sexta-feira, 5 de maio de 2017

Os 100 anos de Dalva de Oliveira



“Um dia as pessoas vão descobrir que Dalva de Oliveira é a nossa Billie Holiday”. A frase dita por Elis Regina na década de 1970 talvez não comova tanto as gerações atuais, cuja referência mais próxima da intérprete de “Bandeira Branca”, “Ave Maria Do Morro” e “Errei, Sim”, é a atuação de Adriana Esteves na minissérie “Dalva & Herivelto – Uma Canção De Amor”, transmitida pela Globo em 2010. Bernardo Martins, 36, neto da artista – ele é filho do também cantor Pery Ribeiro (1937 - 2012) – está disposto a mudar essa história e conta com bons argumentos a seu favor. Para o documentário que ele realiza em comemoração ao centenário da cantora, com previsão de lançamento para o mês de outubro – Dalva nasceu num dia 5 de maio, há um século – o cineasta entrevistou desde nomes consagrados da cultura nacional até um garoto de 13 anos, morador da periferia carioca e fã absoluto da estrela do filme. “É um menino chamado Júnior Viana, que descobriu a obra da minha avó quando tinha 7 anos e não quis mais saber de outra coisa. Mandamos um táxi percorrer uma distância enorme só para ele participar das filmagens, tamanha a importância desse depoimento. Ele nos confidencia que não gosta de música moderna, só quer ouvir Dalva de Oliveira”, informa Martins.

Na visão do diretor, o fato “comprova a força da música feita com verdade”. “Uma das coisas mais tocantes que entendi no decorrer de todo esse processo de mergulho e transformação é que, para a minha avó, não existia separação entre a artista e a pessoa que ela era no dia a dia. Havia uma entrega total ao ofício, e me identifiquei muito, percebi melhor quem eu sou, de onde eu vim, porque me comporto de certas maneiras, foi tudo muito bonito e libertador. Chorei várias vezes durante as filmagens”, confessa. Martins afirma que a emoção vinha das histórias que as pessoas contavam. “Algumas, inclusive, conviveram muito pouco com ela, mas ainda assim foram tocadas por sua música e a maneira de transmitir os sentimentos”, constata.

Entrevistados. Dos nomes de maior vulto com quem o cineasta conversou, destacam-se Ney Matogrosso, Alcione, Paulo Ricardo, Adriana Esteves, Lucinha Araújo (mãe de Cazuza, admirador confesso da homenageada), Ricardo Cravo Albin, Rodrigo Faour e Maria Bethânia, para quem Dalva sempre serviu como referência, tanto que Bethânia regravou vários clássicos do repertório da artista ao longo da carreira. Ela ainda declarou, na mesma década de 1970, quando Dalva amargava o ostracismo, que ela era “o único mito de enlouquecer que existiu no Brasil, intocável”.

Outro entrevistado de peso que comparece é o cantor Léo Jaime. Segundo Martins, o fato de Léo ser muito articulado contribuiu para que o documentário captasse outras camadas da vida de sua avó. “Ele nos mostrou um lado da Dalva que é muito pouco valorizado; muitas pessoas têm a ideia de que ela foi uma mulher submissa o tempo todo, e isso não corresponde a toda a verdade. Claro que ela teve esses momentos, mas foi também uma mulher corajosa, que quebrou tabus, foi desquitada numa época em que isso ainda era um absurdo, se casou com homens muito mais jovens. Além de questões mais delicadas, como o fato de ela ter sido ‘criada’ artisticamente por meu avô, Herivelto Martins, com quem ela viveu um casamento muito atribulado, e, em termos de reconhecimento de crítica e público, tê-lo superado – ou seja, a ‘criatura’ que passa o ‘criador’. Tudo isso quem trouxe foi o Léo Jaime”, elogia.

Embora não tenha feito objeções a nenhum assunto sobre o qual os entrevistados quisessem falar, Bernardo Martins admite que procurou “manter o foco sobre Dalva”: “Ela é a protagonista, não queria que o foco ficasse só sobre a relação dela com o Herivelto. Essa foi uma fase da vida dela, marcante, importante, mas não foi a única, ela passou por muitas coisas além disso”.

Formato. Martins também procurou inovar no formato, que ele define como “documentário não ortodoxo”. “Além de entrevistas e imagens de arquivo, eu vou participar recitando um monólogo poético dentro de um teatro vazio”, revela.

Elis Regina, Maria Bethânia, Wanderléa, Marisa Monte, Linda Batista, Leny Andrade, Célia e Dóris Monteiro a colocam no rol de suas referências, inclusive as que apresentam estilo que se distingue da interpretação derramada e entregue de Dalva de Oliveira. “Eu não me parecia nada com a Dalva, minha voz era pequena e suave. Mas escutava ela cantando no rádio e me formei por meio daquele repertório bonito, romântico, de extremo bom gosto”, relembra a cantora Dóris Monteiro, 82, que aos 13 cantou para uma plateia restrita, formada só pela mãe e a vizinha, a música “Caminhemos”, sucesso de Dalva na época, composta por Herivelto Martins. “Cantei do meu jeito, e dali minha mãe me levou escondida para o programa ‘Papel Carbono’, da rádio Nacional, já que meu pai era contra”, confessa.

Já a cantora Claudette Soares, 79, a enfileira junto a outros nomes que marcaram seu início de carreira. “Quando via Dalva de Oliveira, Elizeth Cardoso, Maysa e Nora Ney no auditório da rádio Nacional, eu ficava enlouquecida e dizia pra minha mãe: ‘eu quero ser isso’”, rememora. Claudette diz, sem modéstia, que essa “imediata identificação veio pela beleza e elegância daquela música verdadeira”. “O que eu faço é cantar os sentimentos com sentimento, e isso aprendi, muito bem, com minhas divas”, relata.

Legado. Além de um festival com seu nome na cidade em que nasceu, Rio Claro, no interior de São Paulo, Dalva de Oliveira vai ganhar, com a comemoração de seu centenário, uma biografia por Paulo Henrique de Lima, historiador baiano com residência fixada em Congonhas (MG). O trabalho de pesquisa realizado por Lima, inclusive, serviu como base para o documentário dirigido pelo neto da artista, Bernardo Martins.

Apesar de tais iniciativas, Martins não acredita que Dalva tenha “o reconhecimento devido”. “Ela é muito mal aproveitada no Brasil, mas esse não é um ‘privilégio’ dela, infelizmente tratamos muito mal nossa cultura. Ela tem canções belíssimas, que poderiam ser utilizadas em um contexto moderno, em trilhas de filmes, novelas, várias manifestações culturais, se houvesse sensibilidade por parte das pessoas que determinam o andamento desses produtos”, avalia.

Martins conta que até hoje encontra pessoas que se sentem “emocionadas ao saber de nosso parentesco”. “As pessoas tocam em mim como se estivessem tocando nela, tenho a impressão que para elas é a maneira mais próxima de se aproximar da Dalva”, diz. Ele começou a pensar em homenagear sua avó quando colheu depoimentos de amigos para o aniversário do pai, o também cantor Pery Ribeiro, há oito anos. “Percebi que todas as pessoas falavam da Dalva e tinham muitas coisas para dizer, coisas essenciais, com substância. Meu pai era completamente apaixonado por minha avó. A grande tristeza desse filme, infelizmente, é a ausência de meu pai”, lamenta.

Pery faleceu em 2012, aos 74 anos, vítima de um infarto. “Meu pai nunca conseguiu ouvir gravações da Dalva depois que ela morreu, e eu não entendia na época. Agora eu entendo, também não consigo ouvi-lo”, diz.

TRAJETÓRIA

1936 - Forma o Trio de Ouro com Herivelto Martins e Nilo Chagas

1938 - Grava com Francisco Alves o samba “Brasil” e a “Valsa da Despedida”

1942 - Lança os sucessos “Praça Onze” e “Ave Maria do Morro”

1945 - Com Carlos Galhardo grava a versão brasileira feita por Braguinha para o infantil “Branca de Neve”

1951 - Após deixar o Trio de Ouro é eleita Rainha do Rádio e enfileira sucessos

1952 - Já em carreira solo destaca-se com a gravação do baião “Kalu”

1970 - Lança “Bandeira Branca”, o último sucesso


Assista um de seus sucessos, "Ave Maria no Morro"

 


O Tempo (MG)

Índios bloqueiam Transamazônica com ajuda de caminhoneiros

Diante da onda impestuosa de políticas anti-indígenas implementadas a toque de caixa pelo Congresso, com ampla complacência do governo Temer, o presidente da Funai, Antônio Fernandes Toninho Costa, foi exonerado nesta sexta-feira (5). 

