segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Atriz Desirée Vignolli morre aos 52 anos

A atriz Desirée Vignolli morreu neste domingo (21), no Rio de Janeiro, vítima de um infarto fulminante, aos 52 anos. Conhecida pelo trabalho em novelas como "Que rei sou eu?" (de 1989), ela foi casada com o ator Luís Gustavo, com quem teve uma filha, Jéssica. Desirée também era mãe de Antônio e Anna Camilla.

Filha de uma diplomata e de um advogado, ela nasceu em Nova York. Quando morava em Brasília, no início da adolescência, descobriu o gosto pelas artes cênicas.

Além de "Que rei sou eu?", a atriz participou de novelas como "De corpo e alma" (1992), em que interpretou Mércia, "Mico Preto", no papel de Lucilene, e "Jogo da Vida" (1982), como a Leninha.

Em seu perfil no Facebook foi postada a seguinte mensagem: "Rezem, amigos, por Desirée e lembrem-se dela por sua grandiosidade e amor". O enterro está marcado para a próxima quarta-feira.

Jornal Extra (Rio)

Livro infantil com famílias homoafetivas causa polêmica na Croácia

Um livro infantil se tornou alvo de organizações conservadoras na Croácia. Trata-se do “My Rainbow Family”, que à primeira vista se parece como uma obra qualquer, com ilustrações coloridas e poucos textos, mas tem suas peculiaridades. A primeira é que pode ser lido de trás para a frente, com duas histórias diferentes. E tem personagens pouco usuais em livros para essa faixa etária: uma menina com dois pais e um menino com duas mães.

Na casa da croata Zrinka Znidarcic, o “My Rainbow Family” se tornou um dos livros preferidos do pequeno Patrik, de dois anos.

— Sua reação foi de completa alegria. Ele olhou e disse imediatamente: isso é familiar — contou Zrinka, em entrevista à BBC.

É a primeira obra infantil a refletir a realidade de milhares de casais homoafetivos croatas que, como Zrinka, ainda são impedidos de se casarem, mas podem celebrar uniões civis.

— Nós estamos muito felizes — disse Zrinka. — Patrik escolhe os seus livros para a história de ninar. Desde que ganhou este, ele é sempre um dos seus favoritos. Nós não explicamos nada, ele apenas vê e diz: “eu quero ler um livro sobre mim, sobre a minha família”.

Mas o motivo de alegria na casa de Zrinka se tornou alvo de grupos conservadores apoiados pela Igreja Católica. Há cinco anos, eles forçaram um referendo que bloqueou os planos de governo de legalizar o casamento gay. Agora, o alvo é o “My Rainbow Family”.

Para a Vigilare, uma dessas organizações que têm como missão “promover a identidade original do casamento entre homem e mulher”, o livro é uma “propaganda homossexual”. Por isso, emitiram uma carta aberta ao Ministério da Educação, exigindo que o “My Rainbow Family” seja proibido nas escolas.

Para Senada Selo-Sabic, do Instituto para o Desenvolvimento e Relações Internacionais de Zagreb, a oposição ao livro infantil é apenas um sintoma do ressurgimento de forças conservadoras na Croácia desde que o país se juntou à União Europeia, há cinco anos.

— A Croácia cometeu um erro durante o processo de entrada na União Europeia — comentou a especialista. — Nós silenciamos e marginalizamos todos aqueles que não concordavam com este caminho. Os partidos políticos criaram a imagem de uma Croácia muito liberal, progressista e igualitária. Mas na realidade, era apenas um lado da história.

Agora, o país enfrenta o crescimento do nacionalismo extremista e até mesmo da negação do Holocausto. Uma placa com dizeres fascistas foi instalada perto do campo de concentração Jasenovac, da Segunda Guerra Mundial, onde ficou por quase um ano até ser removida pelas autoridades.

— Espero que a agitação do conservadorismo que vemos seja simplesmente uma reação ao período de silêncio ao qual foi sujeitado. E que isso vai acabar no futuro — disse Senada. — Caso contrário, estamos realmente condenados.

Já os editores do “My Rainbow Family” preferem ser mais otimistas, dizendo que as respostas positivas ao livro não se limitaram aos grupos de minorias.

— Quando fizemos o livro pela primeira vez, imprimimos apenas 500 cópias, porque pensamos que seria apenas para nós, nossos amigos e apoiadores. Mas desde que a história veio a público, tivemos muitos pais dizendo: “nós não somos LGBT, mas realmente queremos uma cópia para que possamos mostrar aos nossos filhos e discutir temas de igualdade, tolerância e diversidade” — disse Daniel Martinovic, cofundador do grupo de apoio Famílias Arco-Íris. — Talvez isso nos dê a esperança de mudança, para uma sociedade mais tolerante.


Jornal O Globo (Rio)

Adolescência agora vai até os 24 anos de idade, defende cientistas

Aquela fase odiada pela maioria das pessoas, a adolescência, ganhou uma sobrevida de cinco anos. Em vez de terminar aos 19, idade considerada na maioria dos países, um grupo de cientistas defende que a adolescência se estende dos 10 até os 24 anos.

