quarta-feira, 15 de maio de 2024

Copergás apresenta impactos do fornecimento de gás natural no Polo Gesseiro do Sertão do Araripe


O diretor-presidente da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), Felipe Valença, apresentou, na tarde dessa terça-feira, em Araripina, o projeto transição energética das indústrias do setor região, convertendo o uso da biomassa para o gás natural. A apresentação foi realizada durante o Finep Day, evento que tem como objetivo apresentar linhas de financiamento e programas de investimento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).  

O projeto de transição energética para o polo gesseiro foi anunciado pela governadora Raquel Lyra, pelo secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Guilherme Cavalcanti, e pelo presidente da Copergás, Felipe Valença, no início de fevereiro. No Finep Day, Felipe Valença destacou a importância do projeto para a região, ressaltando as questões econômicas e ambientais. 

“Com a transição energética, o polo gesseiro do Araripe terá uma redução do impacto ambiental em virtude da queima de lenha, protegendo bioma da Caatinga. Além disso, a combustão do gás natural é sustentável, gerando ganho de eficiência e reduzindo possíveis perdas com combustão para as indústrias”, afirmou Felipe Valença. 

O gás natural que será fornecido para o polo gesseiro será mais competitivo, pois o governo do Estado zerou o ICMS do gás que será vendido para as indústrias, tendo o menor custo de Pernambuco e do Brasil. A região tem capacidade para consumir cerca de 320 mil metros cúbicos de gás natural por dia. Isso equivale a 20% do volume distribuído hoje pela Copergás e superior a outras distribuidoras de gás natural.

A Copergás vai construir uma rede local para distribuição do gás natural às indústrias, com cerca de 9,2 km. Serão construídas duas unidades de regaseificação: uma em Araripina e outra em Trindade. Com isso, o GNL (gás natural liquefeito) será transportado de caminhão em seu estado líquido e regaseificado nos terminais. O modelo é utilizado em vários locais do mundo que usam o GNL como matriz energética. A equipe da Copergás realizou visitas técnicas nos locais onde as unidades serão instaladas.  

Para realizar a transição energética, as indústrias precisam fazer uma adaptação na sua infraestrutura interna e, em seguida, adquirirem o maquinário. A Agência de Emnpreendedorismo de Pernambuco (AGE) está desenvolvendo uma linha de crédito específica para o setor gesseiro. “Vamos reunir as empresas que apresentaram cartas de intenção para realizar a mudança e escalerecer todas as dúvidas. O modelo será semelhante ao aplicado com o projeto piloto. Esse trabalho é desenvolvido em parceria com a Finep, buscando as melhores soluções para os empresários”, explica a diretora-presidente da AGE, Angella Mochel.

O evento também inclui uma apresentação sobre linhas de financiamento para crédito e programas de investimento da Finep. A Finep está disponibilizando mais de R$ 500 milhões para projetos em diversas áreas, como energias renováveis, biotecnologia, cadeias agroindustriais renováveis, mobilidade urbana, resíduos, saneamento e moradia, tecnologias digitais, semicondutores e aviação sustentável.

“Neste período em que se está chegando o gás natural para as indústrias, a Finep tem como ajudar a financiar, com taxas competitivas, essa transição energética. Abre-se uma oportunidade de fazer parcerias com os municípios, com a Copergás, com as universidades e com as indústrias locais para ajudar a implantar a transição energética de forma mais rápida”, ressalta Ossi Ferreira, gerente do Departamento Regional Nordeste da FINEP.

De acordo com o diretor de inovação e tecnologia do SENAI- PE, Oziel Alves, o Finep Day chega à região do Araripe para fomentar a competitividade e a inovação nas empresas. “O evento tem o objetivo de estabelecer uma ponte entre os recursos oferecidos pela Finep e os empreendedores que desejam investir em seus negócios, visando melhorar seus processos produtivos, ampliar ganhos e reduzir custos”, pontua.  

O evento foi realizado em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade de Pernambuco (UPE), Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão) e a FIEPE. Foram apresentadas as chamadas públicas da Finep Mais Inovação, para empresas em parceria com Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs) nas áreas de Energias Renováveis, Bioeconomia, Cadeias Agroindustriais Renováveis, Mobilidade Urbana, Resíduos, Saneamento e Moradia, Tecnologias Digitais, Semicondutores e Aviação Sustentável.


Sobe o projeto 
A Copergás passará a abastecer o Polo Gesseiro do Araripe, proporcionando sustentabilidade à produção. O investimento inicial é na ordem de R$ 6 milhões. As empresas dos seis municípios que compõem o Polo usam a biomassa, principalmente a lenha, matriz energética escassa e que atualmente promove o desmatamento da Caatinga. Com a adoção do gás natural, a indústria local será mais sustentável ambientalmente, com uma combustão mais limpa.

A expectativa é que ao menos 50 empresas adaptem sua queima energética para o gás natural, representando R$ 20 milhões na economia por ano, apenas nessas empresas. A região tem capacidade para consumir cerca de 320 mil metros cúbicos de gás natural por dia. Isso equivale a 20% do volume distribuído hoje pela Copergás e superior a outras distribuidoras de gás natural. 

O Polo Gesseiro do Araripe é responsável por 97% de todo o gesso produzido no Brasil e a gipsita (matéria-prima do gesso) encontrada nos municípios de Araripina, Bodocó, Exu, Ipubi, Santa Filomena e Trindade, é considerada de alta qualidade, com a pureza do minério variando entre 88% e 98%.