Enquanto em Brasília se davam as movimentações para que ele deixasse o cargo “por ser defensor da causa indígena diante de um ministro ruralista”, segundo definiu, no Pará, guerreiros do povo Munduruku, armados com bordunas e arcos e flechas, interditavam uma ponte na rodovia Transamazônica em um ponto-chave para o escoamento da produção de soja para os portos no rio Tapajós. O protesto gerou uma fila de mais de 40 km de caminhões por mais de uma semana e só terminou na tarde de ontem (4), com o desbloqueio da rodovia.

Viajando de Santarém para Itaituba para uma reunião com colonos da região, o pesquisador Mauricio Torres acabou ficando acidentalmente preso no trânsito. Ao chegar ao bloqueio, foi reconhecido pelos Munduruku, com quem tem contato há anos, e os índios pediram a sua colaboração na redação de suas notas. Ele acabou ficando no ato até o final, na tarde desta quinta-feira, dia 4, oito dias depois.

Caminhoneiros presos no bloqueio falaram em atropelar os Munduruku para desobstruir a pista. Com espantosa tranquilidade, ao ouvirem as ameaças, os índios gritam “Sawe” – uma saudação de apoio, algo como “Muito bom! Isso mesmo!” – e avisaram que, caso fossem atacados, ateariam fogo à ponte.

Mas a hostilidade que marcou o início do protesto deu lugar a um apoio mútuo quando os dois lados se reconheceram como vítimas das políticas do atual governo.

Os motivos da manifestação eram a recusa do governo em demarcar terras indígenas, conforme está previsto na Constituição de 1988, e o desmonte da Funai. A interdição foi também um claro protesto contra a bancada ruralista, que domina o Congresso e que pressionou o Executivo para que fossem implementadas iniciativas contra os direitos dos índios aos seus territórios.

Em 26 de abril, 130 índios Munduruku, apoiados por ribeirinhos de Montanha e Mangabal, comunidades à beira do rio Tapajós, interditaram a rodovia Transamazônica e ocuparam uma ponte 25 quilômetros a leste do porto de Miritituba (PA), ponto-chave da principal rota de escoamento de grãos pelo Norte, onde estão localizados os terminais de transbordo de gigantes transnacionais, como a Bunge e a Cargill.

Depois de dois dias com a rodovia totalmente obstruída nos dois sentidos, no dia 28 o bloqueio adotou uma intermitência, liberando o fluxo a cada 12 horas. Mas, a partir da manhã do dia 3, a interrupção voltou a ser total, barrando inclusive viaturas de polícia e abrindo exceções apenas a ambulâncias.

Liderança política da Terra Indígena Sawre Muybu, Antonio Munduruku, 35, falou a The Intercept Brasil sobre os dois motivos do bloqueio: “Queremos que os funcionários da Funai que estavam trabalhando conosco voltem às suas funções. Precisamos deles. Eles são nossa ferramenta mais poderosa na luta pela demarcação das nossas terras. E não vamos sair de mãos vazias. O [então] presidente da Funai nos disse, na sexta-feira, que ele iria resolver isso. Mas não acreditamos mais em palavras. Queremos que a recondução deles seja publicada no Diário Oficial”.

Ele continua: “Em segundo lugar, queremos que a terra indígena Sawre Muybu seja demarcada direito. É nossa terra, mas nada acontece. Madeireiros continuam a derrubar árvores”.

O velho cacique Vicente Saw, que percorreu mais de 400 quilômetros de estradas de terra para chegar ao protesto, afirmou que interditar o tráfego da rodovia é uma medida efetiva: “O coração do governo está aqui nessa estrada”.

Os Munduruku não foram hostis aos caminhoneiros. A liderança indígena Tomas Manhuary Munduruku afirma: “Somos a favor dos caminhoneiros. Eles também precisam de apoio. Não está certo o governo cortar a aposentadoria deles”.

O mais surpreendente é que, mesmo afetados pelo protesto, parte dos caminhoneiros tenham passado a apoiar os índios. “Essa estrada é fundamental para o Brasil, e o protesto precisa acabar. Só que os direitos dos índios não estão sendo respeitados, assim como os nossos também não estão. Mas a gente está aqui carregando o Brasil nas costas. Não dá para parar. Precisamos que o governo resolva isso. Nenhum de nós merece ser tratado desse jeito”, diz o caminhoneiro Mário Nascimento.

Outro caminhoneiro preso no bloqueio, que não quis revelar seu nome, como é comum nessa violenta região, por temor de represálias, afirma: “Eles [os índios] estão certos. Não dá para negar. E se tiver gente querendo me linchar porque estou dizendo isso, então que me linchem”.

Tanto os caminhoneiros quanto os índios acusaram várias vezes o governo de não escutá-los: “O maior problema é o governo”.

Havia uma preocupação de que a fome, a sede e o calor amazônico afetassem os índios e os caminhoneiros – e, com isso, os humores também esquentassem. Um caminhoneiro que não quis se identificar chegou a ameaçar: “Vamos passar por cima dos índios, um por um, com nossos caminhões. Se esse governo horroroso não conseguir acabar com o bloqueio, é que vamos fazer”.

Em tom de deboche, outro caminhoneiro afirma: “Está ficando insuportável para todo mundo. Não tomo banho há mais de 24 horas, nesse calor. Estou com vontade de jogar minha cueca no rio. Aí vai matar os peixes. E aí os índios não vão ter peixe para comer, e a gente também não”.

Como a fila de caminhões se estendia por muitos quilômetros, era difícil medir o humor dos caminhoneiros. Mas, na tarde de quarta-feira, houve uma reviravolta. Um grupo significativo deles se reuniu com os índios sobre o leito da rodovia. Os dois lados expressaram apoio mútuo, reafirmando que a principal queixa de ambos é em relação ao atual governo.

Apesar de não ser unanimidade entre os caminhoneiros, essa é a visão de um número representativo deles – o que é uma novidade extraordinária pois, no passado, ações indígenas como o bloqueio de estradas causavam indignação, principalmente por parte desses trabalhadores. Um sintoma da altíssima taxa de rejeição ao atual governo por eleitores dos mais diferentes tipos. O presidente Temer tem o apoio de apenas 9% da população, uma marca inédita.

Os Munduruku ficaram chocados, mas não surpresos, com o que o aconteceu com os Gamela: “Eles são de uma etnia diferente, mas são nossos irmãos, do mesmo sangue”, afirma Jairo Saw Munduruku. “O governo parou de demarcar terras indígenas, as que existem não são fiscalizadas e estão destruindo a Funai. O resultado só pode ser esse mesmo. Nós lutamos hoje para que não aconteça com a gente o que aconteceu hoje com os Gamela.”

Jairo é bastante consciente do que importa ao branco em suas terras: “O governo tem que demarcar nosso território. Se não, grandes madeireiras, grandes mineradoras vão invadir. E vão dar início a conflitos, vão nos atacar, assassinar nossos líderes. É o que o governo quer, mas precisamos impedir que isso aconteça. Não temos ninguém para falar por nós no Congresso. Nós mesmos temos que nos defender”.

Na tarde do dia 4, os Munduruku obtiveram de Paulo de Tarso Oliveira, procurador da República em Itaituba, a notícia de que a exoneração do responsável pela coordenação da Funai na região, Ademir Macedo da Silva, havia sido revertida. Todo o trâmite estava encaminhado e a publicação no diário Oficial da União seria questão de tempo. Em função da grande confiança do grupo no procurador, o bloqueio foi desmobilizado após as danças de guerra que celebram a vitória do grupo.

