quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Nazaré da Mata: Vai ter Bíblia na Praça do Frevo

Em Nazaré da Mata, a 67 km do Recife, a Câmara Municipal aprovou na última terça-feira (14), um requerimento que solicitava a construção de um monumento em homenagem à Bíblia Sagrada. A estátua seria localizada na Praça Herculano Bandeira, popularmente conhecida como Praça do Frevo.  A autoria do projeto é do vereador Biu Rufino (PR) e o projeto foi aprovado por oito votos a três.

Com informações do Blog da Rádio Alternativa FM



Grafite X Apropriação Cultural


Em meio a uma discussão nacional por causa do uso de turbante em mulheres brancas, o carnaval de Pernambuco veio com mais essa polêmica de apropriação cultural. O jornalista e artista plástico Flávio Barra ( também conhecido como Santo Forte nas Ruas ) foi convidado para grafitar a mais nova imagem do Galo Gigante, símbolo do carnaval do Recife. No entanto, o movimento de grafiteiros do Recife, representado pelo grupo 33 Crew postou uma nota de repúdio nas redes sociais. "queremos, antes de tudo, dizer que nossa posição não é contra a pessoa de Flávio Barra, se ele é ou não grafiteiro, se pinta ou não na rua. Muito menos julgar o seu trabalho". O repúdio é contra o fato da Prefeitura do Recife não ter incentivado ou beneficiado a arte de rua.

Leiam a nota escrita pelo pessoal do 33 Crew:
NOTA PÚBLICA
O graffiti que acreditamos é ideológico, estético, artístico, contra-cultural, mas é também livre e aberto a novos diálogos, propostas e mudanças. Porque no mundo tudo muda, e mudanças são sempre bem vindas; muitas vezes abrem portas, dão oportunidades, propõem novas conexões. Depois de tantas discussões sobre a escolha do artista para pintar o Galo da Madrugada, queremos, antes de tudo, dizer que nossa posição não é contra a pessoa de Flávio Barra, se ele é ou não grafiteiro, se pinta ou não na rua. Muito menos julgar o seu trabalho. Mas, nós, grafiteirxs de Pernambuco, não podemos, enquanto integrantes de uma cena que carece de incentivo, nos isentar do debate.

Enquanto coletivo composto por artistas e escritorxs de graffiti, queremos por meio desta nota pública, expressar a nossa insatisfação com a Prefeitura da cidade do Recife, que se emocionou demais com essa história de usar a arte urbana como estandarte da festa. Ao convidar um artista para decorar o ícone do Carnaval do Recife, O Galo da Madrugada, que representa o maior bloco de rua do mundo, a curadoria precisava estar diretamente envolvida com a cena local, procurar opinião de outrxs produtorxs, curadorxs e até artistas, afim de fazer uma escolha mais legítima. Entendemos que não se consegue agradar a todos, mas pontos como representatividade, trajetória e originalidade são indispensáveis quando de uma eleição como essa.

A escolha da Prefeitura, obviamente, pode ser bem recebida pela maior parte do público folião, que, infelizmente, desconhece uma cena composta por grafiteirxs de todas as regiões de Pernambuco, que resistem em meio a falta de incentivo e valorização. Na nossa cidade, existem grandes referências que tentam sobreviver da sua arte, promovendo ações de impacto social. Apesar do esforço, ainda enfrentam dificuldades e sofrem com a marginalização e o preconceito.

Reconhecemos a importância da Prefeitura do Recife ter incluído nomes da arte urbana na decoração do Carnaval do Recife (a exemplo Bozó, Zeroff, Boris, Karina...) mas contestamos a falta de representatividade na intervenção do galo, o grande anfitrião da festa de momo. Também estamos solidários ao artista Sávio Araújo, que foi obrigado a recolher o Galo Maestro por não concordar com a exigência de depená-lo e deixá-lo todo cinza para receber a intervenção. Entendemos seu posicionamento e acreditamos que ele poderia ter sido incluído no processo de concepção. Nos últimos sete anos, Sávio contribuiu não apenas para confecção do maior símbolo do Carnaval pernambucano como para a comunidade de Pirajuí (Igarassu), onde o gigante incrementava a renda de marisqueiras e jovens.

Esperamos que toda essa divulgação e firula em torno da arte urbana se estenda para além do período de Carnaval e reverbere em políticas públicas que incentivem a arte educação como instrumento de inclusão social. O graffiti, em sua origem, é transgressor e não pede licença, mas acreditamos que colocar grafiteiros da periferia como protagonistas é não apenas um questão de justiça, mas uma forma de gerar mais representatividade e empoderamento.


Para que você, leitor, entenda melhor o que o pessoal da 33 Crew está reivindicando, vamos tentar mostrar aqui nesse texto o que originou esta arte de rua:


A arte do grafite é uma forma de manifestação artística em espaços públicos. A definição mais popular diz que o grafite é um tipo de inscrição feita em paredes. Existem relatos e vestígios dessa arte desde o Império Romano. Seu aparecimento na Idade Contemporânea se deu na década de 1970, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Alguns jovens começaram a deixar suas marcas nas paredes da cidade e, algum tempo depois, essas marcas evoluíram com técnicas e desenhos.
O grafite está ligado diretamente a vários movimentos, em especial ao Hip Hop. Para esse movimento, o grafite é a forma de expressar toda a opressão que a humanidade vive, principalmente os menos favorecidos, ou seja, o grafite reflete a realidade das ruas. O grafite foi introduzido no Brasil no final da década de 1970, em São Paulo. Os brasileiros não se contentaram com o grafite norte-americano, então começaram a incrementar a arte com um toque brasileiro. O estilo do grafite brasileiro é reconhecido entre os melhores de todo o mundo.
Fica a reflexão: arte, ativismo ou artivismo?

