terça-feira, 23 de abril de 2019

Ação sobre saúde e segurança no trabalho com varredoras de ruas do Recife


A Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife realizará, na manhã desta terça-feira (24), uma ação com 15 mulheres que trabalham como varredoras de ruas e são conhecidas como as “Margaridas” da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb). As garis passarão por um momento de relaxamento e receberão orientações sobre prevenção de acidentes de trabalho a partir das 9h, em um salão de beleza no bairro das Graças. A atividade faz parte da campanha Abril Verde, promovida pelo Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador (Cerest Recife), da Prefeitura do Recife, para conscientização sobre saúde e segurança dos trabalhadores.

A ação oferecerá às trabalhadoras corte de cabelo e escova, maquiagem, massagem nos pés e posterior sessão de fotos, com o intuito de valorizar e dar visibilidade a elas. Ainda serão feitas rodas de conversa sobre Lesões por Esforço Repetitivo e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Ler/Dort), além da prevenção de acidentes com materiais biológicos.

Abril verde – Para lembrar o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, celebrado no próximo domingo (28), a Sesau realiza, desde o início deste mês, atividades laborais e de autocuidado com funcionários, panfletagens, palestras sobre prevenção de acidentes de trabalho, apresentação da Política Nacional em Saúde do Trabalhador e outras ações no Recife e em outras cidades do Estado. A ideia é conscientizar a sociedade com o objetivo de prevenir e reduzir a ocorrência dos acidentes e doenças no ambiente de trabalho, além de melhorar o bem-estar físico, mental e social dos profissionais, sobretudo usuários e colaboradores do Sistema Único de Saúde (SUS).

Pauta: Ação sobre saúde e segurança no trabalho com as Margaridas da Emlurb

Quando: Terça-feira (24), às 9h

Local: Salão Donna Beleza e Bello Homem - Rua Guilherme Pinto, n° 55, Graças



Imprensa Recife

#VcNoBlog Jackeline Queiroz, mãe e coacher

A profissional de coach, Jackeline Queiroz recebeu convite do nosso blog para escrever sobre dois assuntos os quais ela entende bem: maternidade e mundo corporativo. Mãe da pequena Nicole, Jackeline nos escreve um artigo sobre o mercado de trabalho, que está começando a mudar em relação a profissionais gestantes. Você também pode participar do blog, escrevendo artigos, contos, crônicas e poemas, afinal, este espaço também é seu!!!


Contratando grávidas 
Jackeline Vasconcelos



A mulher é o ser mais dinâmico que eu conheço. Por que insistem em criar o impasse: carreira ou maternidade, como se não fôssemos capazes de dar conta dos dois? Por que insistem em criar rótulos para as mulheres, dizendo que depois que viramos mães, não temos disponibilidade de tempo, não damos prioridade ao trabalho, etc?

As mulheres já sofrem bastantes preconceitos, discriminações, exclusões, demissões, já são tão rebaixadas na sociedade. Quando o homem é pai, é visto como responsável. Quando a mulher tem filhos, é vista como incapaz. Não precisamos mais de nada que reduza nossa autoestima. Ao contrário, precisamos de pessoas que enxerguem todos os ganhos advindos da maternidade, que são muitos. E reconhecimento e valorização desse papel tão nobre, mas também tão exaustivo que é ser mãe solo com o “peso” da responsabilidade nas costas e sem ninguém para dividir, como acontece em grande parcela da população.

Durante a maternidade, várias conexões e sinapses nunca antes efetivadas, são realizadas no cérebro das mulheres mães. Acredito que esse pequeno “detalhe”, tão menosprezado, faz toda a diferença. Os momentos de crise, de estresse, de lidar com novas situações todos os dias, as habilidades desenvolvidas nos cuidados, observação e educação do novo ser, criam ou reforçam na mulher talentos e habilidades como nada poderia fazer. Esse é um diferencial, não um impedimento. Esse diferencial precisa ser destacado e valorizado. Não distorcido ou minimizado.