Poucas horas depois, publicam mais uma nota, bem direcionada e contundente:

“Essa ocupação foi só uma demonstração do que a força guerreira do povo Munduruku pode fazer. Continuamos tendo nossas reivindicações e já avisamos que iremos voltar se não nos ouvirem. Vamos novamente retornar para interditar a estrada e com maior grupo de guerreiros Munduruku e também seguiremos à capital do Brasil.”

Em nota à imprensaProtestos no Maranhão e no Pará não são casos isolados. De 24 a 28 de abril, o Acampamento Terra Livre reuniu em Brasília mais de 4 mil lideranças indígenas na maior manifestação, em números de participantes, do país. Os índios exigiam que o governo voltasse atrás e atendesse às demandas indígenas. Os manifestantes foram recebidos com gás lacrimogêneo.

Por todo o território brasileiro, índios expressam seu medo do futuro. Paulo Marubo, índio do Vale do Javari (AM), região próxima à fronteiro com o Peru, diz que a Funai, dizimada por cortes orçamentários, terá de fechar muitas das Bases de Proteção Etnoambiental, as Bapes, que têm um papel fundamental no monitoramento do território ocupado por índios isoladas.

“Se as equipes de proteção forem desativadas, vai ser que nem antes, quando os índios eram massacrados e morriam de novas doenças. Se os madeireiros se instalarem, vão fazer contato com os índios isoladas, vão espalhar doenças e matá-los”, conta Marubo à Survival International.

O governo federal parece estar dando as costas às demandas indígenas. Após 55 dias no cargo, o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, não teve sequer uma reunião com um índio. Mas achou espaço na agenda para se encontrar a portas fechadas com 100 proprietários de terras e executivos acusados de corrupção na Operação Lava Jato.

Durante a grande manifestação em Brasília, Serraglio e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, demoraram para propor uma reunião aos índios, que recusaram o convite. Os dois ministros são conhecidamente responsáveis por traçar a estratégia anti-indígena do governo. Sem nenhuma possibilidade de acordo sobre a mesa de negociações, os líderes indígenas não viram razão para se encontrar com eles.

Esse ataque aos direitos dos índios é o mais grave desde o fim da ditadura militar, em 1985. O Instituto Socioambiental (ISA) afirma que, desde que Temer assumiu o governo, observa-se “um aumento exponencial da violência no campo”: “A circunstância de estar Ministério da Justiça ocupado por [Osmar Serraglio,] um militante da injustiça reforça essa sinistra sinalização”, avalia a entidade., o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, prometeu investigar “o incidente envolvendo pequenos agricultores e supostos indígenas no povoado de Bahias”. 

O termo “supostos” gerou uma onda de indignação por parte dos indígenas e foi rapidamente retirado da nota. Logo depois, o termo “pequenos agricultores”, criticado por se tratar de um eufemismo para milícias armadas pagas por fazendeiros, também foi apagado. No fim das contas, a nota se resumiu a dizer que o ministério iria investigar um “conflito agrário”. A Comissão de Direitos Humanos da OAB deve pedir ajuda à Anistia Internacional para resolver a disputa.



The Intercept Brasil

Guarda civil envolvido em agressão a morador de rua é afastado temporariamente

O agente da Guarda Civil Metropolitana (GCM) que agrediu o morador de rua Samir Ahamad foi afastado temporariamente do cargo e terá a conduta investigada pela Corregedoria-Geral da corporação.

O episódio ocorreu na quarta-feira (3), perto do Metrô Conceição, na zona sul da capital paulista, quando Ahamad resistiu à retirada de seus pertences durante operação da Prefeitura de São Paulo. O objetivo da operação era “limpar calçadas e recolher objetos deixados por moradores de rua”. Os agentes da Guarda Civil levaram um carrinho de supermercado de Samir com pertences como colchonete e roupas.

Filmagens feitas pelo estudante de jornalismo Marcos Hermanson mostram o momento em que os guardas abordam e agridem Ahamad. Ao ser empurrado, ele caiu no chão. “Eu te agredi? Eu te agredi?”, perguntou Ahamad aos guardas. Segundo o boletim de ocorrência do caso, Ahamad foi levado ao 35º Distrito Policial (DP), onde manifestou fortes dores no braço e, então foi encaminhado a um hospital.

De acordo com o boletim de ocorrência, o morador de rua pode responder por quatro acusações: receptação, desobediência, resistência e desacato. Foi instaurado inquérito policial e o delegado do 35º DP decidirá sobre o indiciamento. Ele investiga ainda abuso de autoridade e lesão corporal por parte do agente da GCM.

O padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua, que acompanhou Ahamad após a agressão, informou que o morador de rua teve fraturas no punho, que precisou ser imobilizado. De acordo com o padre, Ahamad foi encaminhado para um centro de acolhida da prefeitura no bairro Brás.

Em texto publicado em uma rede social, o estudante que fez as imagens criticou a ação: “uma sociedade que gera tanta, mas tanta miséria apenas para que encontre depois, como solução, criminalizá-la”.

Também em uma rede social, o prefeito de São Paulo, João Doria, lamentou a atitude do guarda civil. “Espero que este fato não mais se repita e que se tome isso como referência, como exemplo, para que não ocorra mais nenhum fato desta natureza”, disse Doria.

Em nota, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania disse que o ato “não condiz com a política e a orientação da prefeitura”.

Decreto

Em janeiro deste ano, ao assumir a prefeitura, Doria revogou decreto da gestão anterior, de Fernando Haddad, que proibia a guarda municipal de retirar cobertores dos moradores de rua. O ato foi questionado pelo Ministério Público, pois o decreto suprimia “a proibição de recolhimento dos itens portáteis de sobrevivência como cobertores, colchonetes, mantas, travesseiros e lençóis”.

Em resposta, a prefeitura informou que a subtração de cobertores estava descartada e que os servidores municipais são instruídos "a dar atendimento humanitário e não discriminatório a este público”.

No inverno do ano passado, quando a capital paulista registrou 0°C de temperatura, cinco moradores de rua morreram de frio ou de patologias agravadas pelas baixas temperaturas, segundo informou a Arquidiocese de São Paulo à época.

Agência Brasil

Sentença da Operação Hashtag deve preocupar movimentos sociais, diz criminalista

O criminalista Lucas Sada disse, segundo o Justificando, que o julgamento da Operação Hashtag deve preocupar movimentos sociais, porque, pela primeira vez no Brasil, a Lei Antiterrorismo foi usava para prender acusados de programar uma ação durante as Olimpíadas a até 15 anos de prisão. Se a lei for alterada, movimentos sociais podem ser criminalizados.

Segundo o advogado, somente uma coisa impede, hoje, que movimentos sociais ou pessoas que participam de protestos sejam enquadradas pela lei: ela diz que deve haver motivação racista, religiosa ou xenofóbica por trás dos eventuais crimes.

“A única coisa que impede a aplicação da atual legislação contra movimentos sociais é a vinculação de atos de terrorismo à motivação racista, religiosa ou xenofóbica. Caso a lei seja alterada e outras “razões” sejam incluídas no texto, todo manifestante estará sujeito a ser ‘enquadrado’ como terrorista” – escreveu em suas redes sociais. Sada explica que isso pode ocorrer caso seja aprovado projetos de lei que visam enquadrar expressamente movimentos sociais como alvos da lei.


Pela primeira vez o Judiciário brasileiro fez uso da Lei Antiterrorismo aprovada pelo governo Dilma para condenar acusados em processo criminal. Oito réus na Operação Hashtag, que ocorreu pouco antes dos Jogos Olímpicos, foram condenados em penas que variam de 15 a 5 anos de reclusão por “promover, constituir, integrar ou prestar auxílio, pessoalmente ou por interposta pessoa, a organização terrorista”. Eles ainda podem recorrer da decisão. As informações são do portal G1.

A denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal sustentava que todos os denunciados se dedicaram à organização terrorista denominada Estado Islâmico. Ainda conforme a acusação, essa promoção ocorria via redes sociais, compartilhamento de materiais extremistas e trocas de email, por exemplo.

A Operação teve ampla repercussão na época e serviu para promoção pessoal do então ministro da justiça Alexandre de Moraes (foto), que concedeu diversas entrevistas coletivas vangloriando-se da ação da polícia federal, a qual teve suas falhas com pouco destaque, como por exemplo quando um dos presos foi espancado até a morte no cárcere no mesmo dia de sua prisão. Já outro teve sua foto internacionalmente divulgada segurando um suposto rifle, quando, na verdade era uma arma de paintball, conhecida brincadeira entre jogos com arma de tinta não letal. 

