segunda-feira, 4 de junho de 2018

Já são mais de 60 vítimas de vulcão na Guatemala

O Instituto Nacional de Ciência Legista da Guatemala (Inacif) confirmou hoje (4) o aumento para 62 do número de mortes causadas pela forte erupção do Vulcão de Fogo neste domingo, que deixou também 1,7 milhão de afetados.

A porta-voz do Inacif, Mirna Zeledón, indicou que a causa da morte da maioria das 62 vítimas foi asfixia por sufocação.

Por sua vez, o Instituto Nacional de Sismologia, Vulcanologia, Meteorologia e Hidrologia afirmou nesta segunda-feira, no começo da manhã, que o vulcão está voltando à normalidade, mas advertiu que as fendas de até 80 metros de profundidade estão cheias de material vulcânico.

O organismo também alertou que as chuvas são o principal risco neste momento porque podem causar lahares de fluxo piroclástico, como são chamadas as avalanches vulcânicas de grande velocidade formadas de gás quente, cinza e pedras.

Embora a atividade do vulcão tenha diminuído, não se descarta uma nova erupção, segundo disse o secretário da Coordenadoria Nacional para Redução de Desastres, Sergio García Cabañas, que acrescentou que não se sabe quantos mortos podem haver debaixo das toneladas de cinza.

Agência Brasil


Baleia morre com 80 sacos plásticos no estômago

Uma baleia-piloto morreu no sul da Tailândia depois de engolir 80 sacolas plásticas, segundo autoridades do país.

A baleia chegou a vomitar cinco sacolas durante uma tentativa de salvamento realizada por funcionários de conservação em um canal da província de Songkhla.

As 80 sacolas pesavam cerca de oito quilos. Elas impediram que a baleia conseguisse se alimentar de outras formas, segundo a marinha tailandesa.

A morte da baleia é mais um sintoma do crescimento da poluição nos oceanos. Um relatório sobre o futuro dos mares, divulgado recentemente pelo governo do Reino Unido, alertou que a quantidade de plástico no mar pode triplicar em uma década, a menos que o lixo seja contido.

A Tailândia é um dos maiores usuários de sacolas plásticas no mundo. No mês passado, o governo do país anunciou que está estudando criar uma taxa para tentar conter o uso do material.Acredita-se que o plástico seja responsável por milhares mortes de animais todos os anos. A pequena baleia-piloto, um macho, foi descoberta no Canal Na Thap na última segunda-feira. Ela estava doente e praticamente incapaz de se mexer.

Autoridades ambientais da Tailândia usaram barcos para tentar ajudar a baleia a voltar ao mar. Um guarda-sol também foi utilizado para protegê-la. Mas as tentativas não deram certo e o animal marinho acabou morrendo na tarde desta sexta-feira. O biólogo marinho Thon Thamrongnawasawat disse à agência de notícias France Press que as sacolas teriam impedido a baleia de comer alimentos nutritivos.

"Se você tem 80 sacolas plásticas no estômago, você acaba morrendo", disse ele.

BBC Brasil




SP: prefeitura avalia construir casas populares no Largo do Paissandu

A prefeitura de São Paulo, junto ao governo do estado e à União, avalia a possibilidade de construir um conjunto habitacional popular no local em que ficava o edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou no dia 1º de maio após um incêndio, deixando cerca de 120 famílias desabrigadas. A construção ficava no Largo do Paissandu, tinha 24 andares e era um dos 70 prédios ocupados do centro da cidade.

De acordo com a prefeitura, as famílias a serem beneficiadas com o empreendimento no espaço serão definidas após as tratativas e início das obras. Segundo dados do município, atualmente mais de 28 mil famílias estão recebendo auxílio aluguel, removidas de áreas de risco, frente de obras públicas ou por determinação judicial e estão aguardando atendimento habitacional definitivo.

Outras 110 mil famílias estão cadastradas nos programas habitacionais e também esperam atendimento. A secretaria de habitação tem um plano de metas que prevê a entrega de 25 mil moradias até 2020 para enfrentar um deficit habitacional de mais de 360 mil imóveis, segundo estimativa divulgada pelo secretário de habitação, Fernando Chucre, na ocasião do desabamento.

Após o desabamento no Largo do Paissandu, a prefeitura anunciou a vistoria de prédios ocupados na região central da cidade. Até o momento, a visita ocorreu em 30 ocupações por uma força-tarefa composta por três equipes, com representantes de sete secretarias e movimentos de moradia. De acordo com a prefeitura, o objetivo das visitas é identificar formas de eliminar ou mitigar eventuais riscos encontrados nos imóveis.

