quinta-feira, 21 de maio de 2020

Médico paraibano aponta absurdos no protocolo da cloroquina

O médico pneumologista Rodolfo Bacelar Athayde (foto) é especialista em Pneumologia e médico-colaborador do ambulatório de Pneumologia do HULW/UFPB - Distúrbios Respiratórios do Sono.Médico Pneumologista e Médico do Sono do Hospital Nossa Senhora das Neves. O curriculum lattes dele está aqui: http://lattes.cnpq.br/7638502081713351

Em conversa com o Blog, o médico nos disse como é estar na linha de frente do combate contra o Coronavírus. "Tem sido cansativo. Pela demanda dos pacientes, pelo gravidade da doença, pelo debate científico que virou político, pelo medo trazer a doença para casa e pelo medo de também adoecer..."

E sobre a cloroquina, vendida como um elixir de cura, será que ele tem sido forçado a prescrever o remédio? "Nenhum paciente do SUS me questionou sobre cloroquina. Os da medicina privada sabem meu posicionamento. Quem tem sido mais “rebelde” em aceitar que não indico no momento a cloroquina, até que tenhamos evidência científica para tal, são alguns colegas médicos"

O profissional de saúde fez um fio em suas redes sociais apontando equívocos, erros e absurdos no protocolo do Ministério da Saúde sobre o uso da cloroquina e de seu derivado, a hidroxicloroquina, no tratamento da COVID-19, que, enquanto esta blogueira escreve este texto, cerca de 300 mil pessoas adoeceram e morreram mais de 20 mil pessoas desde o início da pandemia no Brasil em março deste ano.

Veja a seguir toda a análise do Dr. Rodolfo:


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"O próprio já começa dizendo que não tem respaldo científico:



Em seguida, informações contraditórias: afinal, se a HCQ impede funcionamento adequado da heparina, e sendo a covid uma situação trombogenica, vou deixar de privilegiar a anticoagulação, que é repetidamente citada no texto?



E outra: o documento não tem assinatura de qualquer responsável. Se ninguém assinou, ninguém tem responsabilidade sobre o texto não é? Vira “o ministério da saúde”, quem tem seu ministro como “interino”




Referências como MedRevix e Trials em andamentos, ou seja, dados não publicados - não podem ser usados como referência. Até site de notícias entrou como evidência científica!




Ainda o TCLE: afirma categoricamente que uma medicação sem respaldo científico pode ser maléfica, com eventos graves. E que apesar disto, e apesar do próprio governo defender o uso, o paciente fará uso de livre e espontânea vontade, sabendo e arcando com os riscos








Ainda, houve uma atualização, com melhora do layout, mas sem mudanças nas informações, exceto por uma: Adicionou uma pretensa orientação da @sbc_cientifico, que orientava sobre o seguimento de ECG, incluindo os ambulatoriais. Duvido. E acredito que tal merece um posicionamento da sociedade, ja que parecer ser contrário ao dito por outras (@sbpt @AMIB_oficial @SBInfectologia)






Essa é a parte





Finalizando, no dia internacional da pesquisa clinica, o ministério da saúde joga sua história no lixo. Órgão este que já foi motivo de orgulho e referência na publicação de diretrizes técnicas e protocolos clínicos. Lamentável!"