Veja abaixo a quanto tempo cada um foi condenado:

Leonid El Kadre de Melo – 15 anos de reclusão, sendo 13 anos em regime inicial fechado;
Alisson Luan De Oliveira – 6 anos de reclusão, sendo cinco em regime inicial fechado;
Oziris Moris Lundi dos Santos Azevedo – 6 anos de reclusão, sendo cinco em regime inicial fechado;
Levi Ribeiro Fernandes De Jesus – 6 anos de reclusão, sendo cinco em regime inicial fechado
Israel Pedra Mesquita – 6 anos de reclusão, sendo cinco em regime inicial fechado;
Hortencio Yoshitake – 6 anos de reclusão, sendo cinco em regime inicial fechado;
Luis Gustavo de Oliveira – 6 anos de reclusão, sendo cinco em regime inicial fechado;
Fernando Pinheiro Cabral – 5 anos de reclusão em regime inicial fechado.

Para o Advogado Criminalista Lucas Sada, a primeira condenação pela Lei Antiterrorismo é um marco que deve ser objeto de intensa preocupação por movimentos sociais: “A única coisa que impede a aplicação da atual legislação contra movimentos sociais é a vinculação de atos de terrorismo à motivação racista, religiosa ou xenofóbica. Caso a lei seja alterada e outras “razões” sejam incluídas no texto, todo manifestante estará sujeito a ser ‘enquadrado’ como terrorista” – escreveu em suas redes sociais. Sada explica que isso pode ocorrer caso seja aprovado projetos de lei que visam enquadrar expressamente movimentos sociais como alvos da lei.


Portal GGN

Desemprego é maior entre jovens de 14 a 24 anos, diz Ipea

Moradores da região Norte, pessoas com nível intermediário de educação (que já completaram o ensino fundamental, mas ainda não o médio) e os jovens foram os que mais perderam emprego no país, em 2016, segundo a 62ª edição do Boletim Mercado de Trabalho, divulgado hoje (5) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O documento mostra que, entre os jovens de 14 a 24 anos, o valor médio das taxas de desemprego trimestrais subiu de 20%, em 2015, para 27,2%, em 2016. Entre os adultos de 25 a 59 anos e os mais idosos, acima de 60 anos, também houve elevação no valor médio das taxas de desemprego trimestrais para o ano de 2016.

Para os adultos, a variação das taxas de desemprego, entre 2016 e 2015, foi de 2,2 pontos percentuais, fechando o último trimestre de 2016 com a taxa em 9,1%. Para a população mais idosa, a variação foi de 1,1 ponto percentual, chegando a 3,4%.

No recorte por regiões, o Nordeste apresentou as maiores taxas de desemprego em 2016, chegando a 14,4% no último trimestre.

Com relação à escolaridade, a evolução mais significativa foi registrada entre estudantes com ensino fundamental completo e médio incompleto, com um crescimento de 4,7 pontos percentuais na taxa de desemprego entre o quarto trimestre de 2016 e o mesmo período de 2015, quando a taxa passou de 12,2% para 16,9%.

Os trabalhadores por conta própria mantiveram uma trajetória de crescimento, com variação de 1,25% na média de 2016 em relação a 2015.

Os demais grupos registraram queda nos respectivos níveis de ocupação, com exceção dos militares/estatutários, que cresceram 0,65% no período analisado. Os trabalhadores com carteira e sem carteira assinada apresentaram queda de 3,72% e 0,35%, respectivamente.

Cenário

Segundo o boletim, o “cenário de queda no nível de atividade, em 2016, liderou o comportamento do mercado de trabalho, que teve piora nos indicadores de ocupação e desemprego”.

Por outro lado, a informalidade e o rendimento do trabalho apresentaram uma evolução “um pouco menos preocupante, sinalizando que o processo de deterioração desses indicadores estaria perdendo fôlego”, segundo o boletim.

O documento foi elaborado para avaliar o comportamento do mercado de trabalho brasileiro em 2016, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerando o desempenho nos últimos anos.

O instituto leva em conta ainda as informações da pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.

O valor médio das taxas de desemprego trimestrais, em 2016, foi de 11,51%, enquanto que, em 2015, a taxa foi de 8,52%. “O contexto continuou sendo de queda no nível de atividade e de inflação elevada. Este cenário ditou o tom do comportamento do mercado de trabalho naquele ano, que registrou uma piora sensível nos seus principais indicadores, com destaque para um aumento pronunciado da taxa de desemprego”, informa o boletim.

Remuneração

O rendimento real do brasileiro registrou um valor médio de R$ 1.978 em 2016, queda de 2,5% comparado ao ano anterior. Os homens tiveram a dminuição de 3,3% entre os anos de 2015 e 2016, enquanto as mulheres tiveram perda de 1% no rendimento, no mesmo período.

Os mais jovens (14 a 24 anos) apresentaram a maior queda (de 3,6%) no rendimento médio real no ano 2016 em relação ao ano anterior. Os adultos e os mais velhos também registraram queda no ano anterio, de 3,0% e 2,9%, respectivamente, em relação à média do ano de 2015.

O boletim aponta que a informalidade registrou taxas semelhantes em 2016 e 2015, sem apresentar uma tendência de aumento ao longo de 2016.

Reversão de cenário

O boletim indica que os primeiros meses de 2017 apontam para a reversão desse cenário e tem “encorajado os analistas a projetarem para esse ano o fim do quadro recessivo no nível de atividade e inflação em queda”. Segundo o Ipea, caso os prognósticos sejam confirmados, é possível que o mercado de trabalho tenha tenha recuperação ainda este ano.

Agência Brasil

Candidatos inscritos no concurso dos bombeiros podem imprimir os cartões informativos a partir de hoje



Os candidatos inscritos no concurso público para o corpo de bombeiros militar de Pernambuco poderão imprimir seus cartões informativos, exclusivamente via internet (http://www.upenet.com.br), a partir de hoje (05/05) a tarde.

A validação da inscrição e emissão do cartão, que contém um conjunto de dados necessários para participação no concurso, é de inteira responsabilidade do candidato, como estabelecido no Edital.

Havendo divergência de dados pessoais, o candidato deverá enviar e-mail (conupe.bombeiros2017@gmail.com) para solicitar as devidas correções. Caso contrário, assumirá, integralmente, os erros contidos no seu cartão informativo. A Comissão do concurso não se responsabilizará pelo candidato que faltar à prova por desconhecer o local de sua realização.

O candidato deverá estar munido do seu Cartão Informativo nos dias de aplicação das provas, assim como documento de Identidade, ou algum outro documento que possua foto e assinatura recentes, e de caneta esferográfica na cor azul ou preta. A comissão reitera que será, terminantemente, proibido conduzir telefones celulares ou outros aparelhos eletrônicos aos locais de prova, sob pena de ser excluído do processo.

O certame, autorizado através de portaria conjunta SAD/SDS no 006/2017, tem a validade de dois anos, prorrogável por igual período. A prova de conhecimentos será aplicada no dia 28/05/2017.

Outras informações podem ser obtidas no site do Conupe (www.upenet.com.br) no link SDS Bombeiro Militar - 2017, através do e-mail: conupe.bombeiros2017@gmail.com ou dos telefones: (81) 3033-7394 / 7397. 

Imprensa UPE

Mês do Maio Amarelo terá evento sobre tecnologias no trânsito

No mês onde é comemorado o Maio Amarelo, criado para chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo, a Faculdade Esuda recebe no próximo dia 24 de maio, às 18h30, evento que debaterá o uso da tecnologia no trânsito. Levando em consideração a evolução da tecnologia como aliada nas mais diversas áreas, a mesa-redonda formada por diversos profissionais da área discutirá o tema: A evolução da tecnologia aplicada à educação para o trânsito e sua influência na mudança comportamental dos usuários das vias. O evento gratuito e aberto ao público ainda recebe o lançado no Recife do aplicativo “AIT Consult”, app voltado para consulta de legislações do trânsito.

