terça-feira, 24 de julho de 2018

Homem de até 39 anos continua sendo maior vítima de acidentes com motos

Levantamento feito pelo Hospital Miguel Arraes (HMA), em Paulista, constatou que, ano após ano, não muda o perfil da principal vítima de acidentes com motocicletas que dá entrada na unidade. O paciente do sexo masculino, entre 20 e 39 anos, vítima de colisão com motos, encontra-se em primeiro lugar nas notificações de casos de vítimas de acidentes com transportes terrestres. Em 2017, dos 1.754 registros de acidentes de trânsito que deram entrada no HMA, 1.236 (70,5%) foram com motos. Desses, 87% foram homens e 63% na faixa de idade acima. 

No primeiro semestre de 2018, entre 1º de janeiro e 30 de junho, o Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NEPI/ HMA) registrou 562 atendimentos a acidentados com motos, uma redução de 3,93% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 585 vítimas deram entrada na unidade. O perfil, no entanto, continua o mesmo: este ano, 87% foram do sexo masculino, 63,5% tinham entre 20 e 39 anos, e 59,8% vítimas de colisão. O Dia do Motociclista, nesta sexta-feira, 27 de julho, pretende alertar para dados como esses.

Para o ortopedista e traumatologista Francisco Couto, diretor médico em exercício do HMA, a imprudência continua sendo o principal motivo dos acidentes envolvendo motocicletas: “a falta dos equipamentos de proteção individuais, como capacete e sapatos fechados, somada ao fato de que cerca de 67% dos motoristas de moto em todo o Brasil são homens, fazem com que o perfil desse tipo de acidente não mude”.

Um outro dado preocupante diz respeito às internações hospitalares. Em 2017, 59,2% dos pacientes que deram entrada no HMA após acidente com moto precisaram ser internados. Até 30 de junho deste ano, o índice já é de 46,8%. “A recuperação é lenta. São pacientes submetidos, muitas vezes, a mais de uma intervenção cirúrgica, e que precisam de acompanhamento médico, fazendo com que fiquem afastados da família, dos amigos e do trabalho, com grande possibilidade de alguma sequela. Além disso, esse paciente onera o Sistema Público de Saúde em suas fases pré-hospitalar, durante o atendimento e até posteriormente, levando em consideração as sessões de fisioterapia”, explicou dr. Francisco.

Outros dados

O Brasil tem, hoje, mais de 13 milhões de motos circulando, segundo o Departamento Nacional de Trânsito-DENATRAN. Só nos três primeiros meses de 2018, o Seguro DPVAT registrou o pagamento de 50.469 indenizações por invalidez permanente, além de outras 4.578 por morte e 11.154 por despesas médicas apenas para acidentes relacionados a motocicletas.


Com informações da jornalista Iana Gouveia