terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Paranaense lidera projeto para dar visibilidade ao povo do Pina


O Marlon Presotto é um paranaense que vive no Recife há 10 anos. Em meio à depressão, reencontrou a alegria de viver no Skate e nas muitas ideias que fervilham sua mente. Veja seu depoimento e visite o Instagram do Vivencia Style!


PROJETO VIVENCIA STYLE

Meu nome é Marlon Felipe Presotto da Silva, nasci no interior do Paraná, no dia 14 de Dezembro de 1987, tenho 31 anos, moro em Recife desde 2009. Iniciei várias graduações, a última delas em Ciência Política. Devido ao desemprego e a dificuldades financeiras da família, tive que trancar o curso no final. No meio de uma depressão pesada, encontrei na pista de skate localizada na Praia do Pina, Zona Sul do Recife, um abrigo.

Dali, conversando e criando amizades com a galera do skate, moradores das favelas, do Pina, de Boa Viagem, de outros bairros e cidades, de diferentes níveis sociais e culturais, descobri um tesouro sem preço, que não posso mais guardar só pra mim. Enxerguei talentos onde as pessoas só viam marginais.

Em Sociologia, marginalização é o processo social de se tornar ou ser tornado marginal (relegar ou confinar a uma condição social inferior à beira ou à margem da sociedade). Ser marginalizado significa estar separado do resto da sociedade, forçado a ocupar as beiras ou as margens e a não estar no centro das coisas. Pessoas marginalizadas não são consideradas parte da sociedade. Era exatamente assim que eu me sentia, à margem da sociedade.

Mesmo frequentando grupos sociais de várias tribos, me sentia excluído e muito sozinho, pois as pessoas quase nunca me ouviam ou não me entendiam. Sempre tive boas ideias, mas, toda vez que eu tentava repassá-las, era tolhido pelas pessoas à minha volta. Não sei se por falta de confiança dos outros em mim ou por eu não saber me expressar. Sempre tive projetos, minha cabeça ferve de ideias, mas nunca tive dinheiro para colocá-las em prática.

No SkatePark Marcelo Lyra, conhecido pelos frequentadores como “Rodão”, frequentado por muita gente e visto, também, por muitos como um lugar marginalizado, vi que, com meu pouco conhecimento de foto, vídeo e marketing, mesmo sem dinheiro, eu já tenho muito. Descobri inúmeros tesouros de valor incalculável, as pessoas de periferia que ali frequentam, seja para andar de skate, seja de patins, seja para ficar sentado conversando ou apenas olhando o que acontece.

O rodão é um centro de convivência, troca de culturas, conhecimento, compartilhamento e de sobrevivência para muitos de nós. Lá eu percebi como me salvar, salvando outros. A única coisa que peço é VISIBILIDADE para esse povo. Acho que, com isso, esses talentos escondidos, cada um na sua área, vão conseguir atingir seu destino, seja ele qual for, mas sempre no caminho do bem. Infelizmente para isso, precisamos de ajuda! Aceitamos boas ideias e visitas ao Rodão para quebrar esse PRÉ-CONCEITO.

Qualquer ajuda SEM PRECONCEITO é BEM VINDA.

Marlon Felipe Presotto da Silva http://instagram.com/vivenciastyle