quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Universidade forma turma só com índios


A Universidade Federal de Santa Catarina formou a sua primeira turma composta só por índios. O grupo se gradua em Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica.
São 85 alunos das etnias guaranikaingang e laklãnõ/xokleng, provenientes do Mato Grosso do Sul (MS), Espírito Santo (ES), Rio de Janeiro (RJ), Santa Catarina (SC) e Rio Grande do Sul (RS). O curso teve duração de quatro anos, entre aulas na universidade e atividades desenvolvidas nas aldeias. Os estudantes receberam formação para lecionar nas áreas de infância, linguagens, humanidades e conhecimento ambiental indígena.
O juramento na colação de grau falou de cultura, liberdade, autonomia, luta pela terra, autodeterminação, alegria e crianças sadias. O discurso dos oradores ressaltou a preocupação com o futuro, a importância das tradições culturais e da demarcação de território indígena:
– Não importa o povo ou etnia a que pertencemos, somos todos irmãos, filhos desta terra – lembraram.
Conexão Lusófona

Pela volta dos caixas eletrônicos às estações de metrô

Lideranças comunitárias entregaram na tarde desta terça-feira (08) um abaixo-assinado solicitando a volta dos caixas eletrônicos retirados das estações de metrô. O documento, que conta com mais de 23 mil assinaturas, foi entregue ao superintendente da CBTU, Bartolomeu Carvalho, em frente à entrada principal da Estação Recife, no bairro de São José, Centro. Os líderes comunitários começaram o movimento logo após os equipamentos serem desinstalados, visto que os caixas eletrônicos nas estações, por vezes, eram os únicos locais – ou os mais próximos – disponíveis para transações bancárias em determinadas comunidades. O documento também será entregue às prefeituras do Recife e Jaboatão, Governo do Estado e ao Ministério das Cidades, em Brasília.
A Multibanco, empresa que administra o contrato dos caixas eletrônicos nas estações de metrô de Pernambuco, cumpriu a exigência feita pela CBTU e retirou os equipamentos no final do mês de agosto. Com a medida, os usuários responsáveis pela média de 630 mil transações mensais deixaram de usufruir de um serviço rápido, cômodo e seguro. Durante os três anos em que os caixas eletrônicos fizeram parte do dia a dia de quem utiliza o metrô, as duas tentativas de arrombamento acontecidas no final de julho e começo de agosto, foram as únicas ocorrências registradas.
 A Multibanco reitera que os crimes foram cometidos fora do horário de funcionamento do metrô e que nada foi levado dos caixas, já que os equipamentos dispõem de um forte sistema de segurança, além de contar com monitoramento através de gravação de imagens em todas as estações. Em pesquisa realizada no ano passado, os usuários do metrô indicaram sentir mais segurança de utilizar os caixas eletrônicos dentro das estações do que em outros ambientes disponíveis nas cidades. A pesquisa também apontou que o sentimento de insegurança nas estações é devido à falta de policiamento, isentando dos caixas eletrônicos a responsabilidade das ocorrências violentas no local.

Fiscalização fecha comércios em Beberibe



As fiscalizações realizadas na manhã de ontem (08. 09) pelo Procon-PE, MPPE, IPEM, Vigilância Recife e Delegacia do Consumidor culminaram no fechamento do açougue do supermercado X8 e da Padaria Deus é Fiel, ambos no bairro de Beberibe, Zona Norte do Recife. Devido as inúmeras irregularidades encontradas na padaria o dono foi preso em flagrante e encaminhado para a Delegacia do Consumidor. As ações foram feitas com base em denúncias de consumidores. 

Falta de informações de alimentos próximos de perder a validade e de que os estabelecimento não possuía o leitor de código de barras foi uma das irregularidades encontradas no supermercado X8, pelo Procon-PE. Ainda no local, a Vigilância Sanitária do Recife verificou que açougue não possuía registro para realizar corte da carne, além de estar armazenando produtos estragados. 

Já na padaria Deus é Fiel a situação encontrada ainda era pior. Diversos alimentos sem data de fabricação e validade; o local onde eram manuseados e feitos os pães totalmente insalubre e sem higiene; além de produtos sendo condicionados de forma errada. 

Devido à quantidade de irregularidades a Delegacia do Consumidor prendeu em flagrante o dono do estabelecimento e o Procon-PE fechou o local.  Durante toda essa semana outras fiscalizações serão realizadas.

Imprensa Procon/PE

Venezuela deve receber 20 mil sírios

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nessa segunda-feira (7) que seu país quer acolher 20 mil sírios, de modo a que se juntem à “grande comunidade síria” que já vive no país.
“Pedi à ministra dos Negócios Estrangeiros [Delcy Rodríguez] que se reúna com a comunidade síria [e a informe que a] Venezuela vai acolher 20 mil compatriotas sírios na diáspora”, anunciou Maduro, durante um Conselho de Ministros no palácio presidencial de Miraflores.
O governante disse sentir “dor” em relação à situação do povo sírio, o qual a Venezuela “ama”, “respeita” e “conhece muito bem”.
“Quero que venham 20 mil sírios, famílias sírias, para a nossa pátria venezuelana, para partilharem esta terra de paz, esta terra de Cristo, de Bolívar, para trabalharem conosco e contribuírem, com o seu amor a Deus, para o desenvolvimento desta terra mágica”, disse.
Maduro fez este anúncio no mesmo dia em que a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, disse que o seu País está “de braços abertos” para acolher refugiados sírios.
Brasil Post

