quarta-feira, 16 de maio de 2012

Rodrigo Raposo e outras atrações na Sala de Reboco


QUINTA-FEIRA: MAZINHO DE ARCOVERDE LANÇA CD: Pra lançar “Uma viagem no tempo com muito forró”, que foi gravado ao vivo em Caruaru, Mazinho de Arcoverde se apresenta nesta quinta, no Sala de Reboco. Neste quinto CD ele interpreta vinte e duas músicas de artistas como Luiz Gonzaga, João Silva, Assisão, Jorge de Altinho, Dominguinhos, Nando Cordel, Flávio Leandro, Targino Gondim, Carlos Vilela, Antonio Barros e Zé Ramalho.
Conhecido também como o caboclo de fé do forró, Mazinho, que já integrou a Super Oara, Orquestra Marajoara de Sertânia e (ao lado de Cristina Amaral) o conjunto Os Tropicais de Monteiro-PB, liderada pelo cantor Flávio José, comemora este ano duas décadas de carreira solo. Neste período lançou cinco cd´s e um dvd. Neste show ele cantará, além dos clássicos gravados neste cd, sucessos de Geraldinho Lins, Alceu Valença, Trio Nordestino e Petrúcio Amorim.
SEXTA-FEIRA: TRIO NORDESTINO – Criado em 1958, o Trio Nordestino, agora com a nova geração, nestes 54 anos de pé-de-serra consagrou sucessos nacionais como “Procurando Tu”, “Fogo de Amor”, “O Nenem”, “Meu Pitiguari”, “Na Emenda”, “Menino de Colo”, “Arte Culinária”, “Chinelo de Rosilnha”, “Forró Pesado”, “O Trem Pega”, “Petrolina Juazeiro”, “Nenem Mulher”, “Menina Apimentada”, “Resto de Amor” e “Esquenta Moreninha”, entre vários outros gravados em 40 discos, durante a carreira. 
Formado por Luiz Mário (triângulo e voz), Coroneto (zabumba e voz) e Beto Souza (sanfona e voz), o Trio Nordestino gravou ao lado de artistas como Fagner, Dominguinhos, Lenine, Elba Ramalho, Falamansa e Alcione. Além de seus sucessos, O Trio Nordestino vai cantar clássicos de Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Marinês.
SÁBADO: RODRIGO RAPOSO – Além de repórter esportivo, Rodrigo Raposo tem um trabalho musical dedicado ao pé-de-serra. Com 02 cd´s já lançados e participando de shows de outros artistas, Rodrigo Raposo vem se destacando no meio do forró. Neste sábado, ele vai cantar sucessos de Maciel Melo, Geraldinho Lins, Assisão. Zé Ramalho, Petrúcio Amorim e também clássicos do Legião Urbana, Lulu Santos e Kid Abelha, com a linguagem do forró, transformando estes hits nacionais em baião ou xote, ao som da sanfona, zabumba e triângulo.
Sala de Reboco

Fábricas do polo gesseiro furtam água de adutora no Sertão


Duas fábricas localizadas entre Ipubi e a vila de Santa Rita (a 12 quilômetros de Ouricuri), no Sertão do Estado, furtavam água da Adutora do Oeste na confecção de placas de gesso. O flagrante ocorreu nessa terça-feira (15) durante mais um dia de operação da Compesa, com o apoio da Polícia Militar, para combater ligações clandestinas na região, que atualmente sofre com a estiagem. No local, os técnicos da Compesa localizaram dezenas de placas de gesso recém-fabricadas prontas para a venda.

“Quando as equipes da Compesa e da Ciosac chegaram ao local, os proprietários não se encontravam. Em todo o caso, eles tiveram os nomes anotados para posteriormente serem notificados”, afirma o superintendente de Negócios do Sertão, Cássio Domingues. Nos casos maiores, estão sendo registrados boletins de ocorrência para que a investigação tenha continuidade e para que sejam tomadas as medidas punitivas, de acordo com a lei.

