quarta-feira, 20 de março de 2019

Na busca pelo Re-Ligare #ZehDeAbreu

Divulgação - Novela Caminho das Índias
Quando perguntado sobre sua fé, Abreu conta sua história de vida e suas passagens e aprendizados, que acabaram resultando na fé exercida hoje, Criado no catolicismo, foi seminarista na adolescência: “fui ao seminário aos 12 anos pra estudar, mas vi que não tinha vocação pra ser padre, fiquei um ano”. Do pai (que faleceu quando Zé tinha apenas nove anos), tem a lembrança de que ele era muito religioso, o que influenciou a família como um todo. “Meu pai era muito católico, bem carola mesmo, há até uma foto dele segurando um andor, e de mãos dadas comigo, acho que eu tinha uns oito anos”. 

Mais tarde, acompanhando os Beatles, tornou-se muito fã do George Harrison (1943-2001) e na fase em que o grupo esteve na Índia, alguns dos valores religiosos orientais começaram a ser conhecidos no ocidente como um todo, incluindo o Brasil. “Essa coisa da Yoga, meditação, comida macrobiótica, hinduísmo, budismo... Isso tudo fez com que eu me tornasse um cara místico”. Chegou a frequentar um centro espírita Kardecista, na época em que morava no Sul do Brasil. “mas logo percebi que isso não era a minha praia”. 

Sua definição de fé vem exatamente da necessidade de sempre estar ligado com o lado espiritual. “Eu acho que religare, ou melhor, o verbo religar, a palavra ‘religião’ vem do verbo latino religare , ‘ligar de novo’, né? Podemos dizer que, quando a pessoa nasce, ela tem cortado o cordão umbilical e entra no pecado capital, o batismo acaba te libertando”. 

Para ele, uma fé institucionalizada não é fundamental. “Você não necessita de uma igreja, de uma religião formal pra se envolver com Deus, o Universo, essa energia, qualquer coisa que se fale, o nosso cérebro não tem amplitude para entender o que é isso”, afirma. 

Por anos, Zé fez muitas leituras sobre religiões e religiosidades, além de ter feito meditação. “Tudo isso me deu uma base, tenho muita sorte de ter o pé em duas canoas, sendo um na luta contra a ditadura, a coisa mais social, coletiva; e o outro pé na revolução individual interior, mudando um pedaço do mundo que é a sua responsabilidade individual.