quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Convênio entre Compesa e universidades japonesas para estudos de água e esgoto

A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) está estreitando o relacionamento com universidades japonesas para a troca de experiências e de know how técnico em produção e distribuição de água e saneamento ambiental. Nessa quarta-feira (3), três professores japoneses das universidades de Yokohama, Mie e Tsukuba estiveram na sede da companhia para conhecer a estrutura organizacional e operacional da empresa. Hoje (4), a comissão estará nas unidades produtoras de Tapacurá e Pirapama. A próxima parada será em Petrolina, no Sertão, onde deverá conhecer os sistemas de água e esgoto do município. As visitas às unidades da Compesa irão até o próximo dia 11.

A visita dos professores japoneses faz parte do intercâmbio iniciado pela Compesa com aquele país em maio deste ano, quando o presidente da Compesa, Roberto Tavares, e o diretor Comercial, Franklin Azoubel, estiveram nas universidades de Tóquio, Yokohama e GIFU. Eles foram conhecer iniciativas semelhantes ao L’acqua, o centro de pesquisas e treinamento na área de saneamento que a Compesa vai construir em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), para prospectar atividades que possam ser desenvolvidas, futuramente, nesse laboratório junto com os japoneses.

Em fevereiro de 2014, a Compesa e a UFPE firmaram protocolo de intenções para a criação do laboratório que irá investigar soluções para a melhoria dos serviços prestados pela Compesa à população. “Desde então, temos buscado parceiros que possam nos ajudar a desenvolver pesquisas na área de saneamento e meio ambiente e os japoneses se mostraram interessados em conhecer melhor nossa realidade e trocar experiências”, contou o diretor Comercial, Franklin Azoubel. Ele recebeu a comitiva, que estava acompanhada do professor da UFPE Frederico Nunes, junto com o diretor Regional Metropolitano, Rômulo Aurélio Souza, e uma equipe técnica da Compesa.

A ponte entre a Compesa e as universidades nipônicas foi feita pela UFPE, de quem os japoneses já são parceiros. Há 20 anos, eles iniciaram estudos na caatinga pernambucana a fim de investigar o impacto da escassez hídrica sob o ponto de vista econômico e social. Preocupados com as questões ambientais, como a oferta de água disponível no planeta e a qualidade dos mananciais de água doce, e estimulados pela visita feita em maio para tratar do L’acqua, os japoneses voltaram a se debruçar sobre o tema e, para isso, estão contando com o apoio da Compesa. 

A visita deste mês é apenas a primeira que eles deverão fazer ao estado. Os japoneses estão iniciando estudos que deverão durar, em média, quatro anos sobre os recursos hídricos, com foco em Pernambuco. Já em outubro, eles retornarão ao estado para avançar nas pesquisas. “Esses estudos se encaixam nos objetivos do L’acqua e nos interesses da Compesa, que é aprimorar o conhecimento nas questões de água e meio ambiente. Temos que pensar que o resultado disso será importante não apenas para Pernambuco e para o Japão, mas para todo mundo que se dedica a esse tema”, completou Azoubel.

Segundo o professor da UFPE Frederico Nunes, o contraste climático e a escassez hídrica, sobretudo no interior, chamaram a atenção dos japoneses para Pernambuco, bem como o esforço feito pelo governo do estado para ampliar e melhorar a distribuição de água em todas as regiões do nosso território. “Os nipônicos também deverão incluir em suas análises a questão da elevação do nível do mar na costa pernambucana, que também é um efeito do desequilíbrio ambiental mundial”, adiantou Nunes.

L’acqua – O Centro de Estudos Sobre Água, Saneamento e Meio Ambiente será construído dentro do campus da UFPE do Recife. Ainda este mês, deverá ser lançado o edital do concurso público para elaboração do projeto de arquitetura do edifício do laboratório. A proposta é construir um prédio de seis andares em uma área de cerca de 1 mil metros quadrados doada pela universidade.

Quando for concluído, o laboratório será totalmente aberto às pesquisas que a universidade queira desenvolver em relação à água e ao esgoto. Estudantes de engenharia e de áreas afins interessados em se especializar em saneamento também poderão estagiar no L’acqua. O estudo de equipamentos utilizados nos procedimentos cotidianos da Compesa também será contemplado. 

O laboratório deverá, ainda, apontar métodos de tratamento de água mais eficazes que poderão gerar uma economia de recursos para a companhia, o que será revertido em melhores serviços para a população. A partir dos estudos que serão feitos no L’acqua, será possível encontrar soluções mais eficazes e menos onerosas para problemas como localização e contenção de vazamentos e mapeamento das redes de água e esgoto. No que diz respeito à qualidade da água, os estudos devem ser direcionados para a criação de novas metodologias, tecnologias e equipamentos de análises químicas, físicas e biológicas.

Imprensa Compesa