O fato de jovens estarem optando por estudar por um período de tempo mais longo, não só até a faculdade, assim como a decisão cada vez mais frequente de adiar casamento e maternidade/paternidade, estariam mudando a percepção das pessoas de quando a vida adulta começa, dizem pesquisadores australianos em um artigo publicado nesta semana na revista científica Lancet Child & Adolescent Health.

Para eles, a redefinição da duração da adolescência seria essencial para assegurar que as leis que dizem respeito a esses jovens continuassem sendo asseguradas.

Outros especialistas, no entanto, dizem que postergar o fim da adolescência pode mais adiante infantilizar os jovens.

Puberdade

A duração da adolescência já chegou a ser alterada antes, quando se concluiu que, com os avanços da saúde e da nutrição, a puberdade iniciava antes do 14 anos, como se convencionava.

Essa fase tem início quando uma parte do cérebro, o hipotálamo, ativa as glândulas hipófise e gônadas, que, entre outras coisas, liberam hormônios sexuais.

Ela costumava acontecer por volta dos 14 anos, mas caiu gradualmente no mundo desenvolvido nas últimas décadas até o patamar de 10 anos.

Como consequência, em países industrializados como o Reino Unido a idade média para a primeira menstruação de uma garota caiu quatro anos nos últimos 150 anos.

Metade das mulheres agora fica menstruada pela primeira vez entre 12 e 13 anos.

A biologia também é usada como argumento por aqueles que defendem que a adolescência termina mais tarde - e que dizem, por exemplo, que o corpo continua a se desenvolver.

O cerébro continua se desenvolvendo depois dos 20 anos, trabalhando de maneira mais rápida e eficiente. E para muitos os dentes do siso não nascem até que complete 25 anos.

Adiando planos familiares

Os mais jovens também estão adiando o casamento e a maternidade/paternidade.

De acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas do Reino Unidos, a idade média para o primeiro casamento de um homem era 32,5 anos em 2013 e de 30,6 para as mulheres na Inglaterra e no País de Gales. Isso significa um aumento de 8 anos desde 1973.

No artigo que explica os motivos para o aumento da duração da adolescência, Susan Sawyer, diretora do Centro para a Saúde do Adolescente do Hospital Royal Children's em Melbourne, na Austrália, escreve: "Apesar de muitos privilégios legais da vida adulta começarem aos 18 anos, a adoção das responsabilidades e do papel de adulto geralmente acontece mais tarde".

Ela diz que postergar o casamento, o momento de ter filhos e a independência financeira significa "semidependência", o que caracteriza que a adolescência foi estendida.

No Brasil, a permanência por cada vez mais tempo dos jovens na casa dos pais é uma marca da chamada "geração canguru", nome dado pelo IBGE em 2013 ao fenômeno que engloba pessoas de 25 a 34 anos e que vem crescendo no país. Os dados foram divulgados na Síntese de Indicadores Sociais - Uma análise das condições de vida da população brasileira, com dados referentes ao intervalo entre 2002 e 2012.

Mudança nas leis

Essa mudança, pondera Sawyer, precisa ser levada em consideração pelos políticos, para que as leis e benefícios voltados a esse público sejam alterados.

"Definições de idade são sempre arbitrárias, mas nossa atual definição de adolescência está excessivamente restrita", diz a cientista.

Russell Viner, presidente da associação Royal College de pediatria e saúde infantil, diz que no Reino Unido a idade média para um jovem sair de casa é 25 anos. Ele apoia a ideia de que a adolescência seja estendida até os 24 anos e diz que os serviços no Reino Unido já levam isso em conta.

Segundo ele, hoje as leis no Reino Unido consideram a idade de até 24 anos para o governo garantir a provisão de serviços para crianças e adolescentes que precisam de atendimento especial (seja por abandono ou outro motivo) e que têm necessidades especiais em termos educacionais.

Infantilizar os adultos

A socióloga da Universidade de Kent Jan Macvarish, que estuda paternidade, diz que há um perigo em estender o conceito de adolescência.

"Crianças mais velhas e jovens são moldados de maneira mais significativa pelas expectativas da sociedade sobre eles com o seu intrínseco crescimento biológico", ela diz.

"Não há nada necessariamente infantil em passar o início dos seus 20 anos no ensino superior ou tendo experiências no mundo do trabalho." E não deveríamos arriscar transformar o desejo deles por independência em uma patologia. "A sociedade deveria manter as expectativas mais altas em relação à geração seguinte", diz Macvarish.

Viner discorda dela e diz que ampliar a adolescência pode ser visto como dar poder aos jovens ao reconhecer as diferenças deles.

"Contanto que isso seja feito de uma posição de reconhecimento dos pontos fortes dos jovens e do potencial do desenvolvimento deles em vez de focar os problemas da adolescência."

BBC Brasil

OMS diz que campanha de vacinação pode limitar febre amarela no Brasil, mas aponta desafio logístico

A Organização Mundial da Saúde (OMS) avaliou nesta segunda-feira que a campanha de vacinação contra a febre amarela anunciada por autoridades brasileiras pode ser efetiva em limitar a disseminação da doença transmitida por um mosquito, ao mesmo tempo que apontou para os desafios logísticos envolvidos em um processo de vacinação em massa.

