sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Criação de empregos nos EUA é a menor em oito meses

A criação de vagas nos Estados Unidos teve forte desaceleração em agosto e mais norte-americanos desistiram de procurar empregos, dando mais razões para que um cauteloso Federal Reserve, banco central dos EUA, aguarde mais tempo antes de elevar as taxas de juros.
A criação de vagas fora do setor agrícola chegou a 142 mil no mês passado, a menor em oito meses, informou o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira. A taxa de desemprego caiu 0,1 ponto percentual, para 6,1 por cento, uma vez que as pessoas saíram da força de trabalho.
Os dados de junho e julho foram revisados para mostrar 28 mil vagas a menos criadas do que relatado anteriormente, ampliando o tom de fraqueza. Além disso, não houve criação de vagas na indústria e as vagas no varejo caíram pela primeira vez desde fevereiro.
Economistas projetavam criação de 225 mil vagas em agosto e que a taxa de desemprego cairia para 6,1 por cento.
A desaceleração inesperada na criação de vagas contradiz com indicadores do mercado de trabalho como os pedidos iniciais por auxílio-desemprego, que estão perto dos níveis pré-recessão.
Além disso, pesquisas do setor industrial e de serviços mostraram também forte criação de empregos em agosto, e a percepção de famílias sobre o mercado de trabalho melhorou significativamente, o que segundo economistas era consistente com condições mais apertadas no mercado de trabalho.
Alguns economistas haviam alertado que o relatório de agosto poderia ficar aquém das expectativas devido a fatores sazonais. É provável que os dados de agosto sejam revisados para cima.
Os dados dão sustentação à postura cautelosa do Fed em relação à política monetária.
A chair do Fed, Janet Yellen, está preocupada com o lento crescimento dos salários, o ainda elevado número de norte-americanos com empregos de meio período embora queiram empregos em período integral, e norte-americanos que ainda sofrem com um longo período de desemprego.

O banco central dos EUA tem apontado estes dados como evidência da "significativa subutilização" de recursos do mercado de trabalho, que merece uma política monetária expansionista.
Agência Reuters