Um Teatro que no passado enfrentou um incêndio e junto com a união da classe artística, dos empresários e governantes se reergueu, mas com os falecimentos de seus principais timoneiros e nomes de peso do Nosso Teatro, vemos o TAP se afastar da classe e se isolar num sonho do passado.
Vemos uma especulação imobiliária ferrenha se aproximar desta construção, que tanta alegria trouxe ao nosso povo, tantos sorrisos ecoaram em sua construção, mas que agora pensa em derrubar e transformar toda uma história em um espigão a mais, numa cidade cada vez mais engessada, o que faz o busto do seu fundador Valdemar de Oliveira parecer mais triste.
Ver as cinzas da plateia e no palco nesta manhã de quarta feira, é ter a certeza que a destruição não é acidental, que o silêncio e descaso de nossos governantes, faz parte de um desmonte de uma classe de luta e de formação de um povo. De grupos e artistas que não se calam, mesmo quando a cada dia perdem mais palcos e mais espaços.
Este não é o fim como muitos pensam, a história não acabou, a luta não terminou. Porque a luta faz parte da vida de todos artista e deixar de lutar, não faz parte do nosso vocabulário, medo de perseguição é algo que nos faz ter mais força e gritar mais alto, que a luta apenas começou!
Oséas Borba Neto é ator, diretor, dramaturgo, fundador do Grupo João Teimoso, militante cultural e fundador da Guerrilha Cultural