Até quando adquirimos mais diferenciais e habilidades, nossa imagem, conceito e utilidade são diminuídas e menosprezadas. Quando, na verdade, são ganhos relevantes que agregam em qualquer ambiente ocupado pela mulher mãe. Chega de mães desempregadas. Chega de demissões pós licença maternidade. Chega de mentalidade corporativa limitada.

Entre os maiores ganhos obtidos pelas mulheres após a maternidade, destaco: Capacidade de empatia. Característica imprescindível para trabalho em equipe. Capacidade de compreensão aumentada, muito importante para relacionamentos interpessoais. Mais do que multitarefas, a mulher já domina várias atividades simultaneamente, após a maternidade, esse potencial é ampliado. Ela executa várias tarefas ainda mais consciente e focada. Gestão de tempo, a mulher mãe se torna muito mais segura nesse aspecto, visto que com criança, o tempo se torna muito mais escasso e, portanto, mais valioso e mais produtivo. Isso sem falar no propósito. Quer propósito maior para trabalhar do que sustentar e proporcionar melhor qualidade de vida para seu filho? Não existe. Propósitos movem pessoas e nada é impossível para uma mãe determinada a dar o melhor para sua família.

Meu apelo não é somente que grávidas ou mães de filhos pequenos sejam admitidas simplesmente por tantas habilidades adquiridas, mas principalmente pela VALORIZAÇÃO DA MULHER E DO SEU NOVO PAPEL ASSUMIDO NA SOCIEDADE, RECONHECIMENTO DA MULHER MÃE ENQUANTO GERADORA DE VIDA E EDUCADORA DE UM CIDADÃO E TAMBÉM CONSICÊNCIA DE JUSTIÇA EM MANTER E PROPORCIONAR UMA VIDA DIGNA PARA A MULHER E SUA FAMÍLIA, PRINCIPALMENTE NESSA ETAPA DA VIDA das mulheres, etapa essa MAIS DESAFIADORA da sua vida inteira. Não é justo que exatamente na fase mais crítica da vida de uma mulher, ela seja demitida, excluída da sua vida profissional, tenha seu direito à independência financeira e à dignidade para si e para seu filho negados.

As empresas precisam mudar, aprimorar e evoluir na mentalidade e acolher sim a realidade das mães profissionais. Empresas são feitas de pessoas, seres humanos e a mulher não pode ser a ÚNICA PREJUDICADA POR ESTAR CRIANDO OUTRO SER HUMANO. Um papel tão nobre, que deveria ser exaltado, se tornando um fardo para as mulheres simplesmente pela ausência de ACOLHIMENTO E EMPATIA sobre sua realidade. E a sociedade também deveria se movimentar no sentido de aumentar a licença paternidade e a inserir na cultura, hábitos de cuidados com os filhos e com a casa na educação dos meninos. Para que no futuro, as futuras meninas de hoje, não sofram o que as mulheres sofrem atualmente se prejudicando SOZINHAS em suas vidas profissionais. Se houvesse divisão de tarefas de forma justa e igualitária, as mulheres não perderiam vagas de empregos para homens, mesmo sendo em muitos casos, mais capacitadas e qualificadas. As mulheres não seriam demitidas por terem se tornado mães, enquanto os homens mantêm seus empregos e evoluem em suas carreiras. Não é justo que essa lógica seja perpetuada e que as mulheres continuem se prejudicando eternamente. Que essas mudanças comecem já através de nós, mulheres, para beneficiar TODA a sociedade.


Grupo de Trabalho Perus não foi encerrado, diz Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos



O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos divulgou na noite de segunda-feira (22) uma nota afirmando que o Grupo de Trabalho Perus (GTP) “não foi encerrado com a publicação do Decreto 9.759/2019”.

“O grupo funcionava normalmente por força de um Acordo de Cooperação Técnica nº 01/2018, assinado entre o então Ministério dos Direitos Humanos (MDH), a Secretaria Municipal de Direitos Humanos da Cidade de São Paulo e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que acabou por vencer em março deste ano. Um novo instrumento, de mesmo cunho, está em tramitação e deve formalizar a continuidade dos trabalhos”, explicou a pasta liderada por Damares Alves.

