segunda-feira, 5 de julho de 2021

ASA Brasil retoma parceria com Unicef e entrega kits de higiene em escolas da rede municipal de ensino de Goiana (PE)

 

Mais de 1.300 estudantes, dos quais 928 são das áreas rurais, integrantes de 13 escolas da rede municipal de ensino do município de Goiana, localizado na Região Metropolitana do Recife, vão receber kits de higiene. Composto por pia móvel com armazenamento de água, sabonete, totem com álcool em gel, álcool 70%, máscara e absorventes, o Kit irá reforçar as condições de higiene necessárias ao retorno seguro às aulas durante o período da pandemia da Covid-19.

A ação, realizada pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), responsável por promover o acesso à água para cerca de 1 milhão e 200 pessoas no Semiárido por meio da construção das cisternas de 16 mil litros, integra a iniciativa de resposta à pandemia do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que busca contribuir para a manutenção de atividades essenciais de forma segura para crianças e adolescentes, sem o risco de disseminação do novo coronavírus. O projeto conta com a parceria da Prefeitura Municipal de Goiana, por meio das secretarias de Educação e Inovação e de Comunicação.

Além de contar com a entrega dos itens de higiene, a iniciativa irá oferecer atividades de formação, envolvendo profissionais de educação das escolas municipais sobre como cumprir os protocolos de segurança contra à Covid-19, o que inclui práticas de higiene, lançando mão dos kits instalados nas escolas. Também serão realizadas ações educativas junto à população local sobre a importância da saúde e da higiene no ambiente escolar.

O membro da coordenação Executiva da ASA pelo estado de Pernambuco, Alexandre Pires, destaca que esse projeto marca a retomada da parceria entre a rede e o UNICEF, iniciada, há 20 anos, com foco na garantia do Direito Humano à água para crianças e adolescentes do Semiárido, por meio da construção de cisternas 16 mil litros. Para ele, mesmo esse projeto atuando no município de Goiana, área metropolitana do Recife, “para a articulação é muito importante, pois é uma ação emergencial, de cuidados, de melhoria das condições de higiene no retorno às aulas.”

“Este projeto é importante porque contribui para que a gente reforce a importância da educação para crianças e adolescentes neste contexto de pandemia, levando em conta, sobretudo, que o fato de a gente não ter tido a compra das vacinas por parte do governo no tempo adequado, retardou a volta às aulas. E o governo, sobretudo o Governo Federal, não tem garantido as condições para um retorno seguro às aulas. Então, esse projeto vai garantir kits de higiene para que professores e estudantes consigam voltar, de forma segura, para as atividades escolares”, destaca Alexandre.

As quase 950 crianças e adolescentes nas área rurais, a serem atendidas pelo projeto, vivem em cerca de 12 comunidades rurais, entre elas a histórica comunidade de Tejucupapo, local onde um grupo de mulheres conhecido como “Heroínas de Tejucupapo” expulsou, sozinho, um grupo de holandeses que tentou tomar as suas terras; o assentamento de reforma agrária Ubú e o Engenho Diamante, além de outras áreas. Nas áreas rurais, o acesso à água e ao saneamento básico é um desafio histórico, que se agravou com a pandemia.

Segundo o coordenador do Unicef para o Semiárido, Dennis Larsen, as regiões rurais requerem uma atenção especial. “Temos buscado contribuir com a redução da transmissão do coronavírus e a adaptação e continuidade segura dos serviços essenciais para meninas e meninos, em especial os que mais precisam, a exemplo de áreas rurais, assentamentos e comunidades tradicionais. Para isso, entre outras ações, temos realizado a entrega de kits de higiene e outros equipamentos e oferecido formação a profissionais, além de disseminar informação de qualidade para as famílias”, explica.

A chegada do Projeto Wash ao município de Goiana, neste mês de julho, celebra a importância e o avanço representados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que no próximo dia 13, completa 31 anos de vida. Amparado na Lei 8.069/90, o ECA, um dos principais mecanismos de defesa e promoção dos direitos da infância e adolescência, aborda o direito à saúde no seu Artigo 4º, afirmando que: “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.”

No Artigo 7, há outra menção ao direito à saúde como uma das prioridades: “A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.”