Com informações do Portal Brasil Escola, do Portal NE10 e do Facebook do 33 Crew

A embaixadora que foi sem nunca ter sido

Ao divulgar a nomeação da desembargadora aposentada Luislinda Valois para o recém-criado Ministério dos Direitos Humanos, o planalto destacou que a biografia dela incluía o "título de embaixadora da paz da ONU em 2012". No entanto, segundo as próprias Nações Unidas, o posto sequer existe.

A homenagem à ministra foi dada por uma ONG fundada pelo líder religioso coreano Sun Myung Moon, o reverendo Moon (1920-2012), que se autoproclamava "messias" –a informação foi confirmada à Folha pelo ministério.
Chamada UPF (sigla em inglês para Federação para a Paz Universal), a entidade é uma das mais de 3.000 organizações não governamentais que prestam consultoria para a Ecosoc (braço econômico e social da ONU).

A ONU reconhece a parceria, mas diz que "nenhuma instituição ou empresa está formal ou legalmente autorizada a representar ou a falar em nome das Nações Unidas, ou de qualquer Departamento do Secretariado da ONU".

São poucas as personalidades brasileiras que detêm títulos das Nações Unidas. O escritor Paulo Coelho é o único entre os 12 "mensageiros da paz" –grupo que inclui o ator Leonardo DiCaprio e o músico Stevie Wonder. 

Há outros 11 brasileiros que são "embaixadores da boa vontade", como Gilberto Gil, Gisele Bündchen e a jogadora de futebol Marta.

Já o título recebido por Luislinda também homenageou o ex-candidato a prefeito de São Paulo João Bico (PSDC) e a banda baiana de forró Flor Serena, além de líderes religiosos locais.

O reverendo Moon tinha um império financeiro ao redor do mundo. No Brasil, comprou o time de futebol Atlético Sorocaba e manteve uma escola no interior do Mato Grosso do Sul.

Não é a primeira vez que Luislinda é intitulada "embaixadora da ONU" por um órgão federal. Antes, quando era secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, órgão ligado ao Ministério da Justiça, também havia sido apresentada desta forma em publicações da pasta.

'NÃO SE REJEITA' - Em vídeo publicado na internet em 2013, Luislinda conta como foi informada sobre a homenagem: "Eu estava em Sergipe, arrumando algumas coisas com meu filho domingo à tarde, quando eu recebi a ligação perguntando se eu aceitava receber este prêmio. Eu [disse]: 'Não, é brincadeira, não é pra mim'. E aí meu filho, que fala inglês, eu [falo] muito pouco, disse: 'Minha mãe, é que a ONU quer prestar uma homenagem'."

"Eu disse: 'Bom, uma homenagem não se rejeita'. E aí eles me disseram que eu ia receber um título de embaixadora da paz diante de tantos projetos sociais que tenho desenvolvido Brasil afora e com repercussão no exterior."

Procurada, a assessoria do Ministério informou que Luislinda foi à Austria em 2012 receber a homenagem da UPF, "uma ONG com status consultivo especial junto ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas".

"A UPF apoia o trabalho das Nações Unidas, particularmente nas áreas de construção de paz inter-religiosa, educação para a paz e o fortalecimento do casamento e da família", informou.

O dado sobre o título ser da UPF, e não da ONU, não consta nos informativos divulgados pelo governo. A pasta não disse o motivo de as informações terem sido publicadas desta forma.

Questionado, o Planalto disse que "divulgou informações com base na biografia da própria ministra". A UPF no Brasil foi procurada, mas não se manifestou.



PRIMEIRA JUÍZA NEGRA - Luislinda também era apresentada pelo Planalto como a primeira juíza negra do Brasil, embora o Tribunal de Justiça da Bahia listasse ela como a terceira do Estado.


A atual ministra começou a magistrar em 1984 e a juíza aposentada Mary de Aguiar Silva, 91, que reivindica o título de primeira, em 1962.

Ainda foi divulgado que a ministra é a primeira desembargadora negra do país –mas uma magistrada do TJ-MS que se considerava negra foi nomeada ao cargo cinco anos antes, em 2006.



Folha SP

Briga, tiros e medo: 50% dos brasileiros dizem estudar em áreas violentas

Após uma semana do início das aulas, o vigilante desempregado Sérgio Rodrigues do Nascimento, 43, já havia pedido a mudança do filho de 10 anos da Escola Estadual Maria Augusta de Moraes Neves, na zona sul de São Paulo, para outra unidade. "No terceiro dia, dois alunos foram expulsos da sala, já vi um monte de gente pulando o muro da escola, e ontem meu filho disse que levou um chute de outro garoto na hora do intervalo", conta o pai.

"A gente fica de coração partido de deixá-lo aqui", afirma Nascimento, que nos últimos dias percorreu outras escolas da região em busca de vagas em turmas de sextos anos do ensino fundamental. "Não quero que meu filho vire bandido."

Na mesma região, outro pai tentava tirar o filho da Escola Estadual João Ernesto Faggin pelo mesmo motivo. "Eu estudei aqui quando tinha 10 anos e a escola já não era boa. Hoje tenho 41 anos e nenhum dos meus colegas de classe estão vivos", afirma o morador do bairro, que preferiu não dar o nome porque tem medo de represálias dos traficantes da região.

Seu filho de 12 anos já havia faltado aos três primeiros dias de aula, porque o pai se recusou a aceitar a matrícula na Ernesto Faggin. "Parece que até a direção tem medo. Cheguei para pedir a transferência e a sala está cheia de grades", diz.