Ao todo, devem ocorrer visitas em 43 edifícios. Da relação inicial divulgada pela prefeitura, de 70 ocupações existentes no centro da cidade, o grupo de trabalho considerou apenas imóveis edificados com mais de 4 pavimentos para realizar as visitas. As ocupações em áreas menores ou com reintegração de posse agendada foram desconsideradas nessa primeira etapa, informou o município.
Banheiros

Em resposta à determinação da Justiça Federal do dia 23 de maio, a prefeitura instalou, na última sexta-feira (1º), 10 banheiros químicos no Largo do Paissandu. A instalação deveria ocorrer em até 48 horas após a decisão, mas teve atraso de quase uma semana. De acordo com a prefeitura, o atraso ocorreu devido aos bloqueios nas estradas em função da greve dos caminhoneiros.

A Defensoria Pública do estado de São Paulo e da União, autoras da ação civil pública contra o município, o estado e a União, tinham pedido, além dos banheiros químicos, que fosse fornecido imóvel adequado para abrigar as famílias vítimas do desabamento, pagamento de auxílio-moradia por tempo indeterminado até a entrega de atendimento habitacional definitivo, oferecimento dos itens de necessidade básica às famílias acampadas no Largo do Paissandu e que não houvesse remoções forçadas no local. No entanto, as demandas não foram contempladas na decisão judicial, que apenas determinou a realização de uma audiência de conciliação no próximo dia 13 de junho, às 15h.

Agência Brasil




Eletropaulo é privatizada

A italiana Enel comprou cerca de 73% das ações da Eletropaulo, num negócio de R$ 5,552 bilhões. O preço de R$ 45,22 por ação já havia sido definido no último dia 30, mas a transação só foi concluída nesta segunda-feira (4) em leilão na bolsa de valores (B3).

Com a aquisição, a empresa dá um salto no setor de distribuição no Brasil, mas ela atua também em geração e transmissão no país e está presente em 35 países.

Na área de distribuição, a Enel tem concessões em três estados: Goiás, Ceará e Rio de Janeiro. Ao todo, leva energia a 486 cidades: 236 em Goiás, 66 no Rio e 184 no Ceará (todo o estado) por redes que somam 420 mil quilômetros.

Com a compra da Eletropaulo, a empresa soma à sua base de 10,1 mil clientes outros 7,1 mil e dobra sua receita de fornecimento de energia. Em 2017, a Enel faturou R$ 12,4 bilhões e a Eletropaulo, R$ 13 bilhões, segundo dados da Aneel.

A Eletropaulo distribuiu 42.982 GWh de energia no ano passado e a Enel, 31.799 GWh. A Enel atua também em geração e transmissão de energia no Brasil. A empresa se apresenta como líder em geração de energia solar e eólica no País. A empresa tem uma capacidade instalada de 2,9 GW de energia: 1,27 mil MW de fonte hidrelétrica, 842 MW eólica e 819 MW solar.

Tem ainda uma usina térmica no Ceará e uma rede de transmissão no Rio Grande do Sul que converte energia para interconexão entre Brasil e Argentina.Atua também no mercado livre de energia (não regulado) com uma empresa de comercialização e soluções em energia.

Enel no mundo

A Enel é uma empresa com parte do controle estatal. Seu maior acionista é o Ministério de Economia e Finança da Itália. É a maior empresa da Europa em valor de mercado e está presente em 35 países. Seu faturamento em todo o ano passado foi de € 74,6 bilhões (Cerca de R$ 327 bi)

Em todo o mundo, tem uma capacidade instalada de cerca de 88 GW e opera uma rede de distribuição de aproximadamente 2 milhões de quilômetros. Os clientes, comerciais e residenciais, somam 65 milhões. Em energia renovável, a capacidade instalada é de 41 GW, em plantas de fontes eólica, solar, geotérmica, de biomassa e hidrelétrica. Em 2017, a empresa gerou 249 TWh de energia, distribuiu 445 TWh e comercializou 284 TWh.


Portal G1
O tamanho da Enel e da Eletropaulo em número de clientes, energia distribuída e receita (Foto: Claudia Peixoto/Arte G1)O tamanho da Enel e da Eletropaulo em número de clientes, energia distribuída e receita (Foto: Claudia Peixoto/Arte G1)

PUC-Rio perde título dos Jogos Jurídicos e está fora da competição após casos de racismo

Rio - A Liga Jurídica Estadual, que organiza os Jogos Jurídicos Estaduais, decidiu retirar o título de campeão geral da competição e suspender a participação da Pontífice Universidade Católica (PUC-Rio) da próxima edição. A decisão foi tomada após os episódios racistas protagonizados por alunos da instituição privada neste fim de semana no evento. Uma comissão disciplinar vai apurar o caso internamente para identificar os responsáveis. 

