A fotógrafa baiana Tereza Eugênia inaugurou neste fim de semana a exposição Encontros, no recém-inaugurado Instituto Marcos Hacker de Melo, em Boa Viagem, Recife. A mostra reúne registros íntimos e espontâneos de grandes nomes da música e das artes brasileiras, capturados ao longo das décadas de 1970 e 1980, período em que Tereza viveu de perto os bastidores da cena cultural do país.
“É um prazer muito grande porque esse trabalho faz parte da minha vida. Estou presente ali nas fotos e como pessoa. Foi uma alegria imensa”, afirmou a fotógrafa durante a abertura da exposição.
O acervo inclui imagens de artistas como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, Chico Buarque e Ney Matogrosso, revelando momentos de bastidores, ensaios e encontros informais. A proximidade de Tereza com os retratados confere às imagens um senso de intimidade raro. “Eu convivia com eles. Por isso as fotos têm esse olhar mais próximo”, explica.
A relação com o produtor musical Guilherme Araújo, figura central na carreira de Caetano Veloso, foi determinante para sua trajetória. “Quando Caetano voltou de Londres, ele me conheceu e comecei a fotografá-lo. Guilherme adorava fotografia e me levava para todos os lugares com ele”, relembra Tereza. Foi assim que ela passou a frequentar eventos marcantes da época, como o lendário Baile do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro.
Criado por Araújo, o baile reunia o jet set internacional no Morro da Urca durante o carnaval carioca. Celebridades como Ursula Andress, Grace Jones e Danusa Leão dividiam espaço com artistas brasileiros em noites de glamour e música. Muitas dessas cenas foram eternizadas pelas lentes de Tereza.
A exposição marca também a abertura do Instituto Marcos Hacker, espaço cultural idealizado por Cida Hacker de Melo em homenagem ao empresário Marcos Hacker de Melo. O centro conta com curadoria permanente do Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo e abriga teatro, restaurante, rooftop e um memorial dedicado ao homenageado.
"Encontros" segue em cartaz e promete ser um mergulho nostálgico e sensível na história recente da cultura brasileira.