A sensação de insegurança não é exclusiva dos pais desses alunos nem da capital paulista. Os dados da Pense (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar) compilados e publicados no 10º Anuário de Segurança Pública, de novembro de 2016, mostram que 50,8% dos alunos do nono ano do ensino fundamental estão em escolas localizadas em áreas de risco de violência. A pesquisa, realizada por amostragem, levou em consideração 2.630.835 entrevistas com estudantes de todo o país matriculados no nono ano do ensino fundamental das redes pública e privada.

Tráfico - Nos dois colégios citados, por exemplo, a reportagem presenciou adolescentes usando drogas, traficantes rondando as escolas e pinos de cocaína espalhados pelo chão a poucos metros da entrada das unidades de ensino. Sem sucesso, a funcionária de uma delas tentou barrar a entrada de jovens que não estavam matriculados no colégio. Havia também lixo e entulho nas calçadas.

"Dividimos o crime escolar em três tipos: o que está previsto no Código Penal, pode ferir e matar --esse é muito complicado de combater e não está em todas as escolas. Há também a microviolência, que é a violência do cotidiano e está nas relações sociais dentro da escola. O terceiro é a violência simbólica, quando você faz mal e o outro não consegue responder, como a homofobia. Essa é uma violência quase transparente", diz Miriam Abramovay, da Flacso Brasil (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais), que pesquisa o tema há mais de 15 anos.

No ano passado, o técnico em enfermagem Leonardo Vieira dos Santos, 31, atendeu a uma ligação desagradável da escola em que os filhos de 15 e 11 anos estudavam na zona sul de São Paulo. "Eles disseram que tinha acontecido uma briga. Cheguei à escola e meu filho mais novo tinha sido agredido por um colega. Não foi briga."

O técnico em enfermagem registrou um boletim de ocorrência e, em seguida, procurou a diretoria regional de ensino para transferi-lo para outra unidade. "A gente se sente muito mal, não quer que isso aconteça com um filho", diz.

Na Bahia, os dados da pesquisa mostram que 47,6% estudantes do ensino fundamental consideram violenta a área onde está situada a escola. Na rede privada, o percentual é de 52,7%, enquanto na educação pública a avaliação é de 46,8%.

Luana Carvalho, 11, mora no bairro São Rafael, em Salvador, uma localidade com as mesmas características da região onde estuda, o Cabula: perfil de classe média, com boa infraestrutura, comércio pujante e próximo de comunidades pobres.

Responsável pela menina, Andréa não tem tempo de levá-la para a aula, mas não arrisca deixar Luana ir de ônibus por medo de assaltos. Apesar de a escola manter um considerável nível de segurança (câmeras, porteiros, grades), a mãe considera que o Cabula é uma área violenta.

"É um bairro muito visado, porque concentra em um pequeno raio escolas particulares, universidade, supermercados, bancos", descreve. "O que mais me dá medo são assaltos nos pontos de ônibus. Por isso contratei transporte escolar, para protegê-la desse tipo de violência", acrescenta.

A contadora lembra que, há cerca de dois anos, foi buscar a filha na escola, mas encontrou a instituição fechada devido a um tiroteio. O motivo foi uma tentativa de assalto a um carro-forte que abastecia os terminais de um supermercado na avenida Silveira Martins, a poucos metros da escola.

"A violência é um reflexo da sociedade em todo o país. Se o bairro o onde a escola está inserida é violento, a instituição fica exposta, vulnerável, quer seja privada ou pública", diz Rui Oliveira, coordenador do Sindicato dos Professores no Estado da Bahia. "A escola não é uma ilha, pois está propensa a diversas influências externas, fatores estruturais da sociedade, tais como desigualdade social, desemprego, tráfico de drogas e ausência de políticas públicas para combater essas questões."

Vulnerabilidade - Diretor do soteropolitano Colégio São Lázaro, o professor Antônio Luiz afirma que não é permitido aos alunos sair da escola no horário do intervalo, nem mesmo os estudantes secundaristas. A exceção, frisa o docente, ocorre somente nos dias de aula integral, com autorização das famílias, no horário do almoço.

"Nossa preocupação não é só em relação à violência externa que possa ocorrer, mas também quanto à influência das drogas", diz o professor. "Além disso, orientamos aos alunos evitar sair com objetos chamativos na rua, usar tênis mais simples e sair em grupos no final da tarde."

A 500 metros do São Lázaro está o Colégio Municipal da Engomadeira, que leva o mesmo nome do bairro popular onde os ônibus voltaram a circular somente depois de dois dias por conta da morte de dois homens em confronto com a PM, no último dia 4.

Segundo comunicado da PM, os policiais foram atender a um chamado de troca de tiros entre traficantes --versão contestada pela comunidade, que sustenta que os mortos eram moradores. Na ocasião, uma criança de sete anos acabou baleada; não se sabe a autoria do disparo.

A Engomadeira carrega o estigma de abrigar um dos mais fortes pontos de tráfico de drogas da capital baiana: a Lajinha. Por receio de represálias --cinco ônibus já foram queimados na Grande Salvador neste ano--, o Sindicato dos Rodoviários decidiu suspender a circulação no bairro.

Alana Conceição, 9, chega para a aula às 7h30, sai às 11h30, mas sempre acompanhada da mãe, a auxiliar de desenvolvimento infantil Adriana Conceição, 38, que não deixa a menina ir sozinha para a escola, localizada a cerca de 400 metros de casa.

"Hoje em dia, não dá para vacilar. Por segurança, eu mesma trago e venho buscar depois da aula", conta a mãe, que prefere não comentar episódios de violência no bairro. "Criança é muito vulnerável. Diante do perigo, em vez de se proteger, vai olhar o que é."

Em todo o país, 34,5% dos alunos do nono ano de escolas privadas afirmaram que estudam em escolas localizadas em bairros violentos. Entre os matriculados em unidades da rede pública, esse número era de 53,5%.

