A Companhia de Dança Deborah Colker, fundada em 1994, chega ao Recife para uma única apresentação de seu espetáculo "Sagração" no Teatro Guararapes, no dia 7 de outubro. A obra, que estreou em março de 2024 no Rio de Janeiro, é uma adaptação de "A Sagração da Primavera" do compositor russo Igor Stravinsky.
O processo criativo de "Sagração" levou dois anos e meio e une a música clássica de Stravinsky a ritmos e visões ancestrais do Brasil. Para a coreógrafa e diretora Deborah Colker, a adaptação precisava partir da cosmovisão dos povos originários brasileiros. A dramaturgia do espetáculo incorpora uma história contada pelo cineasta indígena Takumã Kuikuro sobre como seu povo recebeu o fogo do Urubu Rei. A narração de Takumã acompanha a dança.
Além das referências indígenas, o espetáculo revisita a mitologia judaico-cristã, com cenas que abordam passagens do livro "Gênesis", como as histórias de Eva e Abraão. Segundo o dramaturgo Nilton Bonder, essas narrativas exploram a consciência humana e a evolução, focando em temas como a transgressão e a autonomia. A coreógrafa também se baseou em literatura científica, incluindo personagens que representam bactérias, herbívoros e quadrúpedes para explorar a adaptação das espécies.
A parte musical, que mistura o erudito com o primitivo, foi elaborada por Deborah Colker e pelo diretor musical Alexandre Elias. A partitura de Stravinsky foi enriquecida com a sonoridade da floresta e ritmos brasileiros como boi-bumbá, coco, afoxé e samba. Instrumentos como a flauta de madeira, maracá, caxixi e tambores foram adicionados à orquestra. Os próprios bailarinos executam arranjos ao vivo com paus de chuva.
Serviço:
"Sagração" no Recife
* Onde: Teatro Guararapes
* Quando: 7 de outubro (terça-feira), às 20h30
* Ingressos: R$ 25,00 a R$ 200,00
* Classificação indicativa: 10 anos
* Descontos: Funcionários da Petrobras e do Instituto Cultural Vale têm 50% de desconto na compra de até dois ingressos, mediante apresentação do crachá funcional.
O espetáculo é apresentado pelo Ministério da Cultura, Petrobras e Instituto Cultural Vale por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Foto: Flávio Colker