sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Do turismo da enocultura à produção de café: Danilo Cabral destaca pluralidade da economia do Nordeste


 Em agenda pelo interior de Pernambuco nesta sexta-feira (01), o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, exaltou a diversidades das atividades produtivas do Nordeste como um dos diferenciais competitivos da região. O gestor cumpriu agenda na cidade de Garanhuns, no Agreste pernambucano, visitando, na ocasião, empreendimentos do agronegócio local, além de ouvir pleitos dos empreendedores.

Em visita à vinícola Vale das Colinas, Danilo Cabral conferiu a estrutura do empreendimento, que possui capacidade de produção entre 15 e 20 mil garrafas por ano de três variedades de uvas. O turismo associado à chamada enocultura leva até 2000 visitantes ao local por final de semana na alta estação, de acordo com o agrônomo Valter Leal, que atua na vinícola. “Esta é uma expressão da economia do vinho que tem crescido muito. E temos observado regiões do Nordeste, como o agreste pernambucano e a região do Vale do São Francisco, com ações de sucesso gerando emprego e renda”, comentou o superintendente. 

Em 2022, o Nordeste conquistou a primeira indicação geográfica de vinhos tropicais, contemplando a produção do Vale do São Francisco. A certificação foi atestada pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). Conforme explica o Ministério da Agricultura e Pecuária, a região compreende cinco municípios localizados em dois estados do Nordeste: Lagoa Grande, Petrolina e Santa Maria da Boa Vista, em Pernambuco; e Casa Nova e Curaçá, na Bahia.

Este cenário tem forte atuação histórica da Sudene. Em 1968, o Conselho Deliberativo da autarquia iniciou o apoio financeiro de 5 milhões de cruzeiros novos para o Projeto de Irrigação de Barra do Bebedouro, embrião do hoje projeto Pontal do Sul. À época, o perímetro inicial da iniciativa era de apenas 1500 hectares, contra os mais de 33.500 hectares existentes atualmente no projeto.

*Falta de mão de obra capacitada ainda gera entraves ao setor produtivo local*

Em visita à fábrica Ouro Verde, unidade beneficiadora de café na cidade, Danilo Cabral ouviu pleitos dos empreendedores e de lideranças políticas de cidades circunvizinhas para alavancar a produção do grão no Agreste meridional. Para o empresário Luciano Oliveira, proprietário do empreendimento, a falta de mão de obra qualificada ainda gera entraves para o setor.

O superintendente sugeriu a realização de um diagnóstico da produção de café na região, destacando obstáculos, necessidades e sugestões de modelo de governança para organizar a atividade econômica. “Precisamos saber quais são os pontos-chave para iniciar este estudo. E a Sudene pode oferecer apoio para levantar estas informações”, pontuou o gestor.

As agendas contaram com as presenças do prefeito de Saloá, Júnior de Rivaldo, e o secretário de governo do município, Ricardo Alves; O prefeito da cidade de Capoeira, Joaquim Costa Teixeira, e o ex-prefeito Neném; a prefeita de Brejão, Beta Cadengue; e o deputado estadual Dannilo Godoy.

*Garanhuns tem marcos na historia da Sudene*

O município do agreste pernambucano foi palco de evento do qual participaram representantes do Conselho de Desenvolvimento do Nordeste (Codeno), lançado em 25 de abril de 1959 no Recife. A organização precedeu a Sudene. À época, a cidade recebeu, naquele mesmo dia, o Seminário de Desenvolvimento do Nordeste, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Participaram o presidente Juscelino Kubitscheck e o economista Celso Furtado, então diretor do Conselho e futuro fundador da Sudene. O evento tratou de problemas nordestinos, desde a política industrial até assuntos como reforma agrária e financiamento dos empreendimentos regionais.