Em informativo sobre a doença no país, a OMS também afirmou que a quantidade de pessoas ainda não vacinadas que moram em áreas com ecossistema favorável à transmissão do vírus “representa um risco elevado para a mudança no padrão atual de transmissão”.

Atualmente circula no Brasil a versão silvestre do vírus da febre amarela, transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. A versão urbana da doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Neste momento, não existem registros no país da versão urbana da doença.

“Espera-se que a decisão das autoridades brasileiras de realizar uma campanha de vacinação em massa contra a febre amarela, incluindo doses padrão (0,5 ml) e fracionadas (0,1 ml), possa efetivamente limitar a transmissão da febre amarela”, disse a OMS em comunicado.

“É importante notar que, devido à sua escala e alcance, essa campanha de vacinação em massa provavelmente será caracterizada por desafios logísticos significativos”, acrescenta o comunicado.

Com o aumento de casos e de mortes provocadas pela doença, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, a busca pela vacina tem aumentado significativamente, o que tem provocado longas filas e esperas em postos de saúde por pessoas tentando se vacinar.

Agência Reuters

Jânio de Freitas: Moro condenou Lula por 'ato de ofício indeterminado', ou seja, não existente

Em sua coluna neste domingo, Janio de Freitas critica duramente a condenação de Lula pelo juiz Sergio Moro e a condução do julgamento do recurso no TRF-4, em Porto Alegre. 

Confira abaixo alguns trechos do texto:

"A rigor, estarão em julgamento o réu Lula e a sentença de Moro, a ser julgada em seus possíveis erros e acertos. E nesse julgamento paralelo os três juízes federais se deparam com malabarismos dedutivos, justificativas gelatinosas e vazios que, para serem aceitos, exigiriam o mesmo do novo julgador.

O próprio julgamento pelo trio é uma atribuição problemática. A ser obedecida à risca a determinação legal, os casos do apartamento (julgado agora) e do sítio teriam tramitado e seriam julgados na região em que se localizam, São Paulo. A alegação artificiosa, por Moro, de que os dois casos relacionavam-se com as ilegalidades na Petrobras, levou o então relator Teori Zavascki a autorizar o deslocamento. Nem por isso a alegação ganhou legitimidade, porque a tal ligação com os fatos na Petrobras nunca se mostrou. O processo e o julgamento ficaram fora do lugar, e o recurso entrou no mesmo desvio, até o tribunal em Porto Alegre.

(...)

Moro e os dalagnóis não conseguiram encontrar sinais da interferência de Lula, quanto mais a ligação com o apartamento.

A saída com que Moro, na sentença a ser agora avaliada, pensa ultrapassar esse tipo de atoleiro é cômica: refere-se à tal interferência como "ato de ofício indeterminado". Indeterminado: desconhecido, não existente. Moro condenou por um ato que diz desconhecer, inexistir."

Com informações da Folha SP e Portal Brasil 247

Facebook admite que redes sociais podem ameaçar democracia

O Facebook admitiu nesta segunda-feira (22/01) que não pode oferecer garantias de que as redes sociais não representam um perigo para a democracia. A empresa, no entanto, afirmou que está fazendo de tudo para reduzir riscos de interferências em eleições.

"Apesar de ser um otimista, não ignoro os perigos que a internet pode provocar, mesmo no seio de uma democracia que funciona bem", disse o diretor de produto do Facebook Samidh Chakrabarti, num texto divulgado na rede social.

O Facebook é alvo de críticas por fazer pouco para impedir a propagação de notícias falsas, as chamadas fake news, na plataforma. O tema tornou-se uma questão global após as acusações de que a Rússia tentou desta maneira influenciar as eleições nos Estados Unidos, França e Reino Unido. Moscou nega as acusações.

Segundo Chakrabarti, o Facebook, que possui mais de 2 milhões de usuários, tem o dever moral de entender como sua tecnologia está sendo usada e o que deve ser feito para se tornar uma plataforma mais confiável possível.

O diretor admitiu também que a empresa demorou em perceber que "pessoas mal-intencionadas estavam utilizando a plataforma de maneira abusiva". Ele assegurou que o Facebook está trabalhando para neutralizar esses riscos.

Chakrabarti lamentou ainda a maneira como a plataforma foi usada durante as eleições americanas em 2016. O Facebook identificou 80 mil mensagens criadas por agentes russo que alcançaram 126 milhões de pessoas em dois anos.

Em um comunicado distinto, a encarregada das questões ligadas à política do grupo baseado na Califórnia, Katie Harbath, afirmou que a plataforma continua determina a combater as influências negativas e contribuir para o bem da democracia.

Recentemente, a empresa anunciou que dará prioridade aos conteúdos publicados por familiares e amigos em detrimento dos perfis de empresas, marcas ou meios de comunicação social. No início do ano, fundador e presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, reconheceu ter subestimado em 2016 o seu papel na propagação de informações falsas. 

Deustche Welle