quarta-feira, 8 de março de 2017

#DiaDaMulher - Luana dos Reis

Luana dos Reis, 35 anos, foi agredida por PMs no dia 8 de abril de 2016 ao exigir que uma policial do sexo feminino a revistasse, mas a solicitação não foi atendida, e ela não permitiu que o procedimento fosse feito por agentes homens, foi quando, segundo sua irmã Roseli, as agressões começaram.

O tenente coronel da PM, Francisco Mango Neto, negou as agressões e informou que o motivo da abordagem foi a suspeita de que Luana dirigia naquele momento uma moto roubada. De acordo com a Polícia Militar, os agentes reagiram depois que foram desacatados e agredidos por Luana.

Uma testemunha afirma que Luana foi brutalmente agredida por pelo menos seis policiais. ela morreu no hospital no dia 13 de abril de 2016, devido a uma isquemia cerebral aguda, causada por traumatismo crânio-encefálico.

Em 3 de fevereiro de 2017 a Justiça Militar do Estado de São Paulo (JMSP) arquivou a investigação contra os três policiais militares, alegando "total ausência de provas".

#DiaDaMulher - Louise Ribeiro


A estudante de Biologia, Louise Ribeiro, de 20 anos, foi assassinada pelo colega de curso Vinícius Neres após ser forçada a ingerir clorofórmio. O crime ocorreu dentro de um laboratório do curso de biologia da Universidade de Brasília (UnB), no dia 10 de março de 2016. 

Louise foi dopada com clorofórmio e, depois de inconsciente, teve 200 mL do produto químico injetados na boca por Vinícius Neres. O produto é altamente tóxico e letal.

Louise foi encontrada com um arame nas pernas e um lacre de plástico nas mãos. O corpo tinha marcas de carbonização no rosto e nas partes íntimas, e estava apenas parcialmente vestida. As roupas nunca foram encontradas.

O corpo da jovem foi encontrado em uma área de cerrado no Setor de Clubes Norte, próximo à UnB, após indicação do local por Neres. O carro dela foi achado abandonado no estacionamento da universidade. Amigos da estudante avisaram a polícia e disseram que Neres podia ter envolvimento com o crime, devido à suposta fixação que o estudante tinha por Louise. Em depoimento, Vinícius disse que “teve uma sensação de controle, o que na hora foi muito bom”.

Vinícius foi preso horas após a descoberta do crime, e deve permanecer detido até o julgamento. Ele é apontado como principal suspeito e chegou a confessar a autoria do assassinato à Polícia Civil, no momento da prisão.

#DiaDaMulher - Janaína Mitiko

Aos 32 anos, no dia 11 de janeiro deste ano, a estudante de Pedagogia, Janaína Mitiko, foi assassinada em São Paulo pelo PM Márcio da Silva Lima. O motivo era que Márcio não se conformava com o fim do relacionamento entre os dois. 

Eles ficaram juntos por um ano e meio até ele agredi-la no final do ano passado. Com o término do namoro, vieram as ameaças. Segundo as palavras de uma testemunha, “Escutamos vários tiros. Do nada, parou um pouquinho e continuaram vários de novo. Foi uma coisa terrível, horrível mesmo. Ele pegou, arrastou pelo cabelo, jogou no chão e só foi... acabaram as balas, ele foi no carro, encheu o pente de novo e descarregou”.

Márcio da Silva Lima está preso.

#DiaDaMulher - Izabella Gianvecchio

Izabella Gianvecchio, de 22 anos, foi assassinada a tiros no dia 12 de fevereiro de 2015. Seus filhos gêmeos, Ana Flávia e Lucas, de apenas dois meses de vida, foram encontrados cinco dias depois. Mortos a tiros. 

Mãe e filhos haviam desaparecido quando iriam encontrar Matusalém Ferreira Junior. Izabella lutava para ele reconhecer a paternidade das crianças.

Segundo a Polícia Civil, a mãe e as crianças foram vistas pela última vez sendo levadas de carro por Matusalém, que até então não teria assumido a paternidade dos bebês. 

Além de Ferreira Júnior, um comparsa envolvido, Antônio Moreira Pires, também está preso. Ambos aguardam julgamento.

#DiaDaMulher - Isabella Nardoni

Isabella Nardoni, de apenas 5 anos, morreu no dia 29 de março de 2008 após ter sido jogada de uma altura de seis andares, no jardim do edifício onde morava seu pai Alexandre Nardoni, sua madrasta Anna Carolina Jatobá e dois irmãos pequenos. Chegou a ser socorrida, mas chegou morta ao hospital. Seu pai teria afirmado em depoimento que o prédio onde mora fora assaltado e a menina teria sido jogada por um dos bandidos. 

