quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Carnaval na praia: consumo de álcool e crianças sem supervisão são fatores de risco para afogamento


O litoral brasileiro é um destino muito comum no Carnaval, seja para aqueles que querem aproveitar esses dias para descansar ou para quem quer curtir a folia nas cidades litorâneas. No entanto, para não estragar a diversão, a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático – SOBRASA e o CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool estão juntos para alertar sobre o perigo da combinação álcool e ambiente aquático e levar a mensagem de prevenção contra afogamentos.

Levantamento da SOBRASA apontou que em 2022, só no mês do Carnaval, 530 brasileiros morreram afogados. O CISA lembra que parte desses casos estão diretamente ligados ao consumo de álcool. Estimativas da Organização Mundial da Saúde indicam que 12% dos afogamentos são atribuíveis à ingestão de bebidas alcoólicas.
“O Carnaval é uma das festividades nacionais mais associadas ao consumo de álcool e muitas pessoas desconhecem a gravidade de consumir álcool e entrar no mar. Por isso, a importância de conhecer os riscos, respeitar os limites e saber agir”, destaca o Secretário-geral da SOBRASA, Dr. David Szpilman.

Arthur Guerra, psiquiatra e presidente executivo do CISA, explica que o álcool, mesmo em pequenas concentrações, é capaz de alterar os reflexos e aumentar o tempo de reação. “Conforme o consumo de álcool aumenta, essa concentração se eleva no sangue e há um excesso de autoconfiança e uma diminuição da capacidade de discernimento. Como consequência, o indivíduo superestima sua competência aquática e tem dificuldade em avaliar adequadamente os riscos do local”, alerta.
 
*Supervisão de crianças:*

Outro risco associado ao uso de álcool está relacionado à supervisão de crianças – maiores vítimas dos casos fatais. “O afogamento é a primeira causa de morte de crianças entre 1 e 4 anos no Brasil, por isso não dá para descuidar nenhum segundo, mesmo em águas muito calmas ou quando as crianças estiverem utilizando coletes salva-vidas, ressalta Szpilman. Pais ou responsáveis sob efeito de álcool terão sua capacidade de atenção reduzida, afetando diretamente os cuidados na supervisão das crianças.

A recomendação das entidades para quem decidir beber é não nadar, e quando estiver supervisionando uma criança, não ingira bebida alcoólica. Outra orientação fundamental é não beber em excesso, pois além do risco de afogamentos, há outros prejuízos sérios de curto a longo prazo à saúde.

Confira mais dicas que podem evitar o risco de afogamentos em praias:
• Frequente apenas praias que tenham o Guarda-vidas presente.
• Observe as bandeiras de sinalização, evitando entrar na água quando demarcada com a bandeira vermelha (alto risco de afogamento), ou preta (área não protegida por guarda-vidas).
• Evite entrar na água para salvar quem está se afogando, pois diariamente 2 brasileiros morrem afogados dessa forma. Procure jogar um material flutuante, chame um guarda-vidas ou o Corpo de Bombeiros (193) e aguarde o profissional chegar.
• Caso seja pego por uma corrente fique calmo, não lute, flutue e acene por ajuda.