Rainha Elizabeth II, um reinado de vida longa

Pode ser que as palavras mais sábias sobre a rainha Elizabeth II, que na quarta-feira às 17h30 se transformará na monarca que mais tempo reinou na história da Inglaterra, tenham sido escritas por volta de 1969 por Sir Paul McCartney nos primeiros dois versos de Her Majesty, a canção que encerra Abbey Road: “Sua majestade é uma garota simpática, mas não tem muito o que dizer”. Efetivamente, seria difícil extrair algo polêmico, extraordinário ou simplesmente interessante de todos os discursos que a rainha pronunciou desde que assumiu o trono em 6 de fevereiro de 1952, depois da morte de seu pai, George VI.
Se se mantivesse o costume de adornar com epítetos os nomes dos monarcas, Elizabeth Alexandra Mary de Windsor poderia passar à história como Elizabeth, a Silenciosa. E essa, provavelmente, terá sido sua principal virtude. É disso que se trata em uma monarquia constitucional. O trabalho do monarca é unir, aportar estabilidade. E nisso poucos dirão que o esforço de Elizabeth II não foi exemplar.
Elizabeth II, chefe de Estado do Reino Unido e dos territórios da Commonwealth (comunidade formada por vários países submissos à Grã-Bretanha, como Austrália, Nova Zelândia e Canadá), dirigente suprema da Igreja Anglicana, reinou durante 63 anos e 216 dias. De Winston Churchill a David Cameron, despachou com 12 primeiros-ministros britânicos –nisso é superada por George III, cujo reinado, de 1760 a 1820, abarcou 14 chefes de Governo – e quase 200 dos outros 15 reinos da Commonwealth, que eram 32 quando a rainha assumiu o trono.
Em termos globais, Elizabeth II é, desde a tarde desta terça-feira, a mulher que durante mais tempo reinou. Mas entre seus colegas varões ainda está longe da marca de Sobhuza II, que regeu a Suazilândia durante 82 anos, até sua morte, em 1982. No continente europeu, Luis XIV, o Rei Sol, supera a rainha da Inglaterra por ter reinado na França durante 72 anos, entre os séculos XVII e XVIII.

Entre 1945 e 1965, o número de súditos da monarquia britânica fora do Reino Unido passou de 700 a cinco milhões. Elizabeth II se sentou no trono de uma potência imperial e hoje é a chefa de Estado de um país membro da União Europeia. Isso também pode mudar, e pode ser que Elizabeth II acabe seu reinado em uma nação mais isolada. E talvez mais pequena: poucos dão por encerrada, atualmente, a questão da independência escocesa, passado um ano da vitória do “não” no referendo,O reinado de Elizabeth II coincide com um dos períodos históricos em que seu país mais mudou. Ao contrário de sua tataravó Vitória –que até esta terça-feira ostentava o recorde de longevidade no trono–, cujo reinado coincidiu com o apogeu e o esplendor do império da Grã-Bretanha, Elizabeth II testemunhou a perda de poder e influência mundial do país. Viu desaparecer o império, mas continua reinando em uma nação próspera, com instituições sólidas e peso internacional –é membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e do G-7– consideravelmente alto para seu tamanho relativamente pequeno em termos de território e população.
Sobreviveu à swinging London e ao punk, que proporcionou à história uma das imagens mais icônicas de Elizabeth II, estampada na capa do single God Save The Queen, do Sex Pistols. Mas hoje o punk está morto, Johnny Rotten faz anúncios de manteiga na televisão e Elizabeth II continua sentada no trono, aos 89 anos.
Se o mundo e o país mudaram dramaticamente nesses 63 anos, a própria instituição monárquica não ficou para trás. Elizabeth, que continua unida ao mesmo homem de quem se enamorou aos 13 anos, teve de assistir às erráticas tentativas de seus descendentes de conciliar as estritas tradições da instituição com os costumes da vida moderna. Ou, em outras palavras, viu como o mundo inteiro ficava sabendo que seu filho, o príncipe de Gales, dizia à amante que desejaria ser seu tampax.
Os acontecimentos, nos anos noventa, em torno da separação de Charles e Diana, e a posterior morte trágica dela em 1997, puseram a monarquia à prova e lhe valeram seus índices mais baixos de popularidade. “Demonstre um pouco de afeto, senhora”, manchetou o Express, ao saber que a rainha pretendia permanecer em Balmoral depois da morte daquela que fora sua nora. Mas Diana recebeu um funeral de Estado e Elizabeth II compareceu, qualificou-a de “ser humano excepcional” e com o tempo fortaleceu sua popularidade. A partir de então, a monarquia compreendeu o delicado jogo de que dependia sua sobrevivência nos novos tempos: conciliar o distanciamento com certa aparência de abertura.
Além dos simpáticos gestos como o de concordar em simular um salto de um helicóptero na cerimônia de inauguração dos Jogos Olímpicos de 2012, a renovada popularidade da monarquia britânica tem quatro nomes próprios: William, Kate, George e Charlotte. A família dos duques de Cambridge, que inclui o segundo e o terceiro herdeiro do trono, parece ter-se conectado com o público. Mais do que o príncipe de Gales, fustigado de novo pela recente publicação de sua correspondência com membros do Governo, o que compromete o dever de neutralidade que sua mãe compreendeu tão bem durante 63 anos.
Walter Bagehot, o famoso jornalista britânico que hoje dá nome a uma influente coluna da Economist, disse há 150 anos que a função da monarquia era “ser um símbolo visível de unidade para aqueles tão imperfeitamente educados que necessitam de um símbolo”. Em 63 anos de reinado, Elizabeth II parece ter conseguido isso. Se seus herdeiros também vão conseguir, está para ser visto.

El País - Espanha