domingo, 15 de junho de 2025
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#EntrevistasInéditas As Januárias: O Forró Feminino que Conquista o Brasil e o Mundo
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As Januárias - Foto: Daniella Pontes |
Recife, Pernambuco – Em uma
entrevista exclusiva concedida ao Blog Taís Paranhos, as integrantes do trio As
Januárias – Mayara, Mayra e Sidcléa – abriram o coração para falar sobre a
trajetória da banda que tem revolucionado o cenário do forró, superando
desafios e levando a autêntica cultura nordestina para milhões de pessoas. Com
raízes em Nazaré da Mata (terra das gêmeas Mayara e Mayra) e Camaragibe (onde
Sidcléa nasceu), e atualmente morando em Olinda, as artistas celebraram a força
feminina na música e seus planos futuros.
A história d'As Januárias começou
em 2017, na ETE de Criatividade Musical. A paixão em comum pelo forró,
cultivada em longas viagens embaladas pelos clássicos de Marinês, Luiz Gonzaga,
Anastácia e Flávio José, impulsionou a formação do grupo. O nome, uma homenagem
ao pai de Luiz Gonzaga, Seu Januário, já denota o profundo respeito e admiração
pelas raízes do gênero.
Desafios e Conquistas: A Voz
Feminina no Forró
No início, como em qualquer
jornada, as dificuldades foram maiores. O forró, apesar de sua riqueza, ainda é
um universo predominantemente masculino. "Nós, além de cantoras, somos
instrumentistas também e mulheres que tocam instrumentos são observadas com o
dobro de atenção, e muitas vezes desacreditadas pelo próprio mercado",
revelaram as Januárias.
No entanto, após oito anos de
estrada, elas afirmam ter provado a que vieram. Um desafio persistente,
contudo, é a inclusão em grandes eventos. Segundo o trio, as grades de
programação ainda são majoritariamente masculinas, e a participação feminina
muitas vezes parece ser uma "cota" para evitar questionamentos sobre
a ausência de mulheres.
Apesar dos obstáculos, As
Januárias comemoram o alcance de seu trabalho. "É bom demais ver o
trabalho da gente chegando em tantos lugares. As redes sociais nos permitiram
ser ouvidas por milhões de pessoas no Brasil e no mundo inteiro. E isso nos deixa
muito emocionadas", compartilharam as artistas, visivelmente tocadas pelo
carinho do público.
A Sonoridade e os Momentos
Inesquecíveis
A base instrumental do trio é
composta por violão, zabumba e triângulo. Essa formação surgiu naturalmente,
com Sidcléa no violão, Mayara na zabumba e Mayra no triângulo. Curiosamente, a
ausência da sanfona, um instrumento icônico do forró, foi um diferencial que
chamou a atenção do público. Hoje, a banda conta com uma formação mais completa
para os shows, incluindo bateria, guitarra, baixo e sanfona.
O repertório é vasto e variado,
refletindo as influências das integrantes. Além de grandes nomes do forró como
Marinês, Anastácia, Luiz Gonzaga, Elba e Terezinha do Acordeon, o trio se
inspira em artistas de outros gêneros, como Marisa Monte, Vanessa da Mata,
Pitty e Laura Pausini. A escolha das músicas para os shows é feita com meses de
antecedência, passando por ensaios vocais e acústicos antes de serem
incorporadas pela banda completa.
As três integrantes são compositoras, reunindo-se para criar novas músicas sempre que necessário. "Às vezes a música nasce em uma tarde, às vezes demora um mês inteiro", contam, entre risos. Entre tantos momentos marcantes, o mais emocionante, segundo As Januárias, foi cantar no Galo da Madrugada, em 2025. O convite de Nena Queiroga para se apresentarem em seu trio no Carnaval foi "uma das maiores emoções de nossas vidas".