“A evolução da tecnologia na sociedade atual tem sido uma grande aliada no desenvolvimento de novas soluções que contribuem para a maior eficiência da mobilidade urbana, educação, engenharia, fiscalização e segurança para o trânsito, no entanto, é importante entender como o uso desses avanços tecnológicos afetam o comportamento dos diversos participantes da sociedade em seus deslocamentos diários, para que se possa direcionar da melhor maneira o seu uso, proporcionando uma maior eficiência nas ações desenvolvidas com vistas a um trânsito mais humano”, esclarece Gêsa-Cléa Cavalcanti, moderadora do encontro.

Entre os debatedores, Gêsa-Cléa Cavalcanti, coordenadora da pós-graduação em Psicologia do Trânsito da Faculdade Esuda; Carlos Augusto Elias, consultor em mobilidade urbana, servidor do DETRAN-PE, Youtuber idealizador do canal de educação para o trânsito “Manual do Trânsito”; Gleydson Mendes, consultor, professor de legislação de trânsito, Co-autor do livro “Curso de legislação de trânsito” e criador do site Sala de Trânsito; Emanoel Silva, Consultor em Trânsito, professor do curso de pós-graduação em Psicologia do Trânsito – ESUDA, Idealizador do aplicativo de consulta à legislação de trânsito “AIT Consult”; Rômulo Pernambucano, Integrante da Seção de Ensino e Instrução do Batalhão de Polícia Rodoviária da PMPE – BPRv; e Leonardo Nunes, Diretor-executivo de tecnologia da SERTTEL – Tecnologias para a mobilidade e segurança no trânsito.

O AIT Consult, aplicativo que será lançado no evento, está disponível para aparelhos android, e disponibiliza ao usuário informações detalhadas sobre as infrações de trânsito previstas no Código de Trânsito Brasileiro – CTB, manuais brasileiros de Fiscalização do CONTRAN.

Ainda foram convidados para o evento representantes dos principais órgãos do estado, como Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), Departamento de Trânsito de Pernambuco (DETRAN-PE), SEPLAMA (Olinda), Secretaria de Educação de PE, e as prefeituras de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes.

Serviço:

Mesa-redonda: Tecnologia no Trânsito

Quando: 24 de maio, às 18h30.

Local: Auditório Faculdade Esuda.

Mais informações: (81) 3412.4242

GRATUITO E ABERTO AO PÚBLICO.

Bairros da Boa Vista e Ilha do Leite receberão intervenção na rede coletora de esgoto

 

A partir das 22h de hoje (5), a Compesa inicia duas intervenções para melhoria operacional da rede coletora de esgoto nos bairros da Boa Vista e Ilha do Leite, no Recife. Na Boa Vista, será executada a restauração total do poço de visita - por onde se faz as inspeções na rede coletora - existente na Rua de Santa Cruz (foto à esquerda). Para realizar o serviço, será preciso interditar completamente a via, a partir do número 174 e, por este motivo, os motoristas e pedestres devem ficar atentos à sinalização da obra e ao desvio que será realizado pela CTTU (Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife).

Na Ilha do Leite, a intervenção acontecerá num trecho da Rua Francisco Alves (foto à direita), em frente ao número 94, para a substituição de cerca de 25 metros de uma tubulação (300 mm) localizada a dois metros de profundidade. Para realizar a obra, as duas faixas da direita da Rua Francisco Alves serão interditadas. Uma equipe da CTTU estará no local para indicar o desvio no trânsito de veículos. As duas intervenções devem ser concluídas até o domingo (7) e serão executadas pela BRK Ambiental, parceira da Compesa no programa Cidade Saneada.

Imprensa Compesa

Estudantes da rede pública de ensino alertam para cuidados com energia elétrica

A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) e a Escola Referência em Ensino Médio Sizenando Silveira, realizaram na tarde desta sexta-feira (05), o Show do Festival Tô Ligado na Energia – um projeto de disseminação do uso seguro e eficiente da energia elétrica que integra o Programa de Eficiência Energética regulado pela Aneel. 

Performances em Teatro, Dança, Música, Grafite e Percussão serão apresentadas pelos estudantes, com temática que aborda o consumo consciente da energia. Ainda neste ano, a Celpe vai promover o Festival junto aos alunos das Escolas Desembargador Renato Fonseca, Mariano Teixeira, João Bezerra, Felipe Camarão, Vila Rica, Professor Mardônio Andrade Lima Coelho e Jornalista Trajana Chacon. 

Programa - O Tô Ligado na Energia estimula, no ambiente escolar, a absorção de hábitos e o aprendizado sobre o uso racional e seguro da energia de uma maneira divertida, promovendo a interação de pais, alunos, professores e a participação da comunidade. 

Para atrair os jovens e tornar o aprendizado mais efetivo, o festival funciona como uma gincana e usa oficinas de teatro, dança, percussão, música, além de jogos educativos, tarefas de participação da comunidade, comunicação via mídias sociais, entre outras atividades. 

Na prática, os alunos se dividem em equipes e participam de games e tarefas cujo foco está nos conhecimentos acerca do tema. Durante a preparação, os alunos assistem a palestras sobre segurança e eficiência energética e realizam exercícios de fixação, dentre os quais desenvolvem trabalhos complementares ligados ao meio ambiente, a exemplo da importância da reciclagem.

Imprensa Celpe

Furto de água na Adutora do Prata prejudica abastecimento de seis cidades do Agreste

A suspeita da Compesa de ocorrências de desvio de água da Adutora do Prata motivou a realização da Operação Igarapé, deflagrada pela Polícia Civil, nesta sexta-feira (5), e que identificou diversos pontos de furtos de água ao longo da BR-104, na zona rural entre os municípios de Caruaru e Agrestina. Foram localizadas ligações clandestinas que transportavam água para grandes barreiros utilizados exclusivamente para o abastecimento e comercialização de carros-pipas para a população. Só no mês de abril, os furtos na Adutora do Prata representaram uma perda de 8% da água fornecida para 500 mil pessoas em Caruaru, Agrestina, Santa Cruz do Capibaribe, Ibirajuba, Altinho e Cachoeirinha. Esse volume seria suficiente para atender a população de Santa Cruz do Capibaribe (100 mil pessoas), durante 10 dias.

A Compesa passou a suspeitar da ocorrência de furtos na Adutora do Prata ao registrar, no período das 22h às 6h, uma redução da vazão que chegava a 100 litros de água por segundo, o equivalente a 25% do volume total do sistema que atende as seis cidades situadas no Agreste, região que enfrenta o sétimo ano consecutivo da seca. "O desvio de água estava influenciando diretamente o cumprimento do calendário dos setores atendidos pelo Sistema Prata, pois em algumas localidades a água chegava com baixa pressão e em outras nem chegava", informou o gerente de Unidade de Negócios da Compesa, Mário Heitor Filho.

Por este motivo, a companhia solicitou o apoio do Ministério Público de Pernambuco, que por sua vez acionou a Polícia Civil para investigar a ocorrência de furtos de água na Adutora do Prata. As investigações da Operação Igarapé ganharam desfecho com o cumprimento de três mandados de prisão temporária e 18 de busca e apreensão domiciliar. A ação envolveu 18 equipes da Polícia Civil, com a participação 110 policiais, quatro equipes do Instituto de Criminalística, além de 45 profissionais da Compesa.

Além dos prejuízos para o abastecimento da população, os furtos provocaram uma perda no faturamento da companhia estimado entre R$ 300 mil a R$ 500 mil, no período de 30 dias. Até a próxima semana, a Compesa irá calcular os valores das multas correspondentes ao volume estimado de água furtado, considerando o tempo que as ligações foram feitas e os diâmetros das tubulações das ligações clandestinas.


Imprensa Compesa

Celpe promove ação para troca de lâmpadas incandescentes ou halógenas por lâmpadas LED

A partir dessa sexta-feira (05.05), a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) disponibiliza para clientes residenciais do Grande Recife a troca de lâmpadas incandescentes ou halógenas por lâmpadas de LED, mais eficientes. O objetivo é contribuir para que estes clientes reduzam sua conta de energia, uma vez que a iluminação artificial é responsável por cerca de 15% do consumo total de energia uma residência.

