quinta-feira, 7 de abril de 2022

#Entrevista Sérgio Hoff, o "Sindical lnfluencer"

 

"Gaúcho, bancário, sindicalista, petista, estudante, pai, marido, karateca, curador de aleatoriedades e Kibador de memes prontos". Assim se descreve Sérgio Hoff, 37 anos, em seu Twitter pessoal. Mas é como "Sindical lnfluencer" que Hoff se tornou conhecido nacionalmente, através do canal dos Galãs Feios. Zoações à parte, ele acabou usando o humor como arma de mobilização e aqui ele nos concedeu uma entrevista onde falou de sua trajetória, de sua militância e deixa uma mensagem para os internautas que acompanham suas redes sociais: "Se mantenham informados, acompanhem as redes de esquerda e se unam conosco! Precisamos cada vez mais de união entre as pessoas que resistem a este governo e que querem um Brasil capaz de sorrir outra vez".


Vamos acompanhar a entrevista?


Por que "sindical influencer" ?

É sabido que o termo digital influencer é batido e tem até uma “má reputação” no meio da criação de conteúdo, já que é muito vinculado ao chamado “marketing de influência”. Eu resolvi criar este apelido por entender que meu espaço de atuação no meio sindical estava muito restrito ao trabalho presencial e que, especialmente durante a pandemia, era necessário expandir as fronteiras na internet. Influenciar é uma atividade eminentemente política, então este apelido é também uma tentativa de resgatar e dar uma outra conotação ao termo "influencer".

Há quem diga que a esquerda não sabe se comunicar. Você concorda? Por que?

Sim e não. Tem muito trabalho a fazer para disputar espaço nesse campo, mas já tem muito trabalho feito que poderia ser adaptado. É necessário uma atualização de linguagem, sem dúvida, tanto que foi isso que me motivou a criar o meu canal.

Você pretende se candidatar nas eleições deste ano?

Não. Pretendo que o meu canal e redes sociais sirvam de espaço para candidatos que apoio.

Qual a sua trajetória no sindicalismo?

Durante minha infância, meu pai era mecânico da extinta/privatizada Rede Ferroviária Federal S/A. Naqueles últimos anos de luta de resistência à privatização durante o governo FHC, eu o acompanhava em piquetes, assembleias e greves e aquelas imagens me marcaram. Minha família sempre votou e fez campanha por candidatos que representam os trabalhadores, então, quando me tornei bancário em 2007, foi com naturalidade que comecei a acompanhar as notícias do sindicato através do dirigente que levava o boletim na minha agência. Cerca de dois anos após ingressar no Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), foi deflagrada uma greve durante nossa campanha salarial. A princípio fiquei receoso, mas resolvi aderir. Acabei me tornando uma liderança da greve na minha agência a ponto de levar as opiniões dos colegas para assembleias no sindicato, falar no microfone e tudo mais. A partir disso me sugeriram concorrer à vaga de delegado sindical da agência e fui eleito por três mandatos. Em 2013 fui convidado a compor a diretoria da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do RS (FETRAFI/RS). Estou no terceiro mandato na direção desta entidade, onde atendo sindicatos de todo o estado do RS e também colegas de base, participo de negociações coletivas, organizo e conduzo atividades da categoria junto de meus companheiros e companheiras dirigentes.

Quem são suas maiores referências dentro da política?

Olívio Dutra é uma das minhas maiores referências, foi presidente do meu sindicato de base durante a Ditadura Militar e é colega aposentado do banco em que trabalho. Lula também, sem dúvida, sindicalista operário que chegou à Presidência da República e por quem faço campanha diuturnamente. Além deles, um grande nome e amigo é Miguel Rossetto - Um grande lutador, foi metalúrgico, petroquímico, atuou no movimento sindical de ambas categorias, fundador do PT e da CUT e foi vice-governador de Olívio Dutra, além de ministro nos governos Lula e Dilma.

E por que você virou "influencer"?

Na minha opinião, todo mundo que tem um smartphone na mão e uma conta em rede social é um influenciador, independente da escala. Resolvi investir em ampliar a minha rede por entender que essa é uma necessidade de todo(a) sindicalista do século XXI. O mundo do trabalho está em constante atualização e o movimento sindical precisa cada vez mais ir onde o(a) trabalhador(a) está e levar o debate da luta de classes onde for. O impulso para tomar a iniciativa de criar canal e investir pesado veio da CPI da Pandemia, quando criei um perfil “fake” do Omar Aziz no Twitter e comecei a produzir uns memes. Percebi que era possível rir dos momentos cômicos da política enquanto fazia a crítica à esquerda do processo como um todo e resolvi começar a botar o plano no papel para posteriormente testar. Ao fim da CPI, converti o perfil e comecei a usar para o canal.

Fala um pouco sobre você: formação acadêmica, estado civil, que livros, filmes e músicas que você gosta?

Tenho 37 anos, ensino médio completo, um curso de Torneiro Mecânico do SENAI e acumulo uns 8 cursos superiores que comecei e não terminei. No momento estou matriculado na UFRGS no curso de Administração Pública e Social, mas a matrícula está trancada. Estou casado há 9 anos, temos uma filha de 7 que adora me dar boa noite em frente à câmera durante a live. Sou fã de cultura pop/geek, curto jogos online, animes e filmes bem bobos como os da Marvel, séries estilo Game Of Thrones. Ando meio parado no tempo com livros e músicas, mas tenho ouvido muito Racionais MCs e acho que minha última leitura foram As Crônicas de Gelo e Fogo.

E sua amizade com os Galãs Feios?

Fui apresentado ao canal deles em 2019 por um colega, no momento em que eles estavam fazendo a virada para o tema político. Gostei da forma que eles abordam os temas e sugeri ao sindicato os contratar para falar em um encontro de funcionários do Banrisul sobre a luta que enfrentaríamos naquela campanha salarial. A partir daí entrei em contato com o Helder Maldonado através do Facebook do canal e começamos a trocar ideia. Os contratamos, eles vieram a Porto Alegre, falaram no nosso encontro, trocamos WhatsApp e não paramos mais de conversar desde então. Quando expressei meu interesse em abrir um canal eles foram grandes incentivadores, me convidaram para participar como “folguista” em lives e sempre estimulam os seguidores a acompanharem o meu trabalho. Sou um grande fã deles e da linguagem que eles adotaram e os considero grandes amigos.

Venda seu peixe, anuncie seu canal do YouTube e suas redes sociais

Faço live todos os dias às 17h ou 18h, conforme a agenda me permite, em https://youtube.com/sindicalinfluencer. Sempre informo a agenda nas redes sociais: só procurar por Sindical Influencer nas redes ou usar o agregador https://linktr.ee/sindicalinfluencer que lá tem todos os links. Vamos conversar sobre o cotidiano, rir de bobajada e falar sério quando preciso! Um abraço!