Desde o último dia 8, várias localidades do Sertão pernambucano foram alvo da operação contra o furto de água da Adutora do Oeste, que hoje atende 13 municípios e 24 distritos. Atualmente, a região enfrenta sérios problemas de abastecimento em virtude da estiagem, uma das mais severas dos últimos 50 anos. No primeiro dia da operação, foi realizado um sobrevoo de helicóptero que marcou, no GPS, os pontos críticos, como a existência de barreiros e áreas verdes em plena paisagem árida, um indicativo de ligações clandestinas.

Já no segundo dia de operação, no dia 9, as equipes identificaram outras irregularidades. Em Ouricuri, por exemplo, foram localizados três tanques para criação de mais de 50 mil peixes, além de caminhões-pipa sendo abastecidos também a partir da água da adutora. Em Parnamirim, fazendas possuíam ligações clandestinas para o plantio de feijão e para a criação de gado, enquanto que em Exu hortaliças eram irrigadas com a água furtada.

“A Adutora sai de Orocó e vai em direção a Ouricuri. Nesse primeiro trecho, que corresponde a cerca de 200 quilômetros, produzimos 480 litros de água por segundo e estamos perdendo 80 litros por segundo, o suficiente para abastecer uma cidade como Ouricuri com mais de 40 mil habitantes. Isso não pode acontecer. A Compesa está combatendo o furto em grande escala que prejudica o abastecimento das cidades”, afirma o superintendente.

A Compesa prosseguirá com a operação pelos próximos dias. As ações serão intensificadas para garantir que mais de 270 mil pessoas abastecidas pela Adutora do Oeste (que tem 600 quilômetros de extensão) não sejam penalizadas pelos infratores. A ideia é de que a ação dure três meses. Em paralelo ao trabalho, também será feito o recadastramento de todas as famílias ao longo da adutora. O objetivo é instalar válvulas controladoras de vazão, que serão dimensionadas e ajustadas para garantir o bom funcionamento do sistema.

Imprensa Compesa

Peça Melodia Cinza estreia no Recife


A produtora Sibito Baleado, de São Paulo, apresenta nos dias 25, 26 e 27 de maio, o espetáculo “Melodia Cinza” no espaço cultural Casa Mecane (Rua Visconde de Suassuna, 338, Santo Amaro). A mesma produtora exibiu o espetáculo  em Salgueiro, no Sertão do Estado
Na peça a atriz pernambucana Janine Trindade e o ator Gustavo Haddad (visto recentemente na novela do SBT Amor e Revolução)  contracenam os contrastes entre o triste e o alegre, como o nome da apresentação sugere, compartilhando momentos de dor com muito companheirismo.
Dirigida e escrita por João Fábio Cabral, Melodia Cinza conta a história de dois amigos, um professor e uma fotógrafa, que estão passando momentos difíceis em suas vidas. A fotógrafa sofre de uma grave doença e o professor está perdendo a visão. O homem valoriza os momentos de felicidade e mantém a vontade de viver, enquanto a mulher vive angustiada e quer desistir da vida.
O espetáculo terá sessões duplas, 19hrs e 21 hrs  com ingressos ao preço de R$ 20,00 ou R$ 10,00 para estudantes que apresentarem a carteira oficial da categoria. Os ingressos já estão sendo vendidos na Casa Mecane. 

E por falar em Comissão da Verdade...


O governador Eduardo Campos recebeu na tarde desta terça-feira  (15) o advogado José Paulo Cavalcanti. O jurista é o único pernambucano indicado para participar da Comissão da Verdade que foi instalada hoje pelo Governo Federal.

“A escolha de José Paulo, reconhecido advogado e militante político pernambucano, engrandece o papel da comissão e simboliza o espírito combativo e devotado às grandes causas que é próprio do povo pernambucano”, disse Eduardo. O encontro contou com a participação do vice-governador João Lyra Neto e do secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar.

