quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Na Semana do Patrimônio, Paço do Frevo recebe a centenária banda Capa Bode, de Nazaré da Mata, Patrimônio Vivo de Pernambuco


Na semana em que é celebrado o Dia Nacional do Patrimônio Histórico (na quinta-feira, 17 de agosto), o Paço do Frevo tem comemoração em dose dupla. O projeto Sábado no Paço recebe, neste sábado (19), a centenária Sociedade Musical Euterpina Juvenil Nazarena, mais conhecida como Capa Bode, eleita Patrimônio Vivo de Pernambuco em 2010. O outro motivo do regozijo é o próprio Frevo, Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco desde 2012, e que encontra no museu seu Centro de Referência em Salvaguarda, reconhecido assim pelo Iphan, mantendo o ritmo vivo, inquieto e pulsante o ano inteiro.

Fundada em 1888 em Nazaré da Mata, na Mata Norte pernambucana, a Capa Bode é uma das principais escolas de música instrumental do interior do Estado, já tendo profissionalizado e revelado diversos instrumentistas de sopro. Para o Sábado no Paço, trará 25 integrantes, em evento que também pontuará o Dia Estadual de Bandas e Fanfarras, comemorado na sexta, 18 de agosto. 

A apresentação começa às 16h, na Praça do Frevo, terceiro andar do equipamento cultural. Os ingressos custam a entrada do museu (R$ 10 inteira e R$ 5 meia). Os músicos vão começar o espetáculo executando alguns dobrados, gênero que se originou no passo dobrado das marchas militares, e seguirão com muito Frevo. 

Tendo à frente o presidente e regente João Paulo Ferreira da Hora, conhecido como Maestro Minuto, a escola reúne pessoas de todas as idades. O aluno mais novo, Gabriel, tem 13 anos, e o mais velho, Seu Gentil, 57. O próprio Maestro Minuto entrou na instituição ainda criança, com 11 anos. Sua missão, diz ele, é manter viva a tradição que compõe o patrimônio, valorizando a cultura sem descaracterizar o que foi construído por mais de um século.

*O FREVO COMO PATRIMÔNIO -* É nesse intuito de manter vivo o patrimônio que o Paço do Frevo também tem como missão refletir sobre como será o Frevo daqui a mais cem anos. Entre as ações de salvaguarda do equipamento, estão documentação, pesquisa, incentivo, formação e difusão das tantas existências, memórias, histórias e modos de ser e fazer o Frevo.

Sendo parte da identidade nacional, o Frevo ganhou o título de Patrimônio Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2007, quando foi inscrito no Livro de Registro das Formas de Expressão. Em 2012, recebeu da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) a titulação de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

Muito mais que uma festa, é no Paço que esse ritmo-patrimônio, nascido no final do século 19 através da capoeira e da formação da classe trabalhadora, extrapola o Carnaval do Recife e de Olinda. E valoriza, sobretudo, seus fazedores, com destaque para as mulheres, a negritude e as crianças.

“É promovendo o Frevo, em suas mais variadas linguagens, que se pode garantir que ele perdure por muitos séculos. Claro, com as influências de cada tempo da sociedade. O Frevo, daqui a cem anos, estará, portanto, carregando a história do ontem e do hoje e dialogando com o tempo atual”, diz Mônica Silva, coordenadora de Programação do Paço do Frevo.

*SERVIÇO*
Sábado no Paço
Apresentação da Capa Bode
Sábado (19), às 16h
Na Praça do Frevo (3º andar do museu)
Ingressos: R$ 10 inteira e R$ 5 meia