Apesar de a violência fazer parte da rotina de escolas públicas e privadas, Abramovay diz que os desafios vividos por cada uma são muito diferentes. "De modo geral, não podemos comparar as duas. A escola particular tem muito mais condições do que a escola pública. A violência tem uma parte que acontece nas relações sociais, mas está também na estrutura, quando a escola não tem ventilador, não tem merenda, não tem internet, não tem computador. Isso não quer dizer que não tenha violência na particular, mas ela é muito diferente", diz a pesquisadora.

Tiroteios - Estudantes moradores do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, frequentemente ficam impedidos de ir à escola em razão da violência na região em que vivem. No dia 2 de fevereiro, início do ano letivo, após um longo confronto entre policiais e traficantes da região, cerca de 3.000 crianças ficaram sem aula, de acordo com a Secretaria Municipal de Educação.

Embora conte com UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) desde 2012, o Complexo do Alemão ainda convive com o tráfico de drogas. No dia 7, a reportagem do UOL visitou as escolas municipais Walt Disney e Padre Manoel da Nóbrega, ambas de ensino fundamental, localizadas em um dos acessos do Morro da Baiana, que faz parte do Complexo do Alemão.

Enquanto alguns pais de alunos eram entrevistados, outros que acabavam de chegar da comunidade para buscar os filhos alertavam que, naquele momento, ocorria um tiroteio e que era necessário tomar cuidado no caminho de volta para casa.

"Agora com a UPP, a polícia está sempre lá em cima [no morro] e tem acontecido mais tiroteios. E acontecem bem na hora em que as crianças estão saindo ou chegando no colégio", conta o auxiliar de laboratório Flaviano Silva, 32, que buscava o filho de sete anos. Segundo ele, é comum o filho não ir à escola em razão de tiroteios.

Abandono - A menina Ana Clara, 5, teve problemas em seu primeiro dia em uma escola. Ela foi um dos 3.000 alunos que ficaram sem aula no dia 2 de fevereiro, por causa da troca de tiros. Sua mãe, a dona de casa Jéssica da Silva, 20, relata que o marido teve de voltar correndo com a menina para casa após os confrontos. "É uma situação muito chata, eu fico com muito medo."

Os dados da Pense mostram que as consequências da violência vão bem além das agressões físicas, percebidos imediatamente. Segundo a pesquisa, 14,8% dos estudantes do nono ano entrevistados haviam faltado aula no último mês por conta do medo. Outros 8,6% tinham abandonado a escola pelo mesmo motivo. "A violência mina a vida das pessoas, aparta, prejudica a qualidade do ensino", diz Abramovay.

Além de pais e alunos, o clima de violência também costuma afetar o rendimento de professores das escolas situadas em áreas violentas. "Essa sensação de medo é sempre constante. Já vi professor que teve o carro queimado, invasão de escola, briga de gangues, aulas suspensas, estudante que entrava armado na sala porque estava ameaçado de morte", diz um professor de história que leciona na rede estadual em Diadema (SP) e não quis se identificar.

"Uma vez, em uma nova escola, o porteiro veio me explicar por que o muro tinha várias perfurações de bala", diz o mesmo professor. Ele afirma que nunca pensou em deixar a sala de aula, mesmo após 20 anos de profissão. "A minha opção por aula na rede pública é ideológica e de vida. O meu papel é de alguém que pode mudar a vida de alguém e, se, por um lado, tem toda essa pressão, por outro, é muito gratificante quando alguém conta que foi aprovado no vestibular."

Com informações do Portal UOL

Internauta que chamou Fernanda Gentil de “sapatão” perde conta no Twitter

Fernanda Gentil movimentou a internet nesta semana ao dar uma resposta simples e incrível a um internauta homofóbico. Após ganhar o apoio de milhares de fãs, o homem agora perdeu a conta que mantinha no Twitter.

A confusão aconteceu na última segunda-feira (13). Gentil chamou a atenção ao, surpreendentemente, se comunicar com o internauta que a chamou de “Sapatão”. “Oi, fala!”, respondeu ela, em tom irônico, na rede social.

O post fez muito sucesso, sendo curtido por cerca de 50 mil pessoas. Na ocasião, o homem ficou irritado com a repercussão do caso. “Só porque você falou comigo, agora estão todos comentando. São todos oportunistas!! Deveriam é estar trabalhando isso!”, escreveu ele.

Muitos internautas ficaram indignados com a atitude do homem e denunciaram o perfil dele. Gentil assumiu no ano passado que está namorando a jornalista gaúcha Priscila Montandon. No último fim de semana, como foi noticiado no RD1, ela conheceu a família da moça e logo levantou especulações sobre um possível casamento.


Portal RD1

Trump promete emitir novo decreto sobre imigração

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira que emitirá um decreto na semana que vem com o objetivo de manter o povo norte-americano seguro, já que a proibição temporária de entrada nos EUA por parte de viajantes de sete países de maioria muçulmana permanece suspensa por um tribunal federal.
"Vamos emitir um decreto novo e muito abrangente para proteger nosso povo", afirmou Trump em entrevista coletiva.
Na entrevista desta quinta, Trump disse que a sua implementação da proibição de viagens foi “muito tranquila”, mas que o governo teve uma decisão ruim do Judiciário. Ele afirmou que o novo decreto seria redigido em conformidade com as decisões legais.
"O novo decreto vai ser bastante formatado para o que eu considero ter sido uma decisão muito ruim”, declarou ele. “Nós podemos formatar o decreto à decisão e ter simplesmente tudo, e em alguns casos mais.”
Dado o futuro decreto, o Departamento de Justiça declarou que um tribunal de apelações federal não deveria reconsiderar a decisão de suspender a medida de 27 de janeiro de Trump.
"Fazendo isso, o presidente vai abrir caminho para proteger o país imediatamente, em vez de continuar com um litígio que pode consumir tempo”, afirmou o Departamento de Justiça em informações submetidas à Justiça.
Trump diz que o decreto do mês passado foi necessário para proteger os EUA de ataques de militantes islâmicos. A medida impediu pessoas do Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen de entrar no país por 90 dias. Refugiados foram barrados por 120 dias, e refugiados da Síria foram barrados por tempo indefinido.
O juiz James Robart em Seattle suspendeu o decreto em todo o país depois que o Estado de Washington entrou com uma ação legal contra a medida. Um painel do tribunal de apelações manteve a decisão de Robart na semana passada.