No âmbito estadual, a Comissão Estadual da Memória e Verdade será batizada com o nome de Dom Hélder Câmara e instalada até o final deste mês. O projeto está sendo votado hoje na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e amanhã deve ser encaminhado ao governador para sanção. Não haverá solenidade para marcar a criação oficial da comissão. 

O passo seguinte é a escolha dos nove nomes que irão compor o grupo de trabalho. Desses, seis serão indicados pela sociedade civil. A nomeação dos integrantes ainda não possui data definida, mas deve acontecer na próxima semana, em cerimônia no Palácio do Campo das Princesas.

De acordo com o projeto enviado pelo governador no último dia 30 de Março à Alepe, a Comissão Dom Hélder Câmara será responsável por “examinar e esclarecer eventuais violações de direitos humanos praticadas no período do regime militar brasileiro, no âmbito do estado de Pernambuco, a fim de efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação estadual”. O período investigado vai desde o final do Estado Novo (1946) até a promulgação da Constituição, em 1988.

Secretaria de Imprensa de Pernambuco

Lançada hoje a 1ª Meia Maratona de Pernambuco


A 1ª Meia Maratona de Pernambuco já tem data e hora marcada para a largada: 14 de outubro de 2012, às 8h. A prova será realizada pela Secretaria dos Esportes do Estado, faz parte do ranking da Confederação Brasileira de Atletismo – CBAt e será a principal atração do Pernambuco Multi Esportes, evento que ocorrerá nos dias 12, 13 e 14 de outubro, no Centro de Convenções de Pernambuco.

A prova entrará para o calendário brasileiro de corrida de rua como uma das mais charmosas pela beleza do roteiro, que inclui a orla marítima e pontos turísticos de Olinda e Recife, como o Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda, e o Marco Zero, no Recife. 

Ao mesmo tempo em que os atletas profissionais correm a Meia Maratona, serão realizadas as provas de 5km, que também pode ser caminhada, e 10km para quem quer curtir o esporte como forma de lazer, saúde e bem-estar. 

Estima-se que 5 mil atletas profissionais e amadores, atletas cadeirantes e iniciantes no esporte, que buscam diversão e lazer, participem da prova. Apoiada pela Federação Pernambucana de Atletismo (FEPA), a 1ª Meia Maratona de Pernambuco terá valor total de premiação de R$ 67 mil reais.

O ponto de largada e de chegada dos atletas será o Centro de Convenções de Pernambuco. Os 21.0975 km da Meia Maratona cobrem uma faixa próxima à orla marítima das duas cidades . Nos principais pontos turísticos ou de importância no trajeto da corrida, como marcadores de retorno, por exemplo, serão instalados polos de atração cultural.

Os interessados em participar das provas terão, em breve, informações nos sites www.meiamaratonape.com.br e www.soucorredor.com.br. No facebook do evento Pernambuco Multi Esportes e da Secretaria dos Esportes também serão disponibilizadas informações sobre a corrida. A organização da 1ª Meia Maratona de Pernambuco é da GFC Marketing e Eventos Ltda, empresa que tem realizado diversas provas de rua em Pernambuco e em outros estados do Nordeste.

Secretaria de Esportes de Pernambuco

Empregados de Suape vão poder morar perto do trabalho


O governador Eduardo Campos prestigiou na noite dessa terça-feira (15), no Teatro de Santa Isabel, o lançamento do projeto da primeira cidade planejada do Nordeste, o ConVida Suape. Idealizado pelo Grupo Moura Dubeux, o novo núcleo urbano será construído no município do Cabo de Santo Agostinho e terá capacidade para receber até 100 mil habitantes permanentes.

O ConVida é uma resposta à crescente geração de empregos no Complexo Portuário de Suape, que hoje reúne cerca de 70 mil trabalhadores. Número que deve dobrar nos próximos anos. Segundo pesquisa realizada em 2011 pelo Ibope Inteligência, a região deverá gerar 142 mil empregos até 2017.

