até o século 21. Para o público leigo que vai ter contato pela primeira vez com documentos ligados aos indígenas brasileiros, a curadora da mostra, Claudia Beatriz Heynemann, destacou que vai ser a oportunidade de as pessoas verem manuscritos originais de séculos passados, além de reproduções de livros raros de expedições pouco conhecidas que percorreram o país no século 19, principalmente de naturalistas alemães, com fotos dos primeiros contatos feitos com indígenas no País.
Cláudia Beatriz conta que estão expostas também imagens fotográficas do acervo do extinto jornal Correio da Manhã, publicado no Rio de Janeiro de 1901 a 1974, bem como da Agência Nacional, órgão de divulgação do governo federal, substituída em 1979 pela Empresa Brasileira de Notícias, fundida em 1988 à Radiobrás, atual Empresa Brasil de Comunicação.
Aproximação
“Da Agência Nacional, nós temos imagens trêmulas dos anos de 1950, quando foram feitas as primeiras tentativas de atração de grupos indígenas. São imagens interessantes que dão aquela ideia de aproximação na margem do rio”, disse a curadora. A exposição conta também com álbuns inéditos de missões religiosas salesianas, um deles datado de 1901, quando Afonso Pena era presidente do Brasil. Outro álbum marca o período de Getulio Vargas no poder.
Segundo Cláudia Beatriz, essas missões faziam parte de uma política de aculturamento dos grupos indígenas. As imagens de oficinas e estudos retratam o processo disciplinar de imposição de uma cultura externa para os índios, disse. “São fotos icônicas mesmo”, comentou.
A exposição também mostra o registro de viagens ao interior brasileiro. Há muitas imagens de atividades de campo dos irmãos sertanistas Villas-Boas. Há ainda uma reprodução de 1912 da imagem do fundador da Rádio Roquette-Pinto, o escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras Edgard Roquette-Pinto, considerado o pai da radiodifusão no Brasil, no meio da floresta. A foto foi reeditada pelo Correio da Manhã na década de 1940. Roquette-Pinto fez parte da Missão Rondon, em 1912, e passou várias semanas em contato com os índios nambiquaras que, até então, não tinham contato com a civilização, trazendo, na volta, vasto material etnográfico.
Comissão Nacional da Verdade
A mostra do Arquivo nacional traz ainda materiais da Comissão Nacional da Verdade (CNV), criada pela Lei 12.528/2011 e instituída em 16 de maio de 2012. A CNV investigou as violações de direitos humanos ocorridas no Brasil e também no exterior entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988, por agentes públicos do governo ou pessoas a seu serviço.
Trata-se de documentos e depoimentos recebidos pela Comissão Nacional da Verdade, revendo o que foi a política do período militar em relação aos grupos indígenas.
A mostra tem entrada franca e abre de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. Há ainda visitas orientadas e atividades educativas para grupos de visitantes. Maiores informações podem ser obtidas por e-mail, no endereço nearq@arquivonacional.gov.br.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) absolveu a chapa formada pela ex-presidente Dilma Rousseff e pelo presidente Michel Temer nesta sexta-feira (9) por 4 votos a 3. O ministro Gilmar Mendes, presidente da Corte, votou por último e definiu o resultado, contrariando o entendimento do relator, Herman Benjamin.
Além de Benjamin, a ministra Rosa Weber e Luiz Fux foram favoráveis à cassação. Tarcisio Vieira, Admar Gonzaga e Napoleão Maia, contrários. Esta sexta-feira (9) foi o quarto dia de julgamento no tribunal.
Com a decisão, Temer permanece na presidência do país. A ação julgada hoje foi aberta pelo PSDB após as eleições de 2014, e alegava abuso de poder econômico da chapa formada pela petista e pelo peemedebista.