quinta-feira, 13 de junho de 2019

Nomofobia, o mal do século

“Nomofobia” não é uma palavra muito usada e são raras as vezes que a imprensa a usa. Universidades americanas, como a Cambridge define a nomofobia como “o medo ou agonia com a ideia de não ter o celular perto ou ser incapaz de usá-lo”, que vem se tornando o mal do século, tendo em vista que apenas no Brasil 35% dos brasileiros mexem no celular a cada dez minutos. Essa fobia vem sendo mais comum na sociedade atual, principalmente pelo fato de que as pessoas querem as informações em grandes velocidades, que pode ser facilmente notado quando comparado a populações de décadas anteriores, que passavam meses para receber uma correspondência, que hoje seria impossível com o alto nível de pressa que se tem para obter uma simples resposta por mensagem. “Hoje, o uso excessivo do celular no trânsito mata mais do que o álcool, que já é um grande problema no trânsito. É importante sensibilizar as pessoas sobre esse problema que é uma questão de segurança pública”, destaca a neuropsicóloga Gesa Cléa.

A nomofobia é dita como uma perturbação da modernidade, sendo os smartphones um dos principais causadores dessa fobia, que além de prender as pessoas ao mundo virtual, pode ser um incentivador para diversos transtornos como, por exemplo, o Transtorno de Dependência da Internet (TDI), provocando estresse, chateação, inquietação e ansiedade em quem possui uma grande necessidade de estar online. Assim, muitas pessoas usam o celular o tempo todo, inclusive no trânsito, colocando em perigo a própria vida e a de outras também, por oferecer riscos ao dividir a sua atenção entre o aparelho com a condução do veículo, aumentando 23 vezes a possibilidade de acidentes, colocando o motorista 6 vezes mais exposto ao perigo, de acordo com o Departamento de Trânsito dos Estados Unidos. “Problemas no trânsito são o que mais mata no Brasil, e se formos aos hospitais o recorde desse uso do celular no trânsito está grande. Quando se faz a perícia, verifica-se que o uso do celular está muito próximo ao uso do álcool na relação à morte no trânsito”, alerta.

Para a especialista, que coordenadora do curso de pós-graduação em Gestão e Direito de Trânsito da faculdade Esuda, o trânsito é um reflexo da sociedade e a questão educacional é fundamental, por isso, é de fundamental importância trabalhar esse ponto juntamente com lado emocional do cidadão. Os níveis de estresse elevados e a falta de entendimento dos direitos e deveres na direção acabam assim sendo o estopim de uma problemática que cresce e acumula índices que chegam a cerca de 38 mil mortos, de acordo com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. “Quem está tirando a primeira habilitação, por exemplo, não tem uma noção ainda clara do que é o trânsito, então, proposições como a que libera uma Carteira Nacional de Habilitação por 10 anos de validade é preocupante, porque não há condições de conceder uma CNH uma vez que não há maturidade suficiente e que ainda não tem condições de superar o grau de estresse que o trânsito de hoje carrega”, completa.

Colocando em discussão todas essas questões que envolvem a condução, a neuropsicóloga enfatiza que é importante tratarmos os pontos que envolvem o trânsito com responsabilidade e lembrar que este é um espaço em que deve imperar tranquilidade. E é com esta proposição que a Faculdade Esuda mantém em sua grade a pós-graduação em psicologia do trânsito faculdade Esuda, voltado a preparar profissionais a trabalhar neste universo e promover a saúde pública, através do conhecimento específico sobre o trânsito como espaço social de convivência. Mais informações são encontradas no site http://esuda.com.br/cursos/esppsitransito/