O Futuro do Forró Feminino
As Januárias observam com
otimismo o crescimento da participação feminina no forró, embora reconheçam que
os desafios persistem. "Na década de 50, artistas como Marinês e Anastácia
ouviam nos corredores das rádios pessoas dizendo que forró não era coisa para
mulheres", relatam. Embora a situação tenha melhorado, elas entendem que a
mudança social é gradual, mas se mantêm firmes: "todos os dias a gente vai
escrevendo uma história nova".
Os planos para o futuro são
ambiciosos: continuar trabalhando, levando a música para "lugares antes
inalcançáveis", compondo e gravando. Elas sonham em colaborar com artistas
que admiram e acabaram de lançar o single junino "Laçou meu Coração",
um forró de vaquejada que narra a história de uma jovem do litoral que se
apaixona por um vaqueiro do Sertão, uma alusão à paixão do trio por Exu-PE. O
grande sonho é alcançar o máximo de pessoas possível.
Vamos conhecer mais sobre As
Januárias?
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As Januárias na Sanfonada na Serra, junto com a sanfoneira Karol Maciel Foto: Produção Januárias |
Como surgiu a ideia de formar a banda e por que escolheram o nome "As Januárias"?
A banda surgiu em 2017 na ETE de Criatividade Musical. Nós 3 viajávamos bastante e as viagens eram sempre ao som de Marinês, Luiz Gonzaga, Anastácia, Flávio José e daí surgiu a vontade de fazer uma banda de forró. O nome é uma homenagem ao pai de Luiz Gonzaga (Seu Januário).
Quais foram os maiores
desafios ao iniciar uma carreira no forró sendo um grupo exclusivamente
feminino?
No começo tudo é sempre mais
difícil e o forró, como diversos outros estilos musicais, é um universo bem
masculino ainda. Nós, além de cantoras, somos instrumentistas também e mulheres
que tocam instrumentos são observadas com o dobro de atenção, e muitas vezes
desacreditadas pelo próprio mercado. Depois de 8 anos de estrada, acredito que
a gente já conseguiu mostrar à que veio. Mas, um desafio persistente é compor
as grades dos grandes eventos (especialmente fora do período de comemorações do
dia da mulher). As grades ainda são majoritariamente masculinas e as mulheres
entram na programação como uma espécie de cota, claramente pra evitar
questionamentos sobre a ausência de participação feminina no evento.
Vocês começaram viralizando
nas redes sociais. Como foi a sensação de ver o trabalho de vocês alcançar
milhões de visualizações?
É bom
demais ver o trabalho da gente chegando em tantos lugares. As redes sociais nos
permitiram ser ouvidas por milhões de pessoas
no Brasil e no mundo inteiro. E isso nos deixa muito emocionadas.
O grupo tem uma proposta
instrumental diferente, sem sanfona. Como chegaram a essa sonoridade única?
A base da nossa formação instrumental é violão, zabumba e triângulo. Essa formação surgiu muito
naturalmente, já que o violão já era o instrumento de origem de Sidcléa, e Mayara e Mayra aprenderam zabumba e triângulo (respectivamente) pra compor esse projeto. Acreditamos que
a ausência da sanfona tenha sido, inclusive, uma das coisas que chamaram
atenção das pessoas pra gente.
Quem são as maiores
influências musicais de vocês dentro e fora do forró?
São muitas, e bem variadas. No forró
admiramos nomes como Marinês, Anastácia, Luiz Gonzaga, Elba,
Terezinha do Acordeon, Flávio José, Santana... Gostamos muito de forró das antigas também. E tudo isso
entra no nosso repertório de shows.
Fora do forró ouvimos de um tudo: Marisa Monte,
Vanessa da Mata, Pitty, Mariene de Castro, até Laura
Pausini.rs. E tudo que a gente ouve influencia na música que fazemos.
Como é a rotina de
preparação para os shows e a criação de novas músicas?
Escolhemos o nosso repertório
com meses de antecedência, pra podermos testar o que funciona ou não nas nossas
vozes e no nosso estilo. Então, fazemos primeiro ensaios vocais, mais
acústicos. Depois de "testar" o repertório só nós 3, passamos pra nossa banda, que hoje conta com
bateria, guitarra, baixo e a sanfona. E começamos os ensaios com banda
completa. É esse show que apresentamos ao público no período junino.