Dias após, a investigação constatou que a tela de proteção da janela do apartamento foi cortada para que a menina fosse jogada e que havia marcas de sangue no quarto da criança. O laudo do IML apontava indícios de asfixia anteriores à queda da menina. Os legistas teriam duvidado até mesmo de que a menina tivesse caído, por conta do baixo número de fraturas em seu corpo. Por causa dos depoimentos e investigações, foram declarados como principais suspeitos da morte, o pai e a madrasta.

Alexandre Nardoni foi condenado a 31 anos, 1 mês e 10 dias - pelo agravante de ser pai de Isabella - e Anna Carolina Jatobá, a 26 anos e 8 meses. 

Ana Carolina Oliveira, a mãe, casou-se novamente e teve um bebê, chamado Miguel.





#DiaDaMulher - Irmãs Hosbach

No dia 27 de fevereiro, três irmãs foram assassinadas na cidade de Cunha Porã, em Santa Catarina. O principal suspeito é o agricultor Jackson Lahr, de 24 anos, ex-marido de uma das vítimas, Rafaela Horbach de 15 anos (a foto da identidade). 

Jackson estava inconformado com o fim do relacionamento, não queria pagar pensão para o filho do casal, de um ano e queria ver o menino.

As outras vítimas foram as suas irmãs Julyane (a de blusa cinza na foto), de 23 anos; e Fabiane (a que está na praia), de 12 anos. As três foram mortas a facadas. O marido de Julyane, Gilvan Meyer, também foi atingido pelas facadas, mas sobreviveu e ainda está hospitalizado.

Uma semana antes, segundo o pai delas, Neuri Horbach,  uma semana antes, Lahr havia ameaçado as três, que fizeram boletim de ocorrência na delegacia local. 


Jackson está preso. Se julgado e condenado, pode pegar de 12 a 30 anos de cadeia por cada vítima fatal.

#DiaDaMulher - Ione Araújo

No dia 21 de outubro de 2013, Ione da Silva Araújo, de 32 anos, foi espancada, estuprada, amordaçada e enterrada viva no município de Jacobina, na Bahia. De acordo com a polícia local, ela foi surpreendida pelo ex-marido, Leandro Severo da Silva, de 37 anos.

Após todo o sofrimento, Ione conseguiu se arrastar até o quintal de sua casa, onde pediu ajuda. Levada para o hospital, ela prestou queixa aos policiais e o ex-marido foi preso em flagrante. Ele não se conformava com o fim da separação além de acusá-la de adultério e de alegar que estava bêbado quando cometeu os crimes. Ele já tinha sido preso por tentar incendiar a casa e por queimá-la, mas fora solto pela justiça.

Ela pelo menos sobreviveu pra contar sua história e buscar ajuda.

#DiaDaMulher - Giselle Alves

A skatista Giselle Alves, de 33 anos, foi estuprada e espancada até a morte no dia 30 de dezembro de 2015, em Paraty, Rio de Janeiro. O principal suspeito do crime era o ex-namorado Ralph Willians. Segundo um irmão de Giselle, moradores da região relataram que, antes de ser morta, a skatista e o rapaz haviam brigado na praça do centro histórico de Paraty.

Amigos da skatista criaram uma página no Facebook, a Justiça para Giselle Alves

Até o momento, ninguém foi preso.

#DiaDaMulher - Gisberta Salce

Mulher Trans. Soropositiva. Imigrante ilegal. Sem-teto. A brasileira Gisberta Salce passou por uma trajetória entre a descoberta de seu gênero, o sucesso na Europa, o envolvimento com drogas, o vírus HIV e a indigência. Por medo da violência no Brasil, voou para a Europa. E lá encontrou violência e morte. Aos 45 anos, no dia 22 de fevereiro de 2006.

Na cidade do Porto, no norte de Portugal, conheceu alguns jovens, que inicialmente ajudavam-na com alimentos e abrigo. Mas 14 colegas souberam do "homem com seios" e em vez da solidariedade, a violência gratuita. Por três dias, Gisberta foi agredida a pedradas, pauladas e chutes. Foi sexualmente torturada com o uso de pedaços de madeira e teve o corpo queimado com cigarros. No dia 22 de fevereiro, os jovens voltaram ao prédio abandonado. A brasileira não respondia a qualquer estímulo. Ao julgarem que estava morta, planejaram como desaparecer com o corpo. Decidiram jogá-la ao fosso do prédio, que estava cheio de água. Gisberta estava inconsciente, mas ainda viva. Morreu afogada.