Diante do cenário, a “nova cidade” surge como uma opção para trabalhadores que se descolam diariamente dos municípios que formam a Região Metropolitana do Recife até Suape. Com o ConVida os trabalhadores poderão morar mais perto do trabalho.
“É uma cidade que nasce sob um conceito novo. Essa é a primeira de muitas outras cidades que vão surgir com essa perspectiva de construir para a classe trabalhadora, dos que nos ajudam a alavancar o patamar do nosso estado”, disse Eduardo.

O investimento da Moura Dubeux Engenharia S/A e da Cone S/A no projeto é de R$ 6,5 bilhões. O ConVida vai ocupar uma área de 4,7 milhões de m2 e contará com 25 mil unidades habitacionais distribuídas em dez bairros. Quase um terço da nova área será de mata preservada, o equivalente a 22 parques da Jaqueira.

A nova cidade também abrigará um campus do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), unidades médicas, hotel, centros esportivos, galerias de arte, cinema, entre outros equipamentos. Quando ele estiver em operação, serão gerados 17 mil postos de trabalho.
“Tinha certeza que a locomotiva do progresso iria passar pelo Cabo de Santo Agostinho. 

Isso graças ao grande maquinista que é o senhor, governador Eduardo Campos. Desde 2007 eu sabia que Pernambuco seria outro”, disse o prefeito do Cabo, Lula Cabral.
O ConVida está localizado entre a BR-101 Sul (próximo ao SESI) e a PE-60 (próximo ao Shopping Costa Dourada). Seu lado norte faz divisa com a rodovia federal, enquanto que no lado sudoeste fica a principal estrada estadual com destino ao litoral sul.

Secretaria de Imprensa de Pernambuco

Comediante pernambucano Rodrigo Marques e os Insanos no Manhattan

Os Insanos juntamente com o comediante pernambucano Rodrigo Marques sobem ao palco do Manhattan Café Theatro nesta terça (22), a partir das 20h. Rodrigo é um dos integrantes dos “Os ideais da Comédia” e já dividiu o palco com grandes humoristas como Fábio Porchat, Oscar Filho, Danilo Gentili, entre outros. 


Marques iniciou a carreira em 2007 fazendo open mic (apresentações que revelam novos talentos) com Murilo Gun e depois de uma temporada fora do Brasil, foi convidado para fazer apresentações no Tripé da Comédia, onde foi se destacando e logo convidado para ingressar no grupo Os Ideais da comédia onde ainda é integrante. 


Rodrigo já fez apresentações em vários lugares, pelo Recife, teatros, livrarias. Faculdades, bares, sempre com textos atualizados descontraídos, com assuntos diversos como Baladas, internet, musicas e claro suas observações pertinentes do cotidiano de um jovem Recifense.

O grupo promete uma noite descontraída, além, é claro, de muitas gargalhadas. O ingresso custa R$70 e no site Peixe Urbano, o ingresso esta custando R$35. Informações através do telefone 3325-3372.

Caprishow movimenta a economia de Dormentes


A 7ª edição da Caprishow 2012, maior feira de caprinovinocultura de Pernambuco, acontece nos dias 18, 19 e 20 de maio, em Dormentes. Cerca de dois mil animais, entre caprinos e ovinos, estarão em exposição, participando de concursos e sendo comercializados.
Em razão da importância da caprinovinocultura na economia da Região, expositores de diversos municípios pernambucanos participam do evento, mas cerca de 80% dos expositores são de Dormentes, que possui rebanho de mais de 160 mil caprinos..
Segundo o prefeito de Dormentes, Geomarco Coelho, em razão da estiagem, o momento é crítico e por isso foi necessário cortar R$ 250 mil nas despesas da feira. Alguns dos shows que haviam sido anunciados foram cancelados, mas as principais atrações serão mantidas. Geomarco garantiu que a festa não perderá a credibilidade. O evento será perfeito, somente a parte de shows sofreu cortes. Mantivemos o foco no que consideramos principal: tudo relacionado ao beneficiamento do homem do campo”, afirmou.
            O prefeito também destacou que algumas das atrações do evento serão ampliadas, como o concurso de animais que acontece no sábado (18) e Missa do Vaqueiro, juntamente com a festa que serão no domingo (19). Na parte de shows, a novidade fica por conta da Sala de Reboco. A premiações dos concursos totaliza R$ 20 mil.
Secretaria de Agricultura de Pernambuco