O Departamento de Justiça disse que o decreto de Trump vai ser “revisado substancialmente”, sem entrar em detalhes. Na semana passada, um assessor parlamentar disse à Reuters que Trump poderia mudar o decreto original para excluir moradores permanentes.

Agência Reuters

Egito nomeia pela 1ª vez uma mulher como governadora de província

Uma mulher assumiu pela primeira vez nesta quinta-feira o cargo de governadora de uma das 27 províncias do Egito, anunciou o presidente do país, Abdul Fatah al Sisi.
Nadia Ahmed Abdo foi designada governadora de Beheira, no litoral mediterrâneo ao leste de Alexandria, e assumiu o cargo hoje perante Al Sisi. Ela ocupava o posto de vice-governadora desde agosto de 2013, um mês depois do golpe de Estado que derrubou o então presidente, o islamita Mohammed Mursi.
A nova governadora é formada em engenharia química e tem um mestrado em engenharia de saúde, ambos pela Universidade da Alexandria. Conforme o currículo oficial divulgado no site do governo, ela ocupou diversos cargos de responsabilidade em organismos públicos.
Além da nomeação de Nadia, Al Sisi designou outros quatro governadores hoje e também juraram seus cargos os nove ministros nomeados na terça-feira passada no marco de uma reforma parcial de gabinete.
Atualmente, quatro mulheres ocupam cargos ministeriais no Executivo liderado pelo primeiro-ministro, Sherif Ismail, e 90 deputadas fazem parte do Parlamento, que conta com 596 cadeiras. 

Agencia EFE Brasil

Nokia não confirma volta do 'tijolão'


A saudade do velho "tijolão" é tamanha que, desde as últimas semanas, pipocam rumores sobre um suposto relançamento do icônico Nokia 3310.

O eventual retorno do aparelho, conhecido pela carapaça forte e pela bateria de longa duração, ouriçou usuários na faixa dos 30 e poucos anos. Mas os mais jovens se surpreenderam: num mundo repleto de Androids e iPhones, não parece estranho que alguém queira um celular de 17 anos de idade?

Para especialistas, há, sim, espaço no mercado para o aparelho. Mas, em tempos de internet, o interesse do público dependerá de atualizações.

A boataria ganhou proporção tamanha que o programa Newsbeat, da BBC, decidiu conversar com a Nokia sobre o tema.

A resposta, porém, foi um balde de água fria. "Apesar de ficarmos tão animados quanto todo mundo para ouvir novidades, nós não comentamos rumores ou especulações", limitou-se a dizer um porta-voz.

Afinal, quem quer um celular vintage?

"Acredito realmente que minha avó poderia usar um 3310, mas ela não saberia nem por onde começar com um iPhone ou um Android", disse Alistair Charlton, editor de tecnologia interina do site IB Times, ao Newsbeat.

"Você poderia levar seu celular de R$ 80 a um festival e deixar em casa o iPhone caro, com tela de vidro", acrescentou.

"Mochileiros e afins também gostariam de um aparelho forte, barato e com bateria de longa vida."

Muitos donos de smartphones reclamam da durabilidade de suas baterias - e este poderia ser o principal apelo para novos usuários do velho aparelho.

"O interesse no 3310 nos mostra que o tempo útil da bateria ainda é uma das maiores preocupações dos consumidores, que não é bem resolvida por alguns smartphones, como o iPhone", diz Elizabeth Varley, fundadora e CEO da comunidade de tecnologia TechHub.
SMS?

O editor de tecnologia Alstair Charlton defende o escritor Evan Blass, do site VentureBrat, que lançou os rumores sobre a volta do 3310.

Ele o descreve como um "famoso caçador de novidades sobre tecnologia, normalmente preciso em suas previsões".

Mas Alstair também lembra que, para alcançar sucesso no mercado atual, a Nokia precisará atualizar as ferramentas básicas do 3310.

"Nós não nos comunicamos mais por telefonemas e mensagens SMS como fazíamos naquela época", diz.

"Mas se o 3310 ganhar internet e acesso ao WhatsApp e ao Facebook Messenger, talvez ganhe espaço."

Elizabeth Varley, em contrapartida, não acredita que o futuro da Nokia seja construído a partir de modelos do passado.

"Para competir de verdade, inovação é a chave."

BBC Brasil.


Nota do Blog: Gif para quem está com saudades do "Jogo da Cobrinha". Essa imagem foi de um jovem russo que conseguiu a proeza de fechar o jogo:



Romero Jucá é hostilizado em aeroporto

O senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo Temer no Congresso, foi hostilizado na manhã desta quinta-feira 16 ao desembarcar no aeroporto de Boa Vista, capital de Roraima.
Nesta quarta, o senador, que está envolvido no esquema da Lava Jato, protocolou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que propõe imunidade para os ocupantes de cargo na linha sucessória da Presidência - presidentes da Câmara, do Senado e do STF -, mas recuou três horas depois.
Com apelido de "Caju", Romero Jucá tem o nome citado pelo ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho como quem "concentrava a arrecadação e distribuição dos recursos destinados ao partido", em troca de atuar em favor da empreiteira no Congresso.
Jucá foi recebido no aeroporto aos gritos de "ladrão" e "pilantra". Os passageiros que estavam no local também lembraram que ele é delatado na Lava Jato. 
Assista os vídeos a seguir:

Com informações de Brasil 247 (Texto) e Estadão (Vídeos)

Paquistão: Número de mortos em atentado do Estado Islâmico passa de 100

Já chega a 100 o número de mortos no atentado suícida reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI) em um santuário na cidade de Sehwan Sharif, no Sul do Paquistão, nesta quinta-feira (16). As informações são da agência italiana Ansa.