Como quase todos eram menores de idade (em Portugal, a maioridade acontece aos 16 anos), as penas variaram entre 11 e 13 meses de reclusão em centros de reeducação (a exemplo da Funase, Fundação Casa, Febem, etc.). E o juiz ainda disse textualmente, que o assassinato foi 'uma brincadeira de mau gosto de crianças que fugiu ao controle'. Gisberta foi amarrada em um pedaço de madeira e atirada ao fosso, mas o julgamento, no fim, determinou que quem a matou foi a água, e não as pessoas que a atiraram lá

A morte de Gisberta gerou o debate sobre a transfobia, mudou o olhar para as questões da igualdade de gênero. Abriu o caminho para transformações que garantiriam maior inclusão e direitos aos homossexuais e transgêneros. A história da brasileira foi transformada em peça de teatro, em documentário e na canção Balada de Gisberta, composta pelo português Pedro Abrunhosa e interpretada por Maria Bethânia.


#DiaDaMulher - Fernanda Trindade

Fernanda Trindade tinha 20 anos quando morreu no dia 06 de dezembro de 2013 durante um passeio de jet ski com o empresário Lauro Nogueira, na Ilha de Cotijuba, no Pará. Nogueira passou a ser o principal suspeito quando testemunhas contestam a versão dele (de um acidente simples). 

Pessoas afirmaram que presenciado uma discussão do casal em um restaurante na beira da praia, onde Fernanda pedia para que o empresário "não fizesse isso com ela", que a obrigava a subir na moto aquática. A ossada da dançarina e estudante universitária só foi encontrada três meses depois.

Lauro Nogueira foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar) e está respondendo processo em liberdade.

#DiaDaMulher - Eloá Cristina Pimentel

Na tarde do dia 13 de outubro de 2008, Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, estava em casa com sua melhor amiga, Nayara e outros dois jovens, Iago e Victor, para fazer um trabalho do colégio, na cidade de Santo André, na Grande São Paulo. Eis que Lindemberg Alves Fernandes, de 22 anos, invadiu o apartamento e fez os quatro jovens de reféns. Lindemberg não se conformava com o final do relacionamento.

Mais tarde, Nayara, Iago e Victor foram liberados por Lindemberg. No dia seguinte, Nayara voltou para o cativeiro para ajudar nas negociações. Por mais de 100 horas aconteceu o drama do sequestro, transmitido para todo o País. Inclusive, programas sensacionalistas transmitiam ao vivo , detalhando cada momento e até apresentadores tentavam participar da negociação via telefone, com o sequestrador. 

Parecia que não poderia ocorrer nada pior. Mas aconteceu. No início da noite de 17 de outubro, a polícia invadiu o apartamento. Acuado, Lindemberg atirou nas duas jovens. Nayara foi atingida, mas sobreviveu. Eloá, que levara dois tiros (um na cabeça e outro na virilha) chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital. Seus órgãos foram doados. 

Em 2012, Lindemberg foi julgado e condenado a 98 anos e 10 meses de prisão.

#DiaDaMulher - Eliza Samudio

A modelo e atriz Eliza Samudio, de 25 anos, desapareceu no dia 10 de julho de 2010 em Minas Gerais. De acordo com investigações da polícia, ela foi torturada por horas em cárcere privado e morta por estrangulamento. Em seguida, o cadáver teria sido esquartejado e enterrado sob uma camada de concreto. Outra versão fala que os restos mortais de Eliza foram dados a cães.

O caso obteve repercussão nacional e internacional porque o principal suspeito da morte e desaparecimento de Eliza é o goleiro Bruno Fernandes. Eliza Samudio tentava obter na Justiça o reconhecimento de paternidade e pensão alimentícia do atleta. 

Bruno foi condenado a 22 anos de prisão , recorreu e o recurso ainda não foi julgado. Graças a uma liminar do ministro Marco Aurélio de Mello do Supremo Tribunal Federal, está solto e morando no Rio de Janeiro com a esposa atual, a dentista Ingrid Calheiros

De acordo com notícia do Portal IG, de 08 de março de 2013, a defesa do goleiro esperava que Bruno fosse libertado em 2017 por haver cumprido dois anos e nove meses da pena. E, por ter trabalhado na lavanderia do presídio, o jogador ainda tinha direito a mais uma parcela de redução na punição.