Emocionada, Dilma empossa integrantes da Comissão da Verdade

Em uma solenidade marcada por emoção, a presidente Dilma Rousseff empossou, nesta quarta-feira, 16, os sete integrantes da Comissão da Verdade: Cláudio Fonteles, Gilson Dipp, José Carlos Dias, José Paulo Cavalcanti, Maria Rita Kehl, Paulo Sérgio Pinheiro e Rosa Maria Cardoso.

Depois assinou o decreto da Lei 2527, de 18 de novembro de 2011, que regulamenta a comissão. Em seu discurso, Dilma destacou a colaboração de governos que a antecederam e disse que todos trabalharam para a criação da comissão. No fim de seu discurso, com a voz embargada, Dilma pediu que o Brasil não fique à totalidade de sua história. “A ignorância não é pacífica, pelo contrário, mantém latentes, mágoas e controles. A sombra e a mentira não são capazes de prover a concórdia”, disse ela e emocionada citou as vítimas da ditadura e seus parentes. “A força pode esconder a verdade, o medo pode adiá-la, mas o tempo pode trazê-la à luz. Hoje esse tempo chegou.”

Antes de Dilma, falaram o representante das Nações Unidas, Américo Incalcaterra e José Carlos Dias, um dos membros da Comissão da Verdade. Incalcaterra destacou a importância para a democracia de um país. “O desenvolvimento (da comissão) é um passo essencial para curar as feridas do País”, afirmou. Ele no entanto, pontuou que as investigações são “decisivas para impulsionar reformas de direitos humanos no futuro mas não substituem o julgamento dos crimes”.

Já José Carlos Dias destacou que “se bem conduzidos, os trabalhos representarão uma institucionalizada memória coletiva”. “Haveremos de encontrar um caminho próprio para oferecer à nação. Ela se dá bem tarde perto da data em que (os fatos) ocorreram, mas acontecem depois de três presidentes que sofreram os abusos daquela época”, afirmou em referência à FHC, Lula e Dilma.

Em tom eloquente, Dias afirmou que “jovens daquela época viveram o sonho da contestação, o que não justifica os atos de violência praticados por agentes do Estado”. Por fim, mandou um recado à nação brasileira e fez um paralelo à obra de Dom Paulo Evaristo Arns, Brasil Nunca Mais, que traz relatos de crimes de tortura: “podem confiar, presidentes e nação brasileira, honraremos o pedido. Não somos os donos da verdade, mas nos comprometemos a dar ao nosso trabalho o Esforço Nunca Mais”.

O evento que empossou o grupo da Comissão da Verdade contou com a presença de todo o corpo ministerial do governo Dilma, dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Collor (PTB), Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e José Sarney (PMDB), familiares de desaparecidos políticos e militantes de direitos humanos. O grupo deve iniciar ainda nesta quarta a primeira reunião para discutir o plano de trabalho para os dois anos de investigação.

De acordo com dados publicados no documento Direito à Memória e à Verdade, do governo, são 150 casos de opositores do regime militar que, depois de presos ou sequestrados por agentes do Estado, desapareceram. A prisão deles não foi registrada em nenhum tribunal ou presídio, os advogados não foram notificados e os familiares até hoje procuram esclarecimentos.


Leia o discurso de Dilma Rousseff:


Senhor Michel Temer, vice-presidente da República,

Senhores ex-presidentes da República: senador José Sarney, ex-presidente da República e presidente do Senado Federal; senhor Fernando Collor de Mello, ex-presidente da República; senhor Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República; senhor Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República;

Deputado Marco Maia, presidente da Câmara dos Deputados,

Ministro Carlos Ayres Britto, presidente do Supremo Tribunal Federal,

Senhor Dipp Lângaro, aliás, desculpa, Gilson Lângaro Dipp, representante membro do Supremo [Superior] Tribunal de Justiça, e representante aqui da Comissão da Verdade,

Senhoras e senhores ministros de Estado aqui presentes. Eu cumprimento todos ao cumprimentar a Gleisi Hoffmann, da Casa Civil; o José Eduardo Cardozo, da Justiça; o Luís Inácio Adams, da Advocacia-Geral da União; e a Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos; e o embaixador Celso Amorim, da Defesa.

