segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Sétima Arte com Bruno Felipe: O Lobo de Wall Street

Iniciando a maratona para o Oscar 2014: “O LOBO DE WALL STREET” (“The Wolf of Wall Sreet”)

Indicações: Melhor Filme; Diretor (Martin Scorsese); Ator (Leonardo DiCaprio); Ator Coadjuvante (Jonah Hill); Roteiro Adaptado (John Ridley).

Em 2012, uma obra de arte chamada “A Invenção de Hugo Cabret” conquistou cinco (cinco!) Oscars. Certo, foram todos prêmios técnicos, mas não deixa de ser Oscar. “Hugo” é um filme muito bom. Delicado e com uma tensão/ação crescente no decorrer do filme. Sem falar que é uma história extremamente boa.

Voltando um pouco no tempo, trazemos a mente filmes como “A Ilha do Medo”, “Os Infiltrados”, “O Aviador”. Semelhança entre esses filmes? Todos dirigidos por um cara de cabelos brancos e óculos grandes. Martin Scorsese. Um filme completamente diferente do outro. Terror (um bom filme de terror, o que é muito – muito mesmo – difícil de acontecer), ação, biografia...

Aí, o cara pensa: “Não é possível que Scorsese consiga criar algo bom depois disso tudo”. E a negativa para essa afirmação é “O lobo de Wall Street”. Para ficar melhor, adicione o adjetivo “espetacular” antes do nome do filme, por que é isso que ele é.

Martin é especialista em transformar uma história que seria chata, se contada por qualquer um, em uma boa história. E é isso que ele faz, novamente, em “O lobo de Wall Street”. Ele pega uma história real, que teve várias vítimas e que seria chata se você fosse ler no Wikipédia ou se você visse numa reportagem do ‘Domingo Espetacular’, em uma comédia, no mínimo, brilhante.

Não é uma comédia estilo Adam Sandler. Não. É uma comédia boa, que faz rir, e com uma história bem contada e boa. Outra coisa: a facilidade que ele tem de transformar o longo de comédia e em drama é inacraditável. O drama vai vindo aos poucos. Afinal, o filme é bem longo (pouco mais de três horas de duração).

Ou seja, é um bom filme e tem uma boa direção. Se o filme é isso tudo, claro que o roteiro (adaptado) é bom. Vamos aos atores.

Uma pessoa que assiste um filme qualquer com Leonardo DiCaprio pensa: “Caramba, essa é a melhor atuação dele”. Uma semana depois, essa mesma pessoa assiste a outro filme com DiCaprio: “Não, essa que é a melhor atuação dele”. E assim vai. Leonardo DiCaprio está cada vez melhor. Impressionante. Ela faz tudo muito bem.

As gravações para “O lobo...” foi feita pouco tempo depois de terminar as filmagens de “Django Livre” (a ideia de lançar “O lobo...” no final de 2013, nos EUA, foi justamente para deixar o filme “vivo” na memória dos eleitores do Oscar). Ou seja, Leonardo saiu do vilão Calvin J. Candie, de “Django”, para interpretar Jordan Belfort numa facilidade incrível. E são dois personagens totalmente diferentes. Um camaleão.

Parece que, finalmente, a Acadademia dará um Oscar a Leonardo DiCaprio.

E na categoria melhor ator coadjuvante está concorrendo, pelo filme, Jonah Hill. Ele também está muito bem no filme. As pricinpais cenas de humor do filme são protagonizadas por DiCaprio e ele. Hill é novo nome para os filmes das comédias americanas. Está em quase todos filmes bons do gênero. E “O Lobo...” é, certemente, seu principal filme. Para ele, receber o prêmio é um pouco mais difícil, mas ser indicado já é muito gratificante (e blá-blá-blá).

O filme ainda conta com boas participações da linda(!) Margot Robbie, como Naomi Lapaglia, e Matthew McConaughey, como Mark Hanna.