#DiaDaMulher - Eliana de Grammont

“Ele estava a quase dois metros dela quando disparou. Levantei do banco e atirei o violão no rosto do assassino... Somente mais tarde percebi que também estava ferido, com uma bala na barriga. Mesmo assim, acompanhei Eliana, que chegou morta no hospital.” 

A descrição é do violonista Carlos Randall, parceiro musical da vítima, Eliana de Grammont, e primo do assassino, o cantor Lindomar Castilho. Eliana tinha 26 anos, estava recém-separada de Lindomar e tinha uma filha, Liliane, que tinha um ano e oito meses na época do crime, ocorrido no dia 30 de março de 1981.

No auge da carreira, aclamado com Discos de Ouro, Platina e inclusive um Grammy, casou-se com a também cantora Eliane de Grammont, pouco conhecida na mídia, exigindo que ela deixasse o glamour artístico e se dedicasse ao lar e a filha recém-nascida. Ciúmes, alcoolismo e brigas foram responsáveis pelo fim do casamento, que durou aproximadamente um ano. Ao retomar a carreira, Eliane gravou a música "Amélia de Você" cuja letra e música vêm a seguir:


Amélia de você
(Eliane e Helena de Grammont)


Tentei mudar você

Não consegui e desisti porque

Você não tem mais jeito

Cansei de ser Amélia santa e boa

Que esquece que perdoa

Seus defeitos

A vida com você é uma loucura

Me deprime e me satura

Ser Amélia já era

Tentei mudar você

Não consegui não deu

Quem deve então mudar sou eu

Mas acontece que eu choro eu falo

Anoitece e eu me calo

Pra pensar só em você, cheia de amor

Seus erros, seus defeitos já não importam

Não tiro os olhos da porta

Para ver você entrar e me beijar

E toda encolhidinha nos seus braços

Não escondo e nem disfarço

Toda minha emoção

Tentei mudar você não consegui porque

Nasci para ser Amélia de você

Nasci para ser Amélia de você.







Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão por um júri popular em 23 de agosto de 1984. Depois de cumprir a pena, sendo seis anos em regime semiaberto, Lindomar Castilho ganhou liberdade em 1996. Hoje vive só, em Goiânia e afirma estar "muito arrependido" e que sempre pede perdão à filha Liliane e à família de Grammont (uma das irmãs de Eliane é a jornalista Helena de Grammont, repórter da TV Globo)

#DiaDaMulher - Daniella Perez

A atriz e bailarina Daniella Perez tinha 22 anos quando foi assassinada por Guilherme de Padua e Paula Nogueira no dia 28 de dezembro de 1992. Era filha da novelista Gloria Perez e esposa do ator Raul Gazolla.

Paula e Guilherme prepararam uma emboscada e segundo a acusação, mataram Daniella com 18 punhaladas, que perfuraram o pescoço, o coração e os pulmões da atriz. A razão alegada foi ciúmes que Paula teria de Daniella, que fazia par romântico com Guilherme na novela De Corpo e Alma, escrita por Glória.

Julgados por homicídio duplamente qualificado, com motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima, Paula e Guilherme foram condenados a 19 anos de prisão. Todavia, cumpriram apenas seis anos da pena.

A indignação popular que se seguiu a esse episódio resultou na alteração da legislação penal graças aos esforços de Glória Perez, que encabeçou uma campanha de assinaturas e conseguiu fazer passar a primeira iniciativa popular de projeto de lei a se tornar lei efetiva na história do Brasil.

Após serem libertados da prisão, Paula e Guilherme se separaram em 1999. Paula continua vivendo no Rio, se tornou advogada, casou-se novamente e teve outros dois filhos. O filho que tivera com Guilherme, hoje com 24 anos, foi criado pelo atual marido de Paula. 

Convertido a uma igreja evangélica, hoje Pádua mora em Belo Horizonte, trabalha com informática e é obreiro da igreja onde frequenta e se casou novamente. A segunda esposa, a produtora de moda Paula Maia, quando não quis mais relacionar-se com ele, pedindo a separação, passou a receber ameaças do ex-ator.

#DiaDaMulher - Claudia Lessin Rodrigues

Cláudia Lessin Rodrigues, de 21 anos, foi assassinada no dia 23 de julho de 1977. O corpo foi encontrado dois dias depois, em uma praia. Ela estava nua e tinha um saco cheio de pedras amarrado ao pescoço. Nas investigações, a polícia encontrou dois principais suspeitos: o cabeleireiro George Khour e o milionário Michel Frank.

