Na véspera de São João, o município de Lagoa de Itaenga, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, se transforma no epicentro da cultura popular nordestina. É lá que, nesta terça-feira (24),or Roda de Coco do Mundo*, comandada pelo Grupo Cultural Caboclo, liderado pelos mestres Josivaldo e Josuel Caboclo.
Ao som dos ganzás, pandeiros e batidas firmes dos pés no chão, o público se une em roda para celebrar o coco e a ciranda — manifestações que resistem ao tempo e exaltam as raízes afro-indígenas do Brasil. A apresentação principal ocorre às 17h, na praça central da cidade, abrindo oficialmente a programação da noite junina.
Reconhecidas como Patrimônio Cultural do Brasil, essas expressões ganham ainda mais força por meio do trabalho do Grupo Cultural Caboclo. Com versos improvisados, sapateados e cantos de roda, o grupo transforma cada apresentação em um ato de resistência e pertencimento.
“Quando a roda gira, a gente não dança só com o corpo, dança com a alma”, afirma Mestre Josivaldo, que aprendeu desde cedo a importância de preservar essas tradições.
Mais que um espetáculo, o evento é um chamado à coletividade, como evidencia a ciranda, prevista para as 19h, no mesmo palco. Enquanto isso, o coco ecoa por outras cidades da região, como Glória do Goitá e Chã de Alegria, num circuito que segue até julho.
A programação inclui ainda apresentações na Fenearte, em Olinda (11/07), e no projeto Ciranda do Amor, em Feira Nova (12/07), ampliando o alcance da cultura popular nordestina.
Para quem busca um São João autêntico, enraizado na memória e na musicalidade do povo, a roda gira em Lagoa de Itaenga — com poesia, ancestralidade e muita celebração.