O ataque suicida teria sido realizado por uma mulher-bomba, e há mais de 100 feridos. De acordo com a imprensa local, a mulher-bomba teria detonado o explosivo durante um ritual religioso no templo, que é construído em torno do túmulo do filósofo sufi Lal Shahbaz Qaladar.

"A explosão ocorreu dentro das instalações do santuário, nós declaramos emergência e estamos deslocando os feridos para hospitais próximos", disse o vice-comissário Munawar Mahesar ao canal "Ary News".

O Estado Islâmico reivindicou o ataque em comunicado divulgado pela sua agência de notícias, a Amaq, informou o Twitter do Site, portal que monitora a atividade de extremistas na web.

Agência Brasil

Diretor e equipe de "Joaquim" protestam contra governo Temer em Berlim

O longa-metragem brasileiro Joaquim, que concorre ao Urso de Ouro, estreou hoje  (16/02) no Festival de Cinema de Berlim, a Berlinale, com um protesto do diretor Marcelo Gomes e de sua equipe contra o governo do presidente Michel Temer.

"Os brasileiros e nós decidimos resistir ao governo que chegou ilegitimamente ao poder", afirmou Gomes, no final da exibição, ao lado dos atores principais do filme, incluindo Júlio Machado, que interpretou o personagem do título, e da equipe de produção.

Em inglês, o diretor leu um manifesto no qual afirmou que a democracia brasileira está em risco. Gomes disse ainda que o "governo ilegítimo" que assumiu o poder no Brasil representa uma ameaça aos direitos da população, incluindo a educação.

Após a leitura, o diretor foi ovacionado pela plateia. O protesto contra o presidente começou antes mesmo da exibição do longa. Na entrada do diretor na sala de cinema, parte do público levantou cartazes com manifestos contra o governo. Já o grito de "Fora, Temer!" ecoou por todos os cantos do teatro no início do filme.

A sessão da coprodução luso-brasileira contou ainda com a presença do embaixador de Portugal em Berlim, João Mira Gomes.

O longa Joaquim, ambientado no século 18, é livremente inspirado na história de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, militar do Império que se tornou líder da Inconfidência Mineira. Este ano, o Brasil volta a concorrer ao prêmio principal do festival depois de três anos.

Desde a primeira edição do Festival de Cinema de Berlim, em 1951, o Brasil já concorreu 24 vezes ao prêmio principal e foi contemplado duas vezes: em 1998, com Central do Brasil, de Walter Salles, e em 2008, com Tropa de Elite, de José Padilha. A última vez que um filme brasileiro concorreu ao Urso de Ouro foi em 2014, com Praia do Futuro, de Karim Ainouz.

Deustche Welle Brasil

Governo federal sanciona reforma do Ensino Médio

A Lei do "Novo Ensino Médio" foi sancionada pelo presidente Temer no Palácio do Planalto, em Brasília. Trata-se de mais uma tentativa de criar agendas positivas para tentar reverter sua baixa popularidade. Ele minimizou as críticas ao texto, afirmando que a polêmica gerou o aperfeiçoamento da reforma do ensino médio. Temer avaliou que a reforma foi "consensual" entre o governo, o Congresso e a sociedade, que agora "recebe o aplauso de todos". Não é o que mostra enquete do Estadão, publicada hoje logo após matéria sobre a cerimônia:


O presidente defendeu que "é preciso modernizar a educação no Brasil, lembrando que há um orçamento previsto de R$ 10 bilhões para o setor". Ele afirmou que decidiu fazer a reforma porque o tema estava "parado" no Congresso há mais de 20 anos. A medida provisória do ensino médio foi aprovada pelo Congresso no último dia 8. De acordo com o texto da lei, o projeto deve flexibilizar a grade curricular, permitindo que o estudante escolha parte das matérias que irá cursar, o que poderia ser uma melhora dos índices na Educação no País.

Apartheid - Não é o que pensa o educador Gaudêncio Frigotto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Ele afirma que essa reforma do Ensino Médio "liquida a dura conquista do ensino médio como educação básica universal para a grande maioria de jovens e adultos, cerca de 85% dos que frequentam a escola pública". A medida, para ele, agride a Constituição de 1988 e a Lei de Diretrizes da Educação Nacional que garantem a universalidade do ensino médio como etapa final de educação básica.

Ainda segundo o educador, neste sentido é uma reforma que anula Lei Nº. 1.821 de 12 de março de 1953. Que dispõe sobre o regime de equivalência dos cursos de grau médio para efeito de matrícula nos curso superiores e cria novamente, com outra nomenclatura, o direcionamento compulsório à universidade. Além disso, também retrocede e torna, e de forma pior, a reforma do ensino médio das décadas de 1960 e 1970, que postulava a profissionalização compulsória neste nível de ensino. "Uma reforma que legaliza o apartheid social na educação no Brasil".

