quinta-feira, 12 de junho de 2025

Empreendedor aposta em biscuit para conquistar mercado de festas


Há dois anos, o empreendedor Max William encontrou uma forma criativa de transformar sua paixão em negócio: o Ateliê Arte em Biscuit, voltado para a produção artesanal de flores, folhas e enfeites de bolos — peças que se tornaram indispensáveis em festas de debutantes, casamentos e eventos infantis.

Max conta que a inspiração surgiu da observação de uma lacuna no mercado local. "O biscuit ainda é pouco valorizado no Recife e na região, então decidimos focar em um nicho mais específico: o de bolos cenográficos", explica. A estratégia deu tão certo que hoje o ateliê também atende demandas para bolos comestíveis, ampliando o alcance dos produtos dentro e fora do estado.

Com os olhos voltados para o crescimento, o empreendedor destaca a importância de manter o controle sobre a produção, mesmo diante das perspectivas de expansão. "Estamos aqui na frente do Senac justamente pensando em como ampliar o negócio, sempre com cuidado na qualidade e nos detalhes", afirma.

Entre os enfeites mais procurados estão as cascatas florais e os arranjos com dois ou três pontos decorativos, especialmente para casamentos. Quanto às cores, os tons vibrantes, como o terracota e os estilos tropicais, lideram as vendas. "A gente foi aprendendo fazendo, já imaginando um futuro promissor para o biscuit", conclui Max, otimista com as novas oportunidades.

Doces de Fada no SENAC: Márcia de Paula Celebra a Confeitaria Patrimonial de Pernambuco


Olinda, Pernambuco – A doçura da tradição pernambucana marcou presença na feira de confeitaria do SENAC, com a participação inédita de Márcia de Paula, da Doces de Fada. Especializada em bolos que são verdadeiros ícones do estado, como o Bolo de Noiva, o Bolo de Rolo e o Souza Leão, Márcia expressou seu entusiasmo com a oportunidade de expor e divulgar a riqueza gastronômica regional.

Para a confeiteira, participar da feira representa uma "experiência riquíssima", um palco para apresentar seus produtos e valorizar a regionalidade que tanto defende. "Tudo que for cultura pernambucana gastronômica está aqui", afirmou Márcia, destacando a importância do evento para a disseminação desses sabores tão enraizados na cultura local.

A emoção toma conta de Márcia ao falar sobre sua participação na patrimonialização de bolos tão significativos para a vida dos pernambucanos. O bolo de noiva, por exemplo, foi reconhecido como Patrimônio Histórico Imaterial de Pernambuco em 14 de dezembro. "É emocionante você participar da patrimonialização de um bolo", revelou, orgulhosa por ver que agora Pernambuco conta com três patrimônios neste segmento. "É uma realização muito grande, emocionante", concluiu.


Há 16 anos adoçando o Recife: a paixão artesanal da sorveteria NoKasquin

 


À frente da sorveteria NoKasquin há mais de 16 anos, Karla Lopes é a mente criativa e empreendedora por trás da “Casquinha”, como o espaço é carinhosamente conhecido pelos frequentadores. Em entrevista, Carla compartilhou detalhes sobre a produção dos sorvetes e lanches que conquistam o paladar dos clientes que passam pelo local.

“O nosso sorvete é 100% artesanal, feito aqui mesmo na nossa cozinha”, revela Karla com orgulho. Mas o cuidado com a qualidade vai além das sobremesas geladas: cookies, brownies, bolinhos e uma variedade de taças doces também saem do forno — ou melhor, do coração da própria casa.

O diferencial da NoKasquin também está no preparo dos salgados, todos assados, sem frituras e livres de gordura hidrogenada. “Os clientes escolhem a proteína, a receita e os ingredientes que querem no salgado. É tudo feito de forma personalizada para cada um”, explica Karla.

Com uma proposta que une sabor, saúde e afeto em cada detalhe, a NoKasquin segue encantando gerações em Recife — sempre com a casquinha na mão e o sorriso no rosto.

