terça-feira, 29 de agosto de 2023

Ex-presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros, comenta “a jogada de toalha” do atual presidente

A ex-presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros, ironizou a saída do atual/ex-presidente do Sinpol-PE, Rafael Cavalcanti, não vai concorrer à eleição do Sindicato que acontece ainda esse ano. Áureo assinalou a "jogada de toalha" de Rafael em um péssimo momento, já que a categoria se encontra em negociações da campanha salarial. 

Áureo rebateu as críticas e se mostrou preparado para enfrentar as lutas. "Só sei de uma coisa: nunca abandonarei a minha categoria e a luta pela nossa valorização. Vamos continuar firme", disse. 

Confira algumas respostas de Áureo sobre a carta de renúncia do atual/ex-presidente do Sinpol:

✅ Personalismo

O que ele chama de personalismo eu chamo de assumir compromisso com uma responsabilidade maior. A liderança que vai na linha de frente tem uma responsabilidade maior. É a representação. É assim no mundo todo. A coletividade é basilar, mas cada um tem o seu papel. O discurso de coletivo não pode ser uma desculpa infantil para esconder os próprios erros. Liderar implica em se doar e assumir maiores responsabilidades.

✅ Saída antes das negociações com o governo e do processo eleitoral do SINPOL

É uma decisão pessoal, manifestada numa carta (texto) pessoal. Respeito, mas não concordo. O momento foi inadequado e fragiliza a categoria nas negociações com o governo. É um presidente que, em plena gestão, diz que não quer ser mais presidente do SINPOL. Se já estava ruim, agora piorou muito. Fugir não ajuda em nada. Ou melhor, ajuda ao governo. Bastava na hora da inscrição não colocar seu nome na chapa. Simples assim. 

✅ Existe uma realidade factual

1 - A falta de responsabilidade do atual/ex-presidente com a categoria e consigo mesmo fez com que os policiais civis deixassem de ser (nas negociações com o governo) um dos primeiros para se tornarem um dos últimos. Além de ter causado um racha histórico na direção do sindicato, divisão e enfraquecimento da categoria, nunca visto.

2 - Nosso grupo, o SINPOL de Volta para Luta, mesmo diante todo esfacelamento público e notório da nossa representação sindical, da irresponsável ou proposital (vai saber né?), da ausência e falta de atitude do atual presidente, correu atrás do prejuízo. Não perdemos tempo com picuinhas. Entregamos as pautas da categoria à secretária de Justiça, Lucinha Mota; ao secretário da Casa Civil, Túlio Villaça; ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Álvaro Porto e conversamos até mesmo com a governadora no lançamento do seu programa de segurança pública. Tudo que o presidente deveria ter feito antes. Optamos em fazer uma oposição responsável e pedagógica de ação, de fazer para mostrar como se faz.

3 - Nunca deixei de lutar pela categoria, mesmo injustamente perseguido e punido pelo pior governador da história de Pernambuco. O atual governo sabe que não votei e nem fiz campanha para Raquel Lyra. Mas mesmo assim recebeu primeiro o nosso grupo. Estamos em outro momento político em nosso estado. Eu respeito a governadora. E sei que ela me respeita. Ela governa Pernambuco e eu luto pelos direitos dos policiais civis. Cada um tem o seu papel político.

4 - O que o atual/ex-presidente do SINPOL não consegue perceber é que, apesar de todas as suas inseguranças, existe um novo programa de segurança pública em construção e um anúncio de R$ 1 bilhão a mais para nossa área. Vamos debater com o governo o melhor uso desses recursos ou enfiar, covardemente, a cabeça no buraco, como avestruz? Vamos convencer a governadora a fazer uma reparação salarial histórica com os policiais civis, alertá-la para não fazer igual ao antecessor ou desistir covardemente da luta? É hora de lutar ou perder uma oportunidade de ganho real para a categoria?

✅ Momento de união

Estamos no momento de união e não de picuinhas. Sequer foi aberto o processo eleitoral do SINPOL. A luta de todos os policiais civis hoje é pela valorização salarial e melhores condições de trabalho. Queremos uma reparação salarial histórica. É possível. Existe dinheiro e o momento político é favorável. E quando o processo eleitoral for aberto, deveríamos nos juntar. Eu convido a todos a participarem do movimento SINPOL de Volta para Luta.