domingo, 9 de maio de 2021

Sequelas de vítimas do trânsito preocupam especialistas do HMA

 

O Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial de mortes por acidentes no trânsito, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Somente no ano passado, o seguro DPVAT, que beneficia vítimas de acidente de trânsito, foi pago a 310.710 pessoas por sinistros ocorridos no trânsito brasileiro. A região Nordeste foi responsável pelo maior volume de indenizações (30%), embora sua frota seja a segunda maior do país (corresponde a 18,6%), segundo dados do Relatório Anual da Seguradora Líder, responsável pela operação do DPVAT até o ano passado. Os casos de invalidez representaram a maioria dos benefícios pagos (mais de 210 mil indenizações).

No Hospital Miguel Arraes (HMA/FPMF), em Paulista, referência no atendimento a casos de Clínica Médica, Cirurgia Geral e Traumato-ortopedia na Região Metropolitana Norte do Recife, o dia a dia revela o perfil da vítima do trânsito. Houve 1.415 notificações no ano de 2020, sendo 84,5% do sexo masculino e 55,4% com idades entre 20 e 39 anos. A motocicleta continua sendo o meio de locomoção mais arriscado, com 70,8% das vítimas que dão entrada na unidade.

Do total de registros, 56,3% tiveram os membros inferiores atingidos e 52,7% precisaram de internação hospitalar. De acordo com Francisco Couto, coordenador de Traumatologia e Ortopedia do HMA, mais de 80% dos casos de acidentes de trânsito atendidos na unidade representaram fraturas, podendo deixar sequelas permanentes: “na maioria das vezes são infecções nos ossos provocadas por bactérias ou fungos e lesões que alteram o comprimento dos membros inferiores. São casos que demandam cirurgias e longos períodos de internação hospitalar, resultando quase sempre em sequelas pra vida toda”. O especialista alerta, ainda, para a obediência às regras do trânsito, que evitam acidentes e reduzem o número de pessoas mutiladas e mortas, além de diminuírem também a superlotação dos hospitais, principalmente nestes tempos de pandemia.

Para conscientizar sobre essa triste realidade, a Campanha Maio Amarelo volta a mobilizar a população. Este ano, a campanha traz como tema “No trânsito, sua responsabilidade salva vidas”. A ação chama atenção para atitudes que podem evitar acidentes, como o uso de passarelas, das faixas de pedestres e do cinto de segurança, e riscos que contribuem para tornar o trânsito mais perigoso, violento e letal, como o uso de celular ao volante, de bebida alcoólica e o excesso de velocidade. Palestras envolvendo o Serviço Social e a Vigilância Epidemiológica do HMA acontecem nos dias 18 e 28 deste mês, com o tema “Segurança no Trânsito”, quando serão apresentados dados estatísticos de vítimas de acidentes que dão entrada na Emergência do hospital e a utilização do DPVAT. Somente nos quatro primeiros meses deste ano, 454 vítimas de acidentes de trânsito deram entrada no Miguel Arraes.


Com lnformações da jornalsta lana Gouveia