As trocas poderão ser feitas: 

· Caminhões itinerantes do Vale Luz – programação dos bairros em www.celpe.com.br

· Postos da Celpe nos CRAS do Santo Antônio, Paulista, Ibura, Passarinho e Camaragibe.

· Unidade Móvel do projeto Energia com Cidadania (de 04 a 13/05 – Totó/Coqueiral; de 17 a 27/05 – Tejipió/Sancho e 31/05 a 10/06 – Várzea/Curado/CDU)

· Shopping Guararapes (no corredor entre as lojas Colombo e Broomer)

Esta iniciativa faz parte do projeto Vale Luz, que integra o Programa de Eficiência Energética da Celpe, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL.

Critérios para troca de lâmpadas incandescentes ou halógenas por LED

· Ser cliente residencial

· Cada titular da conta de energia, limitado a uma unidade consumidora, poderá trocar até 5 ( cinco) lâmpadas incandescentes ou halógenas, de no mínimo 40W, por um modelo LED com selo PROCEL; 


Documentos Necessários:

· Conta de energia original do último mês;
· Documentos pessoais (RG e CPF).

Para saber mais:

A diferença entre os tipos de lâmpadas

Veja as características dos principais tipos disponíveis no mercado e compre a que vai ajudar a sua fatura ficar sempre menor no final do mês:

Incandescente

As lâmpadas incandescentes são as mais antigas no mercado, e inclusive alguns tipos já saíram de circulação. As de potência 60W, 100W, 150W e 200W já não são mais importadas ou produzidas e vendidas no Brasil, e as de potência entre 25W e 40W deixaram de ser comercializadas, oficialmente, em junho de 2016.

Apesar de ser um dos tipos mais baratos (o valor varia em cada região do país, mas, em média, raramente ultrapassa R$ 2) as lâmpadas incandescentes são as que mais consomem energia, sendo esse um dos motivos para a extinção delas no mercado nacional. A vida útil dessas lâmpadas é menor quando comparada a outras opções: cerca de 1.000 horas ou pouco mais de seis meses, se considerarmos que as lâmpadas ficam acesas 5 horas por dia.

Halógenas

São uma variação das lâmpadas incandescentes com filamento de tungstênio contido em um gás inerte e uma pequena quantidade de um halogêneo como iodo ou bromo. Tem uma vida útil de aproximadamente 2 mil horas ou pouco mais de 11 meses. Por serem compactas, são muito utilizadas para decoração de ambientes. Custam cerca de R$ 1 ou 2 a mais do que uma incandescente comum.






Fluorescente compacta

São as mais disponíveis hoje no mercado e custam em média de R$5 a R$10. Essas lâmpadas chegam a durar 8 mil horas, em média. Uma fluorescente com 15W equivale à incandescente de 60W. Mas atenção: esse tipo de lâmpada possui mercúrio na sua composição, o que exige atenção redobrada no momento do descarte, pois elas não podem ser descartadas no lixo comum pois podem contaminar o meio ambiente.






LED (Light Emitting Diode)

Essas lâmpadas são mais eficientes e possuem vida útil média de 25 mil horas. Se ligadas durante 5 horas por dia, alcançam até 14 anos de uso em média. As lâmpadas LED são 80% mais econômicas do que uma lâmpada incandescente e 30% mais econômicas do que a fluorescente. Embora sejam mais caras, em média cerca de R$ 20,00 e R$ 25,00, o investimento compensa em função da vida útil e da economia em relação ao outros modelos, além de não agredir o meio ambiente




Imprensa Celpe

Impacto da Reforma Trabalhista nas relações sindicais é tema de palestra na OAB - PE

A OAB - PE realiza nesta segunda (8) às 19h a palestra "O Impacto das Reformas Trabalhistas nas Relações Sindicais" com a ex-secretária das Relações do Trabalho do MET, Zilmara Alencar. O evento acontece no auditório da Escola Superior de Advocacia da Ordem dos Advogados do Brasil – Secção de Pernambuco (ESA-PE) e conta com o apoio da Federação dos Empregados no Comércio no Norte e do Nordeste - FECONESTE.



Serviço:

Palestra "O Impacto das Reformas Trabalhistas nas Relações Sindicais"
8 de maio | 19h
ESA PE: Rua do Imperador Pedro Segundo, 307 - Santo Antônio
(81) 3224-2425

Blitz Familiar no Colégio Americano Batista

O Colégio Americano Batista (CAB) recebe nesta terça-feira, 09 de maio, das 9h às 16h, pelo terceiro ano consecutivo, a Blitz Familiar. O evento gratuito e aberto ao público é realizado pela Polícia Civil de Pernambuco e está em sua 5ª edição. A finalidade desta ação é restabelecer o comprometimento familiar visando melhorar o comportamento da sociedade. Sete órgãos entre departamentos e delegacias participam da iniciativa visando aproximar cada vez mais, a Polícia Civil, que esse ano comemora 200 anos, da sociedade.

De acordo com o delegado Francisco Nogueira, chefe da Unidade de Assistência e Avaliação de Pessoal- Uniassap e um dos coordenadores desse evento, a Blitz Familiar proporciona um dia de interação direta da população com órgãos e departamentos que sempre estiveram à disposição da sociedade. O objetivo principal é esclarecer dúvidas com relação a atribuição específica destes departamentos e delegacias da Polícia Civil facilitando o acesso das pessoas, sobretudo as mais humildes, aos inúmeros serviços gratuitos disponibilizados pelo órgão.

Os Departamentos de Polícia da Mulher (DPMUL), da Criança e do Adolescente (DPCA) e de Repressão ao Narcotráfico (DENARC) estarão presentes realizando palestras, esclarecendo dúvidas, distribuindo folhetos e veiculando vídeos explicativos sobre os órgãos e orientando a população em que momentos os mesmos devem ser acionados. As Delegacias do Consumidor (DECONC) e de Polícia do Idoso (DPI) também participam da Blitz Familiar com o mesmo intuito. O Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB) além de atender 100 pessoas carentes, pré-agendadas, e que se encontram em processo de ressocialização, irá esclarecer dúvidas, distribuir folhetos e orientar a população como tirar de forma mais rápida os seus documentos.

O momento show da Blitz Familiar acontece por volta das 11h, quando o Comando de Operações e Recursos Especiais (CORE) realiza apresentações com cães farejadores e a simulação de operação anti-sequestro. Essa ação acontece dentro de um ônibus, estacionado nas dependências do Colégio Americano Batista.

De acordo com o diretor do CAB, pastor Joel Bezerra, o evento é sediado com muita alegria pela instituição. Todos os alunos comparecem ao evento e são liberados, a partir da segunda aula, para participarem das atividades. “É muito importante o Americano Batista se tornar um canal de interação entre a sociedade e a Polícia Civil. Todas as pessoas serão muito bem recebidas e o Colégio, verdadeiramente, abre as suas portas para a população”, enfatiza.

Segundo o capelão da Polícia Civil de Pernambuco, Daniel Ramalho, a proposta da instituição é formar uma parceria com Núcleos Familiares, ampliando o relacionamento social entre eles e proporcionando uma segurança onde todos participem trazendo resultados positivos na nossa qualidade de vida.

SERVIÇO:

BLITZ FAMILIAR

Quando: Nesta terça-feira, 09 de maio, das 9h às 16h
Acesso: gratuito e aberto ao público
Onde: Colégio Americano Batista
Rua Dom Bosco, 1308, Boa Vista, Recife-PE
Informações : 81. 2122.5599 

Delegacias participantes

- CORE - Comando de Operações e Recursos Especiais
- DPMUL - Departamento de Polícia da Mulher
- DENARC - Departamento de Repressão ao Narcotráfico
- DECONC - Delegacia do Consumidor
- DPI - Delegacia de Polícia do Idoso
- DPCA - Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente
- IITB - Instituto de Identificação Tavares Buril


Guerra de Notas Oficiais marcam visita de Paulo Câmara ao município de Araripina

O município de Araripina (foto), a 684 km do Recife, está sendo palco de uma polêmica institucional. O governador Paulo Câmara está na região apresentando seu programa Pernambuco em Ação com inaugurações e iniciativas. 

