quinta-feira, 21 de maio de 2020

Felipe Neto acusa secom de informação enganosa sobre cloroquina

O youtuber e empresário Felipe Neto, depois de ter feito um vídeo cobrando posicionamento político de pessoas públicas e de sempre dar opiniões em assuntos do cotidiano, dessa vez, em seu Twiitter, fez uma Thread denunciando propaganda enganosa por parte da Secretaria de Comunicação do Governo Federal. Com informações e prints, o digital influencer destrinçou cada peça e demonstrou o que é fato e o que não passa de fake. Veja a seguir o fio no Twitter



1) Ok, agora a Secretaria de Comunicação do Governo Federal passou de tds os limites. Se isso não for um crime internacional, eu não sei mais o que é. Eles postaram que a Cloroquina é o tratamento MAIS EFICAZ contra Covid e usaram a SERMO como fonte. Isso é MENTIRA! Vamos lá.
2) A SERMO é um grupo internacional de médicos e pesquisadores que tenta levar a informação adiante, inclusive através de pesquisas para mapear doenças e os tratamentos que os médicos estão adotando ao redor do mundo. Então, com o Covid, eles foram investigar...








O que a SERMO publicou foi uma pesquisa indicando quais eram os tratamentos mais utilizados, não se estavam tendo eficácia ou não. Nessa pesquisa, do INÍCIO DE ABRIL, qnd ainda não tinham provado a ineficácia da Cloroquina, viram q 33% dos médicos estavam receitando.



Então, no dia 8 de abril, a própria SERMO publicou o seguinte artigo:
"Sermo reporta que o uso de hidroxicloroquina se expande globalmente, PLASMA É PERCEBIDO COMO MAIS EFETIVO QUE HIDROXICLOROQUINA" https://sermo.com/press-releases/sermo-reports-hydroxychloroquine-usage-expands-globally-plasma-is-perceived-as-more-effective-than-hydroxychloroquine-remdesivir-efficacy-perceptions-on-the-rise/…




Repare bem, a Secretaria de Comunicação do Governo Federal disse, com todas as letras, que a Cloroquina é considerada o tratamento mais eficaz contra Covid pela SERMO. É M-E-N-T-I-R-A! Alguém tem que ser responsabilizado por isso! É fake-news saindo direto do planalto!!!Pra finalizar, todos esses estudos da SERMO são datados do início de abril. Estamos no dai 21 de maio e a hidroxicloroquina já foi descartada cientificamente para tratamento de Covid-19. O governo federal tem que ser responsabilizado por seus crimes!







Update: a postagem foi apagada!




Médico paraibano aponta absurdos no protocolo da cloroquina

O médico pneumologista Rodolfo Bacelar Athayde (foto) é especialista em Pneumologia e médico-colaborador do ambulatório de Pneumologia do HULW/UFPB - Distúrbios Respiratórios do Sono.Médico Pneumologista e Médico do Sono do Hospital Nossa Senhora das Neves. O curriculum lattes dele está aqui: http://lattes.cnpq.br/7638502081713351

Em conversa com o Blog, o médico nos disse como é estar na linha de frente do combate contra o Coronavírus. "Tem sido cansativo. Pela demanda dos pacientes, pelo gravidade da doença, pelo debate científico que virou político, pelo medo trazer a doença para casa e pelo medo de também adoecer..."

E sobre a cloroquina, vendida como um elixir de cura, será que ele tem sido forçado a prescrever o remédio? "Nenhum paciente do SUS me questionou sobre cloroquina. Os da medicina privada sabem meu posicionamento. Quem tem sido mais “rebelde” em aceitar que não indico no momento a cloroquina, até que tenhamos evidência científica para tal, são alguns colegas médicos"

O profissional de saúde fez um fio em suas redes sociais apontando equívocos, erros e absurdos no protocolo do Ministério da Saúde sobre o uso da cloroquina e de seu derivado, a hidroxicloroquina, no tratamento da COVID-19, que, enquanto esta blogueira escreve este texto, cerca de 300 mil pessoas adoeceram e morreram mais de 20 mil pessoas desde o início da pandemia no Brasil em março deste ano.

Veja a seguir toda a análise do Dr. Rodolfo:


"
"O próprio já começa dizendo que não tem respaldo científico:



Em seguida, informações contraditórias: afinal, se a HCQ impede funcionamento adequado da heparina, e sendo a covid uma situação trombogenica, vou deixar de privilegiar a anticoagulação, que é repetidamente citada no texto?



E outra: o documento não tem assinatura de qualquer responsável. Se ninguém assinou, ninguém tem responsabilidade sobre o texto não é? Vira “o ministério da saúde”, quem tem seu ministro como “interino”




Referências como MedRevix e Trials em andamentos, ou seja, dados não publicados - não podem ser usados como referência. Até site de notícias entrou como evidência científica!




