quarta-feira, 21 de julho de 2021

Casa de vegetação do Jardim Botânico do Recife produz espécies destinadas à conservação ambiental e reflorestamento do espaço

 

O Jardim Botânico do Recife(JBR), espaço vinculado à Prefeitura do Recife, dispõe de diversos atrativos para seus visitantes. Além de proporcionar o melhor do lazer contemplativo, o equipamento ambiental possui sete jardins temáticos, bem como outros espaços que permitem o contato direto com a natureza, dentre eles a Casa de vegetação. Esse espaço cria um ambiente protegido, oferecendo condições ideais e de forma controlada para desenvolvimento das plantas.

As Casas de Vegetação são instrumentos de proteção ambiental que fazem parte de um viveiro florestal onde a produção de plantas, normalmente é de espécies nativas e ornamentais que, na maioria das vezes, são cultivadas para fins de conservação ambiental. A estrutura desses espaços são construídas com materiais do tipo madeira e alumínio, normalmente apresentam coberturas transparentes que permitem a entrada de luz solar e as suas condições internas são totalmente controladas para que o desenvolvimento das mudas seja possível. Essa tecnologia possibilita que algumas espécies exóticas sejam cultivadas em regiões onde sua adaptação seria impossível ou muito difícil.

No caso do Jardim Botânico do Recife, a Casa de Vegetação possui 156 metros quadrados e tem capacidade para produzir anualmente 4.800 plântulas (embrião vegetal). As espécies começam a ser cultivadas geralmente em bandejas, depois de certo tempo, é preciso fazer o transplante, que é a retirada da muda de um local de germinação para um vaso, saco plástico, ou local definitivo de cultivo, então as mudas são direcionadas a um espaço que proporciona sombreamento suficiente para que elas se desenvolvam. As espécies produzidas são preferencialmente de árvores nativas da Mata Atlântica.

De acordo com Ana Patrícia Rocha, engenheira florestal e analista do Jardim Botânico do Recife (JBR), as plantas produzidas pela Casa de Vegetação têm como principal destinação a conservação ambiental e reflorestamento do JBR. Uma parcela das mudas são usadas para arborização urbana e experimentos, para fins científicos, estudos e publicações de artigos.

“Da parte que eu cuido, boa parcela é voltada para a manutenção do JBR e outra para arborização urbana e experimentos. Aí a gente vai criando protocolos para a germinação como métodos para a superação da dormência, protocolos para produção de mudas porque aí você vai saber qual o melhor substrato, melhor nível de sombreamento, nível de luminosidade,etc. Podemos testar a adubação também, então são várias questões que a gente vai analisando ao longo desse processo.”

Para a engenheira florestal existe uma espécie cultivada na Casa de Vegetação que se destaca no quesito utilidade, a Garcinia gardneriana, popularmente conhecida como bacupari. Seu fruto é utilizado na produção de doces e também pode ser consumido in natura. “A sua madeira é dura e serve para confecção de cabos de ferramentas, cercas e construção civil. A função medicinal do extrato das sementes do bacupari é extremamente abrangente e pode ser aplicada de várias formas: ação microbiana no combate a cáries, anti-inflamatória para questões cutâneas e seus metabólitos secundários ajudam na produção de medicamentos de combate ao câncer”, explica Ana Patrícia.

Com entrada gratuita, o JBR é uma opção para aqueles que buscam renovar as energias, conhecer mais sobre a biodiversidade e apreciar a beleza das paisagens da Mata Atlântica. O espaço funciona de terça a domingo, das 09h às 15h, com entrada gratuita.

lmprensa Recife