No entanto, o prefeito da cidade, Raimundo Pimentel (PSL) afirmou em nota oficial que foi excluído das ações institucionais do dia. Sua esposa, a deputada estadual Socorro Pimentel (também do PSL), que integra a bancada de oposição na casa, fez uma cobrança na tribuna da Assembleia Legislativa. 

O prefeito afirmou, em nota oficial, que "Depois de relegar a região do Araripe ao mais absoluto abandono, durante os últimos anos, o governo retorna, num claro movimento motivado por razões que têm muito a ver com o calendário eleitoral e com uma tentativa de reverter os altos índices de impopularidade, do que com um projeto estratégico de desenvolvimento para a região. E o faz de forma desrespeitosa e estreita."

O governo do Estado também respondeu, em nota, que, "o Prefeito do Município de Araripina venha partidarizar e apequenar a relação institucional que existe com o Governo do Estado". E ainda provoca Pimentel: "O prefeito Raimundo Pimentel é contra o aumento da segurança no Sertão do Araripe? Parece que sim".

Leia a seguir a Nota Oficial da Prefeitura de Araripina:

"A Prefeitura Municipal de Araripina manifesta sua indignação por meio de seus representantes Raimundo Pimentel, prefeito, e Bringel Filho, vice-prefeito, com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, que de maneira apequenada mostrou, mais uma vez, a estreiteza do seu governo e o despreparo político e administrativo ao não enviar um convite institucional para que os representantes do município participassem de uma agenda oficial do Governo do Estado.

A atitude mesquinha do governador em ignorar os representantes eleitos pelo povo de Araripina é mais uma prova que falta ao seu governo a estatura e a grandeza para representar um Estado com a dimensão e a importância política de Pernambuco.

Como se não bastasse a deselegância desta atitude, invadiu de forma arbitrária um prédio público, que sediaria o Centro Administrativo e o Centro Convenções de Araripina e que se encontrava sob a posse do município por decisão judicial.

Depois de relegar a região do Araripe ao mais absoluto abandono, durante os últimos anos, o governo retorna, num claro movimento motivado por razões que têm muito a ver com o calendário eleitoral e com uma tentativa de reverter os altos índices de impopularidade, do que com um projeto estratégico de desenvolvimento para a região. E o faz de forma desrespeitosa e estreita. Araripina exige respeito!"

Leia agora a resposta da Secretaria de Imprensa de Pernambuco:

"A Casa Civil de Pernambuco lamenta que o Prefeito do Município de Araripina venha partidarizar e apequenar a relação institucional que existe com o Governo do Estado. 

O prefeito Raimundo Pimentel foi convidado, sim, para toda a programação do governador Paulo Câmara no Sertão do Araripe. Raimundo e todos os prefeitos da região. Conjuntamente. Infelizmente, temos de dizer: o prefeito mentiu. Cópia do e-mail enviado a ele comprova a informação. O e-mail, inclusive, faz parte de uma relação de contatos de todos prefeitos, disponibilizada pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe).

Além disso, por duas vezes, o secretário-executivo da Casa Civil, Tarcisio Ribeiro, conversou, por telefone, com Raimundo para convidá-lo e também para detalhar a programação do Pernambuco em Ação.

É muito triste que, por motivos eleitorais, o prefeito Raimundo se negue a participar de eventos que melhoram a vida do povo de Araripina e de todo o Araripe. 

Com relação ao imóvel onde funcionará a futura Companhia Independente de Araripina, necessário esclarecer que o Município de Araripina firmou um convênio com a EMPETUR para a cessão do chamado HOTEL POUSADA DO ARARIPE para a finalidade específica de construção de uma UPA. Não existiu no convênio previsão para instalação de Centro Administrativo e de Centro de Convenções por parte do município. Por isso, o município não poderia fazer obras com esse objetivo no terreno. A construção da Companhia Independente, pleito da população do Araripe, em nada prejudicará, portanto, a construção ou o funcionamento da UPA, sendo uma destinação legítima da propriedade. 

Esta é a verdade.

A Companhia Independente de Araripina será fundamental para melhorar a segurança pública não apenas no município, mas em toda a região. O prefeito Raimundo Pimentel é contra o aumento da segurança no Sertão do Araripe? Parece que sim.

O governador Paulo Câmara reafirma que não se afastará um milímetro sequer da firme determinação de governar para todos os pernambucanos, independentemente de partidos. 

Não vamos apequenar o bem do povo.

Secretaria da Casa Civil do Governo do Estado de Pernambuco"


Com informações do Blog do Jamildo, da Secretaria Executiva de Comunicação da Prefeitura de Araripina e da Secretaria de Imprensa de Pernambuco

Morre no Rio o sambista Almir Guineto

Morreu nesta sexta-feira o sambista Almir Guineto, aos 70 anos, no Hospital Clementino Fraga, na Ilha do Fundão, no Rio, onde o cantor estava internado. A informação sobre seu falecimento foi divulgada pelos perfis do artista no Twitter e no Facebook. A causa da morte não foi esclarecida.

"Comunicamos com pesar o falecimento do sambista Almir Guineto, na manhã desta sexta-feira (5), no Rio de Janeiro, em decorrência de complicações trazidas por problemas renais crônicos e diabetes. A família do cantor agradece pelas orações e o carinho de todos os fãs e admiradores. As informações sobre o velório e o sepultamento serão divulgadas em breve", diz o comunicado no Facebook.

Fundador do grupo Fundo de Quintal, Guineto estava internado desde março. Ele lutava há 17 meses contra problemas renais crônicos.

Em junho de 2016, o músico se afastou dos palcos. Ele passaria a tratar uma insuficiência real crônica depois de descobrir o problema de saúde no fim de 2015, quando sentiu fortes dores no corpo antes de um show em São Paulo.

O cantor reconheceu, na época, que o tratamento o havia enfraquecido e impedido cumprir com excelência a agenda de apresentações.

Biografia - Nascido e criado no Morro do Salgueiro, na cidade do Rio de Janeiro, Almir Guineto teve contato direto com o samba desde a infância, já que havia vários músicos em sua família. Seu pai Iraci de Souza Serra era violonista e integrava o grupo Fina Flor do Samba; sua mãe Nair de Souza (mais conhecida como "Dona Fia") era costureira e uma das principais figuras da Acadêmicos do Salgueiro; seu irmão Francisco de Souza Serra (mais conhecido como Chiquinho) foi um dos fundadores dos "Originais do Samba".

Na década de 1970, Almir já era mestre de bateria e um dos diretores da Salgueiro e fazia parte do grupo de compositores que freqüentavam o Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos. Nessa época, Almir inovou o samba ao introduzir o banjo adaptado com um braço de cavaquinho. O instrumento híbrido foi adotado por vários grupos de samba.

Em 1979, Almir mudou-se para a cidade de São Paulo para se tornar o cavaquinista dos Originais do Samba. Lá fez "Bebedeira do Zé", sua primeira composição gravada pelo grupo, onde a voz do Sambista aparece puxa o verso "Mas dá um tempo na cachaça, Zé/ Para prolongar o seu viver" e a sambista Beth Carvalho gravou algumas composições de Guineto, como "Coisinha do Pai", "Pedi ao Céu" e "Tem Nada Não".

No Espaço - Em 1997, "Coisinha do Pai" foi programada pela engenheira brasileira da Nasa Jacqueline Lyra para acionar um robô norte-americano da missão Mars Pathfinder, em Marte. No ano seguinte, compôs com Arlindo Cruz, Sombrinha e Xerife "Samba de Marte" - que relata a história da chegada de "Coisinha do Pai" em solo marciano.


Com informações do Jornal Extra (Rio) e da Wikipedia

CPI da Funai-Incra pede indiciamento de ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo

No relatório final da comissão apresentado pelo deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Cardozo é acusado de ter cometido crimes como associação criminosa, apoio a ações de esbulho possessório e retardamento de atos de ofício contra disposição expressa de lei, além de improbidade administrativa.

O relatório pede ainda o indiciamento do ex-presidente da Funai João Pedro Gonçalves da Costa por improbidade e desobediência à ordem legal de funcionário público. O desembargador Gercino José da Silva Filho, ex-ouvidor agrário nacional do Incra e ex-presidente da Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo, também é acusado de improbidade administrativa.

