quinta-feira, 19 de junho de 2025

Junho da Consciência Masculina lança luz sobre saúde mental dos homens e o peso do silêncio


O mês de junho marca, no Brasil e em outros países, a campanha de Conscientização da Saúde Mental Masculina — uma mobilização que chama atenção para a chamada “crise silenciosa” vivida por muitos homens, que enfrentam sofrimento emocional sem apoio ou espaço para expressar suas dores.

Apesar de os transtornos mentais atingirem pessoas de todos os gêneros, os homens ainda são os que menos buscam ajuda psicológica. Segundo levantamentos recentes, apenas 35% dos homens considerariam recorrer a atendimento profissional, enquanto entre as mulheres esse índice ultrapassa 58%. Como resultado, quadros como depressão, ansiedade, vícios e até o suicídio tornam-se ainda mais alarmantes.

Em países como Estados Unidos e Reino Unido, os homens respondem por cerca de 75% dos suicídios registrados. No Brasil, embora haja carência de dados segmentados, especialistas apontam uma tendência semelhante.

A psicóloga Wilma Soares, coordenadora da equipe de Psicologia da Reconciliar SPA Terapêutico, ressalta que o silêncio masculino é alimentado por estigmas culturais. “A maioria dos homens foi ensinada a não demonstrar fragilidade. Esse modelo tem um preço emocional altíssimo. Criar espaços de escuta e acolhimento é essencial para reverter esse quadro”, afirma.

Iniciativas internacionais como o Andy’s Man Club (Reino Unido), a campanha Man Therapy (EUA) e o movimento The Men’s Table (Austrália) vêm contribuindo para derrubar barreiras e estimular o diálogo. No Brasil, o Novembro Azul começa a integrar pautas de saúde mental, e personalidades como Zico e Emerson Fittipaldi têm se engajado na causa.

Além de campanhas, depoimentos de figuras públicas, como o do britânico Russell Brand, ajudam a quebrar o tabu. “Buscar ajuda não é sinal de fraqueza, é um ato de coragem”, reforça Wilma.

Foto: Divulgação