Com informações do Estadão (solenidade de assinatura da lei)
e do Diário do Centro do Mundo (fala do Prof. Frigotto)

SP: Sem-teto acampados na Avenida Paulista

Militantes ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) estão acampados desde ontem em frente ao escritório da Presidência da República, na Avenida Paulista, em São Paulo. Foi um protesto contra as recentes mudanças no programa Minha Casa Minha Vida anunciadas por Michel Temer na semana passada.
O manifesto do grupo juntou cerca de 30 mil pessoas, de acordo os organizadores. O MTST lembra que 84% das pessoas que fazem parte do déficit habitacional do Brasil estão na chamada Faixa 1, com renda familiar de até R$ 1,9 mil, mas foram "esquecidas" pelo governo.
"As 600 mil moradias anunciadas por Temer foram para uma outra faixa da população. Aumentaram o limite de crédito do Minha Casa Minha Vida para R$ 9.000,00, ou seja, transformaram um programa social em programa de crédito imobiliário para financiar casa própria para setores que não são os mais necessitados, que não são os sem-teto e não são aqueles que mais precisam de moradia no Brasil", diz o texto.
O ato na Avenida Paulista é o ponto final de marchas organizadas nesta quarta-feira pelo MTST em dois pontos da capital paulista. Um grupo que se reuniu no Largo da Batata, na zona Oeste, se encontrou na Paulista com outro que seguiu da Praça da República, no Centro.
O coordenador do MTST, Guilherme Boulos afirmou que o programa Minha Casa Minha Vida tem diversos problemas, mas o principal deles atinge a Faixa 1. "É exatamente esta faixa, a mais necessitada, a que não consegue pagar o aluguel, que está parada. O governo Temer quer fortalecer outra linha, a que ganha até R$ 9 mil e transformar o programa em balcão de imobiliária para financiar casas para a classe média em detrimento de quem mais precisa", disse.
Portal Brasil 247

Polícia Federal apreende avião com 430 quilos de pasta base de cocaína em Minas

A Polícia Federal (PF) em Minas Gerais apreendeu na noite dessa quarta-feira, 15, em Pará de Minas, a 84 km de Belo Horizonte, um avião Cessna Aircraft, modelo 210 M, que transportava 430 quilos de pasta base de cocaína. A ação contou com apoio da Polícia Militar do município. Por estar guardada em sacos de origem boliviana, a PF acredita que a droga tenha vindo do país vizinho.

Segundo a PF, a aeronave teria aterrissado no Aeroporto de Pará de Minas por volta de 18h e iria passar a noite em um hangar do local, ainda carregada com a droga. A PF ouviu o responsável pelo hangar e realizou perícias na aeronave, que não tinha identificação nas asas e apresentava alongamento de suas extremidades, para levar mais combustível e aumentar a autonomia de voo.

Além dos cerca de 415 tabletes da pasta base, foi apreendido um pacote com cerca de um quilo de folhas semelhantes a folhas de coca.

A Polícia Federal descobriu ainda que o piloto do avião havia fugido para Belo Horizonte e se hospedado em um hotel nas proximidades da rodoviária da capital, onde foi preso em flagrante por agentes federais.

Se condenado pelo crime de tráfico internacional de drogas, o piloto poderá cumprir até 25 anos de prisão e permanecerá à disposição da Justiça Federal de Divinópolis.

Rádio Itatiaia (MG)

Doria paga ‘personal paparazzi’ para bombar nas redes

Com capacete em mãos, João Doria assume o volante de um carro turbinado e dispara no autódromo de Abu Dhabi. Alguém registra a aventura. Doria também distribui vitamina de óleo de peixe para seu secretariado. Tudo devidamente gravado em áudio e vídeo, assim como não faltou até quem fizesse a foto em que ele aparece de uniforme amarelo ao lado de amigos antes de um futebolzinho. 

Aparentemente informais, os registros do dia-a-dia do prefeito de São Paulo contam com um “personal paparazzi”. O objetivo é claro: bombar nas redes sociais.

Para isso, três pessoas se revezam no posto e o empresário paga do próprio bolso essa equipe que cuida exclusivamente de sua exposição nos diferentes canais de interação social na internet. Para a viagem oficial que está cumprindo esta semana no Oriente Médio, além de dois funcionários da prefeitura, Doria levou a tiracolo seu “sombra”.

A estratégia, já adotada pelos chamados influenciadores digitais, está surtindo efeito agora na política. Esse trabalho com Doria começou um ano e meio atrás, quando ele decidiu que seria candidato à prefeitura. Naquela época, seus posts mais comentados no Facebook conseguiam, no máximo, 200 curtidas ou 300 compartilhamentos. Agora, isso foi multiplicado por mil. Os assessores garantem que ele é hoje maior influenciador em língua portuguesa no mundo.

Ainda em 2015 o então apresentador de TV e empresário tinha cerca de 125 mil seguidores no Facebook. Ontem esse contingente estava em 1,8 milhão. Houve semana em que o alcance das publicações do prefeito chegou a 23 milhões de usuários.

Doria não tem limite de horário para se expor nas redes sociais. Tem vídeo de manhã, à tarde e à noite. O objetivo também é evidente: usa as redes para manter o personagem que ele mesmo construiu na campanha do “João Trabalhador”.

— Nosso trabalho é focado em encurtar a distância entre o gestor e as pessoas. É isso o que o João prometeu e está entregando — afirma o responsável pela equipe de mídia social do tucano, Daniel Braga.
Ele não revela e desconversa sobre o valor cobrado de Doria para bombar o prefeito nas redes.
— Barato não é. Se é caro? Comparado a quê? Posso dizer que muita gente queria ter o resultado que o João está tendo hoje — diz Braga.

Centralizador, o prefeito dá palpite em toda a produção de conteúdo do seu perfil online. Diariamente, ele mesmo grava com seu celular vídeos e encaminha para a avaliação do grupo contratado. Funcionários contam que já se tornou um vício do empresário aproveitar os deslocamentos entre um compromisso e outro para responder a perguntas e comentários deixados por seguidores nas redes.

