segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Ainda dá tempo de adiar o fim do mundo?

 

A MITsp - Mostra Internacional de Teatro de São Paulo convida pensadores, artistas e políticos para a conversa “Políticas da destruição, poéticas da resistência: ainda dá tempo de adiar o fim do mundo?”. Para discutir o assunto, o líder político Ailton Krenak, a jornalista Eliane Brum, a diretora Gabriela Carneiro da Cunha e o cofundador do Partido Verde Alemão, Gerald Häfner, serão mediados pela curadora e diretora Andreia Duarte. A mesa redonda acontece dia 8 de novembro, às 17h, e será transmitida pela plataforma MIT+, braço digital da mostra anual. Para participar, é preciso cadastrar-se no site.

O encontro faz parte de uma programação mais ampla que contempla a palestra “Internacionalize: Workshop de Difusão de Artes Cênicas'', com o diretor alemão Wolfgang Hoffmann, de 17 a 20 de novembro; e a “Plataforma Brasil Mostra Digital de Artes Cênicas”, de 1 a 5 de dezembro, com a apresentação de 16 espetáculos e performances nacionais para programadores internacionais de diversos festivais do mundo inteiro.

 

MESA REDONDA     

Políticas da destruição, poéticas da resistência: ainda dá tempo de adiar o fim do mundo?”

Diante da urgente crise ambiental que atravessamos, agravada no Brasil pelas ações de devastação capitaneadas pelo governo federal, a Mit+, braço digital da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp), convida pensadores, políticos e artistas para discutir essa questão. A mesa redonda reúne pela primeira vez Eliane Brum, Ailton Krenak, Gerald Häfner e Gabriela Carneiro da Cunha, com mediação de Andreia Duarte, e pretende pensar não apenas a falta de políticas efetivas para a reversão do desastre ecológico iminente e do risco de extinção das atuais formas de vida, mas também as ações propositivas e de resistência, especialmente no campo da arte e da cultura, que estão em curso ou que ainda podem ser deflagradas. Algumas questões são lançadas aos participantes: É possível pensar em ações que tensionem as fronteiras entre política e arte? O que queremos tornar visível? Como imaginar futuros diante da terra arrasada que vivemos? E, principalmente, como criar um futuro que seja comum e coletivo?

 

Participantes

 

Ailton Krenak - um dos maiores líderes políticos e intelectuais surgidos durante o grande despertar dos povos indígenas no Brasil, ocorrido a partir do final dos anos 1970. Sua atuação tem sido fundamental para a luta pelos direitos indígenas e a criação de iniciativas como a União das Nações Indígenas e a Aliança dos Povos da Floresta. Também é pesquisador e escritor de textos publicados em coletâneas no Brasil e exterior - entre eles, "Ideias para adiar o fim do mundo", livro brasileiro mais vendido da FLIP 2019. Ganhou o Prêmio Aristóteles Onassis 'Homens e Sociedade' (Grécia, 1990) e Doutor Honorário pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2015). No campo das artes, entre várias atuações, é cocurador do festival “TePI – Teatro e os povos indígenas” ao lado de Andreia Duarte.

 

Andreia Duarte - atriz, curadora e diretora artística. Morou cinco anos no Parque Indígena do Xingu com o povo Kamayura e, desde então, trabalha como aliada dos povos indígenas. É doutoranda na Universidade de São Paulo (USP/ECA), onde estuda o cruzamento entre o teatro e os povos indígenas como espaços de reinvenção da vida. É diretora artística da Outra Margem, com a qual realiza curadorias e produções artísticas, como o TePI - Teatro e os povos indígenas no formato de mostra artística e plataforma digital. Atuou no espetáculo "O silêncio do mundo", com Ailton Krenak; e criou "Antes do Tempo Existir", com Jaider Esbell, Denilson Baniwa e Zahy Guajajara. É cocuradora do livro "Teatro e os povos indígenas". Para saber mais ver: www.outramargem.art

 

Eliane Brum - jornalista, escritora e documentarista, com 9 livros publicados aqui e no Exterior. Repórter mais premiada da história do Brasil, é colunista do espanhol El País e colaboradora de vários jornais e revistas da Europa e dos Estados Unidos. Seus livros mais recentes são "Brasil Construtor de Ruínas, um olhar sobre o país, de Lula a Bolsonaro" (Arquipélago, 2019) e “Banzeiro òkòtó, uma viagem à Amazônia Centro do Mundo” (Companhia das Letras, 2021), lançado neste mês de novembro. Vive em Altamira, na Amazônia.

 

Gabriela Carneiro da Cunha - atriz, diretora e pesquisadora. Há 5 anos desenvolve o “Projeto Margens - sobre Rios, Buiúnas e Vagalumes”, pesquisa de arte dedicada a ouvir e ampliar o testemunho de rios brasileiros que vivem uma experiência de catástrofe. Em 2019, estreou na Mostra Internacional de Teatro de São Paulo – MITsp, a performance-instalação "Altamira 2042”. Foi contemplada, entre outras, pela bolsa da Faperj de incentivo a criação artística, experimentação e pesquisa, Residência Oi Futuro Artsônica e Fundação Prince Claus e Instituto Goethe. Em sua carreira em teatro e cinema, trabalhou com diretores como Ariane Mnouchkine, Georgette Fadel, Cibele Forjaz, Grace Passô, Eryk Rocha e Heitor Dhalia. Em 2019 ganhou o prêmio de melhor atriz coadjuvante no Festival de Cinema do Rio.

 

Gerald Häfner - cofundador do Partido Verde Alemão, dos movimentos Mehr Demokratie (Mais Democracia) e Democracy International (Democracia Internacional). Häfner foi parlamentar em Berlim pelo Partido Verde e Partido União 90, assim como membro do Parlamento Europeu em Bruxelas e, atualmente, é dirigente da Seção de Ciências Sociais no Goetheanum, sede mundial do movimento antroposófico, localizado na Suíça.

 

Serviço

 

Dia 08 de novembro, 17h.

Pelo site da MIT+ (mediante inscrição)

Livre.

 

Público-alvo: artistas, ativistas, educadores, jornalistas, estudantes, entre outros.