Na última semana, o Banco Central (BC) afirmou que está estudando o fim do crédito rotativo, que possui os juros mais elevados do mercado, e algumas alterações para o parcelamento de compras sem juros. O objetivo da mudança é reduzir a taxa de inadimplência em transações realizadas por meio do cartão de crédito rotativo. Conforme o Banco Central, a taxa de juros para esse tipo de operação chega a 15% ao mês e a inadimplência do crédito atinge aproximadamente 50% dos clientes.
De acordo com a contadora da Ercon Contabilidade, Eliane Rufino, a ideia é diminuir a taxa de inadimplência em transações realizadas por meio do cartão de crédito rotativo. "Quando o cliente não efetua o pagamento integral da fatura, o valor remanescente é adiado para o próximo mês, acumulando juros rotativos sobre o montante não pago pelo cliente. Isso tem gerado muitos problemas de endividamento, por isso o BC tem buscado formas de diminuir", explica.
A solução proposta pelo Banco Central é realizar automaticamente o parcelamento do saldo, o que resultaria em juros de 9% ao mês, uma taxa inferior à porcentagem atual de juros. Adicionalmente, o BC também tem considerado modificações para o parcelamento sem juros, que, em alguns casos, pode estender-se até 13 parcelas. "Para o Banco Central, isso acaba assemelhando-se a um financiamento sem juros, o que não é vantajoso. Por essa razão, o BC tem cogitado a implementação de uma espécie de tarifa para desencorajar a aquisição em um grande número de parcelas e reduzir a falta de controle", afirma.
A contadora também enfatiza que essas alterações ainda não serão implementadas e deverão passar por um extenso processo de análise antes de serem efetivadas, podendo inclusive passar por ajustes. Até o momento, sabe-se que as compras realizadas com cartão de crédito representam 40% do consumo total no país. Portanto, qualquer modificação nessa área deverá ser cuidadosamente ponderada.