Em 1978 o nome de Claudia apareceu em um outdoor vencedor do primeiro Concurso Nacional de Outdoor, como parte de uma campanha antitóxico. A peça dizia "Cláudia Lessin Rodrigues - Que todos os pais dessa cidade jamais se esqueçam deste nome". O crime gerou o filme "O Caso Cláudia", dirigido por Miguel Borges, em 1979.

Por ter dupla nacionalidade, Frank fugiu para a Suíça, escapando, assim, da justiça brasileira. Khour ficou no Brasil e foi julgado em 1980, sendo condenado por ocultação de cadáver e cumpriu uma pena de três anos e quatro meses.

Michel Frank foi assassinado em 19 de setembro de 1989.

#DiaDaMulher - Claudia Silva Ferreira

Aos 38 anos, a auxiliar de serviços gerais Cláudia Silva Ferreira morreu no dia 16 de março de 2014, durante operação da Polícia Militar no Morro da Congonha, Zona Norte do Rio. Ela foi baleada por policiais e colocada no porta-malas de uma viatura. Mas o porta malas se abriu e o corpo de Claudia acabou sendo arrastado por cerca de 300 metros da Estrada Intendente Magalhães. 

Ela tinha quatro filhos e também criava quatro sobrinhos, todos menores de idade. Ela trabalhava num hospital e completaria 20 anos de casada em setembro daquele ano. A filha mais velha, de 18 anos, foi quem passou a cuidar dos irmãos e dos primos após a morte de Cláudia. 

Dois dos policiais envolvidos no caso, os subtenentes Adir Serrano Machado e Rodney Miguel Archanjo, já tinham envolvimento em outros casos que resultaram na morte de pelo menos 69 outras pessoas durante supostos tiroteios registrados como "autos de resistência" entre 2000-2014.

O caso da Cláudia ganhou notoriedade pela natureza chocante das imagens e reacendeu um amplo debate público sobre violência policial e impunidade. Levantamento da Anistia Internacional mostra que pelo menos 16% dos homicídios registrados na cidade do Rio entre 2010-2015 foram cometidos por policiais, um dos maiores índices de letalidade policial do mundo.

#DiaDaMulher - Beatriz Angélica

Beatriz Angélica, de apenas 7 anos foi assassinada a facadas no dia 10 de dezembro de 2015 em Petrolina, Sertão de Pernambuco. Ela estava com os pais em uma solenidade de formatura no colégio onde estudava e seu pai era professor. 

A criança foi achada em um local reservado, um depósito de material esportivo desativado, ao lado da quadra de esportes onde acontecia a formatura. Ela tinha ferimentos no tórax, membros superiores e inferiores. A faca usada no crime, de tipo peixeira, foi encontrada cravada na região do abdômen da criança.

Um ano após o ocorrido, ainda não se sabe a autoria do crime.

#DiaDaMulher - Bárbara Calazans

Bárbara Calazans Laino tinha 18 anos e planejava fazer um teste para figurante no departamento de dramaturgia no Projac, da Rede Globo, no Rio. Ao encontrar-se com um colega, o músico Bruno Kligierman Melo (de 26 anos e viciado em crack), foi estrangulada por ele no dia 24 de outubro de 2009. 

Ele jurou não se lembrar do ocorrido por estar sob efeito de drogas e que a tinha como um "anjo da guarda". Bruno ainda afirmou à polícia que adormeceu após discutir com Bárbara e quando acordou no outro dia, já era o corpo.

Em 2012, Bruno foi condenado a 14 anos de prisão..

#DiaDaMulher - Araceli Cabrera Crespo

Com apenas oito anos, Araceli Cabrera Crespo foi raptada, drogada, estuprada, assassinada e carboniizada, no dia 18 de maio de 1973. O crime aconteceu na cidade de Serra, no Espirito Santo, município da Grande Vitória. Os principais acusados pelo assassinato de Araceli foram Paulo Constanteen Helal e Dante Michelini, filhos de pessoas poderosas e influentes da sociedade capixaba. O corpo da menina só foi encontrado seis dias depois, completamente desfigurado. 

