terça-feira, 24 de julho de 2018

Chá da saudade no Morada da Paz

O Cemitério e Crematório Morada da Paz, em Paulista, está com inscrições abertas para um programa gratuito de acolhimento para seus clientes: o Chá da Saudade. Trata-se de um encontro mensal, conduzido por um psicólogo, em que pessoas se reúnem para falar sobre seu luto, amenizando as dores pela perda de um afeto. Para participar, o cliente deve se inscrever no site do Morada (www.moradadapaz.com.br) e aguardar o contato da equipe de psicologia. O primeiro encontro em Pernambuco irá acontecer no dia 2 de agosto.

O programa Chá da Saudade foi desenvolvido pelo serviço de Psicologia do Luto da unidade de Natal (RN) há mais de dois anos. Com o crescimento pela procura, o Morada decidiu estender o projeto para Pernambuco. Em um primeiro encontro, que é individualizado, a equipe de psicólogos do Morada da Paz irá avaliar o andamento do luto de cada participante, identificando o quanto a perda está interferindo no dia a dia e até na sua saúde. Nesse momento, o profissional que conduz o Chá da Saudade pode aconselhar o participante a procurar uma terapia individual ou mesmo ajuda médica, pois, às vezes, apenas falar sobre o luto no grupo pode não ser suficiente para algumas pessoas.

Para a psicóloga Carolina Medeiros, o compartilhamento de sentimentos, de vivências e experiências é uma atitude extremamente positiva e facilita a aceitação das perdas: “Quando externamos o que sentimos, podemos entender melhor o que se passa conosco. E quando ouvimos o sentimento de outras pessoas, entramos em um processo de identificação que nos permite a aproximação com a dor do outro, proporcionando uma renovação de ânimos e superação”. A profissional lembra que aprender a lidar com a ausência física não é simples, mas não é necessário camuflar os sentimentos. “A morte é uma parte natural da vida e é importante aprendermos a seguir em frente”, conta a psicóloga.

Desmistificando o luto – Dizem que o processo de luto dura um ano, mas isso é apenas um mito, pois não é possível determinar o tempo de sofrimento de cada um. Essa crença existe porque durante um ano, todas as datas importantes ficam mais difíceis sem a presença do ente querido: aniversário, Dia dos Pais, das Mães, Natal, Ano Novo, entre outros dias em que a saudade se faz mais presente. Entretanto, a vivência do luto depende muito de como cada um está encarando a situação.

A psicóloga Carolina Medeiros explica que as pessoas precisam de um tempo para aprender a lidar com a nova realidade. Por isso, vivenciar o luto é importante para que o enlutado possa passar pela experiência de uma forma “saudável”, podendo externar seus pensamentos e sentimentos acerca do ocorrido. “Perder alguém querido é uma situação difícil de ser superada e, infelizmente, esta é uma dor que não pode ser evitada. É necessário um tempo para que a dor vá embora ou se transforme e permaneça apenas a saudade. Viver o luto é muito importante, conta Carolina. Segundo ela, segurar o sofrimento e guardar os sentimentos podem levar a uma doença física ou emocional.