Vik Muniz: Uma Jornada de Quase Quatro Décadas transformada em uma Aula de Arte

Em sua exposição "A Olho Nu", Vik Muniz convidou os jornalistas presentes a uma imersão em quase quatro décadas de sua produção artística, revelando uma trajetória marcada pela experimentação e pela constante reflexão sobre a natureza da imagem e sua relação com o mundo físico. A mostra, com curadoria de Daniel, não segue uma ordem cronológica, propositalmente criando uma "bagunça" que estimula o visitante a reavaliar suas próprias percepções.


Olho Nu: Uma Dupla Conexão com o Artista

O nome "Olho Nu" carrega um duplo significado para o artista. Em primeiro lugar, é um reconhecimento da dimensão pessoal da exposição, que expõe tanto os acertos quanto os erros de uma carreira extensa. É um convite à vulnerabilidade e à abertura, mostrando a arte como ela é, sem adornos. Em segundo lugar, o título remete a uma atitude de desordem e desconstrução, refletindo a curadoria não linear e a diversidade de materiais e técnicas presentes nas obras.


Da Imagem Impressa à Era Digital: Uma Transição Testemunhada

Muniz se coloca como um testemunho da transição da imagem que dependia de um suporte físico para a imagem etérea e digital. Para ele, a imagem impressa possui um valor intrínseco, sendo um elo entre o mundo tangível e as emoções e memórias que ela evoca. Essa dualidade entre o físico e o imagético é uma tensão constante em sua obra e é o cerne de sua investigação sobre a arte na era digital.


O Vocabulário de Materiais Simples e o Humor como Ferramenta

A vasta gama de materiais utilizados por Muniz – de lixo a diamantes, de caviar a macarrão, de papel a fotografias de família – serve para desmistificar a relação entre o espectador e o artista. Ao empregar elementos cotidianos e acessíveis, ele convida o público a uma nova leitura de imagens que talvez já sejam familiares, incentivando uma "calibragem" da experiência visual. O humor também é uma ferramenta fundamental em sua prática, utilizada não para ser engraçado, mas para "desarmar" o espectador, permitindo que ele reflita sobre conceitos complexos enquanto se diverte.



Arte como Interface entre Mente e Matéria

Para Muniz, a arte é o "desenvolvimento da interface entre a mente e a matéria, entre a consciência e o fenômeno". Essa definição, que ele considera simples, abrange também a religião e a ciência, pois todas as formas de existência giram em torno de como nos relacionamos com o outro e com as coisas. A estranheza e o alumbramento (termo regional de Recife que significa um misto de espanto e admiração) são sentimentos essenciais na experiência artística, pois provocam o repensar e a reavaliação da nossa relação com o objeto.



A Obra de Arte: Ponte e Ferramenta

Muniz argumenta que a obra de arte não funciona apenas como uma "coisa", mas como uma ponte entre coisas, sendo ao mesmo tempo objeto e ferramenta. Nesse sentido, a fotografia impressa se destaca como a ferramenta ideal, pois possui características de ambos os mundos: é um objeto físico que pode ser segurado e, ao mesmo tempo, transmite emoções e memórias do mundo interior.

O Desafio da Imagem Autônoma e a Lição da Fotografia

A autonomia da imagem digital, que se desvinculou da condição física e do compromisso de registrar a realidade, é um tema que perturba o artista. No entanto, ele vê essa transformação como uma nova oportunidade, semelhante ao que ocorreu com a pintura após a invenção da fotografia. A fotografia "libertou a pintura do compromisso com a realidade", permitindo que os pintores explorassem a meta-linguagem da arte e a relação do indivíduo com o mundo visual. Muniz acredita que o momento atual exige discernimento e experimentação para compreendermos essa nova relação com a imagem.



Da Escultura à Fotografia: O Gênese de um Processo Criativo

Vik Muniz iniciou sua trajetória como escultor, preocupado em fazer coisas físicas. Ele revela que a ideia de fotografar suas obras surgiu quando percebeu que as fotografias perfeitas tiradas por um fotógrafo profissional não capturavam a imagem original que existia em sua mente. Ao fotografar suas próprias esculturas de um jeito "ruim, mas certo", ele conseguiu fechar o círculo da criação, trazendo a ideia inicial para o mundo físico através da fotografia. Essa percepção o levou a criar objetos especificamente para serem fotografados, sendo um milagre que muitos deles ainda existam. Essa relação entre a criação do objeto e a fotografia, e os círculos que se fecham nesse processo, são uma temática recorrente na exposição.