"Eu Sou Janu" e
"Ela no Forró" são faixas autorais. Como é o processo de composição
do grupo?
Sobre a composição de novas músicas, nós 3 somos compositoras. Sempre que precisamos lançar algo novo, nos reunimos, geralmente já com um tema na cabeça pra
facilitar o processo de composição. As vezes a
música nasce em uma tarde, as vezes demora um
mês inteiro. (Risos)
Qual foi o momento mais
marcante da carreira de vocês até agora?
Tivemos muitos momentos
lindos, com públicos maravilhosos. Mas, o momento
mais marcante até hoje foi cantar no Galo da
Madrugada. Fomos convidadas por Nena Queiroga pra cantar junto com ela em seu
trio no Carnaval de 2025, e foi uma das maiores emoções de nossas vidas.
Como vocês enxergam o
protagonismo feminino no forró e o impacto disso na cena musical?
A cada dia que passa vemos
novas artistas e grupos de mulheres atuando no forró. Também observamos alguns
grupos desistindo. Sabemos que muita coisa mudou nesse cenário. Na década de
50, artistas como Marinês e Anastácia ouviam nos corredores das rádios pessoas
dizendo que forró não era coisa para mulheres, diziam que era um tipo de música
que requeria muito esforço para cantar. Naquela época era muito mais difícil
para elas. Hoje sabemos que os desafios ainda existem, pois a questão parte de
um fenômeno social, algo que demora para mudar. Mas, todos os dias a gente vai
escrevendo uma história nova.
Quais são os
próximos planos e novidades para As Januárias?
O plano é continuar
trabalhando, levando nossa música à lugares antes inalcançáveis. Continuar
compondo, gravando. Queremos gravar com artistas que admiramos. Acabamos de
lançar o nosso single para a temporada junina "Laçou meu coração", um
forró de vaquejada, composição das três Janus. No enredo da música a gente
conta a história de uma jovem do litoral que se apaixonou por um vaqueiro no
Sertão, uma alusão a nossa viagem anual para Exu-PE (meninas que moram na
praia, mas que são apaixonadas pelo Sertão). Nosso sonho é alcançar o máximo de
pessoas possível.
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As Januárias - Foto: Daniella Pontes |
#SendoProsperidade com Mariângela Borba
Além da Geopolítica: o Apelo do Papa Leão XIV
em Defesa
dos Vulneráveis em Gaza
Por *Mariângela Borba
Olá você, leitor do #SendoProsperidade tudo bem? Vocês também vêm acompanhando que o
Papa Leão XIV vem, de forma firme, apelando pelo cessar-fogo imediato na Faixa
de Gaza? Não se trata, apenas, de um posicionamento diplomático
qualquer, mas de um grito humanitário
diante de uma tragédia que já ultrapassou os limites morais. As tensões entre Irã e Israel escalaram
drasticamente, com ambos os países realizando ataques militares um contra o
outro. A preocupação do Papa está, justamente,
nos menos vulneráveis: crianças,
idosos, doentes. Ele pede que o Direito Internacional Humanitário seja
respeitado, que os reféns sejam libertados e que a ajuda humanitária chegue com
dignidade até os que estão cercados pelo terror da guerra. A perda humana não pode apenas ser tratada como efeito
colateral de uma disputa política.
Irã e Israel não estão à beira de uma guerra total não é só
por armas, nem só por religião. Essa guerra não começou em 07 de outubro de
2023. É uma batalha secular, que vem acontecendo desde o século XIX, quando
começaram as primeiras ondas de imigração de judeus radicais para a região. A
situação é muito tensa, com ataques e contra-ataques devastadores. Até
hoje, o Palestino tem vivido sob
tensões, expulsões, violência e
ocupações (https://www.reuters.com/world/middle-east/israel-says-it-strikes-iran-amid-nuclear-tensions-2025-06-13/).