Em nota, o grupo responsável pelo Jogos sem Racismo disse que uma postura da Liga já vinha sendo cobrada após o episódio envolvendo um atleta negro da Universidade Católica de Petrópolis (UCP). Na ocasião, uma casca de banana foi atirada contra ele pela delegação da PUC-Rio. A punição foi apenas uma multa de R$ 500 e a suspensão da torcida em um jogo.

Entretanto, outros dois casos de racismo praticados por torcedores/alunos da PUC-Rio ocorreram no domingo, fazendo que o Jogos sem Racismo, além de dos coletivos Negros Patrice Lumumba (Uerj), Caó (UFF) e Cláudia Silva Ferreira (UFRJ - FND), cobrassem uma medida mais efetiva.

Além da retirada do título, a suspensão de um ano e a não participação nos próximos Jogos Jurídicos, os representantes do movimento negro das instituições pedem a identificação dos autores dos crimes. Dois deles teriam sido citados no registro de ocorrência feito na 105ª DP (Petrópolis).

De acordo com o delegado Claudio Batista Teixeira, titular da 105ª DP, até agora nenhuma das vítimas fez boletim de ocorrência. Teixeira já entrou em contato com o reitor da UCP em busca de mais informações, mas foi informado que o caso não aconteceu dentro das instalações da universidade. "O crime é de ação penal pública condicionada. Ou seja, mesmo sendo um crime de racismo, precisamos que a pessoa venha até a delegacia para fazer o registro. Esses alunos têm que se manifestar", afirmou o delegado. "O que pode ter acontecido é injúria racial. Ou seja, uma ofensa usando a cor de pela ou raça como desculpa", completa. 

"Hoje, depois do que podem ter sido os quatro mais dolorosos dias das nossas vidas enquanto negros estudantes de Direito, pudemos começar a fazer Justiça com nossos atletas, torcedores e torcedoras agredidos. Esperamos, ao menos, que essa dor descomunal se revele uma oportunidade para que TODAS as Faculdades de Direito repensem suas práticas e tornem os Jogos um ambiente mais inclusivo", disse o Jogos sem Racismo, em nota.

Raiza Uveda, de 21 anos, estudante de Direito da Uerj e uma das organizadoras e fundadoras do Coletivo Jogos sem Racismo lembra como foi o incidente. "Nós ficamos revoltados pelo que aconteceu no sábado, quando jogaram uma casca de banana no menino da UCP. Há muito tempo cobranças já estavam sendo feitas para que alguma medida fosse tomada contra o racismo nos jogos. A torcida da Uerj gritava 'PUC racista' e eles respondiam com xingamentos", contou.

"Estamos recolhendo provas e testemunhos do que aconteceu. Os nossos advogados já estão acompanhando o caso. Não fizemos o boletim de ocorrência ainda, mas vamos fazer no decorrer da semana. Acabei de voltar de lá (Petrópolis) e estou cansada emocionalmente. Assim como eu, meus colegas que sofreram essa agressão estão fragilizados, péssimos", lamentou Raiza.

Segundo a jovem, o aluno de Direito da UCP está traumatizado, mas deseja que o crime 'não fique por isso mesmo'. "O meu colega disse que não vai deixar barato. Ele quer que os alunos da PUC sejam punidos. Em mais de 20 anos de existência, os Jogos Jurídicos sempre foram assim. Sempre existiu racismo. Frequento há mais de três anos e uma vez me mandaram voltar para a favela", afirma a organizadora do Jogos sem Racismo.

Segundo a aluna de Direito da Uerj, Renata Azevedo, esta não é a primeira vez que ocorreram casos de racismo praticados por alunos da PUC-Rio. "É o quarto ano que vou e sempre tem racismo. Não é surpreendente, vindo de onde vem", disse a estudante de 21 anos.

Três casos este fim de semana

Os casos de racismo praticados pela torcida da PUC-Rio ocorridos durante os Jogos Jurídicos em Petrópolis, na Região Serrana, tomaram conta das redes sociais. Segundo os relatos, alunos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Católica de Petrópolis (UCP) foram os alvos. Os episódios racistas ocorreram no sábado e domingo.

"Muito triste e revoltante o que está acontecendo nos Jogos Jurídicos. Alunos (no plural) da PUC-Rio, para provocar o Direito-UERJ, saíram do ginásio imitando macacos. Ontem, outro estudante de lá jogou uma casca de banana contra uma atleta negro da UCP. Casos de polícia", escreveu um universitário da Uerj.

Em outro episódio, o alvo foi uma aluna da UFF. Segundo o relato, a atleta de handebol feminino foi chamada de macaca por outra universitária da PUC-Rio. As duas universidades disputavam a decisão na modalidade.