Ainda o TCLE: afirma categoricamente que uma medicação sem respaldo científico pode ser maléfica, com eventos graves. E que apesar disto, e apesar do próprio governo defender o uso, o paciente fará uso de livre e espontânea vontade, sabendo e arcando com os riscos








Ainda, houve uma atualização, com melhora do layout, mas sem mudanças nas informações, exceto por uma: Adicionou uma pretensa orientação da @sbc_cientifico, que orientava sobre o seguimento de ECG, incluindo os ambulatoriais. Duvido. E acredito que tal merece um posicionamento da sociedade, ja que parecer ser contrário ao dito por outras (@sbpt @AMIB_oficial @SBInfectologia)






Essa é a parte





Finalizando, no dia internacional da pesquisa clinica, o ministério da saúde joga sua história no lixo. Órgão este que já foi motivo de orgulho e referência na publicação de diretrizes técnicas e protocolos clínicos. Lamentável!"

Coletivo de médicos explica o porquê de se ter cuidado com a cloroquina

O coletivo de médicos responsáveis pelo podcast Medicina em Debate fez uma thread (fio informativo) no Twitter explicando o porquê de se ter cuidado extremo na prescrição da cloroquina e da hidroxicloroquina. 


Mesmo que quiséssemos, sabe quais são os problemas para prescrever Cloroquina COM SEGURANÇA em todo o país? Segue esse fio e acompanhe a história de Seu Jair, um paciente hipotético do mundo real. 

(Fio Hipotético tá? Não jogamos nossos Diplomas no lixo ainda não).

Disclaimer: Nossa equipe é formada por Médicas e Médicos que trabalham em Universidades, na Atenção Primária, na regulação do SUS, em hospitais e UTIs de vários estados. Não temos Presidentes da república, sorry.

1 - Chegou na Atenção Primária Seu Jair, 65 anos, histórico de atleta, com sintomas de COVID. Fez uma cirurgia um tempo atrás, mostra orgulhoso a cicatriz, e diz que não toma remédios. Se Seu jair está sintomático hoje, ele deve ter se contaminado de 4 a 6 dias atrás em média.

2 - Ele disse que esteve numa viagem ao exterior com uns amigos aí, e que todo mundo pegou e ele não. Ele acha que é uma gripe, mas mesmo assim quer tomar os remédios pro Covid, cloroquina, azitromicina, ivermectina, "tudo que eu tenho direito", diz ele. Taoquei seu Jair.

3 - Pra começar, antes de prescrever os remédios com segurança pro Seu Jair, precisamos pedir um Eletrocardiograma, afinal, tanto a Cloroquina quanto a Azitromicina podem cursar ISOLADAMENTE com Arritmias, juntas então, podem se POTENCIALIZAR. https://ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCEP.120.008662

4 - Ok. Vamos pedir um ECG. Nós temos ECG na MAIORIA das Unidades Básicas de Saúde do País? NÃO! Em várias cidades os pacientes esperam meses por um Eletrocardiograma! E Seu Jair precisaria não apenas fazer um, mas pelo menos uns TRÊS!

5 - Além disso é recomendável que façamos alguns exames de sangue em Seu Jair, pra saber como estão os níveis de Cálcio, Magnésio e Potássio, pois se algum deles estiver alterado, o risco de Seu jair fazer uma arritmia aumenta! Mas na MAIORIA ESMAGADORA das unidades +

Os exames demoram NO MÍNIMO 7 dias para ficarem prontos! Tem capitais que estes exames duram (pasmem!) 1 mês! Como é que vamos esperar 7 dias pra começar a dar a Cloroquina que Seu Jair quer? E se um deles vier alterado, tem que corrigir ANTES de dar os medicamentos!

6 - Diante dessa situação dizemos: "Seu Jair, não temos a menor condição de prescrever esse remédio com segurança pro senhor. Nós não acreditamos que este remédio cure a doença, não tem nada provado. Mas tem muito estudo provando o mal que causa. Quer tomar?"

Seu Jair: "Quero não Doutores. Confio em vocês. Vou ficar em casa observando se tenho falta de ar, tomando remédio sintomático, canja de galinha, me hidratando bem, se me sentir pior, volto aqui no posto e se precisar vou pro hospital". Nós: "Até mais seu Jair"

7 - Viram como é uma história hipotética? Tão hipotética quanto a possibilidade real de prescrever estas medicações EM MASSA pelo País sem monitorização com exames como ECG e eletrólitos. Mais hipotética ainda pq nenhum de nós toparia prescrever estes medicamentos.

E seu Jair, 65 anos, histórico de atleta, com cirurgia recente, teria que democraticamente procurar outros médicos para tomar estes medicamentos, pois o nosso Código de Ética Médica em seu Capítulo 2 diz:

É direito do médico: IX - Recusar-se a realizar atos médicos que, embora permitidos por lei, sejam contrários aos ditames de sua consciência.