Araceli era a segunda filha do eletricista espanhol Gabriel Crespo, e da boliviana radicada no Brasil Lola Sánchez. Viviam numa casa modesta, na rua São Paulo, que hoje se chama Rua Araceli Cabrera Crespo. O casal tinha um filho mais velho, Carlos Cabrera Crespo, que hoje vive no Canadá. Carlos hoje tem quatro meio-irmãos, três mulheres e um homem. O pai morreu em 2001. A mãe vive na Bolívia com as filhas e tem muitos problemas de saúde.

Foi comprovado que a menina foi mantida em cárcere privado por 2 dias, no porão e no terraço do Bar Franciscano, que pertencia à família Michelini. Tudo sendo do conhecimento de Dante Michelini, pai de um dos acusados, conhecido como Dantinho. Os rapazes, sob efeito de barbitúricos, teriam lacerado a dentadas os seios, parte da barriga e a vagina da menina. A menina foi levada agonizante ao Hospital Infantil, mas não resistiu.

Durante as investigações, provas e depoimentos misturaram fatos com boatos. De acordo com o relato do jornalista José Louzeiro, autor do livro Araceli, Meu Amor, o caso produziu 14 mortes, desde possíveis testemunhas, até pessoas interessadas em desvendar o crime .Anos depois, o assunto ainda é um mistério. Além de grande parte das testemunhas terem morrido, as que ainda estão vivas se recusam a falar do assunto. Os acusados chegaram a ser julgados e o pai de um deles, Dante de Brito Michelini, fora acusado de obstruir a justiça. No final dos processos, todos foram absolvidos por falta de provas.

Em homenagem à Araceli, o dia 18 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

O crime prescreveu em 1993.

#DiaDaMulher - Angela Diniz

Conhecida como "A Pantera de Minas", Ângela Diniz foi assassinada no dia 30 de dezembro de 1976, na cidade praiana de Armação de Búzios, no Rio de Janeiro. Quem a matou foi seu namorado, Raul Fernandes do Amaral Street, conhecido como "Doca Street".

Depois de um casamento com um engenheiro (teve três filhos) e de um relacionamento com o jornalista Ibrahim Sued, Ângela se envolveu com Doca. A relação passou por discussões em torno de ciúmes e na época, ainda era comum "matar para lavar a honra com sangue". 

Não se sabe a veracidade das palavras em que ela teria dito: "— Se não quiser me dividir com homens e mulheres... pode ficar, seu corno!" mas o fato é que a defesa de Doca Street se aproveitou disso e fomentou um debate na sociedade brasileira dos anos 70, extremamente machista. Além de ter sido assassinada, Ângela ainda teve sua memória e honra dilaceradas com a já conhecida culpabilização da vítima. No primeiro julgamento, foi absolvido sob a alegação de que "agira em defesa da honra". Saiu aplaudido do fórum. 

Mas a promotoria recorreu e em 1981, outro juri aconteceu. Grupos feministas criaram o bordão "Quem ama não mata" e foram para a porta do tribunal pedir a extinção do típico machão, personificado por Doca. Deu certo. Street foi condenado a 15 anos de prisão. Em 1987, conquistou liberdade condicional e anos depois, lançou um livro contando sua versão: Mea Culpa, que tem 470 páginas. E, entrevistas posteriores, se diz "arrependido" do que fez.

#DiaDaMulher - Ana Thereza Leone

A professora Ana Thereza Leone, de 48 anos foi assassinada no dia 30 de março de 2016, depois de alguns dias desaparecida. O principal acusado pelo crime é Daniel Vieira, ex-namorado de Ana Thereza, alegando não se conformar com o fim do relacionamento. O crime aconteceu em Santo Amaro, na Bahia, a 100 km de Salvador. 

Vieira entrou na vida da professora contra a vontade da família dela. Os dois começaram a namorar e as brigas do casal eram frequentes por causa de ciúmes. A família relatou para a polícia que a relação já estava desgastada e Ana resolveu colocar um ponto final no namoro. Daniel não aceitou e começou a fazer ameaças pelo celular. 

No dia 29 de março, o suspeito mandou uma mensagem marcando um encontro em um lugar distante. Por volta das 17h, Ana saiu para o que seria o último encontro. Segundo a polícia, Daniel esperava a professora com uma faca e a golpeou várias vezes, cerca de 30 facadas, de acordo com o laudo do IML.. Além disso, a mulher teria sofrido abuso sexual. 

Daniel Vieira ainda não foi julgado.