A intimidade que o prefeito tem com a câmera também ajuda nesse processo, segundo Braga. Em 6 de fevereiro, Doria filmou sua chegada a um terminal de ônibus do extremo sul da capital paulista e, enquanto caminhava, dizia para a câmera que estava ali às 5h28 para “ver a realidade como ela é”. Foi assistido por 2,1 milhões de pessoas.

Há um monitoramento diário de conteúdo desfavorável ao prefeito. Em um vídeo assistido por 2,9 milhões de pessoas, Doria critica o ex-presidente Lula. Ele aproveitou o plantio de uma muda de pau-brasil no mês passado para chamar o petista de "o maior cara de pau de Brasil". Nem todos os 54 mil comentários do vídeo, no entanto, são elogiosos. Houve quem criticasse o tucano.



Jornal Extra (Rio)

Carlos Velloso deve ser o novo Ministro da Justiça

O presidente Michel Temer decidiu convidar o ex-integrante do Supremo Tribunal Federal Carlos Velloso, de 81 anos, para comandar o Ministério da Justiça, segundo informou nesta quinta-feira (16) o jornal “Folha de S.Paulo”. Indicação do PSDB, que apoia o governo, o advogado mineiro substituirá Alexandre de Moraes, indicado, também por Temer, para a vaga no Supremo aberta após a morte de Teori Zavascki em uma queda de avião em janeiro. 
A escolha de Velloso já foi comunicada ao PMDB, de acordo com o site Poder360. O anúncio formal, porém, deve ocorrer somente após a sabatina de Moraes pelos senadores, marcada para terça-feira (21), segundo o jornal “Valor Econômico”. Um dos critérios para a escolha do sucessor de Moraes é alguém cuja trajetória não transmita a mensagem de que há algo contra a Lava Jato ou qualquer intenção de interromper a operação, que conta com apoio de boa parte da opinião pública. 

Declarações críticas à investigação, por exemplo, fizeram com que Temer descartasse a nomeação do advogado Antonio Claudio Mariz. A escolha do ministro da Justiça ocorre após uma série de episódios interpretados como movimentos do governo contra a Lava Jato, que incluem a própria indicação de alguém de perfil político para o Supremo, como Moraes, e a nomeação de Moreira Franco para o cargo de ministro dias depois de ele ser citado em uma delação premiada de executivos da Odebrecht. O próprio Temer já foi citado em delações. O presidente, porém, não é investigado. Parte dos seus ministros e aliados, sim.

O que faz um ministro da justiça?

O ministro da Justiça tem entre suas atribuições responder por assuntos ligados, por exemplo, a políticas de combate às drogas, imigração, demarcação de terras indígenas e defesa dos bens da União. Dentro da esfera da segurança, está a Polícia Federal, órgão subordinado ao ministério, mas cuja atuação é autônoma e sem, em tese, interferência do governo federal. 

Mas cabe ao presidente indicar o chefe da PF. A Polícia Federal é responsável por investigar as suspeitas da Lava Jato e por essa razão a indicação do titular da pasta desperta tanta atenção. A operação investiga executivos da Petrobras, empreiteiros e políticos dos mais diversos partidos, a maioria deles ligados ao PP, PT e PMDB, partido de Temer. Cabe à PF investigar e levantar as provas que compõem um inquérito policial. Quando a apuração envolve parlamentares e ministros, o procedimento precisa ser autorizado pelo Supremo, em razão do foro privilegiado.

Defensor de Aécio na Lava-Jato

Velloso é formado em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais e foi nomeado ministro do Supremo em 1990, pelo então presidente Fernando Collor de Mello. Em 2006, quando completou 70 anos, Velloso se aposentou compulsoriamente — hoje a idade limite é de 75 anos. Após deixar o Supremo, Velloso voltou a trabalhar como advogado e é um dos integrantes do escritório Advocacia Velloso, localizado em Brasília.

Em uma das causas que atua, Velloso defende o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, em inquérito iniciado a partir de indícios revelados pela Lava Jato. Velloso consta como um dos advogados do senador no inquérito 4.244, em que o tucano é investigado por suspeitas de receber propina de empresas para beneficiá-las em contratos com a estatal mineira Furnas, o que ele nega. Se for nomeado ministro da Justiça, Velloso terá de deixar os processos em que atua como advogado, como previsto pelo Estatuto da Advocacia.

Com informações do Nexo Jornal

Austrália: Igreja Católica pagou indenizações milionárias a vítimas de abusos

A Igreja católica da Austrália pagou 276 milhões de dólares australianos, o equivalente a 213 milhões de dólares, em indenizações a milhares de pessoas que foram vítimas de abusos sexuais desde 1980, segundo informações dadas a uma comissão de inquérito do governo nesta quinta-feira, na primeira vez em que o valor total de compensações pago às escolas, orfanatos e residências da igreja foi revelado.
O relatório de uma comissão real a respeito de abusos institucionais disse que 3.066 vítimas receberam alguma forma de indenização de um organismo católico nos 35 anos transcorridos até 2015.
Os pagamentos em dinheiro no valor de 258,8 milhões de dólares australianos representaram uma média de 91 mil dólares australianos por pessoa. Parte das reparações não foi paga em dinheiro.
A instituição que desembolsou mais foi a ordem global Irmãos Cristãos, que pagou 45,5 milhões de dólares australianos a 763 pessoas, uma média de 61 mil dólares australianos por pessoa. Os jesuítas pagaram mais por querelante – em média, 257 mil dólares australianos por pessoa.

O tempo médio entre o abuso e a apresentação da queixa foi de 33 anos, disse a procuradora Gail Furness no relatório, acrescentando que "muitos sobreviventes enfrentam barreiras que os desestimulam a relatar o abuso às autoridades e à instituição na qual o abuso ocorreu".
Agência Reuters