O Governo do Estado de Pernambuco ampliou os investimentos e priorizou obras para a adaptação às mudanças climáticas, buscando tornar as cidades mais resilientes a eventos extremos. Três anos após o desastre climático que vitimou 133 pessoas, a Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento apresenta um balanço das ações realizadas na atual gestão, incluindo a retomada de obras de barragens, aprimoramento da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) e a articulação de uma rede integrada entre Defesa Civil, órgãos estaduais e municipais.
Segundo o secretário de Recursos Hídricos, Almir Cirilo, uma das principais iniciativas foi a retomada das obras das barragens de contenção de enchentes da Mata Sul, paralisadas por quase uma década. A primeira barragem da lista será entregue em breve, enquanto outras cinco estão em fase de planejamento para atender regiões da Mata Norte, Agreste Meridional e Região Metropolitana do Recife.
Os avanços tecnológicos também são apontados como fundamentais na resposta a desastres naturais. A Apac passou por melhorias significativas, instalando sensores em rios, barragens e áreas urbanas para monitoramento em tempo real de chuvas e elevação de níveis hídricos. Durante as precipitações intensas das últimas semanas, esses sistemas permitiram a emissão antecipada de alertas e a organização de medidas preventivas para minimizar impactos.
O investimento na conclusão de barragens soma R$ 600 milhões, destinados a obras como Panelas II, Gatos, Igarapeba, Barra de Guabiraba e Engenho Pereira, que beneficiarão cerca de um milhão de habitantes em diversos municípios. A barragem Panelas II será entregue em julho, enquanto outras seguem em construção ou com previsão de início nos próximos meses.
Além da recuperação de estruturas inacabadas, o governo estadual planeja a construção de novas barragens, como Correntes, Canhotinho e Ipanema II, já contempladas com R$ 40 milhões do Ministério das Cidades. Esses projetos integram um pacote de investimentos que pode ultrapassar R$ 800 milhões e beneficiar mais de 500 mil pessoas.
As obras fazem parte do Programa Águas de Pernambuco, um dos maiores conjuntos de investimentos já realizados na área de recursos hídricos do estado, com um montante de R$ 6,1 bilhões. Além de ampliar o abastecimento urbano e rural, o programa tem como objetivo garantir a segurança hídrica da população e promover o desenvolvimento sustentável das cidades pernambucanas.