Recife, PE — O Instituto Ricardo Brennand foi palco de uma noite memorável que celebrou os 40 anos de carreira do cantor e compositor Petrúcio Amorim, ícone da música nordestina. O evento, marcado pela emoção e pela inovação, apresentou o projeto São João Sinfônico, que une a tradição junina ao refinamento da música de concerto.
Entre os convidados especiais, o cantor e sanfoneiro Beto Hortis expressou sua empolgação com o momento: “O coração tá acelerado, mas com aquela vontade de mostrar esse trabalho lindo com Petrúcio Amorim e essa orquestra maravilhosa sob a regência do maestro Zé Renato.” A proposta do espetáculo é ousada: transformar clássicos do forró em peças sinfônicas, sem perder a essência popular.
Um dos destaques da noite foi o instrumentista Adriano Lima, que apresentou a trompa — instrumento típico da música erudita — em diálogo com a sanfona, o zabumba e o triângulo. Em uma performance surpreendente, Adriano executou “Asa Branca”, arrancando aplausos calorosos da plateia. “É um prazer imenso fazer parte desse projeto com Petrúcio, nosso grande poeta. A trompa é erudita, mas aqui ela se torna popular também”, afirmou.
A fusão entre os dois universos musicais foi o ponto alto da apresentação. “A música se une por natureza. O erudito e o popular não devem estar separados. O São João Sinfônico é justamente isso: a sanfona do São João junto com a trompa da orquestra de câmara”, explicou Beto Hortis. A orquestra, embora não sinfônica completa, trouxe sonoridade sofisticada e adaptada para o repertório de Petrúcio.
Canções consagradas como “Devagar”, “Metallica e Mariola”, “Onde Quero Ir” e “Meu Cenário” ganharam novos arranjos, revelando nuances inéditas e emocionantes. “É a materialização daquela frase universal de que a música é uma linguagem universal. Estamos juntando o universo da música de concerto com o moído do forró”, concluiu Beto.
