quarta-feira, 3 de março de 2021

Mercadança vai conectar Pernambuco à América Latina

 

Em tempos pandêmicos, a internet nunca foi tão importante e tão usada para conectar pessoas, mesmo que à distância. Com base nisso, a gestora cultural Iris Macedo se uniu à coreógrafa Flávia Pinheiro (foto), e ambas são curadoras do projeto, para lançarem o Mercadança, que é uma plataforma on-line que busca divulgar artistas, grupos, profissionais de dança e equipamentos culturais de Pernambuco para toda a América Latina. Os interessados devem se inscrever, gratuitamente, através do site www.mercadanca.com.br até o dia 15 de março de 2021. O site será lançado, oficialmente, no dia 29 de abril de 2021, em comemoração ao Dia Internacional da Dança.

O Mercadança tem o objetivo conectar e aproximar a produção de Pernambuco aos programadores, curadores e diretores artísticos de festivais internacionais, para que dessa forma, seja criada uma rede multidirecional de difusão e divulgação da produção da dança em Pernambuco para toda a América Latina, com a possibilidade de ampliação para outros mercados internacionais. Outro objetivo da plataforma é disponibilizar informações técnicas e operacionais sobre os equipamentos culturais habilitados para receber produções do mercado latino-americano. O objetivo da ação é aquecer o mercado local e abrir espaço para os produtores culturais e técnicos, com habilidades em outros idiomas.

O site vai funcionar como uma grande vitrine internacional, um catálogo disponível de produtos locais de dança pronto para sair de Pernambuco e conquistar o mercado internacional. Para isso, haverá uma elaborada e cuidadosa curadoria e os artistas, grupos, profissionais de dança e equipamentos culturais selecionados, terão a sua produção e serviços disponibilizados de maneira on-line, com o selo de qualidade Mercadança, o que garante maior visibilidade para uma possível ampliação no mercado de trabalho e em futuras negociações no exterior. Dessa forma, o Mercadança estimula toda a cadeia produtiva da cultura pernambucana, além de fortalecer e ampliar a imagem do Brasil como um País criativo, inovador, tecnológico e rico no que diz respeito à produção artística da dança.

Segundo Iris Macedo, o ato de internacionalizar um produto ou serviço artístico se mostra como uma eficaz ferramenta para potencializar perspectivas que busquem ampliar as relações culturais e comerciais, além de valorizar o negócio e oferecer mais vida útil aos produtos e serviços. “Pensando nisso, propomos através dessa coreografia virtual tentacular, habilitar o deslocamento dos artistas da dança e de seus saberes, gerando uma cadeia produtiva nacional e internacional com seu respectivo fluxo de informações. Isso porque, claramente, a internacionalização amplia o mercado ao difundir o conteúdo dos artistas envolvidos para circulação, assim como, conecta a dança com as transformações do mundo contemporâneo virtual e digital”, explica a gestora.

Fazer parte de uma plataforma de internacionalização tem vários benefícios, entre eles: tradução do material para outros idiomas; criação de um portfólio digital; uso do selo de qualidade Mercadança; acesso à nova rede; posicionamento de marca e divulgação do negócio ou serviço no mercado internacional; e participação em uma webinar exclusiva com programadores internacionais.

O Mercadança é gratuito e patrocinado pelo edital 2018/2019, do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (FUNCULTURA), Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (FUNDARPE), Secretaria de Cultura e do Governo do Estado de Pernambuco. A idealização e realização são da Fervo Projetos Culturais.

CONTEÚDO – O site Mercadança disponibilizará conteúdos em inglês, espanhol, português e libras, com a finalidade de fomentar e ampliar o mercado da dança em Pernambuco. Serão contempladas 42 iniciativas de dança no Estado de Pernambuco, sendo 30 artistas, personalidades, companhias e grupos de dança; oito museus, festivais, projetos e casas de espetáculos; e quatro iniciativas voltadas para as danças folclóricas como cavalo marinho, caboclinhos, maracatu rural, frevo, ciranda, pastoril e coco. Essas frentes devem atuar, comprovadamente, em Pernambuco e ter, no mínimo, cinco anos de existência. Dessa forma, serão contempladas iniciativas de todas as regiões de desenvolvimento do Estado: Agreste Central ou Agreste Meridional; Mata Norte ou Mata Sul; Região Metropolitana Centro ou Norte ou Oeste Sul; Sertão do Araripe ou Sertão Central ou Sertão de Itaparica; e Sertão do Moxotó ou Sertão do Pajeú ou Sertão do São Francisco.

IRIS MACEDO – Atua como gestora cultural, produtora de eventos e empresária. Formada em administração, turismóloga e pós-graduada em Comércio Internacional. Atualmente, cursa no SENAC/SP uma pós-graduação em Gestão Cultural (cultura, desenvolvimento e mercado). Participou de cursos livres com o tema Internacionalização das Artes Cênicas, oferecido por professores da Espanha, Colômbia, França e Brasil. Desde 2011, é Diretora da Fervo Projetos Culturais, onde idealiza e produz projetos que fomentam o desenvolvimento das artes. Também realiza curadoria de dança para festivais, projetos e editais. Já representou o Brasil em feiras internacionais realizadas no Uruguai, Colômbia, Argentina e Brasil. É diretora do Festival Mostra Brasileira de Dança, realizado no Brasil e na Colômbia, onde já promoveu a participação de mais de 700 grupos artísticos ao longo de mais de uma década. Nos últimos anos, tem se dedicado à realização de festivais nacionais e internacionais de artes cênicas, tendo viajado por todo território brasileiro e diversos países da América Latina.

FLAVIA PINHEIRO - Atua como performer, coreógrafa e artista visual. Mestre em História da Arte pela Universidad de San Martin-UNSAM/Argentina, é pós-graduada em Arte Visuais-Linguagens Artísticos Combinados pela UNA/Argentina e é graduada em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Pernambuco-UFPE/Brasil. Também é aluna do Centre National de la Danse-CND/França. Ao longo dos últimos 15 anos, como artista independente no Recife, tem desenvolvido uma investigação artística em formato solo que questiona um corpo em queda constante, que se desmembra, se decompõe, colapsa sobre si mesmo e sobre o próprio fazer, sob a dificuldade de sobreviver em um ambiente precário e hostil. Com sua produção participou de diferentes festivais e eventos nacionais e internacionais.