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Tapete na Esplanada dos Ministérios - Foto: Walter Campanato/Agência Brasil |
A origem da celebração remonta ao século XIII, em Liège, na Bélgica, onde a freira Juliana de Mont Cornillon teria recebido visões pedindo uma festa dedicada à Eucaristia. O rito se fortaleceu após o Milagre de Bolsena, na Itália, quando um sacerdote teria presenciado sangue escorrendo da hóstia durante uma missa. Em 1264, o papa Urbano IV oficializou a solenidade através da bula Transiturus de hoc mundo, estabelecendo sua celebração para a quinta-feira seguinte à oitava de Pentecostes.
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Jovem ajuda na confecção de tapete em Brasília - Foto: Marcelo Camargo - Agência Brasil |
No Brasil, uma das manifestações mais simbólicas da data são os tapetes de Corpus Christi, tradição herdada de Portugal. As obras são produzidas com serragem colorida, flores, sal, areia e outros materiais simples. Os desenhos retratam passagens bíblicas, símbolos religiosos e mensagens de fé. Mais do que ornamentação, os tapetes representam a acolhida solene à passagem do Santíssimo, em um gesto de reverência e celebração comunitária.
Em cidades como Castelo, no Espírito Santo (a 135km de Vitória) essa prática atinge dimensões grandiosas: mais de 5 mil metros quadrados de ruas são decoradas por cerca de 3 mil voluntários, mantendo viva uma tradição iniciada por Irmã Vicenza em 1963. O trabalho coletivo começa ainda de madrugada e se estende até as primeiras horas do dia, reunindo fiéis de todas as idades em mutirões de fé e arte popular.
Embora Corpus Christi não seja feriado nacional no Brasil, diversos estados e municípios decretam feriado local. Em 2025, ao menos 17 capitais brasileiras oficializaram a data como feriado, incluindo São Paulo, Salvador e Curitiba, enquanto outras, como Recife, Rio de Janeiro e Brasília, mantêm o ponto facultativo. Mais do que um dia de descanso, Corpus Christi reforça o elo entre fé, identidade cultural e memória coletiva, fazendo das ruas um altar de expressão religiosa e artística.