Em 1948, com a criação do Estado de Israel, mais de 750 mil palestinos foram expulsos de
suas casas. Esse evento ficou conhecido como “Nakba”, a catástrofe, que
resultou no deslocamento de muitos palestinos em 1948. É um período histórico
complexo e doloroso (https://www.aljazeera.com/news/liveblog/2025/6/13/live-explosions-reported-in-ira).
E, desde então, a resistência palestina
tem assumido muitas formas: da luta armada à resistência cultural e cotidiana.
Durante o século XX a Palestina enfrentou guerras, ocupações
militares e repressões sistemáticas. O surgimento de organizações da Palestina,
o bloqueio de Gaza e as sucessivas construções de assentamentos ilegais mostram
que o conflito não é apenas uma disputa entre dois povos: é também uma crise de
justiça e de direitos humanos (https://hrw.org/pt/world-report/2024/country-chapters/israel-and-palestine).
Diante disso, o Papa
não se coloca só como um analista político, nem como líder de aliança
internacional. Ele é um bom pastor e age
como tal. O olhar dele é o da mãe que perdeu o filho sob os escombros, do pai
que não consegue voltar- e quando
consegue – com alimento, da criança que cresceu com medo de aviões e de
barulho. O que o Papa apelando é para
que essa dor não vire estatística.
Na tradição cristã, a
paz não se trata de um acordo entre governos, mas de um fruto de justiça. E não há justiça onde há bombardeios diários,
cerceamento de circulação, impedimento
de ser atendido em hospitais ou de enterrar seus mortos com dignidade. A
questão não é tomar partido, mas dizer
com clareza: há um povo sendo massacrado. Nada justifica os ataques terroristas
do Hamas; porém é preciso ver que Israel não está se defendendo, mas dizimando
uma comunidade inteira. A busca por uma solução justa e pacífica é fundamental
(https://www.intercept.com.br/especiais/israel-estado-genocida/).
Quando Jesus disse: “bem aventurados os mansos, porque
possuirão a terra” (MT 5,5), ele quis reescrever a lógica da conquista, uma vez que Jesus fala por parábolas
logo, é preciso decifrar. Para o Evangelho, não serão os violentos que
herdarão a terra, mas os que confiam em
Deus e não agridem. A verdadeira herança não é fruto da ocupação, mas da mansidão. A postura do Papa Leão XIV
segue essa linha: ele não propõe uma solução armada, nem toma partido entre bandeiras. Ele se
alinha com os fracos, com os que perderam tudo, com os que ainda têm fome, medo
e saudade. O cessar-fogo que ele pede é, antes de tudo, um gesto de humanidade. Por isso a fala do
Papa incomoda. Porque ela não se baseia em geopolítica, mas em Evangelho. E o
Evangelho não se presta ao confronto de quem lucra com a guerra. Ele denúncia, à sua maneira silenciosa, toda
forma de violência que se disfarça de segurança. Trata-se de afirmar, como Jesus afirmou, que a paz verdadeira é dom de Deus, mas também tarefa humana. Ora, o grupo terrorista Hamas não é o povo
palestino.
Que o pedido do Papa Leão XIV não seja visto como discurso
religioso ingênuo, mas como um chamado à
consciência. Num mundo cada vez mais
acostumado a ver o sofrimento como efeito colateral, é urgente recuperar a dignidade da vida. Após
Jesus, o chamado de Israel como nação
filha de Deus, não é mais para que lute pela terra, mas sim pela paz. “Felizes os que promovem a
paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9).
Mariângela Borba é professora, jornalista profissional,
revisora credenciada, social media, Produtora Cultural, especialista em Cultura
Pernambucana pela Unifafire, fez parte da Pastoral de Comunicação da AOR e da
Paróquia de Nossa Senhora do Ó e é membro da Associação de Imprensa de
Pernambuco (AIP) que teve como um dos fundadores, seu bisavô, jornalista
Edmundo Celso.