Ao todo, o relatório traz 144 encaminhamentos e indiciamentos. Nas investigações atreladas ao Incra, são 41 casos. Desses, há 28 indiciamentos de pessoas ligadas ao órgão, três antropólogos e 14 procuradores da República. Em relação à Funai, o total é de 103 investigações, envolvendo 14 procuradores, 11 antropólogos, 33 indígenas, 5 servidores da Funai, 5 pessoas ligadas à organização Centro de Trabalho Indigenista (CTI) e 21 pessoas ligadas ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi), além do ex-ministro José Eduardo Cardoso.

Apesar dos casos frequentes de violência envolvendo acusações de contratação de pistoleiros em casos de morte e violência contra indígenas e camponeses, o relatório não traz nenhum ruralista para o centro das investigações.

O relatório foi alvo de um pedido de vista conjunto apresentado por dez deputados. O texto deve voltar ser votado na próxima semana. De forma geral, as acusações dão conta de que a Funai e o Incra teriam sido tomados por esquemas de corrupção e ações truculentas, que resultaram na judicialização de quase todas as suas decisões quanto à demarcação de terras ou desapropriação de áreas.

“Após ampla análise do vasto conteúdo probatório, não restam dúvidas de que os equívocos de políticas pretéritas têm servido de escudo a um falso discurso protecionista, a esconder interesses escusos, que vão desde o enriquecimento pessoal à mitigação da soberania, passando pela publicização e coletivização da propriedade privada, bem como pela subjugação socioeconômica como instrumento de manutenção do poder”, afirma Nilson Leitão, em seu relatório.

O relatório também traz duras críticas a organizações socioambientais que atuam na defesa dos direitos de povos tradicionais e camponeses. “Para esconder o desvio de recursos públicos e a gestão em benefício próprio de milhões de dólares que ingressam de entidades e governos estrangeiros, muitos dos que dizem proteger o indígena, na prática, prejudicam e impedem o alcance da efetiva dignidade pelas próprias comunidades indígenas.”

A partir das acusações apontadas pela CPI, cabe à Polícia Federal ou Ministério Público avançar nos casos.

Reações. Por meio de nota, o secretário executivo do Cimi, Cleber Buzatto, afirmou que a CPI da Funai-Incra foi criada, conduzida e relatada por ruralistas estritamente para atender os interesses do agronegócio. “O relatório produzido é viciado e parcial. Com acusações falaciosas, promove perseguição política e preconceito rancoroso contra os povos indígenas e seus aliados. Não investigou os crimes do agronegócio listados em dezenas de requerimentos não aprovados e não permitiu o contraditório aos acusados”, declarou.

A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) divulgou uma nota de apoio aos procuradores do Ministério Público Federal citados no relatório. Segundo a associação, o parecer de Leitão, que acusa membros do MPF com atuação na Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina de prática de condutas ilegais, é um relatório “sem fundamentos”.

“O parecer, na realidade, investe contra a atuação institucional do Ministério Público Federal (MPF), que tem lutado em defesa dos direitos dos índios às terras de sua ocupação tradicional”, declarou a ANPR. “Causa preocupação, ainda, que o relatório da CPI, além de tentar constranger a atuação regular e institucional do MPF, acuse e intimide antropólogos e associações que se empenham na defesa das causas indígenas e de comunidades tradicionais.”

Defender o direito às terras de comunidades indígenas, afirmou a associação, é uma imposição da Constituição e um dever de toda a sociedade. “Desconhecer estes direitos, e atacar os que atuam em sua defesa, por outro lado, apenas traz prejuízos à democracia, à lei e à paz. Os procuradores da República não se afastarão de seu dever institucional de defender a ordem jurídica e os interesses sociais e individuais indisponíveis”, informa a nota assinada pelo Presidente da ANPR, José Robalinho Cavalcanti. “A ANPR confia que a Câmara dos Deputados também saberá exercer o seu papel democrático e não permitirá que ocorram retrocessos quanto aos direitos das comunidades indígenas.”

Estadão (SP)

Governo indica envolvida em violação de direitos indígenas para cargo de confiança na Funai

O ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR), indicou uma socióloga envolvida em denúncias de violação dos direitos de população indígena para a Diretoria de Proteção Territorial da Fundação Nacional do Índio (Funai), cargo responsável por todo o processo de demarcação de território no órgão.

Azelene Inácio (foto), líder indígena Kaingang, e seu marido, Ubiratan de Souza Maia, constam em uma ação civil pública, de 2008, do Ministério Público Federal, que trata da construção do complexo portuário Porto Brasil, no litoral sul de São Paulo. Souza Maia ainda foi condenado neste ano em outro caso de arrendamento de terras indígenas em Santa Catarina.

A reportagem de CartaCapital teve acesso ao documento que oficializa a indicação, encaminhado pelo Ministério da Justiça ao Palácio do Planalto no último dia 19 de abril. A nomeação ainda não foi registrada no Diário Oficial da União pois o posto, um DAS 5, é o segundo mais alto em remuneração da esfera pública e precisa receber o aval da Casa Civil para ser confirmado. Se for nomeada, de fato, Azelene ganhará o salário bruto de 12,4 mil reais por mês.



A socióloga é servidora de carreira da Funai. Em 2007, ela ocupava o cargo de coordenadora-geral de Defesa dos Direitos Indígenas do órgão. Foi exonerada deste posto, no entanto, após ajudar a empresa LLX, então propriedade do empresário Eike Batista, a convencer indígenas Piaçaguera, no município de Peruíbe (SP), a assinarem um documento em que desistiriam da posse de suas terras. Em troca, eles receberiam uma fazenda, carros e salários da empresa.

Segundo o Ministério Público Federal, o caso se deu com participação do marido de Azelene, que também tem origem indígena. Acompanhado de um antropólogo próximo aos índios, Ubiratan de Souza Maia se apresentou a uma liderança Piaçaguera como advogado da Funai.

Na época, a dupla teria apresentado uma série de documentos a essa líder para convencê-la de que a aldeia teria perdido suas terras de modo definitivo, inclusive por decisão do Supremo Tribunal Federal. A partir disso, Ubiratan e o antropólogo introduziram, na avaliação do MPF, a “generosa” proposta da LLX.

Para os procuradores, Azelene usou o cargo de “alta credibilidade perante aos índios”, sem autorização da Funai, para influenciar na negociação. Ela chegou a afirmar aos indígenas que eles não deveriam confiar na Funai, “um órgão que só enganava os índios”. Apesar do envolvimento, apenas a LLX e o Estado de São Paulo foram apontados como réus na ação do MPF. Atualmente, Azelene Inácio ocupa o cargo de coordenadora social da Funai em Chapecó (SC).

Marido condenado

Recentemente, Ubiratan de Souza Maia ainda foi condenado por prática ilegal de arrendamento de terras indígenas. Em ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal em Chapecó, a Justiça Federal decidiu que o marido de Azelene e sua empresa deveriam indenizar a comunidade da Terra Indígena (TI) Xapecó, nos municípios de Ipuaçu e Entre Rios (SC). Também foram condenados na mesma ação o ex-cacique Gentil Belino e Júlio Cesar Inácio.

Segundo apurado na investigação, os indígenas eram obrigados a liberar áreas para a exploração direta por produtores rurais vizinhos, o que era classificado como uma “parceria” entre agricultores não-indígenas e as poucas famílias de índios na região. Os reús teriam cobrado comissão sobre os ganhos dos produtores na terra.

De acordo com a decisão judicial, Ubiratan de Souza Maia, Júlio Cesar Inácio e a empresa JM Consultoria Ambiental LTDA deveriam ressarcir os indígenas no valor de 119 mil reais. Já Gentil Belino teria que devolver R$ 27,5 mil àquela comunidade. Apesar da condenação, o próprio MPF recorreu da decisão de primeiro grau por requer indenização de mais de R$ 240 mil.

Nos últimos meses, o próprio Ubiratan chegou a ser cotado para a coordenador-geral de licenciamento da Funai, mas acabou não sendo indicado ao cargo. Por meio de nota, o MPF manifestou preocupação com essa possibilidade. A reportagem tentou contato com os envolvidos, sem sucesso. O espaço está aberto caso eles queiram se manifestar.

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