"Diante do racismo, evidentemente os alunos da UERJ ficaram revoltados. Nisso, uma menina da PUC vira para a gente e diz: 'Olha o meu rosto, você acha mesmo que eu vou ser presa?'. Muito entristecedor estar tão próximo de um caso explícito de racismo", disse o estudante de Direito da Uerj, que sofreu ameaças nas redes sociais após relatar os casos.

"Um absurdo. Mesmo que o meio universitário tenha se tornado mais inclusivo ao longo dos anos, ainda é um ambiente muito hostil pra estudantes negros, que estão expostos a esse tipo de humilhação a qualquer momento. Porém o mais grave pra mim é saber que daqui há uns anos essas pessoas vão ser os profissionais que vão estar atuando na sociedade. Mais grave ainda se a gente for pensar que vão ser essas pessoas que vão se encarregar da Justiça brasileira", disse Gabriel Trancozo, de 19 anos, que faz Serviço Social na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Alunos da Uerj registraram o caso na 105ª DP (Petrópolis). Uma manifestação está programada para esta segunda-feira por alunos da instituição estadual. Na Gávea, estudantes de um coletivo negro da instituição onde estudam os acusados de racismo vão realizar um protesto na terça-feira.

Em nota, a UFF informou que acompanha 'com preocupação e indignação os relatos sobre a ocorrência de crimes de cunho racista contra membros da nossa comunidade acadêmica'. Confira parte do documento:

"A UFF é uma instituição de referência nacional em inclusão, diversidade, respeito e convívio democrático. Zelamos por uma história de desenvolvimento e aplicação de políticas públicas e iniciativas internas de inclusão e amparo a populações marginalizadas. Implementamos ações afirmativas para a entrada de estudantes negros na pós-graduação e constituímos comissões institucionais com participação ativa e construtiva de membros de coletivos estudantis da Universidade. Prestamos completa solidariedade aos atingidos, e colocamos à disposição a nossa Ouvidoria, para que sejam acionados os instrumentos internos de amparo às vítimas."

Procurada, a PUC-Rio divulgou uma nota assinada pelo vice-reitor comunitário e o diretor do Departamento de Direito, na qual informam que abriram uma comissão disciplinar para apurar os fatos e identificar os responsáveis. [Leia no final a nota na íntegra]

A UCP, que teve um atleta negro vítima de racismo, disse em nota que "não participa da organização do evento de nenhuma maneira" e que "nenhum aluno procurou a universidade para fazer qualquer reclamação sobre este assunto." As outras instituições que tiveram alunos vítimas de racismo também não se posicionaram até a publicação desta reportagem.

Nota da PUC-Rio

"Após tomar conhecimento, pelas redes sociais, de informações sobre atos de racismo possivelmente ocorridos durante os jogos jurídicos, a Vice-Reitoria para Assuntos Comunitários e o Departamento de Direito da PUC-Rio decidiram constituir Comissão Disciplinar para averiguação das informações e, caso confirmada a veracidade, a apuração e individualização das responsabilidades de membros do corpo discente. A Comissão Disciplinar será composta pelos professores Breno Melaragno, professor de Direito Penal, Job Gomes, professor de Direito do Trabalho e de Direito Desportivo, e Thula Pires, coordenadora do NIREMA (Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afrodescendente) e professora de Direito Constitucional, e terá prazo de quinze dias para elaboração de relatório.

Permanecemos fieis ao pioneirismo na promoção da diversidade e da igualdade racial, pois foi a PUC-Rio o berço dos pré-vestibulares comunitários para negros e carentes, a primeira instituição particular brasileira a instituir política de acesso e permanência de alunos negros e carentes, mediante concessão de bolsas de estudo, auxílio financeiro para custeio de despesas de alunos bolsistas, por meio do programa FESP (Fundo Emergencial de Solidariedade da PUC-Rio) e a primeira instituição a oferecer disciplina na graduação sobre ações afirmativas.

Aproveitamos a oportunidade para reiterar o compromisso da PUC-Rio com os princípios que constituem nossa missão pedagógica e cidadã. Com base nesses princípios, acreditamos que o racismo, violência que ainda corrói a sociedade brasileira, deve ser enfrentado por medidas repressivas e inclusivas. Não tergiversamos em combater qualquer forma de manifestação de racismo por meio de punições disciplinares e preservaremos o esforço de contínua melhoria das políticas de promoção da diversidade e da igualdade racial em nossa Universidade.

Professor Augusto Sampaio

Vice-Reitor Comunitário da PUC-Rio

Professor Francisco de Guimaraens

Diretor do Departamento de Direito da PUC-Rio"

Jornal O Dia (Rio)