Senhores ex-ministros da Justiça: Fernando Lyra, senador Aloysio Nunes Ferreira, senador Renan Calheiros e o integrante da Comissão da Verdade, que foi responsável pela fala que dá início a esta cerimônia, que é José Carlos Dias.

Queria cumprimentar também os senhores e senhoras senadores aqui presentes, ao saudar o senador Eduardo Braga, líder do governo no Senado Federal.

Cumprimentar as senhoras e senhores deputados federais, cumprimentando o deputado Arlindo Chinaglia.

Cumprimentar também o senhor Roberto Gurgel, procurador-geral da República, O ministro João Oreste Dalazen, presidente do Tribunal Superior do Trabalho.

Cumprimentar aqui também o senhores comandantes das Forças: almirante Júlio Soares de Moura Neto, da Marinha; general Enzo Martins Peri, do Exército; brigadeiro Juniti Saito, da Aeronáutica; general José Carlos De Nardi, do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas.

Senhoras e senhores membros da Comissão da Verdade Cláudio Fontelles, Gilson Lângaro Dipp, José Carlos Dias, José Paulo Cavalcanti Filho, Maria Rita Kehl, Paulo Sérgio Pinheiro, Rosa Maria Cardoso da Cunha.

Queria cumprimentar todos os prefeitos aqui presentes saudando o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati. 

Cumprimentar o coordenador residente das Nações Unidas no Brasil, Jorge Chediek. Cumprimentar o senhor Amerigo Incalcaterra, representante regional do Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos, por intermédio de que cumprimento todos os demais representantes de Organismos Internacionais.

Cumprimentar todas as senhoras e senhores representantes de entidades de defesa dos direitos humanos, senhoras e senhores familiares, senhoras e senhores jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas.

Senhoras e senhores, Eu queria iniciar citando o deputado Ulysses Guimarães que, se vivesse ainda, certamente, ocuparia um lugar de honra nessa solenidade. O senhor diretas, como aprendemos a reverenciá-lo, disse uma vez: “a verdade não desaparece quando é eliminada a opinião dos que divergem. A verdade não mereceria este nome se morresse quando censurada.”

A verdade, de fato, não morre por ter sido escondida. Nas sombras somos todos privados da verdade, mas não é justo que continuemos apartados dela à luz do dia. Embora saibamos que regimes de exceção sobrevivem pela interdição da verdade, temos o direito de esperar que, sob a democracia, a verdade, a memória e a história venha à superfície e se torne conhecidas, sobretudo, para as novas e as futuras gerações.

A palavra verdade, na tradição grega ocidental, é exatamente o contrário da palavra esquecimento. É algo tão surpreendentemente forte que não abriga nem o ressentimento, nem o ódio, nem tampouco o perdão. Ela é só e, sobretudo, o contrário do esquecimento. É memória e é história. É a capacidade humana de contar o que aconteceu.

Ao instalar a Comissão da Verdade não nos move o revanchismo, o ódio ou o desejo de reescrever a história de uma forma diferente do que aconteceu, mas nos move a necessidade imperiosa de conhecê-la em sua plenitude, sem ocultamentos, sem camuflagens, sem vetos e sem proibições.

O que fazemos aqui, neste momento, é a celebração da transparência da verdade de uma nação que vem trilhando seu caminho na democracia, mas que ainda tem encontro marcado consigo mesma. Nesse sentido... E nesse sentido fundamental, essa é uma iniciativa do Estado brasileiro e não apenas uma ação de governo.