#DiaDaMulher - Ana Lídia

Ana Lídia Braga, de sete anos, foi assassinada brutalmente no dia 12 de setembro de 1973. Seu corpo foi encontrado num matagal próximo à Universidade de Brasília. O cadáver desenterrado e encontrado por policiais estava com os cabelos cortados, rente ao couro cabeludo, cheio de escoriações e pancadas. Ela estava nua e com sinais de violência. Laudo do IML atestou que ela fora estuprada depois de morta.

Segundo o blog Perseguição Arquivística, antes de ser assassinada, Ana Lídia foi torturada. Seus cabelos loiros foram cortados de forma irregular, bem rente ao couro cabeludo. Os cílios da metade interna da pálpebra superior esquerda foram arrancados. Havia escoriações e manchas roxas por todo o corpo, sinais de que ela foi comprimida ou arrastada pelo cascalho. 

O laudo do exame cadavérico, realizado em 12 de setembro, constata que Ana Lídia foi estuprada depois de morta, por apresentar lesões características post-mortem. A vagina e o ânus ficaram dilacerados. No local foram encontradas duas camisinhas usadas e papel higiênico com esperma. Laudos do Instituto de Medicina Legal e do Instituto de Criminalística comprovariam depois que os espermas eram de uma mesma pessoa. Ana Lídia foi morta entre 4h e 6h da manhã do dia 12 por asfixia. Ela teve o rosto comprimido contra a terra, sem chances de respirar pela boca e nariz. Ela passou 17 horas com o assassino.

Com o andamento das investigações, começaram a aparecer os suspeitos. O irmão da vítima, Álvaro Henrique Braga, junto de sua então namorada, Gilma Albuquerque, venderam a menina a traficantes e, entre eles estava Raimundo Lacerda Duque, o algoz da pequena Ana. Duque era funcionário público e trabalhava subordinado à mãe de Ana Lídia. Outros nomes, como Alfredo Buizaid Junior (Buzaidinho), filho do então ministro da justiça; Eduardo Eurico Rezende (Rezendinho), filho do senador Eurico Rezende (Arena-ES) e um filho do ex-ministro Jarbas Passarinho, cujo nome não foi mencionado à época.

Vendo que os nomes de pessoas influentes da época estavam aparecendo e despertando o interesse da imprensa e da opinião pública, o Departamento de Censura da Polícia Federal divulgou o seguinte comunicado aos veículos de comunicação de todo o País: "De ordem superior, fica terminantemente proibida a divulgação através dos meios de comunicação social escrito, falado, televisado, comentários, transcrição, referências e outras matérias sobre caso Ana Lídia".

Raimundo Lacerda Duque, apontado como o assassino de Ana Lídia, era álcoolatra e viciado em drogas. A justiça acabou absolvendo-o por falta de provas. Ele morreu de câncer, em 2005, aos 64 anos. Álvaro Braga, também absolvido, hoje é médico e mora no Rio de Janeiro. Não se soube de maiores informações de como está Gilma Albuquerqre hoje.

O crime prescreveu em 1993.

O túmulo de Ana Lídia é um dos mais visitados em Brasília, no dia de Finados.




#DiaDaMulher - Amanda Bueno

Amanda Bueno, 29 anos e mãe de uma adolescente, era stripper e dançarina de funk, tendo sido integrante do grupo Gaiola das Popozudas, o mesmo que revelou a cantora Valesca Popozuda. 

Ela foi assassinada no dia 16 de agosto de 2015 nos jardins da própria casa, em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro. Uma câmera de segurança flagrou quando Milton Vieira (noivo e companheiro dela, na época) matou Amanda. Ele a pegou pelo pescoço e bateu com a cabeça dela várias vezes contra uma pedra no jardim e depois ainda deu várias coronhadas também na cabeça. Não satisfeito ele ainda atirou nela com uma escopeta.

Além da própria morte em si, Amanda ainda teve sua memória desrespeitada. Primeiro, vazaram fotos da necropsia do corpo no IML, mandando as imagens para celulares de parentes. Depois, a culpabilização da vítima, pois comentários à época (principalmente em comentários de portais de notícias) afirmavam que por ser funkeira e stripper, ela merecia sim, ser assassinada. Nem a filha de Amanda escapou do assédio nas redes sociais. Hoje a jovem tem 14 anos e mora com a avó paterna. O pai dela havia falecido oito meses antes do crime.

Milton Vieira, também conhecido como Miltinho da Van, foi julgado e condenado a 40 anos de prisão.