Na noite do dia 11, um domingo, o presidente Jair Bolsonaro assinou o Decreto 9.759, medida que “extingue e estabelece diretrizes, regras e limitações” em conselhos, grupos e comissões da administração pública federal direta, autarquias e fundações, afetando na prática o funcionamento do Grupo de Trabalho de Perus (GTP), responsável por analisar 1.047 ossadas retiradas da vala clandestina, da Zona Norte da cidade de São Paulo.


Após a repercussão negativa, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, publica a nota negando que o Decreto 9.759 irá acabar com os trabalhos do GTP.

Em entrevista ao GGN, a presidente da Comissão Sobre Mortos e Desaparecidos, Eugênia Gonzaga também explicou que o grupo “continua funcionando independente do decreto”, entretanto ele corre risco perder apoio.

“O GT é fruto de acordo entre a Prefeitura de São Paulo, a União e a Unifesp. Nós consideramos que ele continua funcionando independente do decreto. O problema é que é preciso renovar o acordo entre Unifesp, Prefeitura e União [para a continuidade dos trabalhos, que envolve contratação de mais peritos para fazer a identificação das ossadas de Perus]. O prazo para isso acontecer é agora em abril. Eles [governo Bolsonaro] não disseram que não vão renovar, mas não sabemos.”

“O GT Perus tem estabilidade decorrente do acordo feito em juízo. Se eles [governo Bolsonaro] decidirem não renovar o acordo, estariam descumprindo decisão judicial”, completou Eugênia.

A seguir leia a nota do Ministério na íntegra.

Nota sobre a continuidade do Grupo de Trabalho Perus

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, que presta apoio à Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), informa que, ao contrário do que foi divulgado nesta segunda-feira (22) por parte da imprensa, o Grupo de Trabalho Perus (GTP) não foi encerrado com a publicação do Decreto 9.759/2019.

Cumpre ressaltar que o Grupo de Trabalho Perus foi instituído em 2014 como instrumento possível para dar resposta à Ação Civil Pública que relaciona a União Federal, o Estado e o Município de São Paulo, universidades públicas e servidores públicos ligados às análises forenses durante o período em que os remanescentes ósseos estiveram sob responsabilidade destas instituições e pessoas físicas.

O grupo funcionava normalmente por força de um Acordo de Cooperação Técnica nº 01/2018, assinado entre o então Ministério dos Direitos Humanos (MDH), a Secretaria Municipal de Direitos Humanos da Cidade de São Paulo e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que acabou por vencer em março deste ano. Um novo instrumento, de mesmo cunho, está em tramitação e deve formalizar a continuidade dos trabalhos.

Atualmente, a análise forense é realizada por quatro peritas fixas contratadas pela Prefeitura de São Paulo, o que é possibilitado por um convênio entre essa e o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Além destas profissionais, o GTP conta, ainda, com peritos rotativos da perícia oficial do país e professores universitários, residentes em diferentes localidades do Brasil, que se dedicam uma semana por mês aos trabalhos. As passagens e as diárias são garantidas pelo Ministério.

As atividades do GTP contemplam ainda entrevistas e coletas de amostras de sangue de familiares, em diversas cidades do país, para exames de DNA.

Todas as etapas dos trabalhos periciais são realizadas em absoluto respeito aos princípios éticos e humanitários e conforme os protocolos científicos nacionais e internacionais para análise de remanescentes ósseos e coleta de amostra biológicas de familiares para exames genéticos com fins de identificação.

O Ministério reafirma a importância dos trabalhos desenvolvidos no âmbito do Grupo de Trabalho, atendendo aos preceitos humanitários e legais para que as famílias possam exercer seu direito ao sepultamento e ao luto. Os avanços conquistados por meio das atividades do GTP poderão apresentar subsídios para os processos de busca e identificação de casos de desaparecimento atuais, por seu legado humanitário e expertise no processo de identificação humana no país​.

Jornal GGN