Reitero hoje, celebramos aqui um ato de Estado. Por isso, muito me alegra estar acompanhada por todos os presidentes que me antecederam nestes 28 benditos anos. Por isso, muito me alegra estar acompanhada por todos os presidentes que me antecederam nestes 28 benditos anos de regime democrático.

Infelizmente, não nos acompanha o presidente Itamar Franco, a quem rendo as devidas homenagens, por sua digna trajetória. Por sua digna trajetória de luta pelas liberdades democráticas, assim como pelo zelo com que governou o Brasil, sem qualquer concessão ao autoritarismo.

Cada um de nós aqui presentes – ex-presidentes, ex-ministros, ministros, acadêmicos, juristas, militantes da causa democrática, parentes de mortos desaparecidos e mesmo eu, uma presidenta – cada um de nós, repito, é igualmente responsável por esse momento histórico de celebração. Cada um de nós deu a sua contribuição para esse marco civilizatório, a Comissão da Verdade.

Esse é o ponto culminante de um processo iniciado nas lutas do povo brasileiro, pelas liberdades democráticas, pela anistia, pelas eleições diretas, pela Constituinte, pela estabilidade econômica, pelo crescimento com inclusão social. Um processo construído passo a passo, durante cada um dos governos eleitos, depois da ditadura.

A Comissão da Verdade foi idealizada e encaminhada ao Congresso no governo do meu companheiro de jornada, presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem tive a honra de servir como ministra e a quem tenho o orgulho de suceder. Mas ela tem sua origem, também, na Lei da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos, aprovada em 1995, na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Naquela oportunidade, o Estado brasileiro reconheceu, pela primeira vez, a sua responsabilidade pelos mortos de desaparecidos sob sua custódia. Pelos mortos de desaparecidos sob sua custódia durante o regime autoritário. No entanto, é justo que se diga que o processo que resultou na Comissão da Verdade teve início ainda antes disso, durante o mandato do presidente Fernando Collor, quando foram abertos os arquivos do DOPS de São Paulo e do Rio de Janeiro, trazendo a público toneladas de documentos secretos que, enfim, revelados representaram um novo alento aos que buscaram informações sobre as vítimas da ditadura.

O Brasil deve render homenagens às mulheres e aos homens que lutaram pela revelação da verdade histórica. Aos que entenderam e souberam convencer a nação de que o direito à verdade é tão sagrado quanto o direito que muitas famílias têm de prantear e sepultar seus entes queridos, vitimados pela violência praticada pela ação do Estado ou por sua omissão.

É por isso, é certamente por isso que estamos todos juntos aqui. O nosso encontro, hoje, em momento tão importante para o País, é um privilégio propiciado pela democracia e pela convivência civilizada. É uma demonstração de maturidade política que tem origem nos costumes do nosso povo e nas características do nosso País.

Tanto quanto abomina a violência e preza soluções negociadas para as suas crises, o Brasil certamente espera que seus representantes sejam capazes de se unir em torno de objetivos comuns, ainda que não abram mão, mesmo que mantenham opiniões divergentes sobre outros temas, o que é normal na vida democrática.

 Ao convidar os sete brasileiros que aqui estão e que integrarão a Comissão da Verdade, não fui movida por critérios pessoais nem por avaliações subjetivas. Escolhi um grupo plural de cidadãos, de cidadãs, de reconhecida sabedoria e competência. Sensatos, ponderados, preocupados com a justiça e o equilíbrio e, acima de tudo, capazes de entender a dimensão do trabalho que vão executar. Trabalho que vão executar – faço questão de dizer – com toda a liberdade, sem qualquer interferência do governo, mas com todo apoio que de necessitarem.

 Quando cumpri minha atribuição de nomear a Comissão da Verdade, convidei mulheres e homens com uma biografia de identificação com a democracia e aversão aos abusos do Estado. Convidei, sobretudo, mulheres e homens inteligentes, maduros e com capacidade de liderar o esforço da sociedade brasileira em busca da verdade histórica, da pacificação e da conciliação nacionais.

