Com a chegada das festas juninas, os sabores tradicionais do período ganham destaque nas mesas nordestinas. Milho cozido, pamonha, canjica e pé de moleque, além de provocarem memórias afetivas, também podem contribuir para a saúde mental, segundo especialistas. A nutricionista Camylla Pedrosa, criadora do Método Saúde e especialista no emagrecimento de mulheres ansiosas, afirma que muitos desses alimentos atuam de forma natural na regulação do humor.
“O milho, base de muitas receitas juninas, é rico em triptofano, um aminoácido essencial para a produção de serotonina — neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar, tranquilidade e regulação do apetite”, explica a profissional. Camylla ainda ressalta a importância das fibras e vitaminas do complexo B presentes nessas comidas, que nutrem o intestino — conhecido como “segundo cérebro” — e favorecem a produção de neurotransmissores como dopamina e noradrenalina.
O amendoim, usado em delícias como o pé de moleque, também aparece como protagonista. “Ele é anti-inflamatório, fonte de magnésio — mineral que reduz a tensão e promove relaxamento — e, quando combinado a especiarias como cravo e canela, se transforma em um alimento acolhedor e terapêutico”, diz a nutricionista.
Além dos benefícios nutricionais, Camylla destaca o lado afetivo desses preparos. “Cresci participando dos rituais familiares: ralar coco, mexer o caldo, esperar a pamonha cozinhar. Era um momento de conexão e cuidado coletivo. Comer essas comidas representa mais do que nutrição, é afeto”, recorda.
Ainda assim, ela alerta: “Comer não deve ser uma válvula de escape para lidar com a ansiedade. É importante ter equilíbrio e consciência na alimentação.” Para a especialista, o segredo está em valorizar ingredientes naturais, cultivar bons hábitos e permitir-se o prazer de comer sem culpa.