#DiaDaMulher - Aída Curi

Aída Curi era estudante e tinha 18 anos. Após perder o pai, quando ela tinha cinco anos, sua mãe a colocou num colégio interno de freiras de onde só saiu 12 anos depois. Jovem e ainda conhecendo a vida, Aída estudava inglês e datilografia, além de trabalhar na loja de seu irmão mais velho.

Na noite do dia 14 de julho de 1958, Aída foi abordada por dois homens, Ronaldo Castro e Cássio Murilo (dois jovens de vida desregrada, segundo relatos da época) e levada à força pelos dois ao topo do Edifício Rio Nobre, na Avenida Atlântica, Rio de Janeiro, e tiveram ajuda do porteiro Antônio Sousa. Os três tentaram estuprá-la mas ela resistiu e lutou contra os três até sofrer um desmaio. Para ocultar o crime, jogaram Aída pela janela do 12º andar do prédio, que estava desocupado. Aída morreu na queda.

O porteiro Antonio Souza após repercussão do crime, desapareceu, ainda na época. Cássio Murilo tinha 17 anos na época do crime e acabou sendo recolhido pelo Sistema de Amparo ao Menor (Serviço equivalente à FEBEM, Fundação Casa, Funase, etc.), de onde saiu para prestar o serviço militar. Segundo informações não-oficiais, fora assassinado em 1978. Ronaldo Castro chegou a julgamento, mas ao longo do tempo, teve sua pena diminuída. Hoje é empresário no Espírito Santo.

Religião - A morte de Aída também carrega forte carga religiosa. A família, de imigrantes libaneses, sempre foi muito católica, e um de seus irmãos, Padre Maurício Curi, escreveu um livro em homenagem à irmã, Aída Curi - O preço foi a própria vida, onde se supervalorizou a morte dela para defender "sua honra", leia-se, sua virgindade. Um artigo no site Recanto das Letras mostra a resenha do tal livro, e o autor do texto após fazer uma resenha da obra, escreveu: Diversos outros testemunhos [...] atestam as elevadíssimas qualidades morais e espirituais daquela que, Deus o permita, ainda irá para os altares como mais uma santa brasileira. 



#DiaDaMulher - Até quando?

A partir do próximo post, vou postar matérias que contam casos de violência contra mulher, que tiveram repercussão nacional e internacional, seja pela crueldade dos crimes, pela idade das vítimas, ou por outros motivos. Ao apurar os dados (a maioria deles pela Fanpage Ventre Feminista ), senti uma dor tão grande pelo fato da mulher ser tão desvalorizada (até mesmo por outras mulheres). Mas não desisti de fazer a minha parte. Divulgar sempre, a cada "soco no estômago", a cada reação indignada, a cada lágrima, a cada episódio de empatia. Foi a minha forma de lutar em pleno 8M.

Não por acaso, estou vestida de lilás. Por mim e por todas,

Que cada palavra, dessas histórias que serão postadas aqui, sirva de alerta a fim de que se pare a violência de gênero.

#Chega

#NemUmaMulherAMenos


#DiaDaMulher

Nem uma a menos!

O dia 08 de março não é uma data para comemorações. É um dia de luta e reflexão para toda a humanidade. E o Brasil tem dados extremamente vergonhosos. Clique em cada um dos links pra você saber maiores detalhes:

Do total de atendimentos realizados pelo Ligue 180 – a Central de Atendimento à Mulher no 1º semestre de 2016, 12,23% (67.962) corresponderam a relatos de violência. Entre esses relatos, 51,06% corresponderam à violência física; 31,10%, violência psicológica; 6,51%, violência moral; 4,86%, cárcere privado; 4,30%, violência sexual; 1,93%, violência patrimonial; e 0,24%, tráfico de pessoas. Saiba mais

3 em cada 5 mulheres jovens já sofreram violência em relacionamentos, aponta pesquisa realizada pelo Instituto Avon em parceria com o Data Popular (nov/2014).

Pesquisa apoiada pela Campanha Compromisso e Atitude, em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, revela 98% da população brasileira já ouviu falar na Lei Maria da Penha e 70% consideram que a mulher sofre mais violência dentro de casa do que em espaços públicos no Brasil. Saiba mais: Pesquisa Percepção da Sociedade sobre Violência e Assassinatos de Mulheres (Data Popular/Instituto Patrícia Galvão, 2013)





Nas próximas matérias, vamos relatar alguns casos de violência que tiveram repercussão no Brasil e na maioria deles, as vítimas não sobreviveram pra contar história.


Com informações do site Compromisso e Atitude.Org