 O País reconhecerá nesse grupo, não tenho dúvidas, brasileiros que se notabilizaram pelo espírito democrático e pela rejeição à confrontos inúteis ou gestos de revanchismo. Nós reconquistamos a democracia a nossa maneira, por meio de lutas e de sacrifícios humanos irreparáveis, mas também por meio de pactos e acordos nacionais, muitos deles traduzidos na Constituição de 1988.

 Assim como respeito e reverencio os que lutaram pela democracia enfrentando bravamente a truculência ilegal do Estado, e nunca deixarei de enaltecer esses lutadores e lutadoras, também reconheço e valorizo pactos políticos que nos levaram à redemocratização.

Senhoras e senhores,

 Hoje também passa a vigorar a Lei de Acesso à Informação. Junto com a Comissão da Verdade, a nova lei representa um grande aprimoramento institucional para o Brasil, expressão da transparência do Estado, garantia básica de segurança e proteção para o cidadão.

 Por essa lei, nunca mais os dados relativos à violações de direitos humanos poderão ser reservados, secretos ou ultrassecretos. As duas – a Comissão da Verdade e a Lei de Acesso à Informação – são frutos de um longo processo de construção da democracia, de quase três décadas, do qual participaram sete presidentes da República.

Quando falo sete presidentes é porque estou incluindo por justiça, e porque o motivo do nosso encontro é a celebração da verdade, o papel fundamental desempenhado por Tancredo Neves, que soube costurar, com paciência competência e obstinação, a transição do autoritarismo para a democracia que hoje usufruímos.

 Transição é imperativo que se lembre aqui conduzida com competência, habilidade e zelo pelo presidente José Sarney, que o destino e a história puseram no lugar de Tancredo, e que nos conduziu à democracia.

Mas, mesmo reconhecendo o papel que todos desempenharam, não posso deixar de declarar o meu orgulho, por coincidir com meu governo o amadurecimento de nossa trajetória democrática. Por meio dela, o Estado brasileiro se abre, mais amplamente, ao exame, à fiscalização e ao escrutínio da sociedade. A Lei de Acesso à Informação garante o direito da população a conhecer os atos de governo e de estado por meio das melhores tecnologias de informação.

 A transparência a partir de agora obrigatória, também por lei, funciona como o inibidor eficiente de todos os maus usos do dinheiro público, e também, de todas as violações dos direitos humanos. Fiscalização, controle e avaliação são a base de uma ação pública ética e honesta.

 Esta é a razão pela qual temos o dever de construir instituições eficientes e providas de instrumentos que as tornem protegidas das imperfeições humanas.

 Senhoras e senhores,

 Encerro com um convite a todos os brasileiros, independentemente do papel que tiveram e das opiniões que defenderam durante o regime autoritário. Acreditemos que o Brasil não pode se furtar a conhecer a totalidade de sua história.

Trabalhemos juntos para que o Brasil conheça e se aproprie dessa totalidade, da totalidade da sua história. A ignorância sobre a história não pacifica, pelo contrário, mantêm latentes mágoas e rancores. A desinformação não ajuda apaziguar, apenas facilita o trânsito da intolerância. A sombra e a mentira não são capazes de promover a concórdia.

O Brasil merece a verdade. As novas gerações merecem a verdade, e, sobretudo, merecem a verdade factual aqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia.

 É como se disséssemos que, se existem filhos sem pais, se existem pais sem túmulo, se existem túmulos sem corpos, nunca, nunca mesmo, pode existir uma história sem voz. E quem dá voz à história são os homens e as mulheres livres que não têm medo de escrevê-la.

Atribui-se a Galileu Galilei uma frase que diz respeito a este momento que vivemos: “a verdade é filha do tempo, não dá autoridade.” Eu acrescentaria que a força pode esconder a verdade, a tirania pode impedi-la de circular livremente, o medo pode adiá-la, mas o tempo acaba por trazer a luz. Hoje, esse tempo